Crítica Literária - Na Cama com um Highlander

"A escritora é conhecida pelos seus livros eróticos, um já foi publicado em Portugal (Obsessão) e o segundo já vem aí (Submissa), mas este livro apresenta uma atmosférica mais romântica, uma escrita leve com cenas engraçadas, divertidas e por vezes até sensuais. "

Crítica Literária - Pecados Escondidos

"Julianne foi uma personagem que me cativou bastante pelo facto de não ser uma rapariga mimada e cabeça de vento (muito costume na época), mas sim uma jovem bastante humilde e que chega a pensar primeiros nos outros e depois nela própria. "

Crítica Literária - O Beijo Encantado

"Para a época em que o livro se passa, os diálogos têm um q.b de texto moderno, mas que torna o livro apetitoso e rápido. "

Crítica Literária - Inocência perdida

Nora Roberts volta a surpreender-me, voltando a enganar-me. Pensei que pela primeira vez tinha descoberto quem era o vilão da história mas nas últimas páginas houve uma reviravolta que me fez ficar de queixo caído, literalmente!

Crítica literária - Rosa Selvagem

"No início do livro, a autora acaba por desenvolver o tema de diferenças de classes mas acaba por ir diminuindo essas referências, o que acabou por haver um ambiente de "mundo cor-de-rosa" em vez de um mundo realista. "

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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Critica Literária - "Inferno" de Dan Brown

"«Procura e encontrarás.» É com o eco destas palavras na cabeça que Robert Langdon, o reputado simbologista de Harvard, acorda numa cama de hospital sem se conseguir lembrar de onde está ou de como ali chegou. Também não sabe explicar a origem de certo objeto macabro encontrado escondido entre os seus pertences. Uma ameaça contra a sua vida irá lançar Langdon e uma jovem médica, Sienna Brooks, numa corrida alucinante pela cidade de Florença. A única coisa que os pode salvar das garras dos desconhecidos que os perseguem é o conhecimento que Langdon tem das passagens ocultas e dos segredos antigos que se escondem por detrás das fachadas históricas. 

Tendo como guia apenas alguns versos do Inferno, a obra-prima de Dante, épica e negra, veem-se obrigados a decifrar uma sequência de códigos encerrados em alguns dos artefactos mais célebres da Renascença - esculturas, quadros, edifícios -, de modo a encontrarem a solução de um enigma que pode, ou não, ajudá-los a salvar o mundo de uma ameaça terrível… Passado num cenário extraordinário, inspirado por um dos mais funestos clássicos da literatura, Inferno é o romance mais emocionante e provocador que Dan Brown já escreveu, uma corrida contra o tempo de cortar a respiração, que vai prender o leitor desde a primeira página até fechar o livro no final."

Quando comecei a ler este livro, tive amigos que disseram: Adorei! E outros: Está horrível, não tem nada haver com Dan Brown e com os seus livros anteriores. Deste autor, eu já “O Código de Da Vinci” e os “Anjos e Demónios”, sendo o primeiro livro algo que nunca me irei esquecer. Li-o quando tinha 14 anos e estava a começar a explorar o mundo dos livros e lembro-me perfeitamente de o ir requisitar à biblioteca da escola e nunca mais o largar enquanto não o li de uma ponta à outra! 

Assim como as histórias anteriores do autor, o livro inteiro é sobre 24 horas de mistério/thriller. Robert Langdon acorda num hospital sem se lembrar do que lhe aconteceu e porque é que tem alguém que o quer matar, começando-se a aprofundar em algo que o vai levar a mais uma grande aventura. 

Quanto ao Inferno, gostei do livro. Li alguns capítulos antes de ir ver o filme e acabei-o depois, ficando bastante surpreendida com as diferenças apresentadas! Achei o livro um pouco diferente do habitual do senhor Brown, mas gostei. Continuamos a ter uma bela lição de história e ganhei um carinho especial pelo livro por causa de grande parte se passar na Itália e referir a história de Dante, dois temas que adoro. 

Gostei da emoção e de toda aventura que já nos habituamos de Langdon. Este senhor não tem uma vida calma e anda sempre enfiado em mistérios e confusões! 

Como estudante na área da saúde e ciências da vida, adorei o tema que é falado no livro (não vou dizer qual é porque senão é spoiler para quem não leu e pode querer ler) e permitiu-me refletir sobre mais no assunto e num problema que um dia, mais cedo ou mais tarde, vamos acabar por enfrentar. É uma viagem perigosa com um final surpreendente!


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Crítica Literária - Ligações Proibidas de Cheryl Holt

Uma solteirona resoluta de vinte e cinco anos, Abigail Weston, está determinada em ver a irmã mais nova casada com um homem Bem. Contudo, a sua falta de experiência com o sexo oposto impede-a de apaziguar os medos da irmã em relação à noute de núpcias ¿ a não ser que se atreva a dar um passo arriscado de forma a aprender o que a intimidade entre um homem e uma mulher implica. No entanto, o único homem em Londres qualificado para ensiná-la, desperta-lhe uma atenção que ela nunca esperou ¿ experimentar todos os suspiros de prazer por si própria... James Stevens, rico, imoral e tremendamente aborrecido com a sociedade londrina ¿ acredita que nada é capaz de chocá-lo. Apesar de o pedido de Abigail pela explicação verbal dos prazeres da carne ser um pouco surpreendente, o que o deixa realmente espantado é a sua reacção poderosa em relação à inocência e beleza dela. Uma química sexual entre eles faz com que surja um êxtase carnal, e nada mais arruinaria para sempre Abigail. Pela primeira vez na vida, James suspeita que o simples contacto físico empalidece o amor verdadeiro...

Este foi o segundo livro que li da Cheryl Holt. Depois de me ter apaixonado por "Noites de paixão" (ler opinião aqui), quis ler mais sobre esta autora.

Bem, a coisa não começou muito bem porque para aí a primeira metade do livro foi como se tivesse a ler um romance mas SÓ erotismo. Cheia de paixão, desejo, atração, cenas sensuais, que até podia nem ser uma coisa muito se achasse que não havia profundidade nem sentimentos reais entre os personagens. Mas depois o livro leva uma reviravolta e temos finalmente o aparecimento de um lado mais sentimental e intenso e que continuou até à última palavra do livro! "

É apresentado James Stevens, um homem bem conhecido em Londres e em toda a sociedade e porquê? è só o pior e maior libertino de todos os tempos! Ele não tem vergonha do que é, não o esconde e só tem a certeza que não pretende agarrar-se a uma única mulher. Mas ora, para um homem há sempre uma mulher...

Abigail Weston é a solteirona da cidade, já com 25 anos e sem casamento à vista. Aos 17 anos ela estava noiva, mas infelizmente ele morreu antes do casório. Depois deste desfecho infeliz, a jovem concentrou-se na irmã e na sua educação. Depois de saber que uma conhecida se havia casado recentemente e ficado traumatizada pelos os atos que ocorreram no leito conjugal, Abigail decide descobrir quais são os atos carnais que acontecem entre marido e mulher para preparar a sua própria irmã para a sua noite de núpcias. Como Abigail é totalmente alheia a qualquer prazer carnal, ela sabe que tem que pedir ajuda ao melhor para obter essa informação. E quem melhor do que James Stevens?

Os dois fazem um acordo em que ele irá contar-lhe tudo o que precisa de saber sobre uma relação física, mas se por acaso eles são vistos juntos num dos seus encontros secretos ele não fará nada para manter a sua reputação. E aí começa os encontros que em pouco tempo passam de "dizer" para "fazer".

O problema é que James começa a sentir por Abigail sentimentos que nunca sentiu por outra mulher. E foi aqui que perdi todo o respeito por James. Normalmente, quando o herói descobre que sente algo mais pela heróina, é impensável para ele estar com outras mulheres. Pois bem, com James não. Para além de estar com Abigail, James continuou a ver prostitutas para libertar-se da paixão que sentia por Abigail. E isto durou até que eles se envolveram fisicamente. 
Ao longo do livro vamos descobrindo porque James se tornou tão frio e endurecido, especialmente pelas mulheres. Nesta altura é quando as leitoras do sexo feminino perdoou tudo o que ele fez anteriormente. "Ligações proibidas" é uma história em que dois mundos vão colidir, temos um lado escuro e outro puro. 


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

[Crítica Literária] O Beijo Encantado de Eloisa James

Forçada pela madrasta a ir a um baile, Kate conhece um príncipe… E decide que ele é tudo menos encantado. Segue-se um esgrimir de vontades, mas ambos sabem que a atracão irresistível que sentem um pelo outro não os levará a lado nenhum. Gabriel está prometido a outra mulher - uma princesa que o ajudará a alcançar as suas ambições implacáveis.
Gabriel gosta da noiva, o que é uma surpresa agradável, mas não a ama. Obviamente, deve cortejar a sua futura princesa, e não a beldade espirituosa e pobre que se recusa a mostrar-se embevecida.
Apesar das madrinhas e dos sapatinhos de cristal, este é um conto de fadas em que o destino conspira para destruir qualquer oportunidade de Kate e Gabriel poderem ser felizes para sempre.
A menos que um príncipe abdique de tudo o que o torna nobre…
A menos que o dote de um coração indisciplinado triunfe sobre uma fortuna…
A menos que um beijo encantado ao bater da meia-noite mude tudo.

