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23 de janeiro de 2015

Um novo dia amanheceu [Tu és mais forte]

Talvez muitos não compreendam a razão pela qual um jovem, desde tenra idade, entra para o seminário. Talvez não compreendam também a razão pela qual gastar energias a servir, a escutar e a cuidar de um povo quando tantos outros projectos de vida são igualmente fascinantes. A razão é apenas uma. Opta-se pelo melhor. E o melhor, para um coração sacerdotal, é Cristo. É essa liberdade de coração, esse prazer genuíno de estar com o Mestre, que irradia para os demais e mostra a alegria de viver a fé ardentemente sem ambiguidade.
Mas, caríssimos irmãos, Deus chama a toda a hora. Sei que esta hora nos parece demasiado cedo para o último chamamento. Mas permitam-me que termine de citar a homilia de Epifânio de Salamina. «Levanta-te, tu que dormes [...]. Levanta-te dentre os mortos, eu sou a Vida dos mortos». Com esperança cristã, acreditamos que o Pe. Miguel se encontrou com a Vida e, por isso, intercede agora por nós, como tantas vezes o fez nas eucaristias desta comunidade.
Que este momento de comunhão fraterna em Cristo fortaleça a nossa unidade, uma vez que estamos a celebrar a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Fazemo-lo com a frase bíblica «Dá-me de beber!». Por diversas vezes, os evangelhos falam da sede, da água e do acolhimento das necessidades. Neste encontro particular entre Cristo e a Samaritana, sobressai o movimento de Cristo que vai ao encontro e pede que lhe dêem de beber. Hoje o mundo necessita da nossa unidade. Unidade com Cristo e, por Ele, com toda a comunidade sacerdotal e eclesial. Só unidos seremos água viva que responde à sede de um mundo que pretende viver sem Seus. São tantos os problemas e as expectativas. Ninguém sozinho consegue ser resposta adequada.
A vida do Pe. José Miguel foi breve, é certo, mas tudo foi cumprido. Deu-se até ao fim, amou até ao fim. Tudo está consumado e agora vive ressuscitado. Que isso nos inspire, nos conforte e nos una na mesma fé e nos diga que, por Deus, a alegria do Evangelho deve chegar a todos.
António Correia de Oliveira, um poeta do século XX que se fixou em Esposende, escreveu certa vez: «É certo! Um novo dia amanheceu // Mas, para o amanhecer, quanta negrura! // quanto inferno de sombra e de amargura! // E quanto purgatório, antes do céu!».
Pe. Miguel, cedo para ti o dia amanheceu, quanta negrura antes do céu. Mas agora que vives entre os esplendores da luz perpétua, onde desaparecem as sombras da amargura, toma conta de nós e continua a amar-nos com o teu coração sacerdotal e faz com que em todos os sacerdotes e cristãos da Arquidiocese se intensifique o gesto de estar com Jesus para, depois, alegre e corresponsavelmente, o darmos a quem tem sede d’Ele, ainda que não o diga. Intercede por nós junto de Deus para que a Igreja Arquidiocesana, através de uma fé vivida, por sacerdotes e leigos, seja verdadeira fonte onde todos se saciam e saboreiam o amor de Deus. Aqui e agora queremos ser uma coisa contigo. Devolve-nos a graça de uma Igreja unida na mesma fé e que o amor entre nós vença todas as dificuldades, inclusive a dor que a tua morte, inesperada e incompreensível, gerou. 

D. Jorge Ortiga, na homilia exequial

http://www.diocese-braga.pt/media/contents/contents_Rm0qTw/2015.01.23_jose_miguel_funeral.pdf

30 de setembro de 2009

Cinema para padres de Braga ainda não tem lista definida


Enzo Bianchi e Rui Alberto foram os oradores convidados para a primeira sessão


O ciclo de cinema sobre a figura do presbítero, que a Arquidiocese de Braga promove durante este Ano Sacerdotal no âmbito da formação permanente do Clero, ainda não tem uma lista de filmes definida e encerrada. A informação foi avançada ao Diário do Minho pelo padre Arlindo Cunha, sacerdote da Diocese do Porto e que coordena este projecto, a pedido da Equipa de Formação Permanente do Clero.
O responsável pela iniciativa garantiu ontem, desmentindo alguma informação veiculada na comunicação social, que a listagem de filmes «ainda não está definida». Confirmando que fez à Equipa de Formação Permanente do Clero uma sugestão de «alguns filmes», disse, contudo, que estão confirmados apenas dois, o que passou ontem e o próximo filme a projectar brevemente. «Nem sequer o terceiro filme está escolhido», atirou, desmentido que estejam escolhidos os filmes a projectar.
Arlindo Cunha explicou, antes da projecção do primeiro filme, que o objectivo passa por analisar diferentes tipos de padres que foram sendo retratados no cinema. O sacerdote que é também professor no Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo começou por elucidar os sacerdotes e seminaristas presentes em relação à evolução de pensamento da Igreja sobre a sétima arte. «Condenado inicialmente até por meio de uma encíclica, hoje o cinema é uma das maravilhas queridas de Deus», sustentou.
Por seu lado, o cónego Vítor Novais, Reitor do Seminário Conciliar de Braga e membro da Equipa responsável pela Formação Permanente do Clero, garantiu que a iniciativa terá a exibição de nove filmes, divididos em três séries. Mas, «a listagem não está definida, apenas sugerida» garantiu o capitular, destacando que se trata de uma «iniciativa de carácter formativo apenas aberta ao Clero da Arquidiocese».

Enzo Bianchi
apresentou livro
A recolecção do Clero da Arquidiocese de Braga que decorreu ontem no Auditório Vita teve direito à presença de Enzo Bianchi, ao final da manhã, para apresentar o seu mais recente livro, intitulado “Para uma ética partilhada”.
A obra do Prior da Comunidade Monástica de Bose (Itália), que está dividida em quatro capítulos mais introdução e conclusão, foi apresentada ontem em Braga, pelo próprio autor, ouvido e aplaudido por cerca de duas centenas de pessoas.
Numa comunicação em italiano, com tradução simultânea, Enzo Bianchi apresentou os principais temas que desenvolve no seu mais recente livro, onde se destacam reflexões sobre a relação entre religião e política.
Para o Prior de Bose, autor de vários livros, alguns dos quais best-sellers em Itália, «os cristãos têm um papel fundamental na política» e «na vida social» que não podem nunca descurar.
Em relação à «guerra de civilizações» e aos «choques culturais», o leigo italiano, de 66 anos, defendeu que é fundamental «a Igreja colocar-se em atitude de abertura» e de «caminho conjunto».
No livro traduzido para português e publicado pela Editora Pedra Angular, Bianchi fala de temas como a laicidade, a presença da Igreja no espaço público e globalização, entre outros, para além do tema que dá título ao livro: a ética.


