insignificante
Pois hoje é o dito, lamentável, dia de reflexão, e aqui vimos insistir no não voto, que é tão democrático como o voto. E não votar é também não arriscar, porque há frente ou atrás pode estar, a qualquer hora, um contaminado extremo, e é protestar contra um sistema exdrúxulo e não democrático que nos limita a representação.
Não votar é enviar uma mensagem aos titulares da soberania, têm que mudar o sistema eleitoral.
não votar é tão democrático como votar. Mas se acharem que devem votar, votem mesmo nulo, tirando que cerca de 1 milhão de votos que pensam serem úteis são tão inúteis quanto os brancos ou nulos pois não elegem nada, mesmo nada. Votar fora dos futuros eleitos, e felizmente vamos ter menos partidos com eleitos, por exemplo o CDS, Livre, e o PAN, salvo este último, quiçá em Lisboa, e no Bloco da Esquerda em quase todo o país, salvo em 3 ou 4 círculos e o PCP salvo em 2 ou 3, são por todo o lado inúteis, não elegem nada. O Chega oxalá fora também inútil mas a mentira desenvolve-se, ainda agora encontrei um transeunte que achava que as vacinas chipavam....e claro...
Votar no PS ou PSD é outra inutilidade, são a nomenclatura do poder, andam para cá e para lá....
melhor, se acharem que devem votar, votar mesmo nulo, nulo, é igual a qualquer outro voto.
Labels: Brancos, Eleições 22, nulo
Como é obvio, na rede, não há período de reflexão, outro obstrusidade que é necessário corrigir, diminuir o tempo de campanha e dar-lhe mais um dia. E dar cartão vermelho a grupos políticos que se enganam na campanha. O vereador, que agora como é o único membro desse partido, hoje foi noticiado a querer transformar a Av. Almirante Reis. Mas será que não sabe que isso é competência municipal? Será que também não conhece as competências do orgão a que concorre? Ontem também me disseram que não tinha lido o programa com o qual se candidata,,,, pois é a favor da nuclear.....
Espero que, além de uma abstenção notável, mais brancos e nulos, que haja menos, talvez menos 2 ou 3, partidos na próxima A.R. e se fosse possível menos deputados, mas infelizmente tal não o é. Mas é possível, com menos votos que o nosso dinheirinho escorra menos para os partidos. Espero que não haja senão 6 que consigam passar os 50.000 votos e nenhum dos que fique abaixo eleja.... critério de receber o tosto.
Como disse a um amigo, é me indiferente quem ganhe, só não gosto mesmo é do Chega, e não aprecio nenhum dos outros, e não me venham com a conversa e então?, que fui fundador de 3 partidos, afundador de outros tantos pelo menos, que é certo ficaram a boiar até vir a mulher da fava rica, elaborei ou participei em 4 programas eleitorais para legislativas e muitos mais para autarquias, pelo menos, e tenho o que se chama uma participação cívica, que, pessoalmente, reputo exemplar.
Como leio neste simpático livro:
para a democracia não ser a última utopia é necessário fazer mais, muito mais que votar.....sobrtetudo quando votar é inútil, e a representação, o sistema dessa, está completamente viciado.
Labels: Eleições 22, Não votar, utopia
Há 4, e talvez outros partidos, em que nunca, mas mesmo nunca votaria. O Chega, o PAN, o CDS e o Livre.
Ou por terem ideias tortas ou por defenderem a nuclear. De modo algum votaria em algum deles. Também em nenhum das dezenas de partidos inexistentes que pululam (foi genial a ideia do Tal&Qual de inventar um partido, que passou por real!), sendo que a alguns desses 4 é o futuro que lhes auguro.
Dos outros nem pensar na CDU e no PSD só com uma revolta, e já votei em qualquer deles.... em legislativas. Sobra o PS e o Bloco da Esquerda, em que no limite, mas onde está esse?, já também votei, mas num foi por amizade e consideração para com o Cláudio que foi cabeça de lista em Beja e no outro foi numa emergência....
Nenhum, agora, merece o meu voto, seja pelo inquinado sistema eleitoral seja porque 50 e pouco % de acordo com estes 2, não é suficiente. Os outros imaginem.... e no inquérito ( do Público) faltam as perguntas principais....
Não irei votar e apelo ao não voto ou nulo /branco, para derrotar o sistema e partidos que não prestam, não ouvem, não pensam e não sabem.
