Bem Vindo

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

 
 Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar. –
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
E até as estrelas, ao que parece,
Me saíram da algibeira para deslumbrar crianças...
Que crianças não sei...
Eu...
Imperfeito? Incógnito? Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado? Sem dúvida...
Tenho um presente? Sem dúvida...
Terei um futuro? Sem dúvida...
A vida que pare de aqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...
 
 Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
-Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E quando haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, 
lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...

sábado, 26 de dezembro de 2015

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

 
 E a minha alma alegra-se com seu sorriso, 
um sorriso amplo e humano, 
como o aplauso de uma multidão.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

 
 Agir, eis a inteligência verdadeira.
Serei o que quiser.
Mas tenho que querer o que for.
O êxito está em ter êxito,
e não em ter condições de êxito.
Condições de palácio tem qualquer terra larga,
mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

 Eu, eu mesmo...
Eu, cheio de todos os cansaços
Quantos o mundo pode dar.
Eu...
Afinal tudo, porque tudo é eu,
Eu...
Imperfeito?
Incógnito?
Divino?
Não sei...
Eu...
Tive um passado?
Sem dúvida...
Tenho um presente?
Sem dúvida...
Terei um futuro?
Sem dúvida...
A vida que pare daqui a pouco...
Mas eu, eu...
Eu sou eu,
Eu fico eu,
Eu...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Feliz quem não exige da vida

 
Feliz quem não exige da vida  
mais do que ela espontaneamente lhe dá,
guiando-se pelo instinto dos gatos,
que buscam o sol quando há sol,
e quando não há sol, 
o calor onde quer que esteja.

Jamais desista

 
 Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
 Jamais desista de ser feliz,
pois a vida é um espectáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas de
fatores a demonstrarem o contrário.

sábado, 4 de outubro de 2014

Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

 
 Sempre é preciso saber 
quando uma etapa chega ao final.
Se insistirmos em permanecer nela
mais do que o tempo necessário,
perdemos a alegria e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, 
terminando capítulos.
Não importa o nome que damos,
o que importa é deixar no passado
os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada
desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo
se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo que não dará
mais um passo enquanto não entender as
razões que levaram certas coisas,
que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos,
 todos estarão encerrando capítulos,
virando a folha, seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo
no presente e no passado,
nem mesmo quando tentamos entender
as coisas que acontecem connosco.
O que passou não voltará.
Não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios, filhos que se sentem
culpados ou rancorosos com os pais,
 amantes que revivem noite e dia uma ligação
com quem já foi embora e
não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam,
e o melhor que fazemos é deixar que elas
realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante 
(por mais doloroso que seja!)
destruir recordações, mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma
manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração,
e o desfazer-se de certas lembranças
significa também abrir espaço para
que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando 
nesta vida com cartas marcadas,
portanto às vezes ganhamos, 
e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo,
não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional
e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu 
com determinada perda.
Isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que
rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego que não
têm data marcada para começar,
decisões que sempre são
adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo,
é preciso terminar o antigo.
Diga a si mesmo que o que passou, 
jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que
podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa.
Nada é insubstituível, 
um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.
Encerrando ciclos.
Não por causa do orgulho, por incapacidade,
ou por soberba,
mas porque simplesmente aquilo
já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, 
limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, 
e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor
e assegura-te de que sabes 
bem quem és tu próprio,
antes de conheceres alguém e de
esperares que ele veja quem tu és.
E lembra-te :
Tudo o que chega, 
chega sempre por alguma razão.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Quero ser o teu amigo

 
 Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso:
é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo de acertar nossas distâncias.

domingo, 30 de março de 2014

As nuvens são sombrias

 As nuvens são sombrias
Mas, nos lados do sul,
Um bocado do céu
É tristemente azul.

Assim, no pensamento,
Sem haver solução,
Há um bocado que lembra
Que existe o coração.

E esse bocado é que é
A verdade que está
A ser beleza eterna
Para além do que há. 

Amei-te por te amar

 
 Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via…
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia…
Só quando te perdi
É que eu te conheci…

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante…
Eras o Universo…
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via…
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar…
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora…

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar…
Nem foste um sonho meu…
Porque te choro eu?

Não sei… Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real…
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (…) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto…

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu…

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma…
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei…
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo…

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos – tão sinceras…
Meu gesto – tão leal…
Tu e eu lado a lado…
Isto… e isto acabado…

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer…
Mas não sei que passou
Por nós e acordou…

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és… E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor… Um pasmo vago
De ter havido amar…
Quase que me embriago
De mal poder pensar…
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o…
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei…

Somos a nossa bruma…
É pra dentro que vemos…
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio…

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido…

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n’um (…) mudo
Compreenderemos tudo.