Padre Rui Alberto falou sobre desafios do presbítero
«Cristo é a fisionomia do padre»


O padre Rui Alberto foi convidado para orientar a primeira intervenção da recolecção do Clero da Arquidiocese de Braga que contou com a presença de várias dezenas de sacerdotes e ainda do novo Bispo Auxiliar de Braga, D. Manuel Linda, que presidiu à oração de Laudes com a qual arrancou a jornada formativa.
O orador convidado falou sobre “Desafios e discernimento. Ser padre”, à luz da “Pastores dabo vobis”, documento de João Paulo II sobre o ministério sacerdotal.
O salesiano começou por destacar a actualidade do texto, sem deixar de apontar «algumas questões que o tempo se encarregou de tornar obsoletas».
O objectivo da recolecção, assim como o do documento de João Paulo II, é, para o padre Rui Alberto, «repensar, ler desafios e discernir o ministério sacerdotal», ainda que, esse caminho deva ser feito «sem triunfalismos de vanglória» e «sem lamúrias».
O sacerdote, ordenado há 11 anos, defendeu que «ser padre hoje é igual a sê-lo como em todos os tempos», porque o «padre deve-o ser como Jesus», sempre «respondendo aos desafios concretos de cada tempo». «Cristo é a fisionomia do padre», sublinhou, destacando que «o presbítero está em relação com Cristo, mas com os pés assentes na terra».
Depois de traçar os desafios que o tempo actual, entre a modernidade e a pós-modernidade, trazem à vivência do ministério sacerdotal, Rui Alberto frisou que o discernimento deve ser acompanhado de um «conhecimento profundo» que seja «interpretado à luz da fé», tendo em conta as «complexidades», mas também a «criatividade do Espírito que faz novas todas as coisas».
Antes de terminar e depois de realizar com os presentes um pequeno exercício, o salesiano deixou o desafio de os sacerdotes saberem dialogar com a realidade social actual, aproveitando as oportunidades e transformando o negativo em positivo.
E esquematicamente deixou a seguinte mensagem: é preciso incrementar as forças, superar as fraquezas, aproveitar as oportunidades e transformar as ameaças em oportunidades. «O Santo Cura d’Ars fez isto como ninguém. Neste Ano Sacerdotal podemos aprender isso com ele», concluiu.

13 de setembro de 2009

Arcebispo incentiva catequistas a trabalhar em unidade pastoral



Mais de 3500 pessoas no Sameiro em dia de formação e convívio




O Arcebispo de Braga incentivou mais de 3500 catequistas a trabalhar em unidade pastoral, abrangendo as paróquias vizinhas ou mesmo o arciprestado. D. Jorge Ortiga encerrou, ontem no Sameiro, o Dia Arquidiocesano do Catequista e deixou claro que a catequese é um «ministério imprescindível» para a Igreja e para o mundo porque «tem por missão dizer quem é Cristo» e ensinar às jovens gerações os valores evangélicos que continuam «actualíssimos».
No encerramento da jornada de formação e convívio, que reuniu no Sameiro perto de quatro milhares de catequistas, o responsável máximo da Arquidiocese de Braga sustentou que é necessário começar a apostar num trabalho de unidade pastoral, mesmo em âmbito de catequese, uma vez que esse vai ser o futuro da Igreja, dada a diminuição do número de sacerdotes e a necessidade de estes se juntarem em unidades pastorais.
«É uma necessidade de reorganização da própria Igreja», frisou o prelado que aproveitou a celebração da Palavra para apelar a uma certa abertura dos catequistas para esta nova forma de trabalho, que já vai conhecendo boas experiências em algumas realidades da Arquidiocese.
D. Jorge Ortiga pediu também que todas as paróquias tenham um catequista coordenador e que este tenha consigo uma equipa que o ajude a suscitar iniciativas de formação para os catequistas.
Na mesma linha, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafiou a que aqueles que aceitam o ministério de ser catequistas o façam com «estabilidade e permanência». E explicou: «é importante haver nas comunidades catequistas que aceitem este ministério durante dois ou três anos, mas é também fundamental que haja homens e mulheres que abraçam este serviço como uma vocação para toda a vida».
Manifestando a gratidão da Arquidiocese e de toda a Igreja aos catequistas, D. Jorge Ortiga denunciou «um certo tempo – o de campanha eleitoral – em que se ouvem muitas palavras, promessas e discursos», mas que «esquece os valores». «Hoje fala-se de crise mas a maior é a crise de valores», frisou, alentando os catequistas a que se não envergonhem de defender valores como a honestidade, a verdade, a autenticidade, a coerência, a fidelidade e a transparência.
Antes do final da celebração – animada com vários cânticos – o Arcebispo Primaz entregou os diplomas aos catequistas que este ano terminaram o seu estágio de catequese. Por sua vez, estes fizeram o compromisso com a missão.

Adesão dos catequistas
superou expectativas

O Dia Arquidiocesano do Catequista arrancou com uma conferência/formação que foi orientada por Isabel Oliveira que é a responsável pela secção da catequese na Diocese do Porto. Na cripta do Sameiro, a oradora apresentou o tema “Palavra de Deus e Eucaristia” para realçar «os ensinamentos do Concílio e do Magistério eclesial» em relação à centralidade da Eucaristia na Igreja e na própria actividade pastoral, concretamente na catequese.
«Sem Eucaristia não há catequese, nem catequistas, porque não há pessoas apaixonadas por Cristo, que vivem, celebram e transmitem a sua fé», afirmou, relevando que «o catequista é um crente, uma pessoa de fé», que tem por missão «dizer Cristo».
Para que a celebração da Eucaristia seja verdadeiramente vivida, a responsável sugeriu que se faça um prévia catequese à própria celebração que ajude a perceber a simbologia, o rito e o mistério próprio da celebração.
Salientando, depois, a necessidade de ir «beber à fonte da Eucaristia», Isabel Oliveira afirmou que «sem Eucaristia o catequista não ama e não testemunha».
À margem da conferência de abertura do dia, o padre Luís Miguel Rodrigues, manifestou a sua satisfação pela adesão massiva dos catequistas da Arquidiocese. Para o responsável do Departamento Arquidiocesano de Catequese esta adesão dos catequistas demonstra a importância desta jornada e manifesta também a necessidade que os catequistas sentem em formar-se.
Esperados cerca de 2500 catequistas o número foi bem superior, marcando presença na jornada de formação e convívio mais de 3500 catequistas provenientes de todos os arciprestados. Mesmo assim, longe de atingir e de congregar todos os catequistas: a Arquidiocese de Braga tem cerca de 8500 mil, dos quais mais de seis mil estão registados no Departamento Arquidiocesano de Catequese.

14 de agosto de 2009

Arcebispo quer Igreja a combater males sociais



S. Bento da Porta Aberta recebe estes dias milhares de peregrinos



O Arcebispo de Braga pediu uma Igreja que seja capaz de combater com ousadia os «males da sociedade», uma vez que os cristãos, mantendo uma atitude de humildade e serviço, têm um papel determinante na transformação do mundo. Falando, ontem, em S. Bento da Porta Aberta, D. Jorge Ortiga relembrou quatro «caminhos ou aspectos da missão da Igreja» nos tempos que correm, e não esqueceu os emigrantes, em plena Semana das Migrações, e também o Ano Sacerdotal.
Na missa solene da romaria de S. Bento, o Arcebispo apontou que a missão da Igreja passa por «sair de si» e por «ir para fora» a fim de servir a sociedade. «Servir a sociedade significa que é preciso reconhecer o mal que há nela e combate-lo, mas também reconhecer as sementes de bem que existem nela, e que são fermento para a transformação do mundo», defendeu.
«A Igreja é contra o pessimismo e aberta à esperança e, por isso, não desiste da sua missão», disse, destacando que «as coisas podem ser diferentes», e que «a Igreja tem um papel importante no combate dos males sociais.
Num santuário apinhado com várias centenas de pessoas, o prelado acentuou que, em relação à missão da Igreja nos tempos actuais, sacerdotes e leigos são chamados a anunciar o Evangelho, com a consciência de que são simultaneamente destinatários e transmissores na mesma Palavra.
Depois, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), acompanhado por dois cónegos, Fernando Monteiro e José Marques, e três sacerdotes, denunciou que «o grande problema da sociedade actual é a ausência de Deus», sublinhando que «é o Homem que coloca Deus de lado». Para combater esta tendência, o Arcebispo defende que os «crentes devem fazer uma experiência pessoal com Deus», criando «verdadeira intimidade por meio da oração e dos sacramentos».
D. Jorge Ortiga, relevando a necessidade de intimidade com Deus, garantiu que «a religião não é nem pode ser uma mera tradição ou uma repetição de costumes», mas sim intimidade e comunhão, porque «até os cristãos correm o risco de falar de Deus e de viver sem Deus».
Aos peregrinos e devotos presentes, o prelado recordou ainda que outro caminho da missão da Igreja hoje é a «comunhão fraterna». A partir da etimologia de «abade» - tal como o foi S. Bento – D. Jorge Ortiga sentenciou que «é possível viver a diversidade e a diferença, com harmonia e concórdia».