Segundo livro lido da escritora Eloisa James. Feedback? Gostei um pouquinho mais do Milagre de Amor do que este. Este é o primeiro volume da série Fairy Tales (O Milagre de Amor é o segundo). Cada história é independente, estando relacionados num aspeto: todos falam de um conto de fadas mas de uma maneira diferente, totalmente inesperada. Neste livro o conto é da Cinderela. Vou ser sincera, quando era criança, adorava todos os contos desde a Bela Adormecida, Cinderela, a Branca de Neve, a Bela e o Monstro (ainda adoro este!), mas há medida que fui crescendo, fui olhando para os contos de uma forma mais racional e comecei a pensar "Isto não faz sentido nenhum xD". E na Cinderela penso exatamente isso, porque vamos ser sinceros, qual é a probabilidade de o sapato de cristal caber no pé de outra rapariga?! Eu iria dizer muita! Mas pronto, a autora deu a volta a essa situação do sapato, entre outras, e tornou a história desta pobre rapariga em algo encantador e divertido.

Para a época em que o livro se passa, os diálogos têm um q.b de texto moderno, mas que torna o livro apetitoso e rápido. A nossa Cinderela é a Kate e claro que têm uma madrasta má, mas em vez de duas irmãs más, tem apenas uma que não se mostra tão malvada como se esperaria. Há sete anos que a jovem Kate luta pelo trabalho dos seus empregados, tentando protegê-los das loucuras de Mariana (a madrasta má), e dos seus gastos exagerados em tudo o que é roupa da última moda e jóias. 

Kate acaba por se meter numa grande confusão de troca de identidades por causa da sua meia-irmã Victoria, que apesar de tudo, a protagonista sente uma bondade que lhe vai trazer umas situações bem divertidas. A protagonista acaba por "cair" num castelo em que o príncipe não é rico, está cheio de dívidas, e com personagens completamente excêntricos que trazem uma lufada de ar fresco e um ambiente divertido ao longo do livro. A madrinha é uma personagem totalmente inesperada,tornando-se a minha personagem secundária preferida. Adorei o fogo que existe nos diálogos entre Kate e o príncipe Gabriel, tornando-se uma espécie de metáfora de como cão e gato.

Eloisa James entrou definitivamente nas escritora de ler. Mal encontre o "Paixão Numa Noite de Inverno" vem comigo para casa.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

[Crítica Literária] Na cama com um Highlander de Maya Banks

Ewan, o mais velho dos irmãos McCabe, é um guerreiro decidido a destruir o seu inimigo. Agora que o momento é ideal para a guerra, os seus homens estão preparados e Ewan quer reaver aquilo que lhe pertence - até que uma tentação de olhos azuis e cabelo negro se atravessa no seu caminho. Mairin pode muito bem ser a salvação para o clã de Ewan, mas, para um homem que sonha com vingança, as questões do coração são um território desconhecido a conquistar.
Mairin é filha ilegítima do rei e é senhora de propriedades valiosas que a obrigaram a esconder-se e a desconfiar do amor. Os seus piores receios acabam por acontecer quando é salva do perigo mas depois obrigada a casar com o seu salvador, Ewan McCabe, um homem carismático que está habituado a mandar. Mas a atração que sente pelo seu novo marido fá-la desejar o seu toque; o seu corpo ganha vida com a mestria sensual dele. E à medida que a guerra se aproxima, as forças, o espírito e a paixão de Mairin obrigam Ewan a derrotar os seus próprios fantasmas e a entregar-se a um amor que significa mais do que a vingança e a terra.

Foi a minha estreia na escritora Maya Banks. Este livro é o primeiro de uma trilogia chama McCabe. Cada volume retrata a história de um dos três irmãos McCabe. A história acontece nas Terras Altas, num tempo medieval. A escritora é conhecida pelos seus livros eróticos, um já foi publicado em Portugal (Obsessão) e o segundo já vem aí (Submissa), mas este livro apresenta uma atmosférica mais romântica, uma escrita leve com cenas engraçadas, divertidas e por vezes até sensuais. 

Nesta história é apresentado ao leitor a heroína Mairin Stuart, filha bastarda do rei, que vive num convento desde pequena, escondida, pois contêm um dote cheia de riquezas e especialmente por ter uma propriedade que vale o seu peso em ouro e por esse motivo ela têm sido alvo de senhores que procuram poder e ascensão, que até chegariam ao ponto de rapta-lá e obriga-lá a casar-se com eles para atingir os seus objetivos. E um desses senhor é o Lorde Cameron que será o vilão da história. Ele torna a heroína cativa e é no cativeiro que ela conhece Crispen McCabe, que se afastou de casa e que é encontrado pelos soldados de Cameron, que o tornam também um prisioneiro.  Com a astúcia de Mairin, ambos conseguem fugir, criando um grande elo entre os dois. São encontrados pelo Clã McCabe e é assim que a jovem conhece Ewan McCabe, o pai do menino e chefe do Clã. 

