quinta-feira, 31 de maio de 2012

Respondendo prasamiga...

Depois que eu revelei aqui o grau da birra que anda ocupando minhas tardes, amigas queridas vivendo o mesmo estado de graça fizeram a seguinte pergunta:

- Comofaz????

Bom,
eu vivo repetindo essa pergunta pra mim mesma, a cada chilique novo, mas acontece que eu vi a necessidade de traçar uma estratégia de batalha.
Não!
Eu não entro na onda e brigo.
Eu não explodo.
Eu não sento e choro.
Eu simplesmente me mostro ser superior.
Em tudo.
Engulo todo o "Porque comigo, meu Deus!?", respiro fundo de maneira disfarçada e me mantenho firme.

Se ele começa com gritos, berros, choro e afins eu somente olho.
Olho firme.
Aquele olhar de "continua pra você ver".
Dependendo do lugar e do grau do ataque, eu deixo ele fazer.
Tem que por pra fora, não é?
Deixo ele alí com toda a sua raivinha e depois volto.
Na maioria das vezes, quando volto ele está endoidecido por eu ter deixado ele lá, maaaaas a diferença é que, no lugar de chilicar mais, ele pensa.

E pensar é bom.
Pensar é o melhor presente que podemos dar pra eles.
E ó que não é fácil, mas você, amiga querida desesperada, consegue.

Geralmente depois que se permite "pensar" na situação, a birra diminui.
E se não diminui eu uso a minha arma nem tão secreta assim.
Tiro um brinquedo.
Já que birra é coisa feia. E coisa feia só faz a gente perder.

Mas aí é que tá.
Além de todo esse arsenal de guerra... eu sou mãe besta que gosta de conversar.
E passada a tempestade de gritos e choros e bate pés, eu puxo Isaac pra um papinho.
Ele até finge não estar nem aí, e pode não estar mesmo.
Mas alguma coisinha ele guarda.
Ô se guarda.

...

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Você não vale nada mas eu gosto de você...

Mãe acha tudo fofo.
Concordo.
O filho pode ser das criaturas mais sem vergonhas do planeta que a gente baba.
Cara de pau é motivo de orgulho.
Safadezinhas mirins viram assunto pra conversinha-competição-na saída-da-escola.
Uma coisa.
E Isaac não vale nada.
No bom sentido, claro.
Hoje em dia estuda jeitinhos de nos enrolar pra ganhar presentes.
Nós resolvemos que agora ele só é presenteado nas datas obrigatórias.
E lógico que ele vive tentanto driblar tal regra.

- Quelo isso! - apontam os dedinhos pra tela da televisão.

E no lugar de falar NÃO, eu jogo com ele.

- Quer de quê?

Ele olha desconfiado e espera que eu continue a prosa.

- De aniversário?

Isaac pensa. Pensa na lista de desejos que já tem pro 25 de agosto.

- Não.

- Dia das crianças?

- Hummm.... Não.

- De Natal?

Suspiro.

- Não.

- Então você não quer, Isaac?

- QUELO!

- Então quer de quê?

- De calinho...

Vale nada!
Mas eu gosto.
Amo, aliás.

.....

terça-feira, 29 de maio de 2012

Sabe aquela???


Aquela birra em que a criança parece possuída?
Onde ela prende a respiração?
Fica vermelha?
Grita até tossir?
Cerra os punhos?
E bate os pés no chão enquanto chora o choro mais irritante de todos?

Então...

Isaac agora faz.

Oremos.

...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ecológico


Isaac tem manias.
Umas fofas outras nem tanto.
Mas uma delas, que é uma graça, é pegar plantinhas na rua pra me dar de presente.
Podem ser florzinhas, folhas secas e até que aquele matinho que cresce no meio da calçada.
Eu adoro.
E guardo todos os presentinhos que ele me dá num passeio.
Guardo porque depois ele cobra.
Quer ver.
Conferir se dei a devida importância para o mimo.
E eu, ontem, enfiei a mão no bolso e tirei toda a sorte de folhinhas.
Mostrei pra ele.
Ele sorriu e disse:

- É a Mata Plântica.

