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sexta-feira, 12 de abril de 2013

Kimi Raikkonen vai vencer o GP da China!

O titulo provocador só será verdadeiro se a tendência acontecer. É uma noticia da Reuters e quem me mandou esta noticia foi o meu camarada Daniel Médici: sempre que morre um primeiro-ministro britânico, um carro da Lotus vence um Grande Prémio nas semanas a seguir em que tais eventos acontece.

Segundo o jornalista Alan Baldwin, existe uma coincidência entre o desaparecimento de uma personalidade tão importante e a vitória de um carro da marca fundada por Colin Chapman. Quando Clement Attlee morreu, a 8 de outubro de 1967, Jim Clark foi o vencedor do GP do México, realizado quase duas semanas depois, e que foi também a corrida de encerramento dessa temporada.

Claro, em 1995 a Lotus desapareceu de cena, voltando apenas em 2010. Mas nessa altura, a equipa que iria herdar o nome, a Benetton, estava por lá, a vencer corridas com Michael Schumacher. E em 2002 a Benetton saiu de cena para dar lugar à Renault, que ficou com o mesmo nome até à temporada de 2012. Em 1995, quando morreu Harold Wilson, isso aconteceu quatro dias antes do GP do Mónaco. O vencedor? Michael Schumacher. Poucos meses depois, em outubro, foi a vez de Alec Douglas-Home, e isso aconteceu quinze dias antes do GP do Pacifico, outra corrida ganha por... Michael Schumacher.

Em 2005, outros dois primeiros ministros britânicos acabaram por morrer: James Callaghan e Edward Heath. O primeiro morreu a 26 de março, poucos dias antes de Fernando Alonso vencer o GP do Bahrein, a bordo do seu Renault. E a 17 de julho desse mesmo ano foi a vez de Heath, poucos dias antes de o piloto das Asturias vencer o GP da Alemanha.

E ainda há mais uma coincidência interessante: Mark Thatcher, o filho de Margaret, e que na sua juventude esteve interessado no automobilismo - e perdeu-se nas areias do deserto argelino durante um Rally Dakar - foi o representante da... Lotus na América do Norte.

A única coincidência não existente foi em 1965, quando Winston Churchill morreu. Mas mesmo ali há uma nuance: a primeira corrida após a morte do estadista foi o GP do Mónaco, a 30 de maio, e foi vencida pelo BRM de Graham Hill. Jim Clark estava ausente, pois disputava nesse mesmo dia as 500 Milhas de Indianápolis, a bordo de uma Lotus. E ele foi... o vencedor.

Assim sendo, temos de começar a olhar com maior atenção a Kimi Raikkonen e a Romain Grosjean. E como sabem, o piloto finlandês foi o vencedor da prova de abertura, na Austrália...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

The End: Margaret Thatcher (1925-2013)

Morreu esta manhã, aparentemente a ler um livro na cama. Teve um AVC e morte quase imediata. Foi assim um final simples para uma senhora que marcou toda uma geração de pessoas, aquelas que cresceram nos anos 80. Para o mal e para o bem, foi marcante para a Grã-Bretanha e para o Mundo. Para os neoliberais, foi uma campeã. Para os trabalhadores das minas e dos sindicatos, foi o Diabo em pessoa, que destruiu os seus postos de trabalho e mergulhou as suas regiões na pobreza e no desemprego.

Entre 1979 e 1990, ela geriu os destinos da Grã-Bretanha. Nunca procurou consensos, quis fazer as coisas à sua maneira. Achava que, depois de um período de decadência e desemprego, as coisas tinham de dar uma volta enorme. Para terem uma ideia: no inverno de 1978-79, que ficou na história como o "Inverno do Descontentamento", toda a gente fez greve. Até os coveiros, que decidiram que não iam enterrar os mortos. O lixo acumulou-se nas ruas das principais cidades, as pessoas tinham de trabalhar três dias por semana porque tinham de poupar energia, pois a Grã-Bretanha estava dependente do carvão, vindo das minas do centro de Inglaterra, que por sua vez estavam controladas pelos poderosos sindicatos, que faziam greves para reivindicar (quase) tudo e mais alguma coisa.