Emigrantes lembrados
Logo no início da solene celebração eucarística no novo santuário de S. Bento, D. Jorge Ortiga referiu-se aos emigrantes, concretamente aos que se encontravam na assembleia litúrgica.
Depois de uma palavra de «afectuosa saudação», o presidente da CEP destacou que os santuários ou os lugares de culto são para os emigrantes como que uma «recordação» da nacionalidade, mas simultaneamente lugares onde podem escutar a voz de Deus.
D. Jorge Ortiga não esqueceu, também, o Ano Sacerdotal e à luz do exemplo de vida de S. Bento rezou para que padres e leigos se deixem apaixonar cada vez mais por Cristo e pela Palavra e edifiquem a Igreja querida por Deus.

Amortizar as dívidas
Entretanto, à margem da celebração, o cónego Fernando Monteiro, presidente da Comissão Administrativa da Confraria de S. Bento da Porta Aberta, referiu que actualmente a instituição não tem projectos estruturais em curso. «Estamos numa fase de amortização de dívidas que foram assumidas para a construção do novo santuário» disse o capitular ao Diário do Minho.

Peregrinos
nos Primeiros Socorros
Nos últimos dias, o Posto de Atendimento e Primeiros Socorros de S. Bento da Porta Aberta recebeu várias centenas de peregrinos debilitados pelo cansaço de uma longa caminhada.
Os responsáveis da Delegação da Cruz Vermelha de Rio Caldo listaram mais de 200 atendimentos só desde o dia 10, primeiro dia da romaria a S. Bento, que termina amanhã.
Segundo os socorristas, as principais maleitas são bolhas nos pés e queixas ao nível dos músculos, para além de algumas lesões nas articulações dos membros inferiores.

10 de agosto de 2009

Arcebispo exortou à caridade em tempo de crise económica




Morreu um peregrino a caminho do Santuário da Franqueira





O Santuário de Nossa Senhora da Franqueira, em Barcelos, recebeu, durante do dia de ontem, milhares de peregrinos e devotos de Nossa Senhora. O Arcebispo de Braga presidiu à Eucaristia, ao final da manhã, e explanando alguns ensinamentos de Bento XVI, contidos na última encíclica papal, exortou à caridade, sem esquecer o tempo de crise social e económica e o período de reflexão política que se vive em Portugal, como preparação das próximas Eleições Legislativas (27 de Setembro) e Autárquicas (11 de Outubro).
No recinto em frente ao santuário mariano, localizado na freguesia de Pereira (Barcelos), D. Jorge Ortiga pediu que os cristãos se comprometam com a justiça e com o bem comum. Concretizando, o prelado afirmou que «Portugal, um pouco como todo o mundo, está a atravessar uma crise social e económica» e que, o período de reflexão política que se vive, assim como os programas eleitorais dos partidos, devem olhar os «problemas concretos e reais das pessoas», concretamente a pobreza e a falta de emprego.
Neste sentido, acentuou o pedido para que, particularmente os cristãos, se saibam comprometer em favor da justiça. E atirou: «Não só a justiça dos tribunais que às vezes é defendida, mas outras vezes nem tanto».
Em contrapartida, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa pediu uma justiça que assuma o respeito pela dignidade de pessoas e que se traduza em igualdade de direitos e de deveres.
Noutra linha, e desenvolvendo algumas ideias de Bento XVI, expressas na “Caritas in veritate”, D. Jorge Ortiga defendeu que «a busca do bem-estar individual não de deve sobrepor à busca do bem comum». Para o Arcebispo é fundamental que cada pessoa tenha consciência de que a sociedade é formada por um «nós todos» e que o caminho da construção de um mundo melhor deve assentar na ideia da solidariedade e do bem comum.
Já a terminar a homilia, o Arcebispo Primaz, recordou aos fiéis o exemplo de Nossa Senhora, concretamente a sua «disponibilidade» e a sua «caridade interventiva», que se traduziu em serviço desinteressado aos outros. E concluiu: «caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e se entregou por nós» e «que Nossa Senhora da Franqueira abençoe o vosso concelho de Barcelos e proteja todos os portugueses».
A peregrinação saiu às 08h00, da matriz de Barcelos. Pelas 11h00, chegou ao recinto do santuário. Logo que ali chegou, foram várias as centenas de pessoas que sentiram cumprida a sua devoção ou promessa e foram-se embora, fazendo o percurso descendente, igualmente a pé, enquanto o Arcebispo, acompanhado por diversos párocos, presidia à missa de encerramento.

Homem morre
de ataque cardíaco
Entretanto, a pererginação a Nossa Senhora da Franqueira ficou marcada pela morte de um homem de 67 anos de idade. Segundo informações dos Bombeiros de Barcelinhos, a vítima sofreu uma paragem cárdio-respiratória enquanto seguia em peregrinação e, apesar de ter sido imediatamente assistido, acabou por falecer ainda no local. Posteriormente, foi transportado para a morgue do Hospital de Barcelos.

11 de julho de 2009

D. Jorge Ortiga quer padres fiéis e alegres


Convento de Montariol acolheu Retiro do Clero



Durante cinco dias desta semana, 22 padres da Arquidiocese de Braga estiveram em retiro no Convento Franciscano de Montariol, em Braga, sob orientação do Abade do Mosteiro de Singeverga, D. Luís Aranha. O retiro terminou com a presença do Arcebispo de Braga que deixou uma mensagem de optimismo aos sacerdotes para viverem o ministério com fidelidade e alegria.
O último dia do retiro ficou marcado pela Eucaristia de encerramento, presidida por D. Jorge Ortiga e concelebrada pelos sacerdotes presentes, às 11h30, em Montariol.
Na homilia da celebração, o prelado deixou uma mensagem de optimismo e de esperança. Em pleno Ano Sacerdotal, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafiou os padres a um exame de consciência sobre a identidade do sacerdote e pediu que cada um saiba viver o ministério com fidelidade e alegria. «A Igreja quer padres fiéis e alegres», disse.
Depois da missa, o Arcebispo participou marcou presença no almoço conclusivo.
O Retiro do Clero contou com a presença de alguns dos padres que durante este ano celebram as Bodas de Prata e de Ouro sacerdotais.
Recorde-se que os sacerdotes que celebram as Bodas de Prata são seis e Bodas de Ouro são 17.
Plano de informação
e ação face à Gripe A
Noutro âmbito, em declarações à Rádio Renascença, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, admitiu que a Igreja poderá avançar com um plano de informação e acção face à gripe A, dependendo da evolução da doença em Portugal.
D. Jorge Ortiga recorda que a Igreja desempenha um papel social relevante, dado o grande número de pessoas a que chega, e afirma que o mais importante é passar a informação e evitar o alarmismo desnecessário.
«Se a Igreja for solicitada ou se nós próprios reconhecermos que é necessária uma campanha de sensibilização, estou convencido de que cada Bispo, na sua diocese, dará orientações para que os sacerdotes, nas Eucaristias, avisem, criando, por um lado, condições de tranquilidade e, por outro, informando para os cuidados a ter», afirmou.
«É necessário não alarmar, mas ter uma acção activa para evitar o que é possível e a Igreja não deixará de o fazer”, defendeu o Arcebispo Primaz.

19 de junho de 2009

Arcebispo critica atrasos de comissão prevista na Concordata


No encerramento do Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja

O Arcebispo de Braga criticou ontem os atrasos no trabalho incumbido a uma Comissão criada entre República Portuguesa e a Igreja Católica, para estudar o desenvolvimento da cooperação quanto a bens da Igreja que integrem o património cultural português, no âmbito da Concordata assinada em 2004.

