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segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Procura-se: O barco de Dimitry Mazepin


Eis alguém que não ouvíamos há algum tempo. O pai de Nikita Mazepin está nas bocas do mundo porque... desapareceu. Nem tanto ele, mas sim o seu barco, o "Aldarba", que estava acostado no porto de Savona, para cumprir as sanções da União Europeia contra os oligarcas russos. Desde há alguns dias que o barco desapareceu da vista, alegadamente aproveitou o coberto da noite para rumar ou à Tunísia, ou à Rússia, pelo Mar Negro. 

Dimitri Mazepin é um dos oligarcas que enriqueceu sob a asa de Vladimir Putin, com o seu complexo químico Uralchem, e claro, ajudou na carreira automobilística do seu filho, e quando este chegou à Formula 1, também ajudou a Haas em forma de patrocínio. Contudo, quando a guerra contra a Ucrânia começou, a 24 de fevereiro, e as sanções caíram em força sobre as pessoas e os ativos russos, precipitando o final da linha para Nikita, substituído por Kevin Magnussen. 

Segundo conta a agência de noticias italiana ANSA, a polícia está a realizar uma investigação em Forte dei Marmi, onde Dimitri Mazepin tinha arrendado uma casa, para saber as circunstâncias do desaparecimento do seu iate.

Recentemente, a fortuna de Dimitri Mazepin foi avaliada em mais de 800 milhões de dólares.

quarta-feira, 9 de março de 2022

Mazepin quer o dinheiro de volta, mas...


Quase uma semana depois do despedimento de Nikita Mazepin da Haas, ele reagiu afirmando que irá reclamar o dinheiro de volta da equipa que o acolheu. Contudo, ele tem um problema: a sua família acaba de estar na lista dos russos sancionados pela União Europeia, logo, as suas contas e propriedades estão congeladas. 

Esta manhã, ele decidiu falar à imprensa por videoconferência e começou por se queixar que tinha recebido a ordem de despedimento 15 minutos antes do anuncio oficial.  "Soube do meu despedimento ao mesmo tempo que tinha sido divulgado à imprensa. Gostaria de pensar que sou um jovem de 23 anos, e não estava preparado para isso. Não recebi qualquer dica ou apoio a dizer: ‘Esta é a decisão que tomámos, vai ser divulgada dentro de 15 minutos’”.

Ele pensava que poderia competir debaixo de bandeira neutra, como a FIA tinha dito que iria impor aos pilotos russos e bielorussos. “Tinham-me dito que se a FIA me permitisse competir pelas suas regras, e eu concordo com elas, não haveria ações para me tirar o lugar, porque não há nenhuma obrigação legal ou razão para o fazer”, afirmou.

Contudo, mesmo com essa opção, os países começavam a tomas outras medidas para além da FIA. O Reino Unido, por exemplo, tinha proibido a presença de Mazepin, impedindo-o de correr na corrida de Silverstone, na segunda semana de julho, e outros países da Europa e Estados Unidos tinham tomado a mesma decisão. Logo, mesmo com a bandeira da FIA, a sua posição era insustentável. Mazepin também quer criar uma fundação para ajudar os pilotos russos que estão na mesma situação que ele, mas também é provável que isso não passe das palavras, por causa das razões acima, e com o rublo em queda livre, a economia local poderá estar estilhaçada e demore uma geração para recuperar para o estado onde estava antes.  

Entetanto, a Uralkali, empresa detida maioritariamente pelo seu pai, Dmitry Mazepin, comunicou que “pretende proteger os seus interesses de acordo com os procedimentos legais aplicáveis e reserva-se o direito de iniciar processos judiciais, reclamar indemnizações e pedir o reembolso dos montantes significativos pagos pela Uralkali para a temporada de Fórmula 1 de 2022″. 

Mas com as sanções que a União Europeia impôs a ele e à sua empresa, é provável que tudo isto caia em saco roto. Entretanto, a Formula 1 começa amanhã a sua segunda bateria de testes e Pietro Fittipaldi será o piloto que se sentará no carro, pelo menos durante estes dias, como piloto de reserva que é, enquanto outros nomes se falam, como o dinamarquês Kevin Magnussen, o italiano Antonio Giovinazzi, o alemão Nico Hulkenberg e o australiano Oscar Piastri

sábado, 5 de março de 2022

Noticias: Mazepin fora da Haas


Está confirmado: Nikita Mazepin está fora da Haas para 2022. A noticia foi dada este sábado e e equipa também rescindiu o contrato com a Uralkhali, a firma do pai de Nikita, Dimitri Mazepin. Ainda não se sabe quem será o seu substituto, mas Pietro Fittipaldi é um dos favoritos e será anunciado antes do dia 10, quando começam os testes de pré-temporada no Bahrein. 

