Mais uma vez

Sousas, Campinas, SP

Viajar no Brasil é sempre descobrir coisas novas, e temos de nos conformar com o facto de que no Brasil a ninguém é possível ver tudo. Ser razoável é saber resignar-se no momento oportuno, e por isso tive de dizer a mim mesmo: Por esta vez basta!

Stefan Zweig . "Brasil país do futuro"

Procurando o meu Verão invencível

Au milieu de l'hiver, j'apprenais enfin qu'il y avait en moi un été invincible.

Albert Camus

Ainda as Zelkovas

Zelkova Carpinifolia

Global action plan for Zelkova species

Ulmeiros do Cáucaso num Domingo de manhã

 Zelkova carpinifolia

É uma coisa espantosa quando a simples presença de 15 árvores num jardim de Lisboa nos consegue levar numa viagem inusitada até às florestas do Cáucaso onde, na realidade, nunca estivemos. Foi exactamente isto que me aconteceu hoje quando fui visitar as Zelkova carpinifolia (sin. Zelkova crenata*) classificadas (e muito bem) de interesse público na Quinta das Conchas. O frio e o Outono ajudaram.

Esta árvore, da família dos quase desaparecidos Ulmeiros, foi introduzida nos jardins e parques Europeus pela mão do Botânico responsável pelos jardins (Trianon) de Maria Antonieta em Versailles (André Michaux). Por cá é bastante rara e não me perguntem porquê...

*No processo de classificação as árvores constam como Zelcova serrata. Desconfio que essa identificação não é correcta, mas posso estar enganada.

No Prado

(...)

Não há animal mais camuflado do que a lebre.
Uma lebre só se veste de prado,
na distância que a separa de ti.

(...)

Ingmar Heytze (1970) . do poema"Lebres"

Para acabar com as confusões

Nenhuma árvore precisa de ser podada, os homens é que precisam de podar algumas árvores.

Não me lixem as Ginkgos!

Ginkgo biloba (Jardim das Amoreiras . Lisboa)

Ainda sobre as árvores de Lisboa, nada me custa mais do que ver as podas que são feitas às poucas Ginkgo biloba dos jardins da cidade. Estas árvores têm características de crescimento absolutamente únicas e é como tal que devem ser cuidadas. Os responsáveis pelas árvores de Lisboa mostram ter um profundo desconhecimento e desinteresse por esta espécie e o mais grave é que esta ignorância vai ter consequências graves nas Ginkgos que estamos a legar às gerações futuras. 

E aqui uma árvore bem tratada desde 1750.

Pensar as árvores

Muito há a considerar sobre o estado das árvores de Lisboa. Um erro comum é delegar todas as responsabilidades e obrigações para os "técnicos", há uma ideia generalizada de que não se deve opinar sobre os procedimentos e deliberações das entidades responsáveis porque só eles têm conhecimentos técnicos. Não concordo! As árvores são da responsabilidade e do interesse de todos e a sua gestão deve resultar de uma reflexão pública. A organização das árvores nas cidades deve ser pensada pelos cidadãos, e os técnicos devem estar disponíveis para resolver eventuais problemas técnicos daí resultantes.

Pensem as árvores!

Um lugar

(de fadas)

O Outono é uma festa

As Faias não sabem ser discretas

Só isto

Morris advice

Uma boa ideia

Embora eu desconfie muito da seriedade e da eficácia das medidas "verdes" apregoadas pelos políticos, esta é bonita:
Grenoble vai substituir os anúncios de rua por árvores

Os Lódãos

Celtis australis

Watkins & Adams

Carleton E. Watkins . 1829–1916

Robert Adams (1937) .  da série  “Turning Back” (1999-2003)

Um amor em comum: As árvores.

Um livro

Inventário Ilustrado das Árvores . Virginie Aladjidi, Emmanuelle Tchoukriel

A espantosa realidade das coisas

Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

Alberto Caeiro

Instagramando

A photo posted by Rosa (@rosacasimiro) on Jun 6, 2014 at 9:29am PDT

A photo posted by Rosa (@rosacasimiro) on Nov 11, 2014 at 4:49am PST

Uma questão de escala

The beguiling beauty of a single flower

Paphiopedilum

Until we can comprehend the beguiling beauty of a single flower, we are woefully unable to grasp the meaning and potential of life itself.

Virginia Woolf

Outono e chuva e tudo

A photo posted by Rosa (@rosacasimiro) on Nov 11, 2014 at 4:37am PST

Um lugar

A photo posted by Rosa (@rosacasimiro) on May 5, 2014 at 6:54am PDT

A luz que vem das estrelas,
Diz - pertence-lhes a elas?
O aroma que vem da flor,
É seu? Dize, meu amor.

Fernando Pessoa

Coisas

Serpente dourada

 Phlebodium aureum

If you would make acquaintance with the ferns you must forget your botany.

Henry David Thoreau

Perfume de Camélia

Camellia sasanqua

Àqueles que cheios de certezas garantem que as camélias não têm cheiro apresento a perfumada Camellia sasanqua para que saibam que nisto das flores, como nos amores, não pode haver certezas absolutas. Na verdade as Sazanka (nome japonês para estas flores já que as Camellia japonica são designadas por Tsubaki) são uma outra espécie do género Camellia e como tal cheias de características únicas. Uma delas é a época de floração, as Sazankas começam a florir em Setembro alguns meses antes da Camellia japonica,  estas são já as últimas flores de uma Camellia sasanqua que eu encontrei hoje na Estufa fria de Lisboa.

O Outono preso por um fio

Primula obconica

Às vezes entra-se em casa com o outono

preso por um fio,

dorme-se então melhor,

mesmo o silêncio acaba por se calar.

Eugénio de andrade - «Branco no Branco», Limiar, Porto, 1984

(Morrer é uma coisa indestrutível)

Manoel de Barros (1916  .  2014)

Um Aloé que é uma árvore

Aloe bainesii

Como já é habitual, deixei-me levar pela encantadora futilidade da floração em tons pastel deste Aloé e nem registei como deve ser a característica mais interessante desta espécie, o seu porte arbóreo. Na África do Sul, onde é nativo, chega a atingir 18 metros de altura e um tronco principal com mais de 1 metro de diâmetro. Aqui em Lisboa no Jardim Botânico Tropical não é tão grande mas é sem dúvida o maior Aloé que eu conheço. 

E está a florir...

Das belas coisas claras e simples e de uma Ginkgo muito especial

Não gosto de lágrimas, de fados nem de guitarras, gosto das belas coisas claras e simples, das grandes ternuras perfeitas, das doces compreensões silenciosas, gosto de tudo, enfim, onde encontro um pouco de Beleza e de Verdade.

Florbela Espanca . em "Correspondência (1930)"