Na conclusão do II Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja, diante do director-geral da Direcção Geral dos Arquivos, Silvestre Lacerda, D. Jorge Ortiga defendeu a necessidade desta comissão começar a funcionar, volvidos que estão mais de cinco anos desde a entrada em funcionamento da Concordata entre a Santa Sé e Portugal.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa vincou a necessidade de «pôr a funcionar» o estipulado pela Concordata, concretamente ao nível da questão dos bens da Igreja. O documento assinado entre Portugal e a Santa Sé aponta, no número 3 do artigo 23, que «as autoridades competentes da República Portuguesa e as da Igreja Católica acordam em criar uma Comissão bilateral para o desenvolvimento da cooperação quanto a bens da Igreja que integram o património cultural português». Foi precisamente sobre a ausência de trabalho desta comissão que o Arcebispo lançou críticas, apontando que apenas realizou «uma ou duas» reuniões. 

«Estamos todos a trabalhar para a mesma sociedade», disse o prelado, anotando e valorizando, por outro lado, os projectos de colaboração que já vão sendo feitos entre Estado e Igreja, particularmente a disponibilização na web dos registos de baptismo, casamento e óbito desde o século XVI até aos dias de hoje, como apontou, ontem, Silvestre Lacerda.

Criticando a «falta de cultura da memória», D. Jorge Ortiga formulou votos para que as comunidades, a Igreja e as instituições exercitem o «fazer e o produzir documentação». Exaltando a qualidade técnica exigida no trabalho de preservação dos Arquivos Eclesiásticos, o prelado exortou à «articulação de sinergias entre instituições», dando nota do desejo que a Arquidiocese de Braga tem de centralizar e de criar condições para que paróquias, movimentos, associações de fiéis, confrarias e irmandades estimem e preservem o seu património documental.

Antes da intervenção de D. Jorge Ortiga, D. João Lavrador apontou os arquivos como «manancial de vida» e como «valor e tesouro» que é memória do passado. O Bispo Auxiliar do Porto e vogal da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais citou João Paulo II para destacar a «finalidade evangelizadora» dos bens culturais da Igreja, bem como a sua dimensão «cultural e humanística». E pediu que a Igreja se englobe neste trabalho, concretamente através do apoio e ajuda que as dioceses maiores podem dar às mais pequenas, sendo sinal visível da comunhão eclesial.

Disponibilizados na web

registos deste o século XVI

 Na sua intervenção, o director-geral da Direcção Geral dos Arquivos começou por destacar a preocupação manifestada pela Igreja no que respeita aos arquivos, saudando a realização do evento que ontem terminou no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga. Silvestre Lacerda defendeu que é importante apostar na perspectiva integrada da gestão dos mesmos, assim como na qualificação dos técnicos arquivistas.

O também responsável pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo indicou que aquele organismo colocou na internet mais de 100 mil imagens relativas a registos de baptismo, casamentos e óbitos desde o século XVI. Para já estão colocados registos relativos às dioceses do Porto, Vila Real e Lisboa, estando já digitalizados os de Portalegre e Faro. O projecto arrancou em 2008 e está a caminhar em «bom ritmo» para que «brevemente» estejam disponíveis todos os registos, que são até uma mais-valia no processo de obtenção da dupla nacionalidade.    


Prioridade é sensibilizar a hierarquia da Igreja

 O II Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja estabeleceu ontem como prioridade deste organismo a sensibilização da hierarquia da Igreja e também das comunidades cristãs no que concerne à questão dos arquivos eclesiásticos, bem como a criação de um grupo técnico de trabalho a nível nacional. João Soalheiro estipulou ainda o desejo de levar a Bilbau uma equipa de bispos portugueses e técnicos arquivistas das dioceses portuguesas para conhecer o trabalho desenvolvido naquela diocese de Espanha, ao nível do arquivo histórico e eclesiástico.

No último dia dos trabalhos do Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja, que decorreu em Braga, os participantes debateram os pontos fortes e fracos da política arquivista da Igreja e estabeleceram, em nove pontos, as prioridades para os próximos anos, num âmbito – os arquivos eclesiásticos – que foram e são, em alguns casos, o “parente pobre” do vasto património da Igreja.

Concretamente foi apresentada e defendida a necessidade da constituição de uma equipa ou grupo técnico, quer a nível nacional quer a nível das dioceses portuguesas. Este grupo deverá trabalhar junto do secretariado nacional, com a presença de um bispo, e deverá possuir capacidade de criar e estabelecer orientações normativas para a Igreja Católica portuguesa.

Outro elemento apontado como urgência tem a ver com a sensibilização para a preservação do património documental da Igreja e para a formação dos técnicos. A sensibilização deve ser alargada, incluindo a hierarquia da Igreja, concretamente bispos e sacerdotes, mas deve também ser tida em conta na própria formação dos seminaristas. Além do mais, porque a questão da arquivística da Igreja será cada vez mais base de diálogo com a sociedade civil, convirá, segundo os conselheiros, incluir e abranger a própria sociedade civil e as suas estruturas.

A organização de um encontro nacional de arquivistas eclesiásticos, «não na sacristia, mas em locais onde possa haver diálogo com a sociedade», é, para João Soalheiro, uma das formas encontradas para responder à necessidade de sensibilização e formação na área do património documental e arquivos da Igreja.

Neste âmbito, o Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja decidiu, dentro das suas competências, desafiar o presidente de Conferência Episcopal Portuguesa e mais alguns bispos, que, acompanhados por uma comitiva de técnicos arquivistas das dioceses, possam visitar e conhecer o trabalho desenvolvido pela e na diocese de Bilbau, por ser um dos mais conceituados em Espanha.

No Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, representantes das 21 dioceses portuguesas e de várias instituições eclesiais da área dos bens culturais e patrimoniais apontaram algumas lacunas ao nível da política arquivista da Igreja. Escassez de recursos económicos e financiamentos, inexistência de um diagnóstico nacional e diocesano ao nível da situação dos arquivos das Igrejas particulares, falta de consciência para a importância da preservação do património documental e inadequação e inexistência de infra-estruturas capazes de acolher o vasto património documental foram alguns dos pontos fracos elencados. 

João Soalheiro alertou também para a necessidade de se estabelecer contactos e articulações com as Cúrias diocesanas que são motores de produção documental. «Os Arquivos Eclesiásticos devem trabalhar em simbiose com as Cúrias», sustentou.

15 de junho de 2009

Relíquias da Santa Margarida Alacoque em Braga



Arcebispo denuncia sociedade
com «défice de coração»


O Arcebispo de Braga denunciou ontem à tarde que a sociedade actual vive um «défice de coração» que não lhe permite olhar para os outros numa atitude de serviço e dedicação. No Mosteiro da Visitação de Santa Maria, em Braga, D. Jorge Ortiga presidiu a uma Eucaristia finda a qual as relíquias de Santa Margarida Maria Alacoque seguiram para o mosteiro visitandino de Vila das Aves sem antes passarem por Balasar.
Na capela do mosteiro cheia de fiéis, o prelado alertou para a necessidade da «formação do coração». Apoiado no pensamento de Bento XVI, em “Deus é Amor”, D. Jorge Ortiga pediu o empenho dos cristãos, em particular, na dedicação e na atenção aos outros, à imagem do coração trespassado de Cristo, que se entregou por todos.
Denunciando a ausência de corações como o do Bom Pastor, ou do Bom Samaritano ou do pai da parábola do Filho Pródigo, o Arcebispo frisou que a atenção ao próximo se deve manifestar «nas pequenas coisas do dia-a-dia» e não tanto quando acontece qualquer problema ou calamidade. «É preciso solidariedade nas pequenas coisas», disse, sustentando que ao mundo actual «falta humanismo».
Como desafio à Igreja arquidiocesana, o prelado exortou a que os cristãos saibam viver o amor não tanto como mandamento imposto mas como consequência espontânea da fé cristã.
«A nossa Arquidiocese pode cair no perigo de ser demasiadamente ritualista e devocional entrando num estado de insensibilidade perante os problemas da sociedade», afirmou. Nesta linha, pediu que a passagem das relíquias de Santa Margarida Maria – «a quem Cristo revelou as maravilhas do seu coração cheio de amor» - seja uma oportunidade para os cristãos aumentarem a sua sensibilidade às interpelações do amor.