Nada, mesmo nada, é o que merecem.
Labels: Eleições 22, nulo
mais uma razão para não votar:
https://www.touradas.pt/noticia/protoiro-lanca-guia-de-votacao-para-os-aficionados-nas-legislativas
porque, infelizmente, nada, mas mesmo nada do que aqui é dito é mentira, mas não é enquadrado nem explicado, e sobretudo porque a maioria dos que são favoráveis à tauromaquia, e ás tradições e enquadramentos populares e rurais destas, pois essa maioria não o são pelas verdadeiras razões, a defesa da ruralidade, a crítica aos projectos de regadio ou de florestação intensiva do território, que destróiem o espaço rural onde se criam os sementais taurinos, defendem interesses corporativos contrários à vida rural e são contra a re-introdução do lobo no Sul do país, fundamental para controlar as pragas (cervos e javalis) em nome de uma mírifica defesa do pastoreio (mastins, isso sim e mais pastores!).
Pois são os grupos políticos mais conservadores, no mau sentido da expressão, que dizem defender a tauromaquia, e os mais imberbes e imbecis que são contra por não perceberem que assim são contra a defesa do ambiente e da ruralidade que o sustêm.
Infelizmente vivemos numa partidocracia delirante, que captou a expressão e a representação.
Não votar, não votar mesmo é mostrar o cartão vermelho a esta gente toda. A ruralidade continuará, vimos o nosso caso, e recordo que os animalistas (quanto se arrependeram!) achavam que eramos o elo mais fraco!!! E vimos.
Viva Barrancos.
Labels: Eleições 22, Tauromaquia
Mudem o sistema eleitoral!
Nas últimas eleições a abstenção ultrapassou os 50%
E os votos inúteis foram cerca de 20%, ou seja 20% dos menos de 50% que votaram foram votar para nada, ou melhor o seu voto foi inútil, a isso acrescer os brancos e mesmo nulos.
Pois só os posso aconselhar a não votem mesmo e assim engrossar o número dos que acham que o sistema eleitoral é completamente inadequado, anti-democrático e inconstitucional, dada a desaferição ou desfasamento do método de Hondt por círculos abstrusos.
Menos de 4.000.000 em 10.000.000 de eleitores (bem sei que o número é inflaccionado, pois lá estão os incapazes que não sabem fazer uma coisa tão simples que é fazer coincidir os cadernos eleitorais com o cartões de cidadão!) ou seja vamos eleger um parlamento para o qual só menos de 40% dos portugueses se irão exprimir.
Eu faço campanha activa pelo não voto.
1-Para mudar o sistema, e os políticos só percebem quando começa a doer, menos votos menos dinheirinho para os cofres dos mesmo que é atribuído na ligação votos/eleitos.
2- Para que sejamos ouvidos e que haja algum partido que se aproxime mais (fiz um teste eleitoral com perguntas a mais e outras a menos, mas que me pareceu adequado. Pois só o BE e o PS passaram os 50% do meu acordo. Não é suficiente para eu votar, até porque dos quase 50% de não acordo há vários muito, muito importantes!) pois se houvera algum que chegara aos 80% teria o meu voto.
Não voto, não voto, não voto, também é uma opção por mais democracia, mais e melhor.
Labels: democracia, Eleições 22
Trago aqui um dialogo, entre velhos amigos sobre questões que não têm, também, sido abordadas.....
F.- Como é que se avança
para regimes vegan alargados sem uma agricultura intensiva? Para dar de comer à
população mundial crescente e exigindo alimentos, de que agricultura e
pecuária precisamos? Nas nossas latitudes mediterrânicas, das mundialmente mais
sujeitas a secas prolongadas, vamos continuar a cultivar abacates e
outras culturas altamente regadas? e a agricultura alimentar, durante quanto
tempo e por que preço continuaremos a importar os mais de 80% daquilo que
consumismos? Falta bom senso !!
AE.-Amigo, claro e óbvio. Mas quem defende os
regimes vegan, na maioria dos casos nunca esteve no campo, nunca pastoreou
ovelhas ou cabras, nunca ajudou uma vaca a parir, não sabe o que é o porco de
montanheira, ignora tudo sobre a pastorícia ( O "viriato"
não era um lenhador.... dizia sempre GRT) e da sua importância para a
manutenção da ruralidade.
