insignificante
Saturday, November 16, 2024
 

Começo o dia com uma valente poda e com leituras, e encontro este texto que não resisto a trazer aqui:

de André Barata

 

Etimologia

 

Ir à procura de um étimo é como saborear a textura mineral de uma palavra. Descer escada abaixo na história dos seus usos e encontrar um fundo vivo como uma fonte. No grego antigo, etimon está pelo advérbio “verdadeiramente” ou “realmente”, e quem procura a etimologia de uma palavra pode ir no encalço de uma autoridade, mas melhor seria se fosse ao encontro do pulsar do sentido nessa origem.

Nas primeiras décadas do século sexto, Santo Isidoro de Sevilha escreveu uma obra precursora do saber enciclopédico a que chamou Etymologiae e que dedicou a um rei visigodo. A pretensão de autoridade estava lá, mas o que ficou foi um fascinante jogo de sentidos que só por acaso acertava. Por exemplo, “corpulento”, em latim corpulentus, significava, para o Doutor da Igreja, forte no corpo e lento nas pernas. E “oração” (oratio) era a razão falada (oris ratio). Nenhuma delas era verdadeira, mas a ressonância era vibrante, como se as palavras fossem pedaços de matéria a experimentarem-se juntos. Não é diferente com versos da poesia de Luiza Neto Jorge — “a divisibilidade: a visibilidade a dois”, “a sublimação: a sublime acção” — e com outros, como estes que reuniu no que chamou Revoluções da Matéria.

As palavras significam também a sua história de significados, usos e revoluções. Camadas de sentido que se depositam umas sobre as outras como minerais e assim se alimentam, ou passam testemunho, no dizer, no escrever, no ouvir. As falsas etimologias tapam as verdadeiras, mas nem por isso deixam de valer. A floresta nada tinha que ver com flores e sim com o domínio exterior, de fora (foris). Mas um “r” interpôs-se e deu-lhe uma graça que ficou no português e no espanhol, mas não no inglês ou no francês. E outro “r”, dos astros, intrometeu-se na nossa palavra “estrela”.

As palavras não têm uma essência límpida que a etimologia demonstrasse. Por isso, mobilizar a etimologia para invalidar usos de palavras não é caminho. Ainda há pouco, no Brasil, se discutia a expressão “criado-mudo” que significa mesa-de-cabeceira e se presumiu, erradamente, conter uma referência à escravatura. É referência à condição servil e à objectivação que toma pessoas por coisas. Mas o prisma deve ser outro. Mesmo se a etimologia fosse certa, a crítica deve resultar quando as palavras significam agressão e o seu uso é de violência. Se perseguirmos as etimologias para invalidar usos estaremos a essencializá-los. Façamos a crítica às palavras que realmente exercem violência e deixemos as etimologias ao encanto da viagem pela espessura das palavras, muitas com a idade de Matusalém.

 


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Friday, August 12, 2022
 

 "Um sopro e recuperaria o verso, as palavras no silêncio. Que belas são assim livres, conscientes da sua fugacidade, despreocupadas com a sua qualidade, de alguém que as julgue."

Um livro de um peregrino nas palavras e no silêncio que é o tempo onde as abandonamos ou recuperamos.

4 locais em vias de deixar de o ser onde a memória é passado e futuro.

 
                           Um livro iluminado por haikus e por Florbela Espanca, entre outros poemas.
 E neste a descoberta de Christian Bobin.... que compulsarei

 

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Monday, June 27, 2022
 

 As palavras, o seu enquadramento e significado, o seu significante, os signos, o insignificante, foi por aqui que este blog começou, por esgravatar debaixo das palavras , o que se esconde, o que nelas mente, a verdade e que verdade, a manipulação e as falsidades, tudo anda à roda do livro o "Zero e Infinito", na tradução feita pela extinta Europa-América de Arthur Koestler, sobre qual a verdade aceitável na mentira....