13 de junho de 2009

Arcebispo Primaz incentiva criação de Escola de Leitores



Milhares de pessoas nas ruas celebraram “Corpo de Deus”


O Arcebispo de Braga voltou ontem a pedir que os arciprestados invistam na criação de Escolas de Leitores. No dia do “Corpo de Deus”, que levou milhares de pessoas às ruas da cidade, D. Jorge Ortiga defendeu e reafirmou a importância do ministério do leitor e deixou desafios à «inovação» como forma de debelar dificuldades e de garantir a «estabilidade necessária que impede situações de insegurança social».
Presidindo à celebração que decorreu na Sé Catedral, o prelado afirmou que «a qualidade das celebrações está a merecer uma renovada consciencialização sobre o papel e a importância dos leitores». D. Jorge Ortiga destacou, depois, que o Concílio Vaticano II ainda não provocou nos cristãos «aquela sensibilidade que a recepção duma coisa preciosa para a vida deveria suscitar».
A partir do pensamento de Bento XVI, o Arcebispo revelou, procurando concretizar o plano pastoral sobre a Palavra de Deus, que a reforma litúrgica «não passa só por alteração das cerimónias», correndo-se o risco de serem apenas «exterioridades sem conteúdos e verdadeiro valor celebrativo».
Com a Sé Catedral totalmente cheia, D. Jorge Ortiga referiu que a Eucaristia é, também, «encontro de um corpo solidário», não devendo acontecer que «depois da celebração alguém se sinta só». Sentenciando que «o anonimato não pode ser atitude dos católicos» desafiou os fiéis à partilha e à comunhão de bens materiais, à imagem do que faziam as primeiras comunidades cristãs.
Baseando-se na dimensão do amor fraterno denunciou o «passivismo» de muitas pessoas com necessidades económicas e de outra ordem que esperam respostas das entidades e instituições existentes, mas não se colocam numa atitude mais pró-activa. «Os Centros Sociais Paroquiais e outras instituições da Igreja são só e apenas uma parte da solução» dos problemas da sociedade. Além do mais, «contentar-se com receber ajudas, de direito ou de caridade, pode ser um engano», frisou, contrapondo que «só apostando na inovação e acreditando nas capacidades, se consegue a estabilidade necessária que impede situações de insegurança social».
A missa solene, em dia litúrgico do “Corpo de Deus”, foi concelebrada por algumas dezenas de sacerdotes. O coro do Seminário Conciliar de S. Pedro e S. Paulo encarregou-se da animação litúrgica.

Tarde de sol permitiu
milhares nas ruas
A procissão do “Corpo de Deus” saiu da Sé Catedral logo no final da missa e também esta incorporou várias centenas de fiéis. As principais ruas do casto histórico da cidade estavam “apinhadas” de pessoas, umas com atitudes de verdadeiros “espectadores”, outros com uma atitude mais participativa, que inclusivamente ajoelhavam à passagem do pálio, onde o Arcebispo Primaz transportava, na custódia, o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, ou então entoavam, juntamente com o coro, os tradicionais cânticos eucarísticos.
Incorporados na procissão iam particularmente muitos cristãos das 63 paróquias do arciprestado, acompanhados, na maior parte dos casos, pelos párocos.
Cruzes paroquiais, velas e bandeiras (maioritariamente do Santíssimo Sacramento, foram os símbolos e objectos transportados pelos “pegadores”. Destaque também para a presença de muitas crianças e adolescentes que celebraram, em muitos casos hoje, a Primeira Comunhão ou a Profissão de Fé (Comunhão Solene).
Antes do pálio, que encerrou a procissão, o sol fazia reluzir as pedras preciosas de oito mitras que pertencem ao Tesouro-Museu da Sé Catedral e que foram usadas por alguns Arcebispos de Braga ao longo da história.

10 de maio de 2009

Arcebispo quer pastoral diocesana dinâmica e não acomodada


“Dei Verbum" será base de trabalho do próximo ano pastoral

O Arcebispo de Braga pediu ontem que toda a pastoral arquidiocesana seja mais dinâmica e não acomodada e que tenha em conta a «centralidade» da Palavra de Deus. D. Jorge Ortiga falava no Conselho Pastoral Arquidiocesano que reuniu para preparar o ano pastoral 2009-2010 que terá como base de trabalho a Constituição Dogmática do Concilio Vaticano II, “Dei Verbum”.
No Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese, D. Jorge Ortiga, acompanhado por D. António Couto, reuniu com os conselheiros para estabelecer a base de trabalho pastoral para o próximo ano, o segundo de um triénio dedicado à Palavra de Deus.
Na palavra de abertura dos trabalhos, o Arcebispo Primaz deu conta que o novo contexto moderno, terminado que está o «plurissecular regime de cristandade», deverá «provocar uma atitude de quem reconhece que vivemos em terra de missão», impelindo a Igreja a viver com uma «consciência missionária».
Desse modo, D. Jorge Ortiga desafiou a igreja arquidiocesana a «efectuar uma verdadeira conversão pastoral colocando a Palavra no centro do tempo que nos toca viver». Aliás, o prelado foi adiante ao dizer que «urge tornar nova a pastoral», não sendo possível contentar-se com pequenas adaptações, nem com conservações, «como se continuássemos no tempo da cristandade».
Outra das ideias deixadas pelo também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) foi a de que a «Palavra edifica a comunidade e que a verdadeira comunidade é a Palavra existente num determinado espaço». Para o prelado a Palavra não permite que a acção pastoral seja estática, mas «permanentemente desafiada a respostas que valem se carregadas da conversão».
Reconhecendo que a Palavra de Deus edifica comunidade, o Arcebispo referiu também que o centro dessa passa pela centralidade do «primeiro anúncio», embora haja a necessidade de «conjugar a primeira evangelização com a evangelização permanente». «A indiferença religiosa está presente em muitos contemporâneos, mas também caracteriza a vida de muitos praticantes que não conseguiram celebrar um verdadeiro encontro com a pessoa de Jesus», lamentou.
Por isso, D. Jorge Ortiga desafiou a «encontrar formas novas e prioridades muito concretas» para o anúncio da Boa Nova, sabendo, igualmente, que esta é para todos.

Cristianismo tem papel público
O presidente da CEP não terminou a sua palavra de abertura sem apontar o dedo a um certo “neutralismo” que alguns quadrantes da sociedade vão exigindo da Igreja. «Existe laicidade e respeitamos todos os contextos. Só que não podemos aceitar um neutralismo, pois acreditamos na universalidade da Boa Nova», afirmou.
Com estas palavras D. Jorge Ortiga defendeu o «papel público» do cristianismo que não pode ser ignorado. «Os cristãos, conscientes de uma laicidade inclusiva, sabem propor, com modelos modernos, uma originalidade de vida que sendo diferente não é algo de residual e arcaico, quase uma espécie em vias de extinção, mas segredo de um verdadeiro humanismo», frisou.

