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21/05/2021

Ainda o Palácio Silva Amado - mail ao atelier Aires Mateus

Exmos. Senhores
CC. PCML, AML


É com justificada estupefacção que assistimos à demolição quase integral do Palácio Silva Amado, imóvel dos séculos XVII/XVIII, sito no Campo Sant'Ana, Lisboa, do qual restam neste momento a caixa da escadaria monumental e as fachadas exteriores.

Julgávamos definitivamente arredada da nossa cidade a má prática de se fazer "terra queimada" do pré-existente, mas comprovamos que, não só ela continua a singrar como é defendida pelos ateliers de renome e de créditos dados, usando como invariável desculpa para essa paulatina destruição do património lisboeta, o mau estado do edificado e a sua putativa irrecuperação.
Que anos de abandono e incúria por parte das instâncias chamadas a salvaguardar o património classificado da capital tenham culminado em situações de pré-ruína, ninguém duvida, mas que se aproveite esse desleixo para deitar abaixo o que resta, já é de condenar.

Parece-nos estranho que desse atelier justifiquem, telefonicamente, a não prestação de informações ao público, porque quem o solicita não é nem o promotor nem o cliente, sendo que apenas gostaríamos de entender quais as bases técnicas que levaram à destruição de mais um palácio em Lisboa. Recordamos que um vídeo que circulou nas redes sociais há menos de 1 ano, era taxativo quanto ao estado físico do imóvel, mostrando a quem o visionou que o estado de conservação dos diversos espaços não apresentava qualquer sintoma de ruína iminente ou irreparável.

Cumpre por isso mencionar o que consta no site SIPA em relação a esta memorável casa lisboeta: «Destacam-se como principais espaços de aparato, de distribuição e de circulação internas, as escada de honra e os vários vestíbulos...»; «Azulejos - o imóvel reúne um notável conjunto azulejar de diferentes tipologias decorativas e datáveis dos sécs. XVII e XVIII»; «Tectos de caixotão com pinturas ornamentais anteriores ao Terramoto de 1755»; Exemplares quase únicos em Lisboa, que o mero bom senso mandaria preservar e enquadrar a todo o custo e preço.

À luz do que acima se descreve, gostaríamos de saber:
- que elementos foram preservados, para além da escada de honra?
- pretende o atelier manter a tipologia dos telhados a 4 águas, característica fundamental atendendo à envolvente do espaço?
- defende esse atelier a manutenção dos vãos, cantarias, varandas das fachadas que dão para o jardim?
- como justificam a opção pela demolição quase total do Palácio Silva Amado?


Projectos há que sabem associar o pré-existente com as necessárias adaptações dos imóveis históricos a um novo uso, de que "Esperança 120" e "Santa Quitéria" são dois excelentes exemplos.

Infelizmente não é o caso do atelier Aires Mateus, uma vez que a lista do que foi destruído em Lisboa (e arredores) à custa dos v/projectos é longa. Para lembrete aqui ficam os casos mais emblemáticos:

-Casa de vidro na rua São João da Mata, esquina com a Rua da Lapa.
-Casa de betão na Rua de São Bernardo.
-Logradouro do antigo palácio dos Condes de Murça.
-Edifício de Nicola Bigaglia na Rua Rosa Araújo.
-Prédio de Moreira Rato na esquina da Rua Rodrigo da Fonseca com a Rua Braancamp.
-Quinta de Santo António, na Estefânia, Sintra.


Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, Nuno Caiado, Eurico de Barros, Pedro Ribeiro, Jorge Pinto, Júlio Amorim, Luís Carvalho e Rego, Marta Saraiva, Helena Espvall, Pedro Cassiano Neves, Carlos Boavida, Filipe Teixeira, Ana Celeste Glória, Pedro Jordão, Miguel Atanásio Carvalho, Irene Santos, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, José Maria Amador, Leonor Areal

18/03/2021

Praça da Estrela/Rua João de Deus, 3 - Pedido de manutenção de fachada (corrigido)

Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo


CC. PCML, AML, DGPC e media

Serve o presente para solicitarmos a V. Exa. que, uma vez que o Pedido de Informação Prévia respectivo foi aprovado em 2015 e até hoje não teve qualquer correspondência prática, interceda junto do promotor e do arq. Samuel Torres de Carvalho, de modo a que no projecto de demolição do edifício da Rua João de Deus, nº 3, na Praça da Estrela, se mantenha a fachada actual, em vez de se construir a fachada moderna e dissonante, que a imagem em anexo documenta.