E não se ouve uma palavra sobre o regadio
intensivo que nos querem, depois do desastre de Alqueva, agora enfiar no Tejo,
com mais meia dúzia de barragens.
A agro-silvo-pastorícia, e aí incluída a
interacção do campo e da cidade como o Gonçalo defendia, têm que ser estruturada
com as culturas mediterrâneas e o sequeiro, com o gado, e tudo com uma
alteração do nosso consciente e a orientação da produção, não a mais
crescimento mas outra coisa.
Temos que ser radicais, claro com abertura
para discussão, infelizmente o relógio continua, tic, tac, tic, tac, e hoje já
só nos dão 100 segundos para a meia noite.
Um forte abraço, amigo (...)
Labels: Agricultura, Eleições 22, Ruralidade, Vegan
Só quando não se tem em conta a incerteza se pode ficar desiludido....
Tive alguma relação com O livre, quando da formação de uma aliança que se chamou Tempo de Avançar, mas depois de no inicio do congresso de formação denunciei algumas tropelias anti-democráticas estas continuaram a germinar. Fui o único voto contra no final desse dia, mas ainda estive em duas ou três reuniões, onde deparei com sobranceria e falta de vontade de aprender ou de mesmo analisar a realidade.
É outro dos partidos que penso devia encerrar portas, já temos talvez uns 20 que não fazem qualquer sentido e o Livre, que até teria espaço já se afundou e não salvados que o recuperem.
Nestas eleições (é mais um partido unipessoal) o Tavares até disse uma ou duas de jeito, mas quando fala de governança é o disparate pegado, aquela da eco-geringonça não tinha pés nem cabeça.
Mas, e muito bem esteve António Costa, fazer uma aliança ecológica com um partido, que é o único (talvez com o MRPP) a defender no programa a nuclear, disfarçada e amalgamada é certo não lembra ao diabo.
O Livre não é um partido ecologista. Defende a nuclear e é contra a ruralidade que faz o território, e por aí há, é certo muitos disparates em quase todos os partidos. E sobre o regadio, a agro-silvo-pastorícia, a agro-ecologia é um mistério e disparates o que se ouve por aí.
Certo que há por aqui e por ali, quem se der ao trabalho de ler os programas, que os próprios desconhecem ( o Tavares fez-se de parvo....)vê aqui ao ali uma ou outra boa ideia, mas é poco, muito poco.
Livre, não Obrigado. Mas como sabem os que me acompanham para os outros todos o meu recado e slogan é o mesmo.
E vejo que há muita gente nervosa, a chantagem está a ser usada para levar as pessoas a votar *. Não, não votar é tão democrático como votar. E votar nulo é o que 25% ou mais dos portugueses vão fazer mesmo sem se dar conta. Só é útil votar em 5 ou 6 partidos e nos círculo onde estes elegem, mas elegem mesmo deputados.
A reforma do sistema político, a alteração do sistema eleitoral e outra legislação sobre os instrumentos,, a representação é fundamental. Isso é que era preciso equacionar. Isso é que é democracia.
* hoje, por exemplo, no Público um artigo demente de Pacheco Pereira, como ele fazia no Grito do Povo ou no PSD, altamente demagógico e de uma boçalidade sem a mínima racionalidade, imagino que esteja doente, mas não se pode perdoar tudo, sobretudo a um homem que teve tempos..
Labels: Eleições 22, Livre
Não votarei em nenhuma circunstância e se estivera confinado com Covid nem me passaria pela cabeça exercer esse direito e contaminar, sabe-se lá quantas pessoas nesse acto.
Era óbvio que não haveria forma de impedir seja quem seja, confinado e mesmo em estado grave, altamente contagioso, de ir votar, a qualquer, qualquer hora, dado que a única coisa que se pode fazer é recomendar.... que vão votar à hora de mais frio (talvez para deixarem de estar contaminados!), mas qualquer contaminado pode ir votar a qualquer hora, e dado que não têm uma estrela não serão identificados nem irão, porque razão iriam?, votar numa mesa de voto específica (para quê?).
O não voto, e continuo a fazer essa pedagogia e não encontro na absurda contestação que me fazem nenhum argumento válido. Só o não voto (e também, menos, os nulos e brancos) pode levar a mudar o sistema eleitoral, perverso e até ilegal, dadas as distorções do método de Hondt pelos círculos eleitorais.