Próximo ano pastoral
para “acolher a Palavra”

Na reunião do Conselho Pastoral Arquidiocesano, o padre Sérgio Torres, apresentou o documento que servirá de base para o programa pastoral de 2009-2010. O objectivo geral será “acolher a Palavra” e procurará ser concretizado por meio de alguns objectivos específicos, concretamente pela dinamização do plano pastoral sobre a Palavra de Deus, pelo estudo e reflexão sobre a “Dei Verbum”, pela celebração do Ano Sacerdotal, promulgado por Bento XVI, e pela celebração dos 300 anos do Lausperene na Arquidiocese.
Os conselheiros abordaram ainda a questão das linhas de acção e ficaram a conhecer uma proposta para a vivência dos tempos litúrgicos do ano, baseada na “Dei Verbum”.
O Conselho Pastoral não terminou se que os presentes fizessem uma avaliação do trabalho desenvolvido pelo organismo nos últimos três anos, já que este conselho termina funções e, em Setembro, será nomeado outro. avaliação destacou que houve uma participação muito positiva os conselheiros. O padre Sérgio Torres afirmou mesmo que foi dos melhores Conselhos Pastorais da Arquidiocese.

7 de maio de 2009

Peregrinos de Fátima “abençoados”


Caminhada de fé saíu da Sé de Braga termina dia 12 em Fátima

O Arcebispo de Braga presidiu a uma Eucaristia que assinalou a saída de um grupo de peregrinos, constituído por 54 pessoas, que vão a pé até Fátima, onde chegarão no próximo dia 12.
Na homilia, uma «partilha espontânea e amiga», D. Jorge Ortiga apontou três aspectos da peregrinação em geral. «Ao peregrinar, propomos atingir uma meta, vamos a um lugar, há um percurso estabelecido, neste caso, o Santuário de Fátima, e lá o encontro com a Mãe». Este aspecto deve fazer pensar que a vida tem uma meta e uma finalidade.
Além do mais, a caminhada tem sempre «exigências». «O peregrino deve libertar-se do acidental e caminhar com o essencial», de modo que seja facilitada a tarefa de caminhar.
Finalmente, o prelado salientou que o facto de a caminhada ser feita em grupo torna-se uma «oportunidade para uma maior consciência de que caminhamos com os outros, sendo mais fácil, assim, atingir os objectivos».
Esta peregrinação, apelidada de “Peregrinação das Farmácias”, é uma caminhada com fé. Segundo Fernanda Santos, mentora da iniciativa, «só a fé nos permite caminhar assim. Vamos ter momentos difíceis, mas a fé vai fazer ultrapassar tudo», disse.
A ideia surgiu já há muito tempo, sendo depois materializada. Foi contratada uma empresa de organização de eventos, por causa da «logística pesada» e porque se pretendia uma peregrinação ou caminhada com seriedade, mas também com segurança, conforto e bem-estar.
Num tempo de crise, os muitos apoios e patrocínios conseguidos para esta iniciativa permitiram aos caminhantes fazer a peregrinação «quase de graça». Aliás, antes da saída, os promotores reembolsaram os participantes em 50 euros, facto saudado e aclamado pelos peregrinos.

1 de maio de 2009

Igreja e PCP de mãos dadas contra a crise


D. Jorge Ortiga e Jerónimo de Sousa analisaram situação do país
Igreja e PCP em caminhada comum
contra os problemas sociais

O secretário-geral do PCP reconheceu ontem, em Braga, o trabalho que a Igreja Católica tem feito para combater os problemas sociais e defendeu que há uma caminhada a fazer em conjunto, de forma a dar resposta à situação dramática em que se encontram cada vez mais portugueses. Jerónimo de Sousa falava após um encontro com o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, que pediu «esperança e uma certa dose de optimismo» para combater a crise.
O líder comunista referiu que, «dentro do respeito pelas diferenças entre um partido político e uma organização religiosa», é possível uma convergência que ajude a encontrar soluções para fazer face a um cenário de «agravamento da situação económica e social, de uma profunda crise, que atinge particularmente quem menos tem e menos pode» e que origina casos desesperados de pobreza e exclusão social.
«É possível uma convergência, com todas as diferenças que existem. É possível uma caminhada em torno destas grandes questões sociais. Pela acção da Igreja, direccionada para os problemas sociais, e tendo em conta a identidade do meu partido, que se afirma dos trabalhadores, há um caminho comum a percorrer, uma luta que é preciso travar com um conteúdo de esperança e confiança que é possível uma vida melhor», sublinhou.
Jerónimo de Sousa reconheceu «o esforço que está a ser feito pela Igreja», nomeadamente de voluntariado, solidariedade, denúncia das situações mais dramáticas e apelo às instituições para que as resolvam. Por isso, e uma vez que ambos têm um conhecimento significativo da realidade social, entende que a actuação conjunta é possível, com a Igreja a continuar com a sua «acção social, directrizes e concepções» e o PCP «a lutar, a chamar os trabalhadores a não baixarem os braços e a apresentar propostas na Assembleia da República».
Contudo, o comunista considerou que esta actuação não deve servir para diminuir a responsabilidade do Estado: «Por muitos esforços generosos que a Igreja e outras instituições façam, se o Governo, através das suas políticas, não assumir as responsabilidade que constam da Constituição da República, os esforços serão no mínimo insuficientes e naturalmente ineficazes no quadro de uma crise que não se sabe quando vai terminar».
O secretário-geral comunista referiu que o partido tem «uma visão estratégica sobre a forma de ultrapassar a crise, mas o que se trata agora é de atender às situação urgentes, particularmente no plano social». O líder defendeu o «alargamento dos critérios de atribuição do subsídio de desemprego, uma vez que mais de 50 por cento dos desempregados, particularmente os jovens, não têm acesso a esse apoio», a fiscalização do “lay-off” e dos despedimentos colectivos.


O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que «a Igreja está próxima da população e conhece as suas necessidades e também se inquieta com o dramatismo de algumas situações». D. Jorge Ortiga lembrou que já não é a primeira vez que manifesta publicamente as suas preocupações com a situação social. «É com esperança e uma certa dose de optimismo que conseguiremos ultrapassar esse dramatismo. Analisar é fundamental, conhecer é imprescindível e denunciar é uma atitude que diz respeito a todos e faz falta», declarou.
O Arcebispo de Braga defendeu que a luta contra a crise se faz «dando as mãos e esperando que o Estado seja capaz de dar uma resposta aos problemas». Na sua perspectiva, a situação exige igualmente que cada um na sua área se comprometa a minorar os problemas sociais. «A Igreja está empenhada em encontrar soluções para os problemas», declarou, assegurando que se solicitarem a sua ajuda esta instituição «estará na primeira fila para dar a Portugal um futuro melhor».
O prelado referiu que «há pessoas que pensam que a doutrina da Igreja é rígida e fixa», quando no seu dia-a-dia «procura a verdade de modo permanente». «Ela procura dialogar com todas as pessoas e estruturas que estão comprometidas no terreno», sublinhou.
D. Jorge Ortiga assegurou que, como Arcebispo de Braga e presidente da Conferência Episcopal, tem «mantido a atitude de dialogar, de receber, de acolher todos os partidos políticos, independentemente da sua cor e ideologia porque é a partir da partilha de ideias que se encontra o caminho mais certo e mais seguro». «Faço isto fora da campanha eleitoral porque nessa altura não me quero confundir ou identificar com ninguém», acrescentou.
O prelado sublinhou a «atitude de pluralismo», reiterando que «a Igreja não está de lado nenhum, nem contra ninguém, mas a favor da dignidade humana» e que «luta para que os homens e as mulheres possam ter uma vida digna, alicerçada na justiça e com condições para que isso aconteça». «A Igreja cumpre as tarefas do anúncio de uma doutrina, da denúncia das situações graves e do compromisso de ajudar a encontrar respostas para esses problemas», enfatizou.