Com efeito, apesar do edifício em causa estar em muito mau estado de conservação, este é um caso em que é perfeitamente possível manter-se a sua fachada principal, mantendo intacta a imagem do quarteirão e, mais importante, não desvirtuando o perímetro de protecção de um Monumento Nacional, uma vez que o edifício em causa se encontra a pouco mais de 100 metros da Basílica da Estrela, violando grosseiramente a sua zona de protecção.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, António Araújo, Fernando Jorge, Helena Espvall, Beatriz Empis, Pedro Jordão, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Gustavo da Cunha, Inês Beleza Barreiros, Júlio Amorim, Nuno Caiado, Mafalda Magalhães de Barros, Nuno Castro Paiva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro de Souza, Filipe Teixeira, Pedro Cassiano Neves, Martim Galamba, Fátima Castanheira

Fotos: Diogo Baptista

06/11/2020

Palácio Silva Amado – Pedido a autor e CML para repensarem o proj alterações e ampliação aprovado pela CML

Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo
Exmo. Senhor Arquitecto
Manuel Aires Mateus


C.C. PCML, AML, DGPC, vizinhos e media

No seguimento da aprovação pela CML do projecto de arquitectura para alterações e ampliação do Palácio Silva Amado (proc. nº 614/EDI/2018), ao Torel, que corrigiu condicionantes aquando do pedido de informação prévia nº 2053/EDI/2016,
E independentemente do “parecer” emitido pela DGPC, omisso no que importava opinar tendo em conta o carácter histórico do imóvel em si, a excelência urbana única da Rua Júlio de Andrade e a singularidade da entrada do Jardim do Torel;

Solicitamos a atenção de V. Exas. para os seguintes aspectos do projecto que, a nosso ver e a bem da preservação da cidade romântica, importaria repensar antes que a obra avance:

Em relação ao projecto de arquitectura para o Palácio Silva Amado em si mesmo, não temos nada a criticar, pois parece preservar o que ainda é passível de preservar neste imóvel, vítima de duas décadas de abandono e 14 anos de especulação imobiliária. Chegados a 2020, pelo que depois de tudo quanto o palácio sofreu, este projecto é uma boa notícia até porque pretende, inclusive, recuperar algumas das características de palácio, que a sua transformação em repartição pública adulterou.

No entanto, receamos que as soluções de reforço estrutural se revelem "pesadas" e possam entrar em conflito com as pré-existências históricas.

Já em relação ao novo corpo a construir atrás da fachada do anexo dos anos 40, fachada essa situada defronte à entrada do Jardim do Torel, e contígua ao primeiro chalet da Rua Júlio de Andrade (nº 2), corpo esse designado no projecto por “Casa”, não podemos deixar de criticar a alteração completa da geometria da cobertura, que se traduz, na realidade, por acrescentar um novo piso, com uma geometria que não só entra em rotura com o desenho da fachada deste anexo dos anos 40 que seguia uma linguagem de continuidade com a arquitectura barroca do palácio, como essa ampliação terá impacto significativo na envolvente, pois terá grande visibilidade para quem está no Jardim do Torel e não só.

De igual modo, a proposta desta fachada ser mantida como pseudo-ruína meramente decorativa, alienada do interior da nova casa, se afigura um gesto de radicalidade desadequada ao lugar – sublinhando uma ruptura desnecessária com a identidade daquele ambiente urbano consolidado.

Considerando toda a envolvência de grande qualidade arquitectónica, abrangida, aliás, pela classificação de Interesse Público do Campo Mártires da Pátria, não vemos justificação para esta linguagem de ruptura em frente ao portão principal do Jardim do Torel. Também as moradias do período romântico na sua envolvente saem prejudicadas, em especial o chalet imediatamente ao lado (Rua Júlio de Andrade, nº2) que sofrerá impacto na sua imagem e terá as suas vistas afectadas pelo piso a mais.