E aqui começa o conflito. Ewan sabe que Mairin têm uma ligação com Cameron, que é um dos seus inimigos, mas não percebe esse elo porque a jovem não pretende contar quem realmente é, mas o chefe do clã McCabe não é um homem que aceite um não.

O que me prendeu neste livro foi mesmo a caracterização das personagens, especialmente de Mairin, que apesar de ingénua porque viveu sempre entre freiras, ela é corajosa e tem uma língua afiada, sem medo nenhum de enfrentar os homens especialmente Ewan. Quanto ao Highlander, é o costume, um homem possessivo, vigoroso e másculo, mas que no fundo é um pai maravilhoso, preocupado e carinhoso.

Quanto aos outros irmãos do Clã temos Alaric, o irmão do meio, que durante a trama acaba por se tornar um defensor de Mairin, e Caelen, o leitor fica com a sensação que é um homem torturado pelo passado.
Fico à espera do próximo livro para continuar a seguir a história do Clã McCabe.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Crítica Literária - O Memorial do Convento de José Saramago

«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.»

(Diário de Notícias, 9 de Outubro de 1998)
Este livro foi a primeira obra que li deste autor. Ainda não tinha tido o entusiasmo de pegar num livro de Saramago e ler, mas como no secundário é uma leitura obrigatória lá me aventurei nesta história. O livro inicia-se no século XVIII com D.João V, casado com D. Ana Maria Josefa já há dois anos, mas sem nenhum herdeiro. Faz uma promessa divina que se fosse realizado aquele pedido iria construir um convento para frades franciscanos. O "milagre" acontece, a rainha fica grávida e começa-se a construção do convento.

Temos ainda um padre chamado Bartolomeu que sonha em voar e por essa razão tenta construir uma máquina voadora, do qual dá o nome passarola. Ainda existe Baltazar, um ex-soldado maneta da mão esquerda, e Blimunda, a sua mulher, dotada do poder de ver o interior das coisas, que dão vida a esta história. Eles conhecem-se num auto-de-fé em que uma das condenadas é a mãe de Blimunda e a partir desse momento, o casal fica ligado para a vida.

Acompanhamos ao longo do livro o esforço do padre, do maneta e da visionária, unidos para verem a passarola voar um dia, seguimos as peripécias e as complicações na construção do convento, a dificuldade do povo e ainda alguma da exuberância da corte portuguesa. 

Com uma escrita épica e totalmente fora do comum, tornando a leitura mais fluída, Saramago traz-nos com este livro uma crítica à sociedade portuguesa do séc. XVIII, fazendo com que o leitor reflicta e que tome consciência que muitos factos que são referidos no livro ainda acontecem em pleno século XXI. Admito que nos primeiros capítulos, costumou-me habituar àquela maneira incomum de escrever mas quando entrei no ritmo comecei a sentir a ironia, o sarcasmo e os vários tipos de humor.

Um livro clássico inspirado em acontecimentos verídicos mas que se centra nas pessoas que construíram o conventos, aqueles que puseram a sua vida em causa para ver aquele monumento erguer-se, acaba por ser uma forma de honrar aqueles que fizeram hoje possível ir a Mafra e poder-nos deliciar com aquele palácio! 

Eu gostei bastante da história, de toda a sua complexidade, mas sinto que havia partes que eram desnecessárias e esperava mais do final. O leitor fica com dezenas de perguntas por responder e eu só pensava - Não pode acabar assim! - mas acabou. Fiquei com aquele gosto de quero mais e mais!

É um livro que demora a ler, devido à vastidão de conteúdos mas um livro que vale a pena ler, que nos faz reflectir sobre os nossos sonhos, as nossas vontades, aquilo que lutamos pela vida e sobre as relações interpessoais e tudo o que elas trazem desde dor, amor, amizade, mágoa, uma amplidão de sentimentos! Irei ler mais deste autor, o próximo será "As intermitências da Morte".


quarta-feira, 27 de março de 2013

Crítica Literária - Romeu & Julieta de William Shakespeare

Mundialmente aclamada como a mais bela e trágica história de amor de todos os tempos, Romeu e Julieta conta a história de dois jovens apaixonados, Romeu Montéquio e Julieta Capuleto. Filhos de famílias rivais, acabam por não conseguir resistir ao ódio que os separa, mas o seu amor perdurará para além da morte.

E quem é que não conhece este grande amor entre Julieta e Romeu? Podem nem ter lido a peça de teatro em si, mas com a quantidade de filmes que há adaptados desta obra e mesmo outros livros que fazem referência a uma das mais belas e trágicas histórias de amor. 