Mata PLÂNTICA.
Fala sério????
Não é de acabar-ca-mamãe????
Como faz pra mudar o nome da Mata Atlântica e não extinguir tal fofura???

...

Ótima semana pra todos nós.

...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Das gracinhas junino-escolares. Mais um post da série "acaba-ca-mamãe"

Maio já acabou, como diria minha amiga Mari Patrão.
E finado maio, temos junho.
(E eu te peço neste momento que desapegue do desespero gerado pela proximidade das férias escolares.)
Junho é mês de festa junina.
Arraiá.
Quentão, milho e barraquinhas.
É mês de ver quadrilha e de ver filhote crescendo nos ensaiozinhos.
Isaac já vem cantarolando coisa nova.
Eu fico só esperando uma brecha.
Ontem ele pediu. Todo ditador:

- Vira de costas, mamãe!

- Colocou as mãos nas minhas coxas e explicou.

Os meninos colocam as mãos na cintulinha das meninas.

Silêncio.

Ele apertou os culotes maternos e coreografou:

- E as meninas rebolam o bumbum.

Eu rebolei, né? Sou louca?

E ele, rindo da vida, ergueu os braços e saiu pra sala revelando uma frase da cantoria caipira:

- É rojão pá todo lado!!!

...

Morde?
Mooordo.

.....

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Entre assustados e feridos salvaram-se todos...

Beijo enorme e abraço apertado a todas as tias virtuais que sofreram comigo no pós-tombo do Isaac.
De coração.

Agora os acontecimentos atuais.
Em mim sei que o tombo vai ecoar por algum tempo, mas pra Isaac o assunto é página virada.
Ele até já pediu pra voltar com o amigo na lanchonte, pois "gosta muito de brincar lá".
A gente arrepia e agradece a Nossa Senhora dos Não Traumatizados e toca o barco.
É a vida.

Fisicamente estamos assim, meio rosto esfolado, um olho um tanto inchado e o roxo que já está naquele estágio esverdeado, sabe?
Assim.
Psicológicamente, Isaac já sacou como usar o dodói praa atingir a mente alheia.
E usa e abusa da sua carinha de pau, mesmo que estropiada.

Chego pra pegá-lo na escola, pra almoçar e voltar pro integral.
Lá vem Isaac descendo a rampa todo faceiro puxando sua mochilinha.
Quando me vê ele freia.
Freia, diminui o passo e coloca a mão na cabeça.
Pede que eu me abaixe e manda:

- Estou um pouco tristinho hoje porque eu caí. Não dá pra ficar no integral, né mamãe?!?!

Toma.

- Eu não quero tomar banho. Eu não quero lavar o rosto.

- Mas precisa limpar o dodói Isaac!

- Vai molhar.

- Tem que molhar, né filho?

- Mas você disse que o dodói vai sarar quando ficar sequinho.
(é. ele ouviu minha conversa com a pediatra pelo telefone)

Toma.

E vamos que vamos.
É só o começo.

...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Tombo feio, daqueles que quase (bem quase) matam a mamãe...


E então que tive a minha primeira experiência realmente desesperadora como mãe.
Não que 4 cirurgias no primeiro mês de vida tivessem sido fáceis, mas essa foi uma loucura.
Sábado tive a confirmação de tudo o que acredito em mim como mãe.

Isaac caiu.
Caiu daqueles brinquedões com 2 metros de altura.
Caiu na escada.
Lá de cima.
E nos foi entregue pela assustada monitora com galo estratosférico, rosto todo ralado, nariz sangrando e um choro de susto e um olhar "socorro mamãe" que eu nem consigo explicar.