Por outro lado, parece-nos de um manifesto exagero, propor-se estacionamento subterrâneo de 2 caves para 25 carros! Numa altura em que a CML, e bem, pugna por uma mudança de paradigma na mobilidade urbana, pela defesa dos logradouros permeáveis, etc., e o próprio PDM defende isso mesmo para toda aquela colina, seja proposto e aprovado este estacionamento, havendo mesmo ao lado, no Campo Mártires da Pátria, um parque de estacionamento, ao tempo construído já completamente em contra-ciclo, geralmente vazio.

Pelo exposto, apelamos ao autor do projecto e à CML para que revejam o projecto nestas duas vertentes: novo piso na fachada defronte à entrada do Jardim do Torel e o radical fecho de vãos, e estacionamento em subsolo.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, António Araújo, Miguel Jorge, Miguel Atanásio Carvalho, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Beatriz Empis, Helena Espvall, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Jordão, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Jorge Pinto

05/07/2019

Palácio dos Correios / Praça D. Luís / Pináculo



Chegado por e-mail:

«Chegou-me a informação de que o pináculo que rematava a torre do Palácio está a se colocada.

Tal não é espanto meu quando descubro que se está a fabricar uma nova, não a original, onde pára o pináculo original? Destruído num ferro velho? Lamentável.

Diogo Baptista»

26/02/2017

Edifício CTT da Praça D. Luís ("8 Building") com acrescento novo - pedido de esclarecimentos à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado

CC. PCML, AML, DGPC, JF, OA e media

Chamamos a atenção de V. Exa. e dos serviços que dirige para o facto de estar a ser construída uma cobertura/pála suplementar no topo do edifício dos antigos CTT da Praça Dom Luís I, outrora conhecido por “Palácio das Comunicações”, obra emblemática da autoria do Arq.Adelino Nunes, como é do conhecimento de V. Exa.

Com efeito, não só o edifício agora rebaptizado “8 Building” e requalificado em formato de condomínio e restaurantes, com projecto do Arq. Manuel Aires Mateus e aprovado em tempo oportuno por V. Exa., passou a apresentar uma linha de mansardas em toda a extensão de uma das fachadas, estar agora pintado de um “cinzento-choque”, vendo desaparecer, inclusivamente, o seu pináculo em ferro rematado por esfera-armilar - intervenções que a nosso ver desqualificaram desnecessariamente o edifício por fora; como ostenta desde há dias uma "pála" suplementar, de gosto duvidoso, que desvirtua ainda mais o edifício no que concerne ao seu núcleo principal.

Solicitamos a V. Exa. esclarecimentos sobre se este acrescento foi licenciado pela CML e, caso não tenha sido autorizado e, portanto, se revele espúrio, o que irá fazer a CML para o retirar do imóvel em apreço.

Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel Atanázio Carvalho, Jorge Pinto, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, Nuno Caiado, José Amador, Fátima Castanheira, Pedro Henrique Aparício

Pála agora construída


Imagens reais do projecto construído


Imagens virtuais antes do projecto construído


Foto (estúdios Novais, FCG) e Maquete do projecto original (Arq. Adelino Nunes)

26/01/2016

Ex-edifício dos CTT


Chegado por e-mail:

«Boa tarde,

A CML continua a espantar-me. Como é que isto é possível? Será que não existe um plano de promenor? O antigo edifício dos CTT, pintado de cinzento e com a cobertura modificada, tem agora no seu topo estas belíssimas máquinas de ar-condicionado da LG. Vivemos numa república das bananas.

Cumprimentos

Samuel Rodrigues»

20/09/2014

Património de Lisboa: «para reconstrução total ou demolição» [sic!]

«Prédio para reconstrução/ampliação com projecto aprovado para 9 estacionamentos [sic] + 9 apartamentos - 2 T3 duplex - 1 T3 simples - 4 T2 - 2 T1- Pode permutar no todo ou em parte
 

«Prédio apalaçado com 1750m2 com área descoberta de 540m2, em fase de (re)construção [sic] avançada [demolido]. Obra a 50% - estrutura e cobertura concluídas, com projeto assinado pelo gabinete de arquitetura Aires Mateus e aprovado pela CML. Com 4 frações: T5 Duplex 320m2 (3 estacionamentos) + T4 Duplex 280m2 (3 estacionamentos) + T3+3 - 340m2 (4 estacionamentos) + T3+3 330m2 com jardim 470m2 (3 estacionamentos). Possibilidade de alteração ao projeto.»