Este ano decidi alargar um pouco os meus horizontes literários e decidi que ia começar a ler peças de teatro.  Esta foi a primeira e o segundo será "O Mercador de Veneza". A edição que eu encontrei de "Romeu e Julieta" era um pouco diferente das edições mais tradicionais. Esta continha ilustrações, um prefácio enorme que contém curiosidades interessantíssimas, tais como as inspirações de Shakespeare para escrever esta história, o facto que a história em si não é totalmente original e ainda como foi a primeira apresentação no teatro desta peça.

A peça é constituída por quatro atos, subdivididos em várias cenas e com vários cenários de fundo. Para quem sabe está história acontece em Verona, onde duas famílias se odeiam, mas isso não impede que Romeu Montéquios e Julieta Capuleto de se apaixonarem um pelo outro e tentarei viver esse amor proibido. Ao começarmos a ler a peça, temos um prologo em que há um coro que nos diz logo que não haverá um final feliz para estes dois amados, temos aqui a previsão de uma tragédia que, como sabemos, irá mesmo acontecer. 

O diálogo entre as personagens não é muito claro ou facilitado e é por essa razão que no fim do livro há uma seção de notas que ajudam o leitor a perceber as falas das personagens e o significado de certas expressões. É de notar que nas conversas de certas personagens - destaco Romeu, Tebaldo e Benvólio - há  uma aura carregada de erotismo e sensualidade. Shakespeare acaba por criticar a sociedade com esta obra, porque as duas famílias em causa acabam por fazer as pazes mas só depois de já ter ocorrido a tragédia e toda esta fatalidade acontece por causa do poder. 

Shakespeare aborda em adolescentes um amor de adultos, sim porque Julieta tinha apenas 14 anos, mostrando assim que aquela criança tinha mais inteligência e impetuosidade que talvez a família Capuleto toda. Um romance que nunca me sairá da memória e que revela que por amor se faz tudo.


domingo, 13 de janeiro de 2013

Crítica literária - Os Maias de Eça de Queiroz

Trata-se da obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional. A obra-prima de Eça de Queirós e considerada por muitos o maior romance português de sempre centra-se na história da família Maia e dos amores incestuosos entre Carlos da Maia e a sua irmã Maria Eduarda. Além de uma trágica história de amor, esta é ainda uma feroz e mordaz crítica à sociedade decadente, a nível político e cultural, do final do século XIX, e ao diletantismo da alta burguesia lisboeta oitocentista, com o humor satírico e refinado tão característico do autor.
Aí Maias... Maias... A dor de cabeça que vocês me deram! Oh Queiroz, bem que podias ter nascido no século XXI e teres escrito um livro com um pouco mais de diálogo, ação e menos, muito menos de descrição não é? E para alegrar mais a malta nova e até os graúdos criavas as cenas mais sensuais e apaixonadas entre o Carlos e a Maria Eduarda um pouco mais ao estilo de Eloisa James, Cheryl Holt, ou até mesmo como E.L. James! Nunca se sabe se o Carlos não era "virado" para esse tipo de tendências. Olha que eras capaz de meter "Os Maias" no top dos livros durante um bom tempo! Mas pronto... O escritor foste tu e apesar disto tudo ainda temos que te dar no ensino secundário!

Vá, agora falando em coisas sérias... Vamos falar dos Maias. E o que são os Maias? Para além de serem aquele povo que disse que o mundo iria acabar em 21 de Dezembro de 2012 (ao que parece enganaram-se e ainda bem!), os Maias foram a família que o Eça de Queiroz inventou para dar uma espécie de crítica social tal como faz em todos os seus livros.

O título principal do livro é "Os Maias" mas acontece que tem um subtítulo "Episódios da Vida Romântica" que irá corresponder à cronica de costumes, episódios estes que ao longo da obra tem como finalidade fazer o relato e fazer críticas da sociedade portuguesa no século XIX. O escritor utilizava personagens tipo que irão representar grupos, classes sociais ou certas mentalidades com o objetivo de dar conhecimento ao leitor os costumes, vícios, a corrupção e o parasitismo da sociedade portuguesa.

Ao longo do livro são nos apresentada duas intrigas: a secundário e a principal, havendo uma analepse. Eça de Queiroz vai utilizar a história de uma família, os Maias, para narrar todas as calamidades de uma só sociedade. O leitor acaba por conhecer este família ao longo das gerações de Caetano, Afonso, Pedro e Carlos da Maia. A intriga principal é constituída pelo romance entre Carlos e Maria Eduarda, enquanto a intriga secundária relata os amores de Pedro e Maria Monforte, pais de Carlos, que é necessária para surgir a intriga central. A crónica de costumes vai relacionar os ambientes sociais, os figurantes e todos os seus atos e comportamentos, bem como a relação destes com o protagonista Carlos. A intriga principal é que permite o aparecimento da crónica de costumes, pela que ambas vão-se desenvolver em paralelo.