Eu só respirei fundo.
Vi Isaac no colo do maridex que estava quase em choque.
Olhei pra menina e perguntei exatamente o que aconteceu.
Ela explicou.
Saímos correndo da lanchonete.
E eu ainda olhei pro rapaz que apareceu na minha frente e disse que voltaria no dia seguinte para pagar a conta.

Peguei Isaac, sentei no banco de trás com ele no colo, bem apertado.
Até o hospital, que é longe pacas, fomos conversando com ele.
Segui o instinto e o susto.
Fui solicitando que a memória e as respostas do pequeno nos tranquilizassem.
Ele foi respondendo a tudo, naquele escuro de sábado a noite.

Chegamos no PA e logo fomos passados na frente.
Graças a Deus atendimento rápido, equipe boa, médica gracinha. Dindo médico de plantão.
Exame clínico, ufa.
Raio X, ufa.
Tomografia, ufa.

Só lembrei de olhar praquele pai de boca sem cor e pedir que ele respirasse.
Respirasse.
E quando eu respirei, inalei todo aquele cheiro de hospital.
Inalei toda a realidade e a ficha caiu.
Caiu junto com a minha pressão.
Mas mesmo assim mãe não cai.
Mãe pede pra sentar um pouquinho, e sorri para a pediatra que olha desconfiada.

Isaac dormiu na volta pra casa.
Nós ficamos passados.
Atropelados pela fragilidade toda.
Pela força toda.
Pelo "isso acontece" todo.
E depois de horas, respiramos.

Nos restam agora ralados, hematomas e cicatrizes.
Alguns tipos delas.

...

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Das observações e das soluções simples

Isaac estava dando trabalho na escola.
Não se enturmava com os colegas, chorava em momentos em que a interação com as crianças era obrigatória e dizia "odiar" a hora de ir pra quadra ou para o parquinho.
Eu estava me descabelando.
Além da culpa que me cabe, estava desesperada em achar solução pra infelicidade da cria.
E pra minha também.
Fizemos reunião com a professora, que preocupada com o comportamento do pequeno, sugeriu que ele passasse com a psicóloga da escola.
Concordamos, claro, mas pulga que vive atrás de orelha materna não relaxa, né?
E daí que, dentre as observações e reclamações, eu tinha lá no fundo a certeza de que eu sabia o que era preciso.
Conversas, brincadeiras, atenção.
Tudo isso resolve.
Mas o que ajudou e muito foi que, prestando atenção na relação IsaacXescola, no comportamento dele em casa, e no chororô todo, percebi que ele estava cansado.
Cansado mesmo.
Com saquinho cheio de ficar tanto tempo fora de casa.
Isaac é daquelas crianças que tem seu canto, seu momento sozinho, suas manias, e os dois dias da semana em que ele fica integral estavam chatos pra ele.
Estavam chatos a ponto de contaminar sua boa vontade de ir pra escolinha, a de todos os dias, que ele frequenta no período da manhã.
A ponto dele perguntar todas as noites se amanhã é dia do integral.
E sofrer com resposta positiva.
Logo, querendo achar uma solução que resolvesse, numa só tacada, o tédio, o choro, a falta e a questão dos amigos, me propus a enfrentar o tempo.
Isso. O tempo. Aquele que o relógio conta.
Resolvemos que Isaac não vai sair do integral. Até porque lá ele tem atividades compatíveis com a sua idade e crianças pra conviver.
A solução, simples, é que agora ele sai da escola, almoça em casa e volta pro turno da tarde.
Meio corrido, meio que estranho pra ele, mas ótimo.
Segundo as professoras todas ele melhorou 100%.
Não chora mais, não reclama mais, come o lanche todo e brinca muito.
Mais uma pra eu guardar na pastinha do "vivendo e aprendendo".

