sexta-feira, 27 de junho de 2014

Saudades roxas

Scabiosa atropurpurea

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Acelga

Beta vulgaris var. cicla
(L.K.Loco

domingo, 22 de junho de 2014

Ler

As pessoas não sabem porque conferem valor a uma obra de arte. Longe de conhecer a verdade, julgam encontrar dezenas de razões que justificam tanto interesse; mas a verdadeira razão da sua aceitação é inexplicável: é empatia.

Tomas Mann . "A morte em Veneza"

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mais um ataque que pode ser fatal para este jardim


O Príncipe Real já foi a nossa casa. Foi lá que a loja ganhou vida. Estive muito envolvido na luta contra a degradação do Jardim França Borges na Praça do Príncipe Real, mais conhecido como Jardim do Príncipe Real. Foi pela mão da CML de António Costa que este jardim sofreu um brutal ataque e desqualificação. Sobreviveu, diminuido, com árvores classificadas a degradarem-se de ano para ano. Mas conseguiu sobreviver, enfraquecido que está.

Parece que volta a ser pela mão da CML de António Costa, de forma quase secreta, à margem de tudo e todos para apresentar o facto consumado, que se tenta instalar um parque subterrâneo debaixo daquele jardim, à volta do reservatório da Patriarcal. Será um ponto de não retorno para o jardim. De um jardim especial, passará a uma área ajardinada banal.

Este é o tipo de decisão que pode mostrar que tipo de líder é António Costa. É António Costa um verdadeiro democrata ou é apenas mais um tecnocrata? Porque este projecto já foi chumbado no passado e foi muito contestado pelos moradores da zona. Agora é ressuscitado sem consultar nem informar a população, sem novos pareceres, numa política de terra queimada, ou seja de facto consumado, e contra todo o bom senso.

O acesso de carro ao Príncipe Real é um inferno não porque haja falta de lugares para estacionar mas porque há lugares para estacionar. Quanto mais lugares se criarem, mais pessoas levarão para lá o carro e mais congestionada ficará a zona. Como aconteceu com o parque do Largo de Camões. Querem que o Jardim do Príncipe Real se torne no Largo de Camões, com algumas árvores de arruamento à volta?

A democracia não se faz na secretaria. Essa é a democracia do António José Seguro. A democracia faz-se ouvindo as pessoas e consultando a sua opinião. Não é essa democracia que António Costa diz querer? Pois esta é uma das decisões onde terá que o provar. Como é que é, António Costa? Que tipo de líder é? Um democrata que ouve as populações e respeita os pareceres, ou um tecnocrata que usa e abusa de formalidades e legalidades para levar a sua avante contra o interesse público?


O texto é daqui e eu subscrevo-o palavra por palavra. A petição é esta, foi lançada por um grupo de amigos do Príncipe Real ao qual me orgulho de pertencer, deve ser lida por todos e assinada por quem nela se revê e por quem gosta de jardins.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

sábado, 14 de junho de 2014

Daniel Blaufuks

da série Hiato 2006
Da série Album 2008
Da série Next to nothinga hommage to paul bowles, 1991-2007

Muito mais do que um bom fotógrafo.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Hoje



Abutilon hybridum

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Na Horta

Solanum melongena

O tempo passa e isto confirma-se.

Ferramentas

Isto e o mundo lá fora... É tudo o que eu preciso para fazer este blogue que está prestes a completar 9 anos de existência.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Rosas e aquilégias

Decidiram florir ao mesmo tempo mas em direcções diferentes.

A leguminosa do momento (no meu jardim)

 Lotus pedunculatus 

Vamos então siderar
ervas dormentes.
Vamos plantar
leguminosas
que dão à terra morta vida às plantas

Vamos.
O coração não se perde.
Vamos dar fuga à alma
nos caules adjacentes.

Ruy Cinatti . "corpo - alma"



terça-feira, 10 de junho de 2014


A beleza, como a dor, faz sofrer.