"A Haas F1 decidiu rescindir, com efeito imediato, a nossa parceria com a Uralkhali, e o contrato com o piloto Nikita Mazepin. Como o resto da comunidade da Formula 1, a Haas está chocada e triste pela invasão da Ucrânia e deseja uma rápida a pacífica resolução do conflito". comunicou a equipa.

Quanto a Mazepin, este reagiu à rescisão do seu contrato, lamentando-o e que em breve daria mais novidades.

Queridos fãs e seguidores. Estou muito desiludido por saber da rescisão do meu contrato na Formula 1. Apesar de entender as dificuldades, as regras da FIA e a minha vontade de aceitar as condições impostas foram completamente ignoradas e nenhum processo foi seguido nesta rescisão unilateral. Para os que tentaram entender, o meu agradecimento eterno. Estimei muito o meu tempo na Formula 1 e espero que possamos estar juntos de novo em tempos melhores. Terei mais a dizer nos próximos dias.”, afirmou, nas suas redes sociais.

quinta-feira, 3 de março de 2022

Rumor do Dia: Mazepin fora, Fittipaldi é o substituto


A Sky Sports alemã anunciou esta quinta-feira à tarde que Nikita Mazepin está fora da equipa, sendo substituído pelo brasileiro Pietro Fittipaldi, que começará a andar no chassis da Haas a partir do próximo dia 10, data dos testes coletivos no Bahrein. O anuncio poderá ser feito, o mais tardar, no final de semana.

A retirada do patrocínio da Uralkhali, a firma do seu pai, por causa das sanções aos oligarcas russos, no final da semana passada, e o cancelamento do GP da Rússia, por causa da guerra contra a Ucrânia, fizeram a sua situação ficar crescentemente insustentável. Retirados os patrocínios no último dia dos testes coletivos em Barcelona - o carro apareceu totalmente branco - e o facto de ontem, o Motorsport UK ter barrado a entrada de Mazepin em território britânico, para disputar o Grande Prémio em Silverstone, em julho, fazia com que a sua continuidade perdesse sentido. 

Fittipaldi é o piloto de reserva da Haas, mas ontem, por coincidência, o seu irmão, Enzo Fittipaldi, que compete na Formula 2, apareceu com o patrocínio do Banco do Brasil, que patrocinou Felipe Nasr quando ele correu pela Sauber. E há rumores de que a Petrobrás poderá fazer um regresso, depois de abandonar a Formula 1 em 2018, quando patrocinava a McLaren.

E falo disso porque é provável que o segundo lugar da Haas possa ser leiloado ao melhor preço, já que Pietro poderá ficar na primeiras etapas. Entre os possíveis candidatos ao lugar estão Antonio Giovinazzi, que agora está na Formula E, mas também gente como o australiano Oscar Piastri, vencedor da Formula 2 em 2021 e que é piloto de testes da Alpine.

Espera-se por uma confirmação a qualquer momento.

quarta-feira, 2 de março de 2022

Um aniversário amargo


Hoje é o dia de anos de Nikita Mazepin, mas as prendas que está a receber têm sido amargas. Para não falar do seu lugar em risco - a FIA decidiu ontem à noite que os seus atletas não seriam excluídos, poderiam competir como individuais - hoje, a noticia de que as autoridades britânicas não permitiriam a presença do piloto russo no seu solo para disputar o GP da Grã-Bretanha, em julho, é a consequência das ações do exército russo sobre a Ucrânia. 

A decisão da Motorsport UK, tomada hoje, serve para os que competem com licenças desportivas russas e bielorussas, e é uma decisão individual. Mas poderá servir de base para que outros países seguirem o mesmo rumo nos próximos dias. 

“O reconhecimento das licenças emitidas pela federação automóvel russa e pela federação automóvel bielorrussa está suspenso no Reino Unido. Como consequência nenhuma equipa com licença russa/bielorrussa é aprovada para participar em competições automobilísticas no Reino Unido; nenhum concorrente e comissários com licença russa/bielorrussa são aprovados para participar em eventos de desporto automóvel no Reino Unido; nenhum símbolo nacional russo/bielorrusso, cores, bandeiras [no fato, equipamento e carro] a ser exibido nos eventos do Motorsport UK será permitido.", declarou a federação, em comunicado oficial.