Logo no início da obra temos aspectos e indícios que não será uma história feliz e que uma desgraça está prestes a cair no seio daquele família para os separar para todo o sempre. É uma história que contém traições, incesto, romance, corrupção e  que pretende denunciar múltiplos aspectos da sociedade.

Sou sincera, se não fosse "obrigada" a ler este livro para a disciplina de Português nunca o tinha escolhida para a minha leitura pessoal. Porquê? Não faz o meu género e acho a escrita de Eça de Queiroz  muito monótona e aborrecida. Os primeiros capítulos para mim foram os piores, com tanta descrição e pormenores  que só me apetecia ir bater com a cabeça contra as paredes. Confesso que houve vários parágrafos que eu saltei onde havia tanta descrição, senão não tinha aguentado. A história em si é bonita e interessante e é capaz de agarrar o leitor, mas aquela forma de escrever é muito saturante! Isto na minha opinião, claro que há muita gente por aí que adoro Eça de Queiroz e temos que admitir que ele em si é mesmo um génio porque já não se vê por aí livros com esta profundidade de reflexão e críticas à sociedade. Acredito que toda a gente que frequentou o ensino secundário saiba o que são Os Maias, mas quem desconhece esta família e gosta deste género de livros porque não lhe darem uma oportunidade? Fica a sugestão!



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Resenha - Noites de Paixão de Cheryl Holt

Kate Duncan concorda um ajudar a prima a conquistar um marido até que percebe que a jovem deseja usar uma suposta poção de amor para seduzir Marcus Pelham. Para provar que o elixir não passa de uma bebida sem qualquer efeito mágico, Kate bebe-o e vive o momento mais sensual da sua vida ao apanhar Marcus em plena sessão amorosa com outra mulher. Todos os nervos do corpo de Kate reagem ao observá-lo no meio das sombras, mas o despertar dos sentidos será uma consequência da poção ou do atraente homem? Felizmente, Marcus não repara que Kate o espia, ou pelo menos ale assim o pensa…
Na qualidade de conde de Stamford, Marcus tem a seus pés muitas mulheres. Contudo, nada o excitou mais como a imagem de Kate a observá-lo. Marcus vai então seduzir Kate e bebe, também ele, a poção. Contudo, o jogo assume contornos inesperados quando Marcus se vê verdadeiramente atraído pela inocente Kate. Ao ensinar-lhe a excitante arte da sedução, será que se apaixona perdidamente pela primeira vez? E será ele capaz de amar uma única mulher para o resto da vida?"

A história passa-se no século XXI, em Inglaterra e temos como personagens centrais o Conde Marcus e Kate. A jovem dama está hospedada na casa do cavalheiro com a sua tia e dois primos, Melanie e Chris, que vieram com o objectivo de casar Marcus com a prima de Kate. A jovem Melanie, com apenas 16 anos, sonha com um casamento cheio de amor e paixão e por essa razão arranja uma suposta poção de amor e dá como tarefa à sua dama de companhia, Kate, de conseguir que o Marcus a beba. Mas Kate para mostrar à prima que a poção não passa de uma mentira, bebe-a. Mas parece que afinal funciona porque a jovem vê-se à porta do quarto de Marcus e observa-o com outra mulher, o que lhe provoca novas sensações e em Marcus, uma grande atração por Kate. 

Marcus é o típico homem mulherengo e ele próprio se auto-nomeia como anti próprio para casamento e não tem qualquer objetivo de casar com a jovem Melanie. No desenrolar da história apercebemo-nos que a família do jovem é bastante fora do comum, visto que o seu pai casou-se com uma mulher mais jovem que era na altura a rapariga que Marcus amava e namoravm, deixando-o por dinheiro e por uma posição na sociedade. Mas o pai de Marcus acaba por morrer e deixa no seu testamento que o seu filho deve casar-se até aos 31 anos para receber a herança. A madrasta de Marcus é que acaba por arranjar o caso com a prima de Kate, Melanie, para não ficar na miséria. 

Mas os planos saem-lhe ao contrário já que Marcus se envolve com Kate numa relação cheia de paixão, prazer e sedução. A história é dramática e triste nalgumas partes, especialmente como Kate é tratada pela prima e a tia e tudo o que esta personagem feminina sofreu ao ser abandonada pela mãe e com a morte do seu querido pai. Mas a narração também é simpática e charmosa noutras partes e bastante erótica em muitas. Acho que faltou um bocadinho de romance na relação de Marcus e Kate, mas também se percebe perante a conexão entre eles. 

A autora é excelente e brilhante em descrever as personagens. Houve momentos em que tive puro ódio pelo Conde e noutros que a inocência de Kate fazia com que me arrepiasse o couro cabeludo de tanta frustração. Adoro o facto de termos acesso ao interior de todas as personagens já que a história é escrita em várias perspectivas e permite ao leitor conhecer o íntimo de cada um, desde aos seus sentimentos, receios e desejos. 

