Button parece mesmo um predestinado. Quis o destino que ele estreasse na Formula 1 aos 20 anos de idade. Quis ele – o destino – também, que demorasse seis anos para ganhar seu primeiro GP. Aconteceu no primeiro dos domingos formulaúnicos chuvosos em Hungaroring, há cinco anos, numa atuação brilhante saindo de 14º (segunda foto).
Esta vitória abriria uma série. Viriam mais nove, e um título mundial. Quis mais uma vez o destino, que ele completasse seu GP de número 200 na própria Hungaroring (primeira foto), onde tudo começou. Mais ainda, que ele o ganhasse sob a mesma chuva que o premiara em 2006. Duas corridas com chuva; duas vitórias. Button, oficialmente, é o rei da chuva húngara.
Teve ajuda pra vencer - assim como Vettel ontem para fazer a pole - de Lewis Hamilton. Duas escolhas de pneu erradas (Super-soft e intermediário, seguidamente) e uma rodada que o faria levar um Drive-Through. Isto faria o início de corrida fantástico de Lewis - na pista molhada, ser apagado por um quarto lugar de gosto amargo. Assim, Hamilton reforça mais ainda que é disparado o piloto mais seguro do mundo em condições adversas, ao mesmo tempo, que continua sendo o mais impetuoso do grid.
Vettel, como um sábio piloto experiente, vai dando continuidade a seu domínio no campeonato. Se no início do ano era na pista de fato, agora é na tabela de classificação. Vai administrando a vantagem - que agora chega a 85 pontos para Webber - com muita prudência. Webber que por sua vez não diz o porquê ocupa a segunda colocação no mundial. Outra apresentação lastimável.
Alonso de novo no pódio. Um terceiro lugar com sorte, claro; mas também dosado de competência. Massa perdeu sua chance na corrida com uma rodada no início da prova na temida faixa verde da curva dois. Depois teve que remar apenas para recuperar o tempo perdido ali, sem conseguir alçar voos maiores. De lambuja, ainda levou sua segunda volta mais rápida no ano, além do sexto lugar medíocre.
Grande prova de Paul di Resta - excepcional na chuva - em sétimo, e de Sebastien Buemi. O suíço que critiquei tanto aqui ontem fez o que não vinha fazendo desde o início do ano. De 23º no grid chegou ao oitavo; belíssima condução. Alguersuari também não fez feio e levou a Toro Rosso aos pontos com os dois carros. E a disputa continua aberta dentro da equipe.
Destaque negativo é a Renault que viu um de seus carros – o de Heidfeld – explodindo depois de queimar em chamas (radiador?) e o outro – de Petrov – sendo o único carro que largou e chegou no mesmo lugar, 12º.
No fim das contas, não deu pra ver se asa móvel + Kers combateram a monotonia de Hungaroring, a chuva não deixou. Obviamente não é algo a lamentarmos, a corrida está entre as três melhores realizadas no circuito húngaro. Muito divertida, disputada e cheia de ultrapassagens; tanto, que se fosse contá-la inteira aqui te prenderia por mais do que você aguentaria ler. Generalizando, foi mais um grande espetáculo desta F1 que vem já há um bom tempo fazendo boas corridas. Algo que nem os “tilkódromos” e as “tilkeficações” conseguem deter. E viva, o automobilismo!