David Richards, o seu presidente, afirmou que: “É nosso dever utilizar qualquer influência e pressão que possamos ter para pôr fim a esta invasão totalmente injustificada da Ucrânia. Gostaríamos de encorajar a comunidade do desporto automóvel e os nossos colegas em todo o mundo a aderirem plenamente às recomendações do Comité Olímpico Internacional e a fazer tudo o que pudermos para pôr fim a esta guerra. O Motorsport UK está unido a Leonid Kostyuchenko, o Presidente da FAU [Federação ucraniana], à comunidade automobilística ucraniana e ao povo ucraniano e apela para que a violência termine com uma resolução pacífica”.

Assim sendo, apesar da garantia dada pela FIA, nada garante a sua continuidade, quer na Haas, quer na Formula 1, quer mesmo no automobilismo. A retirada do patrocinador, a Uralkhali, a firma de fertilizantes controlada pelo seu pai, Dimitri Mazepin, colocou o seu lugar em risco, e apesar da Haas ter dito que iriam falar esta semana sobre a situação, nada se sabe se as contas quer da firma, quer as pessoais da família já estejam congeladas por parte dos bancos europeus. E se ainda não foram feitos os pagamentos, isso implica que o lugar esteja... à venda, digamos assim. 

Os próximos dias irão dizer como esta situação se resolverá. Pessoalmente, não ficaria admirado se ele fosse impedido de correr no espaço da União Europeia... 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

O piloto mais odiado do mundo


Já se falou muitas vezes de Nikita Mazepin, o piloto russo da Haas que lá chegou graças à fortuna do seu pai, um dos oligarcas ajudados por Vladimir Putin, o líder russo. Dimitri Mazepin, de 53 anos, é o dono da Uralchem, que se especializa em fertilizantes, e patrocinou em larga medida a Haas F1. Contudo, nestes últimos dias, com a Russia a entrar em conflito com a Ucrânia, as coisas ficaram de mal a pior para ele, a família... e o resto. É que não bastou o cancelamento do GP da Rússia, em setembro, em Sochi, e a retirada dos patrocinadores paternos do chassis da Haas, poderá vir mais... e pior.

Um exemplo? A Federação Automobilística da Ucrânia, inscrita na FIA, pediu à entidade máxima do automobilismo para que exclua Mazepin da Formula 1, que retire a sua Super-Licença, segundo uma recomendação do COI para a exclusão de atletas da Rússia e da Bielorrússia de competições internacionais. A razão para isso foi, oficialmente, a violação da trégua olímpica que está em vigor até 20 de março, data da final dos Jogos Paralímpicos de Pequim. A possível exclusão de Mazepin da Formula 1 não era algo que não se previa, aliás, começou a ser discutido logo na sexta-feira, quando foi cancelado o GP russo, falando logo que Pietro Fittipaldi, o neto de Emerson Fittipaldi e piloto de reserva da marca, iria guiar no seu lugar.

Claro, há gente que aproveita a ocasião para ir bem longe. Exemplo? Jeremy Clarkson. O antigo apresentador do Top Gear e conhecido por ter uma lingua bem afiada, decidiu escrever esta frase no Twitter: “Nikita Mazepin. Seu retardado de m****. Vai correr para a Rússia sozinho. Perdias ainda assim.

Apesar de tudo que esteja a levar, Gunther Steiner achou que o "orangotango" foi longe demais. E foi defender o rapaz: 

Ouvi falar sobre o tweet de Jeremy Clarkson acerca disso. Talvez tenha sido feito num momento de fúria ou algo assim, porque foi bastante direto. O melhor é não olhar para o que está lá porque, neste momento, ele não tem nada a ver com isto. Só precisamos de continuar e ver onde isto vai parar e trabalhar. Esperemos que ele [Mazepin] consiga manter a cabeça erguida e continuar a trabalhar”.