Bjos

...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Perdendo os brinquedos

Acontece que ser mãe de um menino de quase quatro anos é cuti cuti.
Mas também é complicado.
Já falei aqui que Isaac se encontra na fase que apelidei carinhosamente como "do reizinho".
Já me lamentei pela falta de paciência.
Já fiz quase todo o drama que me cabe.
Enfim...
estou educando o tal menininho cuti cuti.
Vivendo cada etapa intensamente.
Presenciando todos os conflitos que uma pessoa tem ao tentar se encaixar no mundo.
E sentindo todos eles na própria pele.
Fato.
Vai ser assim.
Se não pra sempre, por um bom tempo.
E então, como consequência, tenho buscado alternativas, fórmulas mágicas, milagres e piedade divina para lidar com certos perrengues que nos cercam.
E sabendo que filhote tem personalidade forte, que a fase é braba e que não podemos desistir, investi num dos ensinamentos supernannescos.
(é, aquela da tv. podem começar a rir. ou a jogar pedras)
Sim, colegas,
eu sou super a favor da conversa, do carinho, do olho no olho, mas tem horas que isso não funciona.
Então, estamos fazendo Isaac sentir suas cagadinhas da maneira que mais lhe atinge: Tirando os seus brinquedos.
Dói.
Não é fácil ver filhote chorando, gritando, sapateando e dizendo que vai sentir falta do brinquedo perdido.
Mas é preciso.
E não é simples.
Acontece que o banco de pensar não funciona mais tão bem.
Acontece que no meio de uma crise napoleônica, conversa e olho no olho só se for com a parede.
Logo, a saída "fez coisa feia perde um brinquedo" começou essa semana lá em casa.
E Isaac já perdeu três.
E também sabe muito bem que vai escolher um de volta caso faça algo legal.
Ontem mesmo, danado, saiu da escolinha dizendo que fez muuuuitas coisas legais.
Enumerou usando os dedinhos, que não bateu nos amigos, que comeu todo o lanche e que não chorou na hora do banho.
Três façanhas? Três prêmios?
Sou boba?
Nada.
Escolheu UM pra tirar da caixa.
E o UM, muito bem explicado, por ter ficado bem e aproveitado a escolinha.
Ufa...

...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mais uma da série "acaba-ca-mamãe"


Ele emburra.
Faz bico, cruza os braços e franze a testa.

- O que foi Isaac? O que aconteceu?

Ele, imóvel, só mira bem no fundo dos meus olhos e manda:

- Eu tô chateado.

Aí a mãe neurótica por excelência já começa a analisar o filho com sua visão raio x, na esperança de que consiga ver o que se passa na cabecinha.
Mas como não consegue, pergunta mesmo:

- Chateado? Com o que filhinho????

Ele até tenta segurar o risinho, mas ele escapa. De manso, mas escapa:

- É que eu não ganhei nenhum beijo ainda....

Se eu beijo?
Beijo tanto que até dá cãimbra.

...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Palavrinhas sobre a minha mãe...

...
Minha mãe é assim
até parece um pedaço de mim
ou eu que sou dela
cada tampa com sua panela.
Ela é silêncio, é grito
é calmaria, agito
tem dia que é quase um apito.
Minha mãe, coitada
Trabalha, cuida, malha
se vira, mira,
está quase desmemoriada.
Mas não desiste
e sempre insiste
no carinho, no colinho, no sermão, quem resiste?
Ela fala
fala muito
mas ouve que é uma beleza
mesmo que seja safadeza
mesmo causo de tristeza.
Mesmo que seja história mal contada ou cria emburrada.
Minha mãe faz rima
ensina
aninha, sinhaninha
decora contos
alinhava pontos
implora descontos.
E ri da vida, essa minha mãe
que mesmo brava chora
que mesmo chorando sorri
que mesmo cansada pula
e mesmo doente está ali.
Minha mãe, sabe
é daquelas que não sei o quê
cai no chão comigo,
pula que nem Pererê.
Ela sabe das músicas,
ela sabe das cores
e sabe mesmo sem saber
que quando ela me espia eu também espio
que quando me abraça eu por dentro sorrio
e que quando canta, eu assobio
e que quando me olha daquele jeito,
que só ela sabe,
na bronca ou não,
eu sou só arrepio.
Eu sou só um grão.