                                                                     um livro EXCEPCIONAL!

que se aplica hoje à demagogia desenfreada dos paladinos da guerra, tudo acima a eles se aplica. E continua a não se ouvir o discurso contra a guerra, sendo que o do PCP é, obviamente o discurso, outro discurso de um dos lados da guerra, como quando defendia a mais execrável ditadura do mundo, responsável pelo obscurantismo mais perigoso (Lysenko) e pelo maior número de mortes de qualquer totalitarismo, mesmo o Holocausto que foi direccionado a uma religião e etnia, mas mesmo assim ficou muito aquém nos mortos.

Pois este livrinho fez-me voltar a isto tudo, A maneira e forma como as expressões foram talhadas na nossa lógica social e política, e quando apareceram, e como evoluiram, até sobre essa matéria há divergências., eu e muitos outros acho que a haver antropoceno (termo que continua em discussão e sobre o qual encontro cada vez mais reservas políticas) esse devia ter ponto de partida em 1944 com as 1ªs experiência nucleares que introduzem novos elementos geológicos que irão marcar a terra para milhões de anos....

e claro o coinceito de transição, fluído e pouco consistente, para disfarçar o que temos que fazer que é de facto uma ruptura radical com o sistema produtivista e consumista ou....

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Wednesday, November 17, 2021
 

 Um dia a encher chouriços, em sentido figurado, e liquidar umas revistas e alguns afazeres. Mais outros textos que irão "descontribuir" para a tal popularidade do "moi", sempre ao arrepio do pensamento justo.

E ao final da tarde um livrinho, 45 escassas páginas, letra gorda como a Madame. De Georges Bataille, um personagem estranho entre Freud e Sade um opúsculo entre o sexo e a morte, o sexo como morte de Deuas, Deus que na verdade é um porco ou uma puta ou tudo, para o autor. Claro que foi seminarista ou não nos revelava estes segredos. E amava a mãe, filho de pai siflítico.


 


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Saturday, May 01, 2021
 

 

O perigo das palavras...

Resiliência, no actual enquadramento não é mais que a ideologia da adaptação e tecnologia do consentimento a uma realidade que nos ultrapassa, e para a qual a resiliência é uma das numerosas imposturas solucionistas, para voltarmos a mais do mesmo.

Sustentabilidade energética é outro dos embustes, para nos enfiarem os seus truques e discursos, de crescimento. Temos que lhe opôr a sobriedade energética, e nada mais.

Deparamo-nos com um problema crucial para a ecologia política em Portugal. Falta de estratégia, falta de método, lógicas de protagonismos balofos e semeadura de ilusões. E vivemos sepultados em palavras ocas.

Os problemas estão identificados, mas continuamos a correr atrás da vertigem noticiosa, que só está interessada em fogachos e títulos, que vive a chafurdar num pântano de mentiras e de falsidades e só dá atenção ao que pensa, quando pensa ser o politicamente certo, ou o do interesse público que são os próprios média que constróiem e manipulam.

O discurso científico tem que ser sobreposto por um enquadramento político e a realidade tem que ser direccionada em relação a efectividades práticas e funcionais.

Cada vez mais nos sentimos cercados, por discursos e discursos etéreos e sem um mínimo de praticidade.

Pensar e agir é cada vez mais difícil e romper o bloqueio requer muita argúcia e envolvimento.

E depois....

é duro, muito duro.

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Monday, June 22, 2020
 
A ironia e o sarcasmo directos ao alvo valem mais que mil, muitas mil palavras!
temos que tomar essa. E gritar!

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Saturday, December 14, 2019
 
O que interessa é quem tem o poder!!!!!