Mazepin junior é uma pessoa acossada. Dá a cara - quer queira, quer não - a um país, que neste momento cometeu o imperdoável na ordem e harmonia das nações. E tem de pagar um preço por terem pisado o risco. O povo russo está agora a pagar o preço pelas ações do seu ditador. Não é só os soldados que morrem esturricados pelas balas e misseis de um povo que está a dar tudo para defender a sua terra, porque ninguém lhes disse que são os maus da fita, mas também é os que saem à rua, enfrentando o frio e os cassetetes da policia, em dezenas de cidades do vasto império, protestando contra Putin e as suas decisões, e provavelmente a partir de hoje, sofrerão na carteira o isolamento do mundo, a desvalorização da sua moeda, o aumento do custo de vida, o de não poderem voar para lado algum nos seus aviões. 

E a cada dia que passa, este turbilhão tem consequências imprevisíveis. E Mazepin pagará o preço por estar no lado errado da História, na pior altura possível. Não creio que alinhe em Shakir a 20 de março.  

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Noticias: GP da Rússia cancelado, Nikita Mazepin em dúvida


O GP da Rússia, marcado para o final de setembro em Sochi, foi cancelado esta manhã, como medida retaliatória da invasão da Ucrânia por parte das forças comandadas por Vladimir Putin. Isto vem na sequência de, por exemplo, a UEFA ter retirado ontem à noite a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo para Paris. 

Há um possível substituto: o GP da Turquia, em Istanbul. Mas também o autódromo de Portimão poderá estar no pensamento dos organizadores da Formula 1, ou então que o calendário possa ser reduzido para 22 corridas. 

O Campeonato Mundial de Fórmula 1 da FIA visita países de todo o mundo, com uma visão positiva para unir as pessoas, reunindo nações. Estamos a observar os desenvolvimentos na Ucrânia com tristeza e choque, e esperança de uma resolução rápida e pacífica da situação atual.

"Na noite de quinta-feira, Fórmula 1, a FIA, e as equipas discutiram a posição do nosso desporto, e a conclusão é, incluindo a opinião de todos os intervenientes relevantes, que é impossível realizar o Grande Prémio da Rússia nas circunstâncias atuais”, lê-se na missiva oficial.

Tudo isto no dia em que o carro da Haas correu em Barcelona sem as marcas identificativas quer do seu patrocinador, quer das cores que o identificavam como russo. 

Ainda sobre a Haas, eles afirmaram que na próxima semana, terão uma reunião com o patrocinador principal para saber sobre a sua continuidade. Se Gunther Steiner diz estar confiante que a equipa vai competir na Fórmula 1 normalmente, já o lugar de Nikita Mazepin começa a ser discutido. Rumores no paddock afirmam que ele poderá ser substituído por Antonio Giovinazzi, por causa da sua ligação com a Ferrari, que fornece os motores à Haas. 

Mazepin já falou nas redes sociais sobre o sucedido. Tentando estar o mais neutro possível, afirmou: "É uma altura dificil e não estou em controlo sobre muitas das coisas que tem sido faladas. Escolhe ficar-me em coisas que posso controlar, trabalhando no duro pela minha Haas. Agradeço pelo vosso apoio."

Contudo, o próprio Steiner já disse que o futuro do piloto russo “precisa de ser resolvido”, acrescentando que “não há garantias em lado nenhum, como eu disse antes, precisamos de ver como tudo isto se desenvolve. Há mais do que equipas de Fórmula 1 aqui, há governos envolvidos, por isso não tenho garantias”.

As coisas avançam a cada minuto que passa. É assim que se vê esta situação.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

A(s) image(ns) do dia





A invasão desta madrugada da Rússia sobre a Ucrânia teve efeitos colaterais na Formula 1. A Haas, cujo financiamento vem maioritariamente da Rússia, teve um dia em cheio em Barcelona, primeiro quando soube da invasão, noutro lado da Europa, e depois, quando as coisas se precipitaram co a quantidade de sanções contra as industrias russas. Uma delas é a petroquimica Uralkali, de Dimitri Mazepin, o pai e Nikita Mazepin, um dos pilotos que estão na equipa americana - o outro é Mick Schumacher, o filho de Michael Schumacher. 

Com as equipas a colocarem em dúvida a sua ida a Sochi, no final de setembro - Sebastian Vettel já disse que não irá - o pessoal da Haas já tomou medidas, sabendo que têm algo que é inconveniente. E tomaram logo: o patrocinador foi retirado de todos os lados da equipa - dos chassis, e como viram nas primeiras fotos, dos camiões e motorhomes da equipa. 