Não votar é defender a democracia que não se esgota no exercício, limitado e distorcido, desse. É um protesto cívico, também, na ausência de verdadeira representação (e aí teríamos pano para mangas) e na falta de programas minimamente discutíveis, o que hoje em dia salvo voto uninominal é sempre (corrigindo-o com um Hondt nacional, como na Alemanha).
Só com uma abstenção (e esqueçam os eleitores ditos mortos que não existem, os cadernos eleitorais já os expurgaram todos, os únicos eleitores "mortos" são emigrantes que mantêm o registo nas suas freguesias!) de mais de 50%, novamente, novamente, porque seria a 2ª vez consecutiva, é que os partidos e os políticos irão pensar na alteração do sistema.
Também apresentei um programa eleitoral, algumas linhas, que tem sido, aqui e ali copiado por este ou aquele candidato, que partidos nenhum tem um programa enquadrado nos príncipios da cidadania e ecologia política (embora alguns amigos me falem do Livre, é inútil o voto nesse, votos todos perdidos dada a escassa possibilidade de eleger um deputado que seja, e portanto só, eventualmente, em Lisboa, mas muito duvidosamente, esse voto seria contado.....eu não voto!).
Tenho mais que fazer que continuar neste peditório, mas não votar é um direito cívico, é um dever para quem acha que este sistema eleitoral está gasto e é inútil!
PS
Salvo nas presidenciais, eleições que não me fascinam (sou por uma republica parlamentar, contra populismos e personalismos) e em que desde sempre só votei em 2 candidatos (numa duas vezes no mesmo), e salvo raras excepções sempre votei num dos boletins para as autarquias, e diversas vezes, para as legislativas, e votei em todos, todos, os partidos, num em cada vez! Defendo intransigentemente a democracia política e os direitos todos nessa.Mas não me apanham mais nestas.
Labels: Eleições 22, Não votar, nulo
Mais um dia de falsas notícias, ou que já toda a gente sabia. Que Anne Frank tinha sido denunciada por algum dos seus (judeus): https://www.youtube.com/watch?v=1pO_nERBqKo
era há muito suspeitado, aliás o papel de judeus no Holocausto tem barbas que não estão de molho....e têm sido muito denunciadas.....é a natureza humana....
Ainda falsas são o chorrilho de mentiras e de baixa demagogia que abunda na medida que se desenvolve a campanha. Ontem convenci mais 2 ou 3 pessoas a não votar, o voto não é útil em defesa da democracia, é mesmo da maior inutilidade porque não contribui para alterar o sistema, o iníquo sistema eleitoral, sem mínima liberdade, nem representação. E nada do que é crucial se discute nesta campanha, onde só se fala da governação e de impostos, dois temas etéreos.....a democracia não é só, nem preferencialmente o voto, é a liberdade de expressão e circulação, é o envolvimento cívico e o activismo social, são as organizações da sociedade, e as formas de romper com o mandatos da nomenclatura, e os tribunais, ai, ai, ai, mas também os tribunais. O voto é lixo.
A propósito encontro este texto de uma conselhista que me merece alguma simpatia, mas sobre a qual temos que estender o manto do tempo que passou:
Au cours de l’été 1918, la dirigeante spartakiste Rosa Luxemburg écrit, en prison, un texte intitulé « La Révolution russe », dans lequel elle affronte Lénine et Trotski. Elle y affirme notamment, avec une étonnante prescience :
#
Si
l’on étouffe la vie politique dans tout le pays, il est forcé que, dans
les soviets aussi, la vie soit de plus en plus paralysée. Sans
élections générales, sans liberté de la presse et de réunion sans
entraves, sans libres affrontements d’opinion, la vie de n’importe
quelle institution publique cesse, se transforme en pseudo-vie, dans
laquelle le seul élément actif qui subsiste est la bureaucratie. La vie
publique s’assoupit peu à peu, quelques dizaines de dirigeants du parti
d’une énergie inépuisable et d’un idéalisme sans limites dirigent et
gouvernent, parmi eux la direction est assurée en réalité par une
douzaine d’esprits supérieurs et l’élite des ouvriers est de temps à
autre invitée à se réunir pour applaudir les discours des chefs et
approuver à l’unanimité les résolutions qu’on lui soumet : au fond,
c’est une clique qui gouverne... Il s’agit bien d’une dictature, mais ce
n’est pas la dictature du prolétariat, mais celle d’une poignée
d’hommes politiques, c’est-à-dire une dictature au sens purement
bourgeois, au sens de la dictature jacobine (périodicité des congrès des
soviets reportée de trois à six mois). Et, plus encore, un tel état de
choses doit accélérer inévitablement une recrudescence de la violence
sauvage dans la vie publique : attentats, exécutions d’otages, etc.
