O pleno exercício da violência simbólica
Alguns blogs já publicaram em tom crítico a charge de ZH, do último sábado. Faço questão de também registrar aqui no DG esse material de propaganda subliminar israelense.
Essa “piada” de péssimo gosto vale por um editorial. Como pegaria mal uma família judaica (Sirotski), dona de uma rede midiática (RBS), publicar editoriais com divulgação de razões e justificações para o genocídio de civis na Faixa de Gaza, eles optam por fragmentar o tema em pequenas pílulas venenosas assinadas ou vocalizadas por celetistas da empresa. Ora é um colunista conhecido, ora é um pitaco em meio a um programa esportivo, ora um comentário em programa de rádio, ora uma charge “engraçadinha” no jornal Zero Hora.
Nome do chargista bufão: Iotti.
Daqui a 50 ou 60 anos quando já existir - espero – o Estado da Palestina (e faço votos que seja um Estado laico, separado da religião islâmica) e quando se construir um Memorial do Holocausto Palestino, se reunirão todos esses materiais de propaganda de incitamento ao genocídio.
A charge acima deverá constar dessa memória da violência simbólica, que ocorre antes e depois da violência física dos bombardeios, invasões de territórios, assassinatos, destruições e privações de todo gênero. A violência simbólica (Bourdieu) da propaganda israelense prepara, sustenta, normaliza e reproduz condições e espíritos para a aceitação da brutalidade das mortíferas ações bélicas contra civis e inocentes (com a devida vênia de Habermas).
Ontem, o caderno “Mais!” da Folha publicou entrevista com o velho jornalista inglês Phillip Knightley, autor de uma alentada obra sobre a cobertura jornalística em guerras, onde ele estuda a guerra da propaganda travada pelos países em confronto. Comentando sobre a máquina de propaganda israelense, Knightley diz o seguinte:
Essa “piada” de péssimo gosto vale por um editorial. Como pegaria mal uma família judaica (Sirotski), dona de uma rede midiática (RBS), publicar editoriais com divulgação de razões e justificações para o genocídio de civis na Faixa de Gaza, eles optam por fragmentar o tema em pequenas pílulas venenosas assinadas ou vocalizadas por celetistas da empresa. Ora é um colunista conhecido, ora é um pitaco em meio a um programa esportivo, ora um comentário em programa de rádio, ora uma charge “engraçadinha” no jornal Zero Hora.
Nome do chargista bufão: Iotti.
Daqui a 50 ou 60 anos quando já existir - espero – o Estado da Palestina (e faço votos que seja um Estado laico, separado da religião islâmica) e quando se construir um Memorial do Holocausto Palestino, se reunirão todos esses materiais de propaganda de incitamento ao genocídio.
A charge acima deverá constar dessa memória da violência simbólica, que ocorre antes e depois da violência física dos bombardeios, invasões de territórios, assassinatos, destruições e privações de todo gênero. A violência simbólica (Bourdieu) da propaganda israelense prepara, sustenta, normaliza e reproduz condições e espíritos para a aceitação da brutalidade das mortíferas ações bélicas contra civis e inocentes (com a devida vênia de Habermas).
Ontem, o caderno “Mais!” da Folha publicou entrevista com o velho jornalista inglês Phillip Knightley, autor de uma alentada obra sobre a cobertura jornalística em guerras, onde ele estuda a guerra da propaganda travada pelos países em confronto. Comentando sobre a máquina de propaganda israelense, Knightley diz o seguinte:
“É muito sofisticada. Todos os porta-vozes são altamente treinados para o contato com a mídia, repetem sempre a mesma mensagem, num inglês impecável. É claro que funciona. A repetição, de modo profissional e sem recuo, acaba por fixar a ideia. Eles não param de dizer que ‘toda nação tem o direito de se defender, ‘toda nação tem o direito de proteger seus cidadãos, estamos protegendo os nossos’. Ficam dizendo isso o tempo todo e as pessoas acabam por acreditar, como se se tratasse apenas disso” – completa o jornalista de 79 anos.
Ainda não dá para sustentar que a RBS, como corporação, seja um dos porta-vozes israelenses, referidos por Phillip Knightley, mas pode-se sim afirmar que muitos de seus celetistas estão engajados simbolicamente no esforço de guerra contra – sobretudo – as crianças palestinas.
Fonte: Diário Gauche