No final do dia, quando os carros pararam para ver os resultados, tiveram um trabalho a dobrar. Uns pintavam o carro de branco, outros viam os dados e os que jantavam, viam Joe Biden discursar (terceira foto, autoria de Adam Cooper), anunciando uma nova ronda de sanções contra o governo russo e os seus oligarcas. Se existiam algum americano na sala, de certeza que ficaria, no mínimo, embaraçado por ver isto tudo com os patrocinadores que têm.

Mazepin pai foi convocado pelo Kremlin, se calhar para solidarizar com o regime nesta altura. Não tinha muita escolha, provavelmente, mas ele sabe que o futuro não é claro. Há rumores de que provavelmente, Nikita Mazepin poderá estar de saída e Pietro Fittipaldi poderá entrar no carro como substituto. Veremos como isto acabará, mas pelos vistos, a temporada mal começou e coisas fora do seu controlo irão perturbar a tranquilidade do pelotão da Formula 1.

A Rússia invadiu a Ucrânia. E agora, Formula 1?


Como toda a gente sabe, a Rússia entrou esta madrugada em guerra com a Ucrânia. Não falarei dos detalhes maiores, porque como todos sabemos no jornalismo, "em tempo de guerra, a primeira vítima é a verdade". Haverão relatos desencontrados, acusações de parte a parte dos piores crimes, e só quando se calarem as armas é que saberemos verdadeiramente os estragos, as vitimas mortais e materiais e as consequências para o mundo.

Mas então, vamos para o que interessa neste lugar. Falei do assunto ontem por causa da participação russa na Haas F1 e de Nikita Mazepin, se quiserem ler, deixo aqui o link. Mas hoje, com os aviões e helicópteros sobre Kiev, Kharkiv, Odessa, Mariupol e outras cidades, em Barcelona, no meio dos testes, os pilotos começam a discutir isso mesmo, porque já sabem que a neutralidade não é suficiente.

Um exemplo do que falo foram os tweets do jornalista Chris Medland. Esta manhã, recolheu a opinião de Sebastian Vettel, sempre muito atento e agora muito politico, afirmando que a Formula 1 não deveria correr em Sochi este ano e que, por ele mesmo, não irá participar no GP russo. E logo a seguir, Max Verstappen, o campeão, deixou o seu recado: "Quando um país está em guerra, não deveríamos correr por lá."

Resultado? As equipas reunir-se-ão no final da tarde, após o dia de testes para discutir a situação. 

E tem de ser, por diversos motivos, dos quais destaco três. 

A primeira é que Sochi situa-se mo Mar Negro, e apesar de ser uma estância balnear, não fica muito longe da zona de conflito, no Mar de Azov, a pouco mais de duas horas de avião. E também faz fronteira com a Abkhazia, uma república rebelde da Georgia, do qual em 2008, as tropas russas invadiram parte dela para retalharem o país quer dessa região, quer da Ossétia, uma situação do qual o governo de Tiblissi teve pouco para se poder defender. A Formula 1 poderá dizer que correr nesses lados poderá não ser muito adequado e ter de arranjar uma maneira de quebrar os acordos sem ter de pagar muito dinheiro.

A segunda é saber quanto tempo é que isto durará. Semanas? A Ucrânia é grande, o segundo maior país da Europa. Em termos de superfície, é a Alemanha e a França juntas, embora com uma população de 40 milhões de pessoas. O governo mobilizou um exército de 250 mil homens para defender, e já declarou a lei marcial, onde entre recolheres obrigatórios e outros, implica que qualquer cidadão possa andar com armas. Mesmo que os russos se imponham, nunca terão paz. Poderá ser algo semelhante ao Afeganistão, com guerrilha a atacar cirurgicamente tudo que seja russo ou algum exército colaboracionista que apareça, por exemplo. O risco de uma guerra civil prolongada, ou desta incursão se transformar num inferno para os soldados russos, como aconteceu uma geração antes aos que foram para o Afeganistão virar "carne para canhão", é bem forte.

A terceira razão para agir é que há ações noutras modalidades. No futebol, por exemplo, a UEFA está a ser pressionada para deixe cair o palco da final da Liga dos Campeões, que está marcada para São Petersburgo. Há pressões nesse sentido, nomeadamente do governo britânico, que provavelmente poderá ver uma ou duas equipas suas nessa final. A possibilidade de pedir a eles para que não a joguem em território hostil poderá ser forte e há movimentações nesse sentido. E não ficaria admirado se na semana que vêm, eles decidam que a final seja jogada num outro palco, evitando este embaraço.