...
Feliz, feliz, feliz Dia das Mães!!!!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dica Quente em Floripa: Daniela

Daniela foi assim nossa chave de ouro.
Daquelas que a gente não quer fechar.
Daniela, já tinham avisado, seria "o mais indicado", mas mesmo assim deixamos pra depois.
E foi um depois muito bom.
É linda, tem pedacinho verde, tem águas claríssimas, areia branquinha e zero onda. ZERO.




E como era nosso último dia de praia, de férias, de marzão e vento no cabelo, decidimos fazer um passeio de lancha, oferecido alí mesmo, do ladinho do nosso guarda-sol.
Acontece que o Valdir, o piloto, foi tão bacana, que aceitou sair do roteiro e ficar caçando golfinhos pro pequeno Isaac ver de perto.
E foi uma master experiência.
Daquelas que a gente não esquece.



Ainda conferimos, lá do mar, as praias do Forte, Canasvieiras, Jurerê e demos uma voltinha na Ilha do Francês.
De encher os olhos de beleza... ai...ai...


Ah, Daniela, confesso que és sim minha preferida.

...

terça-feira, 8 de maio de 2012

Sabe do que estamos brincando?

Sei que a charada é fácil.
Sei que qualquer mãe/pai/vó/pessoa que convive com crianças nesta fase vai adivinhar facilmente.
Mas eu não resisti.

E aí?
Sabem do que estamos brincando???


Hahahaha!
Que a terça seja engraçada, quente e cheia de amigos...

...

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Da mãe que se entrega e do menino que não se suja

Eu sou assim.
Me entrego.
A tudo.
Sentimentos, tarefas, livros, amores, amizades (nem tanto, mais, é a vida), enfins...
Sou caxias.
Sou espontânea.
Sou dessas.
Então que ser mãe deveria ser coisa simples pra um ser com essas características, certo?
Péééééé...
Errado.
Tá certo que pra quem já é acostumado, viver a maternidade pode ser um estágio mais avançado da entregância.
Ok, a vida é feita de desafios e degraus e fases.
Mas acontece que a pessoa aqui se joga em tudo.
E eu percebi mais isso sábado, no parquinho.
Mães da geral estavam calçadas, batendo a areia da roupa assim que um grão mais ousado resolvesse por alí encostar.
Esta que vos tecla estava tão mergulhada na lama que provocava olharezinhos bobos e questionadores.
E mergulhada feliz, assim como um porquinho.
Ontem Isaac ganhou revistinha que ensinava a fazer ovo de dinossauro em papel machê.
Óóóó... atividade com a cria?
Bem que ele quis, mas quem acabou enfiada no pote de água com farinha e papel picado?
Eu, né bem?
Que não arredei o pé do grude todo enquanto a bendita bexiga não estivesse completamente empapelada, colada e grudada.
E ai de quem mexer na minha obra de arte. A qual pretendo pintar, cortar e finalizar bonitinho ainda hoje.
Coisas simples da vida em que a gente vai se percebendo.
E percebendo o filho.
E meu filho é daqueles nojentinhos, sabe?
Que detesta areia na sandália, folha seca grudada na bunda, pretinho sob as unhas.
Isaac odeia qualquer coisa mais viscosa lhe pegando. E incluo na categoria colas, tintas, massinhas e afins.
Logo, o arrepio que lhe causa a lama fica intensificado cada vez que ele vê a própria mãe de barro até a tampa.
Logo, ele largou o projeto do ovo de dinossauro assim que percebeu qual era a base do trabalho.
Logo, tinta sem pincel e sem um rolo inteiro de papel toalha do lado é impossível lá em casa.
E eu já aprendi que ele é assim.
Acho uma judiação, é fato, já que eu acho uma delícia essas atividades melequentas.
Mas ele já aprendeu também.
Que tem a mãe louca, desapegada do fator sujeira e fã de Omo.
E o melhor dessa história?
(E sei que Freud explica, que tem muita gente que vai me julgar e ter dó do meu filho...)
É que ele se diverte através de mim. Dos meus atos. Do meu jeito.
E ri bobo, de cantinho de boca, sabe? Cada vez que sentamos num parque, resolvemos "fazer trabalhinho" ou nos arriscar na cozinha.