C’est une loi objective, toute-puissante, à laquelle aucun parti ne
saurait se soustraire.
(...)
L’erreur fondamentale de la théorie de Lénine-Trotski, c’est
précisément qu’ils opposent, comme Kautsky, la dictature à la
démocratie. « Dictature ou démocratie »,
voilà comment est posée la question par les bolcheviks aussi bien que
par Kautsky. Naturellement, celui-ci se prononce pour la démocratie,
c’est-à-dire la démocratie bourgeoise, puisque c’est l’alternative qu’il
propose à la révolution socialiste. A l’inverse, Lénine et Trotski se
prononcent pour la dictature, qu’ils opposent à la démocratie, et ce
faisant pour la dictature d’une poignée de personnes, c’est-à-dire pour
une dictature bourgeoise. Ces deux pôles opposés sont tous deux
également éloignés de la véritable politique socialiste. (...)
Ce serait exiger de Lénine et de ses camarades une œuvre surhumaine
que d’attendre encore d’eux qu’ils fassent naître, comme par miracle,
dans de telles circonstances, la plus belle des démocraties (...). Le
danger commence quand ils veulent faire de nécessité vertu, fixer en
tous points une tactique qui leur a été imposée par des conditions
fatales et recommander au [prolétariat] international de l’imiter comme
un modèle de tactique socialiste.#
Textes, Editions sociales, Paris, 1982. Rosa Luxemburg
a propósito do voto....
Labels: Conselhista, Eleições 22, Judeus, Mentiras
Ainda me recordo dos tempos em que o Féfé era contra a democracia burguesa. Hoje diz, sem qualquer sentido e com total demagogia, como quando era contra essa, que votar é defender a democracia. O voto não defende nada, o que defende a democracia é não votar para contribuir para mudar as caducas leis eleitorais e essa é a única forma de o fazer, ou votar branco/nulo.
A democracia, a representação é muito, muito mais que o voto, é a forma como intervimos, como apoiamos e nos opomos, no quadro da lei, ou procurando modificá-la na sociedade, é defendendo as liberdades públicas, a liberdade de expressão e também claro a liberdade de voto ou de não voto, sendo que quem não vota não é menos democrata, do meu ponto de vista, até é mais, muito mais democrata.
Votar, no actual sistema, é desperdiçar força para impôr uma alteração à legislação eleitoral, que nem sequer respeita os seus princípios, o método de Hondt transformou-se numa farsa, pois se menos de 1% elege um deputado num círculo e noutro são precisos mais de 45%, o que é isto?
Um faz de conta, onde tudo está feito. Mais de metade não votamos, e mais de metade, quase, da menos de metade que vota, vota inutilmente mesmo que vote nalgum partido.
Tem juízo Féfé antes de insultares mais de metade, aliás quase 3/4 dos portugueses. Apesar dos constrangimentos e pressão intolerável que é feita para tentar levar a carneirada a votar, neles. Em qualquer deles. Não ao voto num sistema inquinado!
Labels: Abstenção, Eleições 22, nulo, voto branco
"Um (qualquer) partido ocupado com a conquista ou com a conservação do poder governamental não pode discernir senão ruído nestes gritos. (....) Mas em nenhum caso será capaz de ( discernir o significado."
" Os partidos não dão qualquer atenção à verdade ou à infelicidade"
De Simone Weil
Defendo, convictamente, e não são os inuteis debates que me mudam a opinião, que é estrutural sobre os programas e o sistema política actual, que só uma abstenção maciça e um aumento também de votos brancos ou nulos pode levar este caduco sistema político e eleitoral a bater no fundo e os políticos aperceberem-se do distante que estão da verdade e da felicidade.
Recebo uma boçalidades de vários amigos a contestasr essa posição, mas infelizmente sem qualquer dialéctica ou lógica ou argumentos.