E o que impede de, mais tarde, os organismos desportivos não expulsem a Rússia? Bem sei que são organizações "neutras" - algumas delas tem sede na Suíça - mas sabem da pressão da população nestes dias e o impacto nas redes sociais se nada fizerem. 

Mas o que é certo é que as equipas de Formula 1 irão falar sobre o assunto logo à noite. E tudo está em cima da mesa. E a primeira consequência - do qual não tinha falado - está aí: o patrocinador russo da Haas já não aparece nos chassis... e não garanto que Nikita Mazepin corra por muito mais tempo.   

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O GP russo está em perigo... ou nem por isso?


Todos sabemos que, por muito que amemos automobilismo e não queiramos saber o que se passa lá fora, o mundo nos irá bater à porta. É inevitável. E com Vladimir Putin, o novo czar russo, a querer mandar na Ucrânia, e o Ocidente a impor sanções para evitar que entre até Kiev e derrube o governo legitimo, o desporto poderá ser afetado com tudo isto. 

A UEFA, organismo máximo do futebol europeu, já disse que poderá retirar a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo, e a Formula 1 anda a monitorizar os eventos para saber se viabiliza ou não o GP da Rússia, que se disputa em Sochi, mas em 2024, será em Igora Park, nos arredores de São Petersburgo. A corrida será em setembro, mas poucos acreditam que o conflito se arraste até lá.

A Fórmula 1 está a monitorizar a situação na Rússia e na Ucrânia”, disse Craig Slater, repórter da Sky UK. “De momento, a corrida em Sochi aparentemente vai acontecer, já que não é até setembro. Essa é a situação no momento”, acrescentou.

Só que nestas coisas, há alguns problemas. Por exemplo, o futebol depende do dinheiro da Gazprom, a gigantesca firma russa de petróleo e gás, do qual boa parte da Europa está dependente, especialmente nos meses de inverno. Por agora, não está incluída no pacote de sanções, mas é provável que esteja na mira da Europa mais adiante, caso haja uma escalada na guerra. Se assim for, os interesses russos serão afetados.

E a Formula 1 tem uma equipa que é bem apoiada por russos. O pai de Nikita Mazepin, Dimitri Mazepin, é um homem muito rico (a sua fortuna pessoal ronda os 1,5 mil milhões de dólares) e a sua firma, a Uralchem, é o maior complexo químico do país e claro, patrocina a Haas. Não há conhecimento direto das suas relações com o presidente Putin, mas os seus negócios ao longo dos últimos vinte anos, desde os mais visíveis até aos mais polémicos, aconteceram com o beneplácito do governo, logo, apoia-os. E isso poderá ser um possível alvo de sanções mais tarde, caso a Europa persiga os oligarcas que enriqueceram desde o final da União Soviética, em 1991, e desde que Putin chegou ao poder, no ano 2000.

Resta saber qual será a ação da Formula 1, nomeadamente, a Liberty Media, sobre este caso. Como tem muitas maneiras de receber dinheiro, desde os sauditas até às criptomoedas, os rublos poderão ser algo do qual eles não se importam de sacrificar, só para estarem de bem com o mundo. Mas os exemplos do passado - furar o boicote desportivo do regime do apartheid na África do Sul até 1985, por exemplo - não abonam nada a favor da competição...

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Youtube Formula 1 Video: Sobre Nikita Mazepin

Nikita Mazepin parece ser o piloto que boa parte das pessoas aprendeu a detestar, que corre na pior equipa do pelotão até aqui, que é a Haas. Desde fazer coisas altamente reprováveis a se tornar numa chicane móvel, tudo parece não correr muito bem ao piloto russo, cujo pai comprou o seu lugar... e parece querer a equipa.

Enfim, o Josh Revell fez este video sobre como está a ser a temporada de estreia do piloto russo na Formula 1... e observem por vocês mesmos. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Nikita Mazepin, o piloto que todos adorarão odiar


O russo Nikita Mazepin mal se tornou piloto da Haas F1 e já se envolveu numa polémica grave. Esta semana surgiu um video no Instagram onde se vê ele a assediar uma rapariga enquanto estava a guiar o seu automóvel. As reações foram severas e houve quem pedisse que a Haas pura e simplesmente cancelasse a sua admissão na equipa como piloto em 2021. 

