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domingo, 18 de abril de 2010

Um vereador com duas caras

"If you're gonna be two-faced at least make one of them pretty."
 Marilyn Monroe


Uma das maiores especialistas em sedução de todos os tempos disse qualquer coisa como: "se decidires ter duas caras, ao menos que uma seja bonita". Sá Fernandes levou o conselho a peito e quando lhe deram (porquê a ele?) o cargo de vereador dos espaços verdes de Lisboa, mostrou a sua cara bonita: Cara de Zé que pretende esverdear (palavra dele) uma Lisboa que até aí era cinzenta e feia, seduzindo todos os que há muito se preocupavam com os espaços verdes da cidade em troca, claro está, de apoio. O Zé cara linda, construiu ciclovias, corredores verdes, pintou bancos de jardim, remodelou sistemas de rega, iluminou o que estava na sombra, substituiu árvores velhas por árvores novas, limpou as infestantes de Monsanto (juntamente com muitos pinheiros, vá), celebrou protocolos, prometeu biodiversidade... 

A segunda cara, não é tão bonita (eu diria mesmo que é um bocadinho assustadora) e dela não se sabe o que esperar. É a cara de político que quer apresentar obra feita custe o que custar, mais do que esverdear Lisboa pretende, presunçosamente, requalificá-la (a sua palavra de ordem) e para atingir os seus "nobres" fins tudo se justifica: Abater árvores que cresceram mal (nas suas palavras) sem aviso prévio e mentindo a todos aqueles que sabem que as árvores não crescem mal, transformar jardins históricos em estaleiros de obras sem nenhum respeito pelas normas e regra que regulam as obras nos jardins históricos, desrespeitar leis, desbaratar recursos, considerar a hipótese delirante de construir casas em cima de árvores classificadas... Este vereador mal-encarado  rodeou-se de profissionais malcriados e incompetentes que não respeitam as opiniões de quem não concorda com eles e que, pior de tudo, têm uma concepção totalmente distorcida do que é e para que serve um espaço verde ou um jardim (na maior parte das vezes são coisas diferentes).




sexta-feira, 9 de maio de 2008

Verdinho


Exmos. Srs. Arquitectos, Engenheiros e afins; perdoem-me o desabafo e corrijam-me se estou errada, mas este tipo de registo (bonito, mas tonto) não me convence. As árvores precisam de espaço para desenvolver raízes condignamente; e sem nenhuma espécie de rigor cientifico, arrisco-me a afirmar que esse espaço deve ser no mínimo equivalente ao que elas ocupam à superfície. Se querem, sombras, e oxigénio plantem árvores, se querem parques de estacionamento, então plantem outra coisa qualquer e não me lixem!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Fiel jardineiro II


Um Jardineiro - dos que já há poucos - não despreza, nem mesmo, as flores que caem no chão, como desprezam os funcionários dos espaços verdes.

domingo, 28 de outubro de 2007

O Fiel jardineiro

Obstáculos

É intensa, fiel, sincera, e eterna a relação de um jardineiro com o seu jardim. Não tenho dúvidas de que sem esta relação de amor - cada vez mais rara - acabam os jardins e os jardineiros. Restam-nos os espaços verdes.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

verde vivo


Escolher uma cor para definir Lisboa e os lisboetas, exclui logo à partida o verde, esta não é nem para o poeta mais optimista a cor de Lisboa, pode-se admirar o azul do Tejo e dos azulejos, achar monótonas as casas de várias cores, até já lhe chamaram a cidade branca..... Mas verde, não.

No entanto nunca uma Câmara de Lisboa se preocupou tanto com o verde como esta recentemente eleita, fala-se até na preocupação em “esverdear Lisboa” e na importância de “pensar verde”. Está finalmente escolhido o vereador para os espaços verdes, Sá Fernandes, Zé, como quer ser conhecido pelos lisboetas, foi incumbido de esverdear Lisboa e mais difícil ainda, os Lisboetas. Espero muito sinceramente que agarre a oportunidade com a força que ela exige e mais do que esverdear Lisboa, é urgente que os espaços da responsabilidade do Zé se tornem espaços de vida, que os Lisboetas se apercebam da importância de conhecer, tratar por tu e preservar os seus poucos monumentos vivos. A cor, afinal, é o que menos interessa.
A propósito, quem é que conhece as Árvores que a Maria Lua refere neste comentário?

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Parque Eduardo VII (continuação)




(...)Com sentido da realidade Keil, mantém as pré-existências morfológicas e desenvolve uma solução de conciliação, prolongando visualmente a Avenida e rematando-a no alto da cumeada com um imponente edifício de carácter cívico. Este espaço no topo da Alameda assumido como acrópole da cidade, sob a qual se estende um tapete verde que leva a vista até ao Tejo, recupera a ideia de miradouro monumental e de passeio público magestoso e repousante. Parque de vocação urbana e monumental com 30 hectares, Keil pensou-o como Parque Central de Lisboa apoiado e dinamizado pelo mais digno equipamento: o Palácio da Cidade, implantado na acrópole, justificação retórica de um sentido de grandeza civilizada.

Sobre o eixo aberto da avenida, desenha a Alameda Central relvada, ladeada por passeio em calçada à portuguesa, dividindo o parque em dois sectores de verde mais arborizado e denso. No lado ocidental redesenha o lago, reordena a Estufa Fria e projecta a entrada junto à margem. No sector oriental desenvolve uma sequência de estadias. O conjunto deveria ser rematado pelo Palácio da Cidade implantado no espaço de acrópole miradouro marcado pelas colunas monumentais. Pensado como sede de todos os serviços culturais da Câmara, com salas de exposições e auditórios, o Palácio da Cidade foi pretexto para a eterna luta dos espíritos mais tacanhos, retrógrados e reaccionários da cultura portuguesa.

A discussão sobre a arquitectura do Palácio da Cidade radicalizou o confronto entre os mentores do regime e os defensores de uma arquitectura despojada no seu rigor clássico que apontava para uma nova monumentalidade. Inspirados nos traçados urbanos de Washington que visitara, Keil elaborou diversos estudos com a preocupação de renovar o sentido de monumentalidade. Na verdade, o topo norte do Parque Eduardo VII transformou-se num local mítico entre o frustrado Palácio da Cidade, a colunata triunfal e a estátua que não passou do pedestal.

in: Ana Tostões - Monsanto, Parque Eduardo VII, Campo Grande, Keil do Amaral arquitecto dos Espaços verdes de Lisboa, Lisboa, salamandra, 1992.



Triste, inútil e abandonada.

Mesmo ao lado o selecto (e inapropriado para o local) clube VII (ver aqui)