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Sunday, October 22, 2017
 
Gosto:
http://elpaissemanal.elpais.com/columna/javier-marias-las-palabras-ofendidas/

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Monday, September 25, 2017
 
AS línguas são momentos sociais, que tem que ver com a forma como enquadramos a comunicação.
Hoje vivemos imersos em in-verdades, que já chamámos mentiras grosseiras, e na chamada novilíngua, que é como quem diz suavizar os nomes que damos ás coisas.
Os nacionalistas catalães, chamamo-los defensores do referendum, do direito ao voto ( qual?), quando lhes deveríamos chamar o que são nazis ( nacionalistas) e totalitários, os nazis alemães agora baptizam-se de populistas, que também são mas devem ser tratados pelo que são nacionalistas, nazis.
O Brexit, outra farsa referendária, outra manipulação grosseira, mas os populistas, nacionalistas que o defendiam passam por conservadores, em vez de nazis, nacionalistas. O mesmo com Trump...
e com o Kim.
A novilíngua, que era a língua do totalirismo que Orweel nos precavia contra está aí. Factos deturpados, verdades escondidas, mentiras promovidas a sérias, palavras mascaradas, estamos feitos ao bife...

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Tuesday, June 27, 2017
 
No enquadramento do direito à palavra, que estou em curso de leitura, as liberdades e o direito à diferença é fundamental.
Lisboa tem agora também um monumento desagravo contra a homofobia.
Registo!
a leitura deste livro e este monumento trouxeram à memória os execráveis reisinhos, surzidos convenientemente em livro " Um Grão de Areia".
A luta continua.

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Tuesday, February 28, 2017
 
No dia apropriado em que a palavra se disfarça fui ver um filme notável, sobre a ditadura que esta pode encerrar, o fanatismo a ela ligado, o absurdo desta e do seu totalitarismo.
O
a que só falta o enquadramento, também político e económico destas missões, levemente referido no final, e uma denúncia das imposições que em nome de Deus os jesuitas levaram com eles.
Uma obra sobre o poder da palavra e o seu contraponto.

E curiosamente li um pequeno livro sobre a palavra, neste caso o seu significado e relação com as tipologias socio-culturais, e a dificuldade da tradução, adaptação, traição que lhe é feita quando saímos da sua génese e evolução.


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Tuesday, December 06, 2016
 
Chegou hoje a depressão da época.
Já fazia falta, veio de mansinho...
Mergulhei numa leitura para esquecer, com uns fumos e um medronho, mas já se instalou.
Estou cansado...
Este é um livro póstumo, mas deixado pelo vivo, de Umberto Eco.


 500 páginas das quais li 150, recolhas seleccionadas de artigos agrupados por temas, todos sobre o nosso tempo, seja as teorias das conspirações, cultivadas por pessoas com problemas, seja a dependência do telemóvel, ou o conteúdo das nossas democracias, "onde os candidatos não são escolhidos pelo pvo mas pela nomenclatura dos partidos e temos que eleger .como mal, menor, entre duas pessoas, escolhidas por outros, que se parecem como duas gotas de água".
Um pensador que faz muita falta. Deixou-nos mais este tijolo para ajudar o pensamento e criticar os novos meios informáticos e lembrar-nos a necessidade de os descascarmos.

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Tuesday, April 19, 2016
 
Já não tenho a certeza se foi na Sicília ou em Malta que vi uns Caravaggio's notáveis, (a cabeça de S. João Baptista!).
É um pintor espesso e atormentado por visões místicas, relacionadas também com a sua ascese sexual e o tempo.
Aqui um dos seus quadros de referência:
a discussão com a morte, de um santo (não o somos todos?).
Hoje uma insómnia colocou-me no quadro dessa discussão, filosófica.
Todas as palavras são a mesma palavra. O pensamento não tem temperatura. A vida é um contínuo.

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Sunday, May 17, 2015
 
Hoje no El Pais, além do interesse habitual e artigos de opinião de qualidade, um de análise sobre a nulidade do Podemos, brilhante, temos esta perola:
carregar para poder ler, sobre as palavras e quem as domina e quando:

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civetta.buho@gmail.com

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