Thatcher, quando chegou ao poder, tinha de enfrentar tudo isso e mais alguma coisa. Enfrentou-os e foi teimosa. Foi por isso que os soviéticos a cunharam de "A Dama de Ferro", pela sua teimosia e coragem em os enfrentar. 

Aliás, enfrentou toda a gente, para demonstrar que, tendo nascido mulher, não era do "sexo fraco". Enfrentou os argentinos, nas Falkland, para demonstrar que a Grã-Bretanha continuava a ser capaz de defender a sua soberania, mesmo a mais de dez mil quilómetros dali e enfrentando o outono e inverno austrais. Enfrentou os sindicatos, que mesmo quando eles decidiram fazer uma greve por tempo indeterminado - quase um ano em greve! - e ela acabou por vencê-los. Enfrentou a oposição trabalhista, ainda demasiado socialista, que a tentou derrubar, mas que no final acabou sempre a ser derrubada, pois Thatcher venceu três eleições legislativas, ficando no poder por onze anos e meio, saindo apenas em novembro de 1990, depois de uma traição por parte dos seus membros do Gabinete, que um dia se fartaram da maneira mandona que fazia as coisas.

Houve imensas coisas do qual se pode apontar defeitos, e já coloquei alguns por aqui. Mas a minha favorita é o seu eurocepticismo. Nunca gostou da Europa, porque ainda pensava no Império Britânico e ainda pensava como em 1914, em que a Europa continental era algo do qual os britânicos nunca se deveriam meter. Para ela, a cooperação europeia e simples um mercado livre seria a única forma da Europa alcançar a paz, sem largar ou sem conceder qualquer espaço de soberania. O facto da libra ainda se manter como moeda e não ter aderido ao euro é graças aos seus esforços. Mas curiosamente, nunca quis ou se esforçou o suficiente para que o Reino Unido saísse da então Comunidade Económica Europeia (CEE) e seguisse o seu caminho.

Em suma, a altura da sua morte tem um simbolismo interessante. Por um lado, ela morre numa altura em que o neoliberalismo vive a sua pior crise desde os anos 80, e por outro, desaparece numa altura em que não vimos líderes - pelo menos na Europa - que sejam mais políticos e menos tecnocratas. A União Europeia caminhou para um equilibrio preverso, onde para conseguirem uma união monetária, abdicaram de muito poder para os dar para o motor da Europa, chamado Alemanha. E no poder está um grupo de pessoas do qual a obsessão é o equilibrio das contas, do qual tem de ser feito, custe o que custar. De uma certa forma, Angela Merkel é a herdeira da Dama de Ferro. E não falo só por ser alemã e ser mulher.

Para finalizar, tenho de dizer que, a mal ou a bem, Margaret Thatcher irá marcar uma geração. Não conheço nenhum líder que tenha tantas musicas dedicadas a ela, a maior parte delas a dizer mal dela. E nunca tiveste, como tiveste esta tarde, 250 pessoas a celebrar a sua morte numa praça escocesa ou uma festa marcada esta noite em Brixton. Falando mal ou bem dela, ninguém a esquecerá. Ars lunga, vita brevis.

Youtube Formula 1 History: Magaret Thatcher e Ron Dennis, McLaren, 1986

Magaret Thatcher, a Dama de Ferro, morreu esta manhã aos 87 anos, após um AVC que sofreu em sua casa. Primeira ministra entre 1979 e 1990, marcou toda uma geração, para o mal e para o bem. Um bom exemplo disso é fazer uma curta pesquisa no Youtube e ver quantas musicas é que foram feitas a lembrar dela, ao longo destes tempos, a grande maioria contra ela...

Sobre a senhora, escreverei mais tarde. Até lá, fico com este video da visita que a então primeira-ministra fez às instalações da McLaren em 1986, na companhia de um jovem - e com muito cabelo... - Ron Dennis, onde ele mostra o processo de construção de um Formula 1. E também se pode ver ela a conversar com John Barnard, o projetista do McLaren MP4/2, que daria dois títulos mundiais a Alain Prost (que esteve presente na visita), e que antes, tinha dado o tricampeonato a Niki Lauda.

Detalhe final: não sei se é do salto que a senhora levava, mas ela é mais alta que Prost...