Bjo e ótima semana

....

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Da paciência que anda me faltando...

Eu sabia que esse dia ia chegar, mas eu não queria muito não.
Tô frustrada comigo mesma.
Acontece que paciência sempre foi um estilo de vida pra mim.
Daquelas necessidades que não dá pra ignorar.
Paciência tem que ter e ponto.
E esse boa vontade que eu tenho sempre me deixou feliz.
A alta tolerância com quase tudo nessa vida nunca me atrapalhou.
Paciência sempre foi um plus na minha vida.
Daqueles aplicativos que eu não queria nem atualizar, porque estava bom assim.
E por conta do saco elástico evitei muitas situações constrangedoras ou chatas ou estressantes.
Ser a reencarnação de Jó (segundo minha própria mãe) era fato.
Mas acontece que a coisa andou mudando.
E ter filhinho fofo cuti cuti da mamãe, no auge dos seus quatro anos é como ter um tornado morando em casa.
É lidar com serzinho bipolar por opção, sabe?
É como ter uma bombinha relógio de bochechas rosadas logo alí.
Em cada fase que Jó sairia correndo em suas sandalhinhas de couro.
Com cada momento de birra que as queridas Dona Paciência, Dona Persistência e Dona Perseverança pediriam demissão sem nem pensar no mercado de trabalho.
Logo, o mantra paciênciammmmmm que antes me colocava firme e forte diante das mais inusitadas e irritantes situações agora cedeu lugar para o 1, 2, 3, 4, 5..... 10 em respiração profunda.
Assim, a mãe calma que antes aguentava horas e litros e quilos de manha, birra, coisa feia e afins, agora dá lugar a um ser de olhos arregalados e com vontade imensa de gritar.
Pirei.
Surtei.
Cansei de explicar o inexplicável.
De fazer malabarismos para ser ouvida, de discutir comigo mesma.
Cansei dessa paciência que me sobrava, do sentar no chãozinho pra acompanhar a birra, analisar a manha, cuidar do chilique.
E agora tô toda culpada.
Culpada pelos dois lados.
Porque sei que devo ter paciência. Um caminhão dela.
E porque também sei que não deveria ser tanto assim.

E a luta continua, companheiras...

....

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dos sentimentos que sempre vou sentir

Por mais novidades que essa vida materna ofereça não há como ignorar a certeza do "para sempre".
E toda a capacidade de drama, chororô e novelamexicanastile que eu pari naquele 25 de agosto me confere o direito de escrever esse post.

Eu sei que me sentirei culpada (por tudo, todos e everybody) para sempre.
Eu sei que dormirei pouco quase nada para sempre.
Eu sei que o meu filho será o filhotinho para sempre.
Assim como será MEU para sempre (ok noras de 2022, prometo ser boazinha).
Certo de que sofrerei eternamente pelos erros e acertos.
Sei também que sempre estarei esperando com a luz acesa.
Eu sei que haverá um "mamãe você é uma pincesa" pelos séculos e séculos amém.

Como sei que seu abraço será o melhor cobertor desse mundo para sempre, meu filho.
Sei que vou sentir saudade para sempre, seja lá de que fase for (menos do desfralde e isso é fato).
E que vou espiar você dormir pelo cantinho da porta (ok noras de 2022, terei limites, terei limites).
Eu sei que vou ser mãe para sempre.

Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida.
E sei também que para sempre, mesmo peludo e casado e com vida própria, vou ser SUA mãe.
Também estou certa de que, aquele chorinho do outro lado da linha vai mexer comigo para sempre.
Sempre, sempre, sempre.

...

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