Igreja ainda não despertou
para a importância da Bíblia
O frei Herculano Alves, à margem do encontro que decorreu no Sameiro, disse ao Diário do Minho que a Igreja ainda não despertou nem acordou para a importância e para a centralidade da Bíblia. Referindo que iniciativas como a promulgação de um Ano Paulino ou de um Sínodo dos Bispos sobre a importância da Palavra de Deus são positivas, mas, muitas vez, não são devidamente destacadas e assumidas pela generalidade das paróquias e dos párocos.
O frade capuchinho entende que, ao nível de Igreja portuguesa, «há pouca atenção à dinamização bíblica». Aliás, esta desatenção é perceptível no facto de o Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica não figurar sequer na lista dos movimentos, departamentos e organismos oficiais da Igreja Portuguesa.
«Infelizmente este movimento não é assumido a nível nacional pela Conferência Episcopal Portuguesa e, por isso, não tem o apoio da Igreja oficial, nem dos bispos nem dos párocos», lamentou frei Herculano Alves.
O Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica «é uma iniciativa dos Capuchinhos que os bispos dizem apoiar, mas sem apoio directo, e nem sequer consta na lista dos movimentos da Igreja portuguesa», apontou o biblista.
Sendo o único movimento de dinamização bíblica existente a nível nacional, o secretariado da responsabilidade dos Capuchinhos não fecha as portas à possibilidade poder vir a acolher algum convite que possa surgir da Conferência Episcopal para assumir a dinamização da pastoral bíblica a nível oficial e em todo o território nacional. «Claro que esse convite não foi feito, mas se fosse, teríamos de ver quais seriam os objectivos estipulados para cumprir», finalizou.
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12 de maio de 2009
Grupos bíblicos do Norte peregrinaram ao Sameiro
Jornada de formação e convívio centrada em S. Paulo
Mais de duas centenas de pessoas ligadas a diversos grupos bíblicos da região Norte estiveram ontem no Sameiro, em Braga, num encontro de formação e convívio promovido pelo Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica. Com o tema “S. Paulo, Apóstolo da Palavra”, o dia teve uma pequena peregrinação na escadaria da basílica, uma Eucaristia, variadas encenações bíblicas e ainda oração do terço, na cripta, contando ainda com a presença dos frades capuchinhos António Martins, Luís Gonçalves, Manuel Arantes e Herculano Alves.
O encontro, que ocorreu pelo segundo ano consecutivo no Sameiro, teve como finalidade promover a interacção das pessoas dos grupos bíblicos do Norte, assim como «homenagear e olhar mais profundamente a figura de S. Paulo, o Apóstolo da Palavra», disse frei Luís Gonçalves. Assim, o santuário bracarense recebeu cristãos provenientes de grupos bíblicos da Arquidiocese de Braga e, ainda, das dioceses de Viana do Castelo, Porto, Aveiro e Coimbra.
Este encontro é uma proposta que os Capuchinhos fazem nas diversas semanas e cursos bíblicos que orientam em território nacional. Começou com uma peregrinação desde a estátua do Papa João Paulo II até à cripta do santuário. Neste percurso, segundo o frade da comunidade de Barcelos, foram lidos textos de S. Paulo acompanhados de reflexões. A caminhada contou ainda com uma largada de balões, que continham pequenas frases retiradas das 13 cartas paulinas incluídas no cânone bíblico.
A Eucaristia, ao final da manhã, foi presidida pelo padre Provincial e, nela, foi realçada e valorizada a liturgia da Palavra, com a realização de uma apresentação de dons, antes das leituras, para destacar que a Palavra de Deus é «pão», «livro», «semente», «espírito e vida da Igreja» e «água que sacia as sedes humanas».
Na homilia, o padre António Martins afirmou que «a salvação não está na política ou nas ciências, mas na fé em Cristo ressuscitado». Segundo o Provincial capuchinho «ser seguidor de Cristo implica desinstalar-se para dar respostas aos mundo moderno».
Relevante na celebração foi ainda o facto de o responsável pelo Secretariado Nacional de Dinamização Bíblica ter apelado à generosidade e à partilha dos presentes para que ajudassem um grupo de jovens de Barcelos, que desenvolve acções missionárias em Timor. «Este peditório, apesar da crise que vivemos, ajudará a ultrapassar uma crise maior que vive a população timorense», disse o padre Manuel Arantes.
Dentro da dinâmica paulina da jornada, no ofertório, foram levados ao altar os símbolos que compõem o logótipo do Ano Paulino, concretamente as datas, a cruz, a chama, a Bíblia, a espada e as algemas,
Já da parte de tarde, o grupo bíblico “Nova Luz”, de Arcozelo (Barcelos) apresentou uma dramatização sobre a prisão de Paulo e Silas. Bento Vale, responsável pelo grupo, disse ao Diário do Minho que, em primeiro lugar o grupo existe para ler e meditar a Palavra de Deus e anexo a isso, surgem pontualmente, alguns trabalhos e representações externas, como foi o caso de ontem.
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