Contudo, FIA e a F1 lançaram nesta quinta-feira uma declaração conjunta de apoio à Haas, e de advertência a Mazepin, tudo depois do piloto russo se ter desculpado pelo seu comportamento: “Apoiamos fortemente a equipa Haas F1 na sua resposta às recentes ações inadequadas do seu piloto, Nikita Mazepin. Os princípios éticos e a cultura diversa e inclusiva do nosso desporto são da maior importância para a FIA e para a Fórmula 1”, leu-se no comunicado oficial.

A polémica de Mazepin não é a primeira, e provavelmente nem sequer será a última a envolvê-lo. Em 2016, esando ele na Formula 3, agrediu Calum Ilott, e este ano, durante a ronda dupla de Shakir da Formula 2, fez manobras perigosas na pista que causaram uma forte penalização, que o fizeram sair da luta pelo título na competição. E um pouco antes, "comemorou" o aniversário da chegada do coronavirus, uma doença que, por exemplo, matou o pai de outro piloto russo, Robert Shwartzman., numa manifestação que alguns qualificaram como "insensível"...

E nem sequer é o primeiro escândalo a envolver um piloto russo. Desde o escândalo a envolver o pai de Vitaly Petrov, que acabou assassinado neste verão, depois do rebentar de um escândalo imobiliário na cidade de Vyborg, até algumas as atitudes que Daniil Kvyat teve ao longo deste ano, especialmente por causa do movimento "Black Lives Matter", entre outros, os russos não tem grande reputação no meio automobilistico, em termos de... emparia e sensibilidade cultural, se quiserem. Podem falar que tem a ver com as suas origens de classe muito alta - Mazepin e Serguei Sirotkin são filhos de oligarcas russos - mas também tem a ver com os homens daquela parte do mundo, que gostam muito de se mostrar que são os mais machos da terra. Curiosamente, a Rússia é o país do mundo onde os homens vivem menos tempo que as mulheres, uma média de vinte anos. O alcoolismo e uma alta taxa de suícidios é uma boa razão que está por trás dessa diminuição da esperança de vida por parte dos homens na Rússia.

Mas também esta atitude e a reação da Formula 1 é um teste à própria instituição para saber até que ponto o dinheiro vale tudo. Ano que vêm, a competição vai à Arábia Saudita, um país que tem um péssimo curriculo na área dos Direitos Humanos, mas nos últimos três anos, tem investido imenso no automobilismo. Primeiro, na realização do Rally Dakar, depois no ePrix de Ad Diryah, uma ronda dupla da Formula E, a competição elétrica, e finalmente, a Formula 1, num circuito citadino nos arredores de Jeddah, a acontecer no final de 2021, antes da prova final, em Abu Dhabi. 

Para além disso, um dos maiores patrocinadores da Formula 1 é agora a Aramco, a petrolifera nacional saudita, que no inicio da temporada anunciou um acordo de patrocínio enorme, no qual cobriu os circuitos um pouco por todo o mundo. O acordo ficou escondido com os eventos da pandemia, que obrigaram o adiamento do inicio da temporada para julho, mas foi durante esse tempo que a Formula 1 poderá ter pedido um adiantamento de valores ao governo saudita, para pagar contas e transferir valores ás equipas, já que esta temporada, haverá um perjuízo enorme, superior a cem milhões de euros. Com essas transferências, a Formula 1 colocou-se numa posição vulnerável em relação a um regime que não é o melhor em termos de direitos humanos. E pior: mais ou menos escondido do mundo, a Arábia Saudita - e em menor escala os Emirados Arabes Unidos, do qual Abu Dhabi faz parte - estão a guerrear-se no Yemen contra os guerrilheiros houtis, de origem xiita e apoiados pelo Irão, pelo poder, causando dezenas de milhares de mortos de forma direta desde 2015 e centenas de milhares de forma indireta, desde cortar o acesso a alimentos às populações, matando dezenas de milhares de crianças à fome e outras doenças causadas pela má nutrição.

Ir contra pessoas que pesam as suas opiniões com camiões de dinheiro, numa competição que necessita dele como de pão para a boca, especialmente nestes tempos pandémicos, é um testa para ver até que ponto a Formula 1 leva a sério o seu "We Race As One" e as suas campanhas contra o racismo, entre outros. É verdade que Lewis Hamilton leva a causa a sério - já foi visto em manifestações anti-racistas em Londres - mas foi um russo, Daniil Kvyat, que contestou sériamente estas manifestações, recusando-se a ajoelhar perante a luta anti-racista, afirmando que só faria isso pelo seu país e sua familia, mostando não só propositos mais individualistas, como não acredita na causa que se defende nas pistas e cuja mensagem se tenta passar antes de qualquer Grande Prémio. 