É absolutamente irrelevante quem fique à frente, quem ganhe, se, como será só tiver uma infima minoria do universo eleitoral. A democracia não se esgota no voto, a participação cívica urgente agora é:
NÃO VOTAR; para mudar o sistema eleitoral e alterar o quadro político.
Estamos há quase 45 anos sem alterar o modo e a forma, como elegemos a representação, que a continuar assim não representa.... nada.
Labels: Eleições 22, Não votar, Simone Weil, Simone Weil. partidos, Weil
aqui, continuamos:
Labels: Eleições 22
Hoje foi notícia o meu velho camarada Camilo Mortágua, que a paz esteja com ele, e continuamos com a inútil campanha eleitoral, onde não se apresentam propostas, onde só ouvimos tontadas, onde não há qualquer, a mínima, prospectiva.
As alterações climáticas irão tornar isto tudo um disparate, o crescimento, mais aeroportos, mais turismo, mais regadio, mais construções, mais, mais, mais.
Deveríamos alterar tudo e dar outro sentido à vida. Procurar outros caminhos. Este livrinho conta várias aventuras, e o encontro consigo, comigo. E tem páginas notáveis sobre os gelos a derreter.....
Na Groenlândia em 2007 já se tinham perdido 25 Km e cerca de 300 metros de espessura.....
....mas por cá discute-se a prisão perpétua ou as aulas de educação cívica, ou a privatização disto e daquilo, em vez de se discutirem orientações, lógicas de vida. Greve ao voto, ou voto nulo!
Labels: Eleições 22, Legislativas, Livros
continuação, início posta anterior!
A moral e a política
Uma
bazuca contra o clima ou? II
“ Só vemos bem com o coração” Ste Exupéry
Outro tema central é a agricultura, a
agro-silvo-pastorícia, a agro-ecologia que deve ter centralidade. Referi a
reintrodução do lobo no Sul, a luta contra a doença do azinho, e também do
sobro, temas que agora deixo no éter, mas para tal é essencial pôr fim ao
regadio e investimentos para esse, quantas novas e inúteis barragens se propõem?,
fim ao estufismo, fim a lógicas de intensivismo agrícola, depauperador dos
solos e ajudante das emissões, e rever as barragens existentes e iniciar um
programa de desmantelamento de, muitas dezenas, obsoletas.
A agro-silvo-pastorícia, é base de uma correcta
agro-ecologia, deve limitar a quantidade
de cabeças e privilegiar raças autóctones, ovinos, caprinos, suínos, bovinos e
touros ( que permitiram o regresso do abutre negro, e como nos dizia Ribeiro
Telles são fundamentais para a ruralidade e a manutenção das populações no
território, as suas festas e tradições culturais). Apoios ás produções
agro-artesanais (azeite, vinho, mel, carnes certificadas, etc), assim como ao
sequeiro, articulado com aproveitamentos silvícolas.
Mencionei ainda o desenvolvimento e
investimento industrial apropriado, falei sobre políticas de educação, ambas
com a matriz ecológica e mencionei o meu contacto pessoal com Ivan Ilitch e as
suas ideias, e nesse quadro , aproveito para mencionar mais uma contra a bazuca:
Apoiar sistemas de saúde de maior proximidade,
centros de saúde equipados devidamente em vez de apostar em novas grandes
unidades, reforçar as que já existem numa lógica de articulação com essas,
incentivar as redes de cuidados pré hospitalares e desenvolver lógicas de
envolvimento das pessoas.
Apoiar o desenvolvimento das redes de
termalismo assim como integrá-las no SNS, e aí voltei a referir a geotermia.
-Não podemos esquecer o ambiente e ordenamento do território e nosso sistema de classificação e protecção da
natureza, hoje sobre graves ameaças e que tem que ser radicalmente revisto,
Criar novas articulações dos espaços, mal, muito mal protegidos, por ausência
de investimento, com autarquias e associações e integrá-las com os planos
municipais de ordenamento, mas, desde logo,
criando uma supervisão qualificada a nível central, e também prever
algumas reintroduções de espécies.
E a recuperação de territórios
ex-minerados, por exemplo, e as ridículas políticas de reciclagem e tratamento
de efluentes ou resíduos, que temos por cá..