Texto Luísa Teresa Ribeiro
Foto Avelino Lima

Diário do Minho, 1 de Maio

17 de abril de 2009

Vida nova no Mosteiro de Tibães em Braga



Novas inquilinas do mosteiro chegam amanhã a Braga
Missionárias Donum Dei dão
vida nova ao Mosteiro de Tibães


Chegam amanhã a Braga três missionárias Trabalhadoras da Imaculada, da Família Missionária Donum Dei, que terão por incumbência a gestão de um restaurante e de uma hospedaria que ficará localizada no Mosteiro de Tibães. A confirmação foi dada pelo Arcebispo de Braga, principal responsável pela vinda das missionárias para Braga, que, nos últimos tempos, acertou com a superiora das Trabalhadoras da Imaculada e com a direcção do mosteiro os detalhes para a permanência das leigas missionárias, na casa-mãe da Ordem Beneditina em Portugal.
Segundo D. Jorge Ortiga, amanhã à tarde chegam três das cinco missionárias que vão dar vida nova ao mosteiro com a abertura de um restaurante e de uma hospedaria nas instalações localizadas em Tibães. Nos próximos dias chegam as restantes.
O novo espaço hoteleiro, constituído por nove quartos (hospedaria) e uma sala de jantar (restaurante), deverá, segundo o prelado, abrir portas a 11 de Julho, dia litúrgico de São Bento, e poderá designar-se, ao que tudo indica, “Hospedaria Tibães”.
Mas, o projecto de abrir uma hospedaria e restaurante no espaço do secular mosteiro não é para já. Antes disso, as religiosas vão ter um período inicial de adaptação para aprender a falar português e para conhecer mais a fundo a cultura, concretamente os hábitos alimentares e a tradição gastronómica.
Neste período, até Julho, as missionárias ficarão instaladas no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese de Braga.

Virgens leigas, carmelitas que vivem em comunidade
As Trabalhadoras Missionárias da Imaculada, pertencentes à mais alargada Família Donum Dei, foram fundadas pelo padre Marcel Roussel-Galle, em Saint Denis, nos subúrbios do Norte de Paris, pouco depois da Segunda Guerra Mundial. O carisma do fundador sentia-se atraído pela evangelização dos jovens, particularmente dos que estavam espiritualmente abandonados.
Estas missionárias são virgens leigas, carmelitas no mundo e vivem em comunidade prescindindo de barreiras de raças e culturas. Por norma, partem em obediência e pobreza, para qualquer lugar que sejam convidadas, levando ao mundo evangelizado ou não evangelizado a luz de Cristo por meio do trabalho quotidiano.
Segundo o espírito de Santa Teresa do Menino Jesus, do Carmelo e de São Francisco de Sales, com o exemplo de Santa Joana d’Arc, as Trabalhadoras Missionárias empregam-se temporariamente e depois definitivamente a seguir Cristo, oferecendo-se ao amor misericordioso de Deus, por meio da profissão religiosa da Ordem Terceira Carmelita.
Para santificar o mundo do trabalho e da família e para evangelizar, estas missionárias trabalham em restaurantes, chamados “Eau Vive”.
Actualmente, a Família Missionária Donum Dei está dividida em 40 grupos locais e estão presentes nos cinco continentes.

29 de março de 2009

Alcoolismo juvenil deve entrar na agenda da Pastoral Familiar


Arcebispo de Braga pediu atenção à educação sexual


O Arcebispo de Braga defendeu ontem que o problema do aumento do consumo de álcool entre os jovens portugueses deve figurar na agenda de trabalho das equipas de Pastoral Familiar e também da Igreja. Do mesmo modo, para D. Jorge Ortiga a questão actual da educação sexual nas escolas merece por parte dos agentes que trabalham em prol da família atenção e discernimento.
O responsável máximo da Arquidiocese de Braga falava ontem numa reunião com os responsáveis dos movimentos ligados à Pastoral da Família e enumerou três âmbitos de acção em que essas associações podem e devem apostar. Os ataques à instituição familiar continuam de muitos lados, uns mais dissimulados que outros e, nessa linha, a Igreja deve dar uma resposta efectiva aos problemas reais das famílias.
As recentes notícias que dão conta do aumento significativo no consumo de álcool entre os jovens portugueses preocupam o prelado bracarense. Por isso, a questão deve ser olhada de frente e a Igreja não se pode alhear a esse problema.
A par deste, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa colocou os problemas que podem advir da aplicação da lei da educação sexual nas escolas concretamente da falta de qualidade de manuais que podem vir a ser utilizados na disciplina. «Tive oportunidade de olhar alguns livros que poderão ser usados na disciplina e o panorama não é muito animador», afirmou D. Jorge Ortiga.
Com uma carga horária mínima de 12 horas por ano lectivo nos ensinos básico e secundário, a educação sexual dos filhos é, para o Arcebispo de Braga, uma questão à qual os pais não se podem demitir, correndo-se o risco de os danos serem graves.
D. Jorge Ortiga apontou ainda o projecto que a Arquidiocese quer levar a cabo e que tem a ver com a construção da Casa Alavanca destinada a «levantar» aqueles que, por variados motivos, experimentam carências sociais. Destacando a necessidade de estar atento aos que sofrem privações e que, por dificuldades económicas próprias do tempo de crise, não têm uma vida condigna, o Arcebispo Primaz afirmou que a nova estrutura não se destina apenas à cidade de Braga, mas estará ao serviço de toda a Arquidiocese. Por isso mesmo é que uma parte do Contributo Penitencial deste ano se destina a essa causa.
Em jeito de balanço, D. Jorge Ortiga disse aos presentes que já foram feitas coisas boas para as famílias, particularmente durante o último triénio pastoral dedicado à família, como por exemplo a criação do CAFVida. Contudo, o caminho não está acabado e, por isso, é necessário continuar. «É a partir das famílias que a Igreja trabalha com as famílias», disse o Arcebispo.
Recordando o trabalho feito por leigos que viu durante os dias da recente visita a Angola, representando junto do Papa os bispos portugueses, D. Jorge Ortiga pediu um compromisso reforçado aos elementos da Pastoral Familiar da Arquidiocese.

Este ano não se celebra
Dia Arquidiocesano da Família
A reunião começou com uma oração/meditação orientada pelo assistente, padre Domingos Paulo Oliveira, que também deu conta do trabalho desenvolvido pelo CAFVida nos dois anos de existência. O também pároco da Sé e de S. João de Souto, com o cónego Manuel Joaquim Costa, referiu ainda o CAF de Ribeirão e falou das conversações que estão em curso para a criação destes centros em Guimarães e em Vila do Conde.
Nos assuntos abordados o destaque vai para a celebração do Dia Arquidiocesano da Família que este ano, por coincidir com a celebração dos 50 anos da inauguração do monumento a Cristo Rei, em Almada, não se vai realizar. A este respeito, o prelado pediu a mobilização de toda a Arquidiocese para participar numa celebração de alcance nacional, junto ao Rio Tejo, que vai decorrer no dia 17 de Maio, pelas 16h00, e que conta com a presença do cardeal José Saraiva Martins, como legado papal.
A VII Jornada da Família, que terá lugar no dia 16 de Maio, também está a ser preparada. “A família e a Palavra” é o tema deste ano, que se divide em duas vertentes: “A família em comunicação” e “A família formada pela Palavra”.
A reunião que decorreu no Centro Cultural e Pastoral da Arquidiocese serviu ainda para se apresentarem as actividades desenvolvidas pelas equipas de Pastoral Familiar, particularmente as dificuldades e os anseios.