O livro mostra-nos o que o ser humano é capaz para atingir os seus objetivos, desde de ser egoísta, mesquinho, avarento e interesseiro. Mas também mostra que nos podemos enganar pelas aparências e que muitas vezes, quando se tem a certeza de algo, podemos estar errados, que se vai refletir nas nossas escolhas e decisões. 

Temos neste livro um romance conturbado entre os protagonistas, com um romance paralelo entre personagens secundários, muitas falsidades e equívocos, grandes conflitos, dramas dolorosos e uma narrativa delicada.


quinta-feira, 1 de março de 2012

Resenha - Eventyr de Felipe Reino


“Quando a jovem Beatriz Misse encontra, a caminho da escola, uma caixa misteriosa que (ao abrir) a leva para outro mundo, a vida desta azarada garota muda completamente.  Após quase perder a cabeça depois de ser acusada de espionagem pelo príncipe Alexis (pelo qual acabou criando uma relação de amor e ódio), Beatriz se junta ao príncipe em uma jornada para encontrar os 6 pedaços do cristal cuja lenda diz que tem o poder de realizar desejos.  Com a ajuda de Neandro, irmão mais velho de Alexis e Nicardo, um misterioso e atraente rapaz, Beatriz acaba vivendo aventuras mágicas explorando os reinos deste novo mundo a procura do cristal que irá levar-la de volta para casa e descobrindo que o ódio é o sentimento mais próximo do amor e que seu príncipe encantado está mais perto do que ela imagina.”

Este é o primeiro livro de uma trilogia. È nos apresentado a Beatriz Misse, uma rapariga de 16 anos, que é completamente azarada. Tudo começa quando ela tropeça numa caixinha a caminho da escola e o pequeno objecto transporta-a para outro mundo, chamado de Ofir. Admito que esta parte da história fez-me lembrar muito “A Filha dos Mundos” de Inês Botelho, por causa da referência a um mundo paralelo.
Beatriz é encontrada pelo príncipe Alexis que a acusa de espionagem, sendo ele um rapaz meio arrogante e também com algumas características de imaturidade. Depois de ser feita prisioneira, Beatriz parte numa aventura com Alexis e com Neandro, irmão mais velho de Alexis. Os dois irmãos não têm uma relação muito pacífica devido ao facto de Neandro ter abdicado do trono por amor, já que se ele se apaixonou por uma rapariga que não era da realeza, mas sim do povo. Alexis nunca aceitou o casamento do irmão, porque acha que não existe nada no mundo mais importante que o reino e o trono.
Durante a viagem aparece uma nova personagem, Nicardo, um rapaz bastante atraente e bonito que demonstra logo um interesse por Beatriz. Aqui nasce um triângulo amoroso. A nossa heroína, a partir do meio da história, começa a ficar confusa por causa dos sentimentos que nutre por Alex, não tendo a certeza se aquilo será amor ou é simplesmente algo passageiro. Mas quando o príncipe fica à beira da morte, Beatriz não aguenta e confessa o seu amor. Alex, no primeiro momento, mostra-se ofendido e zangado, mas depois admite que também sente algo por Beatriz desde do momento que a viu. O livro acaba quando o grupo de amigos encontram os seis pedaços do cristal e Beatriz é obrigada a voltar para o seu mundo, e juntamente com ela irá Nicardo.
Um livro onde se encontra tudo: Aventura, comédia, romance e toques de mistério. Uma narração mágica para um mundo encantado onde é impossível não se encantar, "Eventyr" conquista não só pela sua história, mas também pelos seus personagens cheios de carisma e alguns quase caricatos. Os cenários, descritos em detalhes, fazem-nos sentir dentro do livro e as situações (cómicas, românticas ou de acção) sempre fazem o leitor querer esta lá.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Resenha - A filha dos mundos de Inês Botelho


“A Filha dos Mundos" fala de Ailura, uma menina de 11 anos que vive no seu mundo de fantasia contado pelo seu pai, no qual existem todas as criaturas de um conto, as fadas, os elfos, os duendes, gnomos e muito mais. Ailura era uma criança feliz! Mas do nada o seu pai desaparece. A mãe de Ailura tenta criá-la o melhor que sabe, mas acaba por tirar toda a fantasia e imaginação da sua vida. Alguns anos mais tarde, Ailura é uma mulher bem-sucedida que tem tudo o que quer da vida mas sente um enorme vazio. Então vê-se deparada com a hipótese de o seu pai ter sido o Rei das Terras da Luz. É lá que reside o Povo da Luz, que vê em Ailura uma maneira de acabar com o mal que os vem a assombrar faz milhares de anos. Esse mal chama-se Morgriff e é ele o feiticeiro que matou o seu pai que tentava proteger as Terras da Luz em mais um dos seus ataques, que apenas quer para seu poder o Ceptro de Aerzis para assim ser implacável, que se encontra nas mãos de Ailura.