Thomas Mann

domingo, 8 de junho de 2014

A florir em Lisboa



E por causa delas hoje aprendi uma palavra nova

balaústia

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Coisas verdadeiramente importantes

As primeiras 15 framboesas do ano.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Pouca coisa


terça-feira, 3 de junho de 2014

Laços de seiva

(Est. VI)
Mário de Azevedo Gomes com o Eucalyptus obliqua L'Hérit. 

fotografia de Salvador Almeida Fernandes




Se as árvores recebessem a atenção que merecem tinham, tal como as pessoas, um bilhete de identidade e assim podíamos saber quando é que tinham nascido, quem é que as plantou, por onde anda a sua descendência, os acontecimentos importantes em que participaram... e por aí adiante. Sem esse tipo de registo só excepcionalmente conhecemos com rigor a vida de uma árvore. Este eucalipto que viveu 141 gloriosos anos no Parque da Pena é uma dessas excepções.

Foi ali plantado no dia do casamento de D. Fernando com a Condessa d'Edla e, 90 anos mais tarde, recebe toda a atenção de um dos nossos mais ilustres silvicultores que, descrevendo apaixonadamente esta árvore admirável, a imortaliza e ao mesmo tempo aproveita para homenagear aquela que foi uma das grandes responsáveis (até hoje) pelas árvores de Sintra, a sua avó Elisa Hensler, mais conhecida por Condessa d'Edla. O texto é o que se segue e, mais do que um bilhete de identidade, é uma carta de amor de um Engenheiro Silvicultor.


Exemplar N.° 6 (Est. VI): É um Eucalyptus obliqua L'Hérit. Trata-se dum dos três grandes fustes do Parque. Merece tanto mais a nossa admiração quanto é certo que a idade, neste caso conhecida com precisão, não o coloca entre as árvores mais antigas. Foi, de facto, plantado o exemplar na Feteira da Condessa, junto da linha de água principal, em 1 de Junho de de 1 8 6 9 (*), no dia do casamento de D. Fernando com a Condessa d'Edla e para assinalar o acontecimento. Quem conheça e saiba apreciar com justiça o que representou para o desenvolvimento do Parque da Pena, seu acabamento e conservação parcial ulterior, a presença desta Senhora, em vida do monarca e durante a viuvez até cerca de 1900, reconhecerá — como eu reconheço — que o testemunho daquela magnífica árvore, a maior do Parque, se ajusta com rara propriedade à sua função comemorativa. Estamos em presença dum tronco rotundo e maciço que vai até aos 7-8 metros com elevado diâmetro. Só esta porção do tronco cubará não menos que 12 m3 . Tem D. A. P. — 2 m, e uma altura total de 42 m ; pernadas e braças distribuem-se com bastante irregularidade, mas pode admitir-se um diâmetro médio de 25 m para projecção da copa. A árvore continua com regular vegetação e frutifica sempre, embora não muito abundantemente. Alguns núcleos desta espécie, com plantas de 30/35 anos, foram plantados e admito que a semente seja oriunda do exemplar estudado. É preciso dizer-se que foi afectado nas últimas ramas pelo ciclone que derrubou, aqui perto, alguns grandes exemplares de E. globulus.

( * ) Idade próxima dos 90 anos quando Azevedo Gomes escreve este texto.

por
MÁRIO DAZEVEDO GOMES

(A partir da pag 231 do pdf)


E num dia incerto do Inverno de 2010, poucos meses antes de completar 141 anos...
Obituário

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Uma boa razão para tratar do jardim


Depois de uma tarde a tratar do jardim
a nossa vida
importa menos

José Tolentino Mendonça . " A papoila e o monge"

Homens com flores (14)


Ewan McGregor . "Big Fish"  

Coníferas em Monserrate

 Pseudotsuga (?)

Fiquei a admirá-la de longe, aquela placa não estava fácil de decifrar, pseu?!... - grita a mensageira lá de cima - Pseudotsuga, concluo sem grandes certezas. Os pinheiros do Oregon trazidos da América-do-norte pela Condessa d'Edla,  caracterizam-se pela verticalidade e simetria, esta... nem por isso, enfim, Monserrate tem mistérios maravilhosos.

domingo, 1 de junho de 2014

Uma australiana feliz em Monserrate



Agathis robusta

Foi provavelmente este o Pinheiro de Damara que em 1891 impressionou* um jornalista francês que visitou o parque de Monserrate. Passados mais de 120 anos, com cerca de 50 metros de altura e um diâmetro de 6 metros, continua a ser uma árvore a venerar.


"Il faux bien citer un Damara Brownii de la Nouvelle-Hollande qui a 15 à 18 mètres"