12 de março de 2009

Cristãos devem imitar exemplo de São João de Deus



O Arcebispo de Braga destacou ontem, em Areias de Vilar, a actualidade da mensagem do santo fundador da Ordem Hospitaleira que, no seu tempo, foi considerado louco por se esquecer de si para se dar aos outros. Para D. Jorge Ortiga, os cristãos devem imitar essa “loucura” e o exemplo de vida de São João de Deus, particularmente neste tempo santo da Quaresma.
O prelado falava ontem, na igreja paroquial de Areias de Vilar, durante a celebração eucarística da solenidade de São João de Deus que aconteceu no passado domingo e, por causa disso, teve de ser transferida.
Diante de responsáveis, técnicos, pessoal médico e auxiliar e de dezenas de utentes da Casa de Saúde de São José,
D. Jorge Ortiga apontou a actualidade da vida e da mensagem de São João de Deus. Fazendo a ligação ao tempo litúrgico da Quaresma, o prelado defendeu a necessidade de, neste tempo, os cristãos «redescobrirem aquilo que é essencial», e de buscarem isso mesmo com todas as forças.
Na homilia, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa apontou, ainda, dois caminhos nos quais os cristãos podem ir descobrindo o que realmente conta e é importante na vida. Por um lado, ao nível do sentido da vida humana, é necessá-
rio entendê-la como serviço e doação voluntária aos outros e, por outro, ao nível da renúncia material, aspecto tido em conta na espiritualidade da Quaresma.
No final da Eucaristia, rea-lizou-se uma pequena procissão com a imagem de São João de Deus que foi transportada desde a igreja paroquial até à entrada da Casa de Saúde São José. Aí chegados, D. Jorge Ortiga procedeu à bênção final.
Antes da despedida, o padre José Manuel Machado, que é o capelão e coordenador da pastoral da saúde da instituição que trabalha na área da saúde mental, agradeceu a presença do Arcebispo Primaz e de todos os que acederam ao convite para participar na celebração.
Este sacerdote da Ordem Hospitaleira de São João de Deus disse, no final da Eucaristia, que a sua missão é «zelar pela dimensão espiritual dos utentes» e, em muitos casos, «pelas famílias». Para José Manuel Machado, «em muitos casos, as famílias precisam de mais apoio espiritual que os próprios utentes».
«A minha vida é esta casa de saúde» afirmou, referindo que é superior de uma pequena comunidade da qual fazem parte dois irmãos enfermeiros da Ordem Hospitaleira.

Nova unidade
de vida apoiada
Por seu turno, o director do estabelecimento declarou ao Diário do Minho que, este ano, a Casa de Saúde de São José vai criar o segundo edifício destinado à autonomização dos utentes. Segundo Luís Daniel Fernandes, essa nova unidade de vida apoiada é um caminho intermédio para a reinserção dos utentes que estejam em condições de regressar, na medida do possível, a uma vida social plena.
A Casa de Saúde de São José tem actualmente 215 utentes distribuídos por quatro unidades: duas de doença mental, uma de deficiência mental e uma de psicogeriatria.
A cumprir o terceiro mandato como responsável pela Instituição Particular de Segurança Social (IPSS) na área da saúde (são poucas como esta existentes em Portugal), Luís Fernandes garantiu que a instituição criada há 52 anos está a progredir e a crescer gra-
dualmente. «Este é um trabalho sério e contínuo, não de ninguém em particular, mas
de uma equipa», afirmou.

10 de março de 2009

Escola é algo mais que aulas e educação é mais que escola


Arcebispo de Braga encerrou Semana Aberta em São Caetano

A escola é sempre algo mais do que aulas e a educação é mais do que a escola. Esta é a principal conclusão que resultou da jornada de formação que decorreu ontem no Colégio São Caetano, em Braga, encerrada pelo Arcebispo de Braga, na presença de Manuel Lomba, presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), e do Irmão Andrés Corcuera, em representação do Provincial lassalista.
O dia de formação que reuniu no colégio bracarense especialistas e profissionais ligados à área da educação serviu também para assinalar a conclusão da Semana Aberta promovida pela instituição e para continuar a comemorar os 75 anos de presença em Portugal dos Irmãos La Salle.
D. Jorge Ortiga, que terminou ontem, em Fátima, o retiro da Conferência Episcopal Portuguesa, quis marcar presença na cerimónia de encerramento para manifestar o agradecimento à instituição por promover jornadas de formação sobre a educação na actualidade. Aos presentes, o responsável máximo da CEP disse ainda que «se a escola é algo mais do que as simples aulas, também a educação e algo mais do que a escola».
Para o prelado é importante que no processo educativo entrem outros elementos que não só a escola. «Também a família ou então instituições como esta dos Irmãos La Salle são fundamentais na educação das crianças e dos jovens». E foi mais adiante ao afirmar que «para uma educação integral, que quer formar homens e mulheres no verdadeiro sentido da palavra, é importante olhar o papel supletivo à missão da família e do Estado, que estas instituições desempenham».
Ressalvando que «ao nível da educação não pode haver totalitarismos», D. Jorge Ortiga felicitou os responsáveis do São Caetano pela solicitude que colocam na educação das crianças e dos jovens e pela promoção de iniciativas de carácter formativo, que pretendem buscar soluções novas para os muitos problemas que vão surgindo ao nível da educação.
Antes da intervenção do Arcebispo Primaz, o representante do Provincial lassalista, Andrés Corcuera fez um balanço geral do que foi a jornada de formação na qual se apresentou, em traços gerais, a base da pedagogia de La Salle em lares de educação não-formal. A este respeito ressalvou a inovação dos colégios que buscam soluções novas para os problemas que vão surgindo. Para este responsável, «na educação é preciso trabalhar em rede», já que, só desse modo, podem «ser referência para a sociedade».
Por sua vez, o presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS), agradecendo a jornada de formação, pediu aos responsáveis do Colégio de São Caetano que mantenham a qualidade na educação ministrada aos seus utentes e que, se possível, possam até alargar as respostas sociais no distrito.
Em jeito de balanço, o irmão José Figueiredo disse que a jornada formativa trouxe novas pistas e novos caminhos para que aqueles que trabalham ao nível da educação possam fazer frente aos vários problemas e dilemas que vão surgindo.
O director interno do Colégio São Caetano destacou que a formação promovida quis abrir perspectivas e, por isso, trouxe para reflexão outros contextos quer nacionais que internacionais, concretamente em Espanha e Itália.
Na manhã de ontem, o Irmão José Cuesta, do Colégio La Salle de Palencia falou sobre “Educação não-formal e pedagogia lassalista”.
Além disso, porque a educação é prática, a manhã de ontem encerrou com um painel que quis olhar três contextos diferentes de educação não-formal. O Lar La Salle de Guadix (Andaluzia), o Bairro de Scampia (Nápoles) e o Lar “Mundos de Vida” (Famalicão) foram os contextos apresentados.
Iolanda Ribeiro da Universidade do Minho abriu a parte da tarde com a conferência “Relação empática entre professor-aluno”.

Promover relação empática
entre professores e alunos
Durante a tarde de ontem, algumas dezenas de profissionais ligados à área da educação ouviram Luísa Vieira, do Colégio La Salle de Barcelos, dizer que a educação é uma tarefa difícil e apaixonante. No painel “Experiências pedagógicas entre professor-aluno”, a docente falou do paradigma alternativo que é a «educação cooperativa» que valoriza a reciprocidade no plano educativo e promove a relação entre educadores e educandos.
Para Luísa Vieira é fundamental que a pedagogia seja empática e que haja proximidade entre professores e alunos. Esta metodologia inspirada em São João Baptista de La Salle procura promover o lado positivo dos alunos.
Joana Garrido apresentou, de seguida, o seu testemunho sobre os cinco anos que passou entre os lassalistas em Barcelos. «Foram anos marcantes e decisivos para a pessoa que sou hoje», afirmou. A actual médica veterinária reconheceu que no colégio La Salle a educação é personalizada e vive-se um clima de familiaridade.
Por seu turno, Bruno Figueiredo destacou a importância da existência de várias actividades extra-curriculares nos colégios dos irmãos La Salle. Particularmente, este aluno do 11.º ano falou dos grupos cristãos que permitem criar empatia não só com outros alunos mas particularmente com os professores.

foto: António Silva/DM

[A propósito da solenidade de Cristo Rei]

  “Talvez eu não me tenha explicado bem. Ou não entendestes.” Não penseis no futuro. No último dia já estará tudo decidido. Tudo se joga nes...