E de uma certa forma, as atitudes, expressões e poses dos machos russos são típicos de um país enorme, tão enome que se julga serem os únicos no mundo. Ainda por cima, a elite de um país enorme, que se julga estar acima de tudo e todos. 

Mas independentemente disto, de onde venha, estas atitudes mostram que a ética da organização da Formula 1 é altamente questionável. Mas tal não é nada novo. Quem conhece a sua história, sabe perfeitamente a quantidade de vezes que fechou os olhos a regimes ditatoriais cujo registo de abusos de direitos humanos foi sempre alto, até a casos extramos como foi quando ia à Áfria do Sul, por alturas do regime da minoria branca, com leis de segregação racial atias e sendo um pária na comunicade internacional, excluido desportivamente de tudo que era modalidade... excepto a Formula 1. Mas isso era no tempo de Bernie Ecclestone. 

Não esperava que as coisas fossem muito diferentes, mas com manifestações como estas, poderia haver uma atitude diferente. Afinal, não. Pior: estão mais vulneráveis do que estavam antes. E vão engolir sapos ainda maiores no futuro, tenho quase a certeza, independentemente de serem sauditas, russos, chineses ou outros quaisquer, que pesam a sua influência com camiões cheios de dinheiro e vêm manifestações a favor dos direitos humanos como algo parecido com... circo. 

E já agora, para lerem mais sobre esse assunto, recomendo também que leiam o artigo da Alessandra Alves sobre Mazepin, que dá o interessante apelido de "chernomacho" (Cherno de Cherbobyl, palco do maior acidente nuclear da história. Que curiosamente, aconteceu na Ucrânia...)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Youtube Motorsport Video: Será Nikita Mazepin um bom piloto?

A pergunta é colocada pelo Josh Revell, no seu mais recente video. Na realidade, até pode ser, mas o facto de ter um pai rico - é o dono do maior conglomerado quimico russo - coloca dúvidas em toda a gente, porque já andamos a ver demasiadamente o dinheiro levar a melhor sobre o talento. Mas como gente do género Lance Stroll já ter mostrado que até tem talento, pode ser que Nikita Mazepin, que vai para a Haas, poderá mostrar que baterá o pé a alguém como Mick Schumacher, por exemplo. 

Enfim, vejam o video. 

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Formula 1: Nikita Mazepin vai ser piloto da Haas em 2021


O russo Nikita Mazepin será piloto da Haas F1 na temporada de 2021 da Formula 1, sendo um dos pilotos estreantes na nova temporada. O anuncio foi feito hoje de manhã entre as duas corridas no Bahrein, e o russo substituirá ou o francês Romain Grosjean, ou o dinamarquês Kevin Magnussen, que sairão de cena no final desta temporada.

O anuncio de Mazepin é o primeiro, os entendidos afirmam que o segundo piloto poderá ser o alemão Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo.

Virar piloto de Fórmula 1 é um sonho que se tornou realidade”, começou por comemorar o quarto russo na história, depois de Vitaly Petrov, Serguei Sirotkin e Daniil Kvyat. “Agradeço muito a confiança depositada em mim por Gene Haas, Guenther Steiner e toda a equipe. Eles estão dando a um jovem piloto uma oportunidade e eu sou grato por isso. Estou ansioso para começar nosso relacionamento juntos, dentro e fora da pista, e muito ansioso para seguir demonstrando meu talento após uma forte temporada na Fórmula 2.”, declarou o novo piloto da Haas.

Aos 21 anos de idade - nasceu a 2 de março de 1999 - o piloto, filho de Dimitri Mazepin, dono de um conglomerado petroquimico na Rússia, a Uralchem, anda em monolugares desde 2015, na MRF Formula Challenge 2000, para depois passar em 2016 na Formula 3 europeia, onde começou a subir na categoria, com bons resultados. Foi segundo classificado em 2018, na GP3, vencendo em quatro provas.

Desde 2019 que Mazepin é piloto na Formula 2, tendo esta temporada vencido em duas corridas, estando agora na terceira posição, com 162 pontos, não muito longe do britânico Calum Iott e do atual líder, o alemão Mick Schumacher, que tem 205 pontos.