Mostrar mensagens com a etiqueta Tchaikovsky. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tchaikovsky. Mostrar todas as mensagens

29.7.13

O Lago dos Cisnes

Filipa de Castro (Odette) e Carlos Pinillos (Príncipe Siegfried)

Ontem, O Lago dos Cisnes fechou, e em grande, a edição deste ano do Festival Ao Largo. Naturalmente, a "casa" estava cheia. Mulheres que são cisnes e que têm asas em vez de braços, deslizando sobre as águas ao som da maravilhosa música de Tchaikovsky, e uma história romântica como só ela são os ingredientes que fazem do Lago o expoente máximo do bailado clássico.

A Companhia Nacional de Bailado deu-nos uma versão muito bela da história de Odette e Siegfried, incarnados por Filipa de Castro e Carlos Pinillas, ambos em estado de graça e empatia perfeita. Filipa de Castro teve momentos sublimes, a nível técnico e interpretativo, tanto como Princesa Odette como no papel da pérfida Odile. No final, os aplausos foram verdadeiramente estrondosos e, na minha opinião, muito bem merecidos. Não apenas para os solistas principais mas para toda a CNB, que nos apresentou um espectáculo de grande qualidade. Nota alta também para os figurinos de José António Tenente.

Dominic Whitbrook

Fotos de Bruno Simão / TNSC

26.1.13

Grace Bumbry na Ópera de Viena

Em Viena pode-se ir à Ópera todas as noites por três ou quatro euros. Oitenta minutos antes do início das récitas começa a venda dos lugares de pé, situados ao fundo da plateia, no balcão e na galeria. Porém, não se assuste o leitor: os Stehplätze estão munidos de suportes à altura dos cotovelos, pelo que o problema maior poderá não ser virem a doer-lhe as cruzes, mas, sim, começar a sentir as pernas derreadas. Alguns clientes habituais da Staatsoper é o que fazem, assim como turistas acidentais que debandam à primeira oportunidade, após terem recheado as máquinas fotográficas com as suas caras à frente das vistas do interior da Ópera de Viena.
Foi assim que me surgiu a oportunidade rara de ver A Dama de Espadas de Tchaikovsky. Rara porque a ópera não é frequentemente apresentada, e raríssima porque a Condessa era Grace Bumbry. Marina Poplavskaya já fora substituída (por motivo de doença) por Hasmik Papian no papel de Lisa e Neil Shicoff também foi substituído na récita de 19 de Janeiro por Marian Talaba. Tratava-se da reposição da encenação que se vê lá em baixo, de Vera Nemirova, mas agora com a estreia do nosso conhecido maestro Marko Letonja na Ópera de Viena.

©
A presença e a voz de Grace Bumbry valeram a noite. Não há como negar que as suas entradas em cena ofuscavam todos à sua volta e faziam-nos esquecer que a produção não era bonita e tinha pouco interesse. Foi ela quem recebeu os maiores aplausos da noite. Muitos dos que lá estavam, quando forem velhinhos, poderão dizer que ainda ouviram Grace Bumbry ao vivo.



"Pique Dame" (em Bildergalerie há mais.)

22.3.12

Amor e Morte

No próximo Sábado, antes do concerto Eros y Muerte de Angélique Ionatos na Gulbenkian, há "Eugene Onegin" em versão Brokeback Mountain, para ver em directo no live stream (streaming.staatsoper.de) da Bayerische Staatsoper de Munique. Será às 6 da tarde, hora de Lisboa.




"Eugene Onegin" é também uma história de amor e morte, contada por Tchaikovsky a partir dos versos de Pushkin; a história tipicamente romântica de um amor desesperado, que leva ao duelo em que Onegin mata o amigo Lenski por causa de Tatjana Olga, irmã de Tatjana.
Para nos dar a sua visão sobre a ópera, o encenador Krzysztof Warlikowski conta, nesta reposição, com a ajuda de Simon Keenlyside (Onegin), Pavol Breslik (Lenski) e Ekaterina Scherbachenko (Tatjana).

A Ópera de Munique mostra-nos dois vídeos sobre a produção.

2.7.10

PUB: Joana Carneiro


Aproveite as noites agradáveis e não fique em casa. Logo à noite e amanhã, sempre pelas 22h00, o Largo de São Carlos acolhe a Orquestra Gulbenkian e a maestrina Joana Carneiro (FB) para um programa Tchaikovsky, a saber: "Romeu e Julieta", Abertura-Fantasia em Si menor e "O Lago dos Cisnes", suite, op. 20. É o Festival ao Largo.

22.6.10

Eugene Onegin

Não será muito comum valer a pena assistir a um espectáculo de ópera por causa de um papel secundário cantado por um baixo. Porém, foi a sensação que me ficou ontem à noite, após o final da terceira récita de "Eugene Onegin" no Teatro de São Carlos. Trata-se de uma das mais belas obras de Tchaikovsky e não vive apenas da ária da carta de Tatiana e da ária de Lensky. No acto III, já perto do final da ópera, temos direito a um dos momentos mais inspirados do compositor: a ária do Príncipe Gremin.




Alexei Tanovitsky

Acontece que Alexei Tanovitsky, nascido em Minsk em 1976, é um baixo profundo à boa moda da escola russa, lembrando-nos também os búlgaros Ghiaurov e Christoff. A elegância do fraseado, a sonoridade, a beleza do timbre, tudo no sítio. Oxalá a nova direcção artística do TNSC não perca o número de telefone de Tanovitsky, lhe decore o nome e o convide para voltar mais vezes. Tanovitsky esteve presente no Festival ao Largo de 2009 (a versão de 2010 está aí à porta) e cantou assim:



Resta dizer que a encenação de Peter Konwitschny, pejadinha de Konzept, desvirtua a obra - nada a que não estejamos habituados - e despoja-a da atmosfera romântica que lhe é essencial. No entanto, esta produção de "Eugene Onegin", em termos musicais (o coro e a orquestra, sob a batuta de Michail Jurowski, estiveram muito bem), deve ser a que menos envergonha quem tem acompanhado a história recente do TNSC.

11.5.10

Ljuba Welitsch



Falta pouco mais de um mês para a estreia de "Eugene Onegin" (Yevgeny Onegin, ou Евгений Онегин, se quisermos complicar mais) no Teatro Nacional de São Carlos, dando-se assim o início do fim da desastrosa temporada lírica 2009/2010. Esta ópera de Tchaikovsky foi apresentada na Gulbenkian há cerca de dois anos, em versão de concerto, e tinha sido vista em Março de 1993, numa bela encenação de Andrei Serban, quando se comemorava o bicentenário do TNSC.

Fotografia da primeira representação de "Eugene Onegin" (1879)
(do programa de sala do TNSC de 1993)


No I acto, Tatiana conhece Onegin e logo se apaixona por ele. Durante a noite, escreve-lhe uma carta confessando a sua paixão. É essa cena que podemos ouvir aqui em cima, interpretada por Ljuba Welitsch em versão alemã, gravada em 1948, e que podemos encontrar neste disco.

Veja-se também a força interpretativa de Ljuba Welitsch nesta cena de "O Cônsul", de Menotti: