Um fim de semana em cheio. Neste caminho para a Páscoa, vejo-me, em amplitude máxima, em plenitude, a desempenhar o meu ministério diaconal, concretamente no anúncio da Palavra de Deus.
Hoje, dia de S. José, com os cristãos da Borralha, numa festa da catequese para todos os pais. É bom confrontar a vida, com a do pai adoptivo de Jesus, o homem justo e obediente, que faz da vontade de Deus a sua vontade. Deixo a seguir as minhas ideias partilhadas, numa celebração de acção de graças.
Em Águeda começa a celebração do Senhor dos Passos, e neste primeiro dia, os nossos olhos voltam-se mais especialmente para a Mãe, a Senhora da Dores, Mãe da Solidariedade e do Bom Conselho. Partilharei depois aqui as minhas ideias apresentadas.
Amanhã, em duas celebrações, encontro-me com os cristãos, em celebrações da Palavra. Uma em A-dos-Ferreiros, outra no Gravanço. Com eles, poderei contemplar o Deus do perdão. "Ninguém te condenou? Nem eu te condeno".
Domingo volto a anunciar a Palavra de Deus, no Sermão do Encontro, e no Sermão do Calvário. Com isto vou abrindo-me à luz da Ressurreição, pela qual devemos ler todos estes passos de Cristo.
Por agora rezo e agradeço ao Senhor por tudo isto. Porque tudo isto faz parte da minha vida, do meu caminho, do meu ministério. E eu agradeço. E peço que rezem por mim, para que seja bom e fiel transmissor e anunciador da Palavra de Deus, que é Jesus Cristo.
_____________________________
1. Celebramos a festa litúrgica de S. José, dia dedicado com plenitude de sentido, ao Pai. Aos nossos e aos de todos.
Humanamente falando, hoje temos uma belíssima oportunidade de agradecermos os pais que temos. Pelo que eles foram para nós, pelo que serão no futuro, mas, particularmente, pelo que eles são no presente, neste tempo que nos é dado viver.
Todos nós somos filhos, todos devemos a nossos pais uma gratidão incomensurável.
2. Teologicamente falando, este dia surge como oportunidade para olharmos S. José, pai terreno de Jesus, como modelo e exemplo da paternidade, mas também como exemplo de fé e de confiança nas promessas e nas palavras de Deus.
Olhamo-lo como personagem singular da história da salvação. Ele foi escolhido para ser o pai adoptivo de Jesus.
3. O Evangelho de Mateus faz-nos olhar S. José pelo prisma da fidelidade e do consentimento ou assentimento à vontade de Deus.
O evangelista fala depois do nascimento de Jesus. Conta em modo directo esse nascimento, dando relevo à figura de José.
Face ao mistério da incarnação – no qual Maria concebe Cristo pela virtude e pela força do Espírito Santo – José, esposo de Maria, não querendo difamá-la resolveu repudiá-la em segredo. Não é de estranhar, humanamente falando, esta reacção de José, que, apesar de ser um bom e justo judeu, não compreende ainda os desígnios de Deus neste nascimento milagroso.
Mas nessa altura, a epifania, a revelação de Deus, por meio do Anjo, vem colocar as coisas em ordem. “Não temas receber Maria pois o que nele se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus”. Deus diz a José como vão ser as coisas. E o texto termina: “José fez como o Anjo do Senhor lhe ordenara”.
4. Aqui está o ensinamento que podemos retirar deste grande santo da Igreja. José faz da vontade de Deus a sua própria vontade. Ele aceita o plano. Não porque não tem outra saída, mas porque confia, porque sabe que Deus tem um plano de salvação para a humanidade.
José faz-se deste modo instrumento de Deus na execução do plano salvador, não só porque aceita a vontade de Deus, mas porque a sua vida, daí em diante, estará em estreita relação com o Filho e com a Mãe.
José soube ser verdadeiramente Pai, ainda que adoptivo, ou seja, não biológico. Foi José, com Maria, que educou, que esteve perto, sempre presente, sempre ao lado de Jesus. E quando não esteve ou deixou de estar, particularmente depois da morte de José, encontrou a melhor forma e sinal de estar perto do Filho e de Maria.
5. Não me quero alongar mais. E porque hoje é dia de agradecermos os pais que temos permitam-me terminar com uma história a este respeito: é a história do nó!
História do Nó
Era uma vez, uma família normal e natural. Um casal, ainda jovem, com um filho que estava no 2.º ano da escola.
No final do período, os pais foram convocados para uma reunião com a directora de turma. Nessa reunião a professora falou aos pais da importância destes dedicarem tempo e atenção aos seus filhos, ao seu crescimento e às actividades em que eles estão envolvidos.
A certo momento, o pai da nossa história pediu a palavra e disse que, infelizmente, por causa da ocupação profissional, tinha pouco tempo para estar com o seu filho, e às vezes, passava dias sem falar com ele.
Mas, contou também a forma que encontrou para manifestar e mostrar ao filho quanto o amava e gostava dele. Disse o pai: “todas as noites, quando chego a casa, mesmo já cansado do trabalho, vou junto da cama do meu filho, que já dorme, e dou-lhe um beijo. Ao mesmo tempo, faço um nó no lençol. Este foi o sinal que combinamos para que ele, ao acordar, se lembre que estive junto dele e que lhe dei um beijo de boa noite”.
Na sala, todos ouviram emocionados a história.
No final da reunião, a professora, em conversa com esse pai, agradeceu o testemunho e ficou extremamente admirada ao ver que esse senhor era pai de um dos seus melhores alunos.
Moralidade: A relação de pai e filho é fundamental para um crescimento saudável e harmónico. O amor, o carinho, a presença, a proximidade do pai são fundamentais no processo de crescimento, mas neste, também os sinais e as provas de amor e afecto têm um lugar fundamental.
(ideias partilhadas na celebração do dia litúrgico de S. José)
JAC