 
«Prédio para venda em Lisboa, ao Chile para demolir; 4 fogos 1 T1 + 2 T2 + 1 T4 duplex. Com licença a pagamento de ocupação, demolição e construção no valor de 33.000 €. Área acima do solo: 750 m2. [...]»
«Prédio construído em 1937 para reconstrução total ou demolição [sic], totalmente devoluto. Composto por cave com 1 fogo de 8 divisões, R/C com 2 fogos de 3 divisões e pátio com outro fogo de 5 divisões.» 
FOTO: Rua Rosa Araújo, 49 com projecto do Arq. Nicola Bigaglia (demolição integral dos interiores, projecto de "luxo" do Atelier Aires Mateus).
 

 

22/09/2013

Recordar é viver


Apesar de nunca ter sido colocado o "Aviso" na fachada do nº 49 da Rua Rosa Araújo, como a lei obriga(va), deu entrada a 9 de Abril de 2007 um "pedido de ampliação" na CML que foi despachado por despacho e que virou demolição integral dos interiores. Reabilitação não é isto, não senhor. Assim se trata/ou o património edificado por Bigaglia em 1908.

21/12/2010

Polémico edifício do Largo do Rato vai novamente a votação

In Diário de Notícias (21/12/2010)
por INÊS BANHA

«O projecto do polémico edifício para o Largo do Rato, em Lisboa, vai a votação amanhã, pela terceira vez, na reunião da Câmara Municipal de Lisboa (CML). A aprovação poderá levar o promotor imobiliário da obra a desistir da acção judicial que interpusera após a autarquia ter chumbado o pedido de licenciamento do imóvel.

O edifício é da autoria dos arquitectos Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus e tem provocado muita polémica, desde que foi aprovado, em 2005, pela CML. Na altura, o projecto foi aprovado sem ser discutido em reunião de câmara, já que a então vereadora do Urbanismo, Eduarda Napoleão, tinha uma prerrogativa que o permitia.

No entanto, a 30 de Julho de 2008, o pedido de licenciamento da obra, localizado no gaveto formado pela Rua do Salitre, a Rua de Alexandre Herculano e o Largo do Rato, foi chumbado pela CML, com onze votos contra e seis a favor. Na base da decisão terá estado o impacto visual do imóvel, bem como a exigência de um plano de pormenor para a zona em questão.

O chumbo voltou a acontecer em Novembro do mesmo ano, levando a promotora imobiliária do projecto, a Aldiniz, a interpor uma acção judicial contra os onze vereadores que votaram contra, exigindo uma indemnização de aproximadamente 18 milhões de euros. Em causa estariam direitos adquiridos que não poderiam ser revogados.

Agora, com o regresso do processo à estaca zero, o requerente da acção judicial admite desistir da mesma em tribunal, caso a proposta seja aprovada pelo executivo camarário. Esta terceira votação deve-se ao facto de, nas vezes anteriores, a decisão tomada em reunião de câmara não ter sido comunicada ao requerente do processo, sendo, por isso, anulada.

O projecto que amanhã vai ser votado contempla algumas modificações relativamente à proposta anterior, nomeadamente a redução do número de caves e de lugares de estacionamento previstos e da cércea do edifício em cerca de meio metro. Também as fachadas foram redesenhadas, embora mantenham os materiais inicialmente propostos (lioz e vidro).

Foram igualmente alteradas as cotas de pisos e pés-direitos e apresentadas novas soluções relativas à promoção da acessibilidade e outras relacionadas com as tipologias e número de fogos.»

...

Ei-lo, ao Mono do Rato em todo o seu esplendor, espelho de uma cidade em autofagia permanente, mas que apesar disso continua deprimente. A ver vamos o que este caso ainda irá dar. A mim, pessoalmente, tudo isto me mete nojo.