Penso e defendo que o livro "A filha dos mundos" deveria de ter estado na gaveta até hoje. Poderia com algumas alterações ser um livro bonito, com profundidade psicológica, mas que devido à sua rápida publicação será sempre lembrado como um livro "que poderia ter sido algo de bom". A acção decorre demasiado depressa, existe uma certa infantilidade em algumas descrições, nomeadamente na repetição do adjectivo "bonito" ou "belo": a Ailura é bela, o elfo é belo, mas dentro disso onde está a substância? A Ailura aparece como uma mulher de 28 anos, directora de um jornal, com responsabilidade, mas que por algum motivo não gosta do namorado e a presença deste torna-se algo desagradável. Tudo isso muda quando Ailura é atropelada por um camião e encontra um mundo paralelo ao nosso. Esta espécie de twist recorda um pouco o romance de Neil Gaiman "Neverwhere", onde a personagem principal também entra numa espécie de realidade alternativa, fruto da sua ânsia de se escapar do mundo real. E este twist apesar de já existir é o único factor bom que o livro apresenta. O facto de todos nós gostarmos de um dia viver num mundo alternativo é uma premissa razoável para um romance fantasioso, apenas a maneira como usamos essa premissa deve ser tomada em consideração. As personagens falham, como referi e a acção peca pela rapidez, na qual é apresentada. Tudo é muito romântico, tudo decorre demasiado depressa.
Ou seja, se a Inês Botelho tivesse esperado mais uns tempinhos, poderia de facto ter apresentado algo mais substancial, talvez introduzir algo mais sobre o povo élfico, os anões. Como seria o seu dia-a-dia, explicar com maior detalhe como é que as pessoas se relacionavam, o próprio passado, a História daquele povo, etc.
Muito sucintamente "A filha dos mundos" estará sempre ligado a um condicional e é a prova viva que nem sempre devemos enviar algo que de futuro até nos poderemos "envergonhar". Erros todos nós cometemos. Não nascemos todos uns Saramagos, mas lá vamos evoluindo com o tempo, vamos crescer, ter novas experiências, que vão reflectir-se no que escrevemos. É um livro que pode apelar as pessoas que só querem ler uma história leve, mas que não satisfará o leitor mais experiente.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Resenha - Julieta de Anne Fortier

“E se descobrisse que era descendente de Romeu e Julieta?

Julieta, um ambicioso e sedutor romance, segue a odisseia de uma jovem que descobre que as origens da sua família remontam aos amores frustrados dos dois maiores amantes da literatura: Romeu e Julieta.
Quando Julie Roberts herda a chave de um cofre em Siena, Itália, dizem-lhe que ela conduzi-la-á a um tesouro de família. A jovem lança-se numa jornada tortuosa e perigosa, mergulhando na história da sua antepassada Julieta cujo amor lendário por um jovem chamado Romeu abanou os alicerces da Siena medieval. À medida que Julie se cruza com os descendentes das famílias envolvidas no inesquecível conflito familiar de Shakespeare, começa a perceber que a conhecida maldição – «Malditas sejam as vossas casas!» – continua actual e que ela é o alvo seguinte. Parece que a única pessoa capaz de salvar Julie é Romeu – mas onde está ele?”

Saíndo do tema do sobrenatural, entramos num romance cheio de acção e por detrás da história temos um romance que toda a gente conhece "Julieta e Romeu"! Nota-se o tamanho da pesquisa que Anne Fortier e a sua mãe fizeram para dar origem a este livro. E apesar das suas 509 páginas, lê-se tão rápido que no fim desejei ler nem que fossem mais umas linhas. A escrita, que não chega a ser nem simples nem díficil - contribui para nos envolvermos mais na história, bem como as pequenas citações no início de cada capítulo e a capa que (pelo menos para mim) como que grita Olhem para mim!
Ao longo do livro, vai-se descobrindo a relação entre a história verdadeira de Romeu e Julieta e a história do livro em si, e assim chegamos a ter duas histórias no livro, o passado e o presente.
Suspense, amor, mistérios e uma grande maldição escondida através de uma trama que promete intrigar o leitor até a última página. Isso tudo e muito mais que encontramos no livro Julieta da autora Anne Fortier. Esse livro é a prova viva de que as aparências enganam. Começamos a devorar as deliciosas páginas dele, pensando estar a caminhar numa linha reta e quando menos se espera a viagem muda de trilho. Adorei e recomendo a leitura para quem, como eu, é uma romântica incorrigível. A história medieval é lindíssima e a esperança de um final feliz na história contemporânea é estimulante. Mas será que o final feliz acontecesse?