Só tudo isso articulado é receita para combater as pavorosas alterações
climáticas, que se não forem detidas transformarão o Terreiro do Paço! Em
S.Marcos, o resto é conversa fiada. E contra as bazucas e o crescimento, melhor
e outra coisa, agora que entramos no centenário de nascimento de um homem maior
do nosso ambiente (Gonçalo Ribeiro Telles) temos que dar caminho ao seu
caminhar.
António Eloy
https://obseribericoenergia.pt/index.php/arquivo/ultimo-envio
E não votar num sistema inquinado ou votar branco ou nulo.Tão nulo como os debates sobre nada e coisa nenhuma.
Labels: Eleições 22, Legislativas
Não irei, de certeza, votar, e farei campanha activa, junto dos meus amigos para que não o façam.
As razões estão claras nestes dois artigos, que serão publicados, assim ou com rearranjos, em outros orgãos de difusão.
A moral e a política
Uma bazuca contra o clima ou? I
“ O essencial é invisível aos olhos” Ste
Exupéry
As nossas eleições estão inquinadas, não há
nenhum programa de ecologia política que ponha o clima no centro e lute contra
o crescimento, e alguém que ponha em xeque a inconstitucionalidade da
legislação eleitoral em que um eleitor de Lisboa com 1,2% elege um deputado e
um de Portalegre precisa de 45%, e em que mais de 25% dos votos expressos são
nulos, não servem para nada!
Aqui um resumo por tópicos de um programa de
ecologia política:
- Energia, desde logo é preciso pôr um ponto
final no desvario do lítio, agora que é claro que esse é, como o urânio
nacional que seria para as “nossas” centrais nucleares, embora se continuasse a
importar quase todo, como com o lítio, residual o que temos, e sabe-se também
que, em França, já se está a obter lítio com outros procedimentos a partir de
geotermia, com impactos reduzidos.
Geotermia que deveria ter um papel central,
para o aquecimento dos nossos edifícios, juntamente com adequado isolamento
térmico e regeneração do edificado, para aí deveriam ir mais investimentos, sabendo que 17% dos
portugueses não tem casas adequadas para viver e os edifícios consomem 40% da
energia e emitem 36% dos gases carbónicos. E impôr por lei aos novos edifícios
aquecimento a partir deste processo!
Articulado isso com um programa nacional de
levantamento, e mesmo de leilões para a cobertura do edificado, em todos os
municípios, de fotovoltaicos, o que evitaria os mega parques que contribuem
para a destruição de potencialidades do território, com a simplificação e apoio
a comunidades de energia nesse propósito, de instalação cooperativa.
-Propomos, em articulação com o sistema de
transportes (que deve ser electrificado, também com a reintrodução de trolley
carros onde se acabou com a possibilidade de eléctricos) investir, com a U.E. no hidrogénio que já foi
considerado alternativa e poderá ser usado em transportes aéreos, nomeadamente,
mas também em alternativa aos ineficazes de todos os pontos de vista carrinhos
eléctricos, que só aumentam a densificação urbana.
Em ligação com a questão energética, e contra
a tal bazuca, há que dizer basta, basta já, a qualquer novo aeroporto. Já temos
um feito e novo para Lisboa, em Beja, só faltando ligações ferroviárias
adequadas, que também iriam impulsionar a ocupação do país vaziado e que se
poderia articular com a redução da Portela e a ocupação de aeroportos da zona
de Lisboa (Ex: Monte Real), já existentes. E claro electrificar o que falta da nossa
rede ferroviária (ainda no século XIX) e recuperar, com carruagens mais
ligeiras algumas das linhas encerradas. E as ligações a Espanha!
-Taxar fortemente os “lowcost” e limitar o
aparcamento de navios de cruzeiro, no quadro de uma qualificação do turismo,
com apostas no cultural, paisagístico e gastronómico que também dê sentido ao
país que se esvazia e recupere as cidades para o prazer e vidas dos nossos
cidadãos.
Para tal, sem entrar em competências
municipais, estabelecer limites aos alojamentos locais, limitar novas unidades
hoteleiras e sugerir metas de produção agrícola urbana, passando pela ocupação
dos telhados, imersos com produção de
energia e fachadas verdes, tudo isto mediante processos de transferências
financeiras com relação com a qualificação.
Continua em próxima posta
António Eloy
https://obseribericoenergia.pt/index.php
Labels: Eleições 22, Legislativas