Momentos que devemos enquadrar, no tempo, na sua ligação à ruralidade, na sua articulação com a magia, na lógica do cultivo dos animais, na humanidade que deles resulta:
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Ontem em colóquio na Moita, além de muitas observações genéricas julgo que contribui para o pensamento ligado à tauromaquia de forma a integrá-lo na ruralidade, ambiente, cultura e política.
Defender as corridas de per si não é um elemento catalogável ou sequer estimável, antes pelo contrário referi que a cooptação do ambiente taurino em Espanha pelo VOX está a dar um golpe mortal, uma estocada mortal, ás corridas em Praça, independente de discussões interessantes que se desenvolvem sobre o papel dos picadores.
Agregar a tauromaquia à extrema direita é um passo firme, uma estocada certeira para o fim das corridas, sejam mais ou menos populares.
E claro, em Portugal a Pró-Toiro não tem noção clara dessa situação, apesar do trabalho notável que tem feito no sentido de dar conteúdo ao momento de bandeira da ruralidade que são as corridas. É lamentável o questionário que foi feito, ou melhor o levantamento das posições dos partidos sobre a festa, independentemente desse estar, como referi correcto.
Só que a bandeira tem que ser enquadrada, não se defende sem defender o território, a sua construção e nessa o trabalho do homem a construir cultura, nos seus diferentes aspectos, da pastorícia, aos cavalos, do artesanal ao sofisticado, das diversas vertentes interligadas com rituais religiosos ou não ao social que é resultante de todos esses aspectos.
Não se defende a corrida em abstracto, por isso há quem adore os animalistas que permitem não elaborar pensamento nenhum e defender boçalidade contra boçalidade.
O pensamento taurino tem que se revestir, mudar as vestes mesmo, e dar sentido ao território, onde o apuramento do toiro, fundamental para marcar a charneca e o montado deve ser integrado com a biodiversidade e a paisagem que molda e deve ser explicado, porque os urbanitas o ignoram o processo de selecção e a rentabilização do animal, assim como a sua continuidade.
Mas temos uns conceptualistas dos dois lados, de um uns que inventaram a alma do toiro, sem saberem que este resulta da tenta, do outro os que levantam o braço, ignorando que a cultura taurina é intrinsecamente democrática, de Lorca a Picasso, de Hemingway, a Vargas Llosa e tantos outros.
O discurso tem que fazer caminho, nunca esquecerei que quando o Dalai Lama foi interrogado sobre a tauromaquia respondeu "cada local tem os seus rituais que devem ser respeitados no quadro da sua espiritualidade", os toiros são, também, um momento zen.
Esse o aspecto final, que não foquei, que é o que a bandeira representa, que é a continuidade, a religação das comunidades, do território, da cultura e da sociedade num ambiente adequado, para o qual o toiro, criação de muitas gerações, muito contribuiu.
Que continue, afastando os fantasmas que o parasitam.
Labels: ambiente, Tauromaquia, Toiros e zen
mais uma razão para não votar:
https://www.touradas.pt/noticia/protoiro-lanca-guia-de-votacao-para-os-aficionados-nas-legislativas
porque, infelizmente, nada, mas mesmo nada do que aqui é dito é mentira, mas não é enquadrado nem explicado, e sobretudo porque a maioria dos que são favoráveis à tauromaquia, e ás tradições e enquadramentos populares e rurais destas, pois essa maioria não o são pelas verdadeiras razões, a defesa da ruralidade, a crítica aos projectos de regadio ou de florestação intensiva do território, que destróiem o espaço rural onde se criam os sementais taurinos, defendem interesses corporativos contrários à vida rural e são contra a re-introdução do lobo no Sul do país, fundamental para controlar as pragas (cervos e javalis) em nome de uma mírifica defesa do pastoreio (mastins, isso sim e mais pastores!).
Pois são os grupos políticos mais conservadores, no mau sentido da expressão, que dizem defender a tauromaquia, e os mais imberbes e imbecis que são contra por não perceberem que assim são contra a defesa do ambiente e da ruralidade que o sustêm.
Infelizmente vivemos numa partidocracia delirante, que captou a expressão e a representação.
Não votar, não votar mesmo é mostrar o cartão vermelho a esta gente toda. A ruralidade continuará, vimos o nosso caso, e recordo que os animalistas (quanto se arrependeram!) achavam que eramos o elo mais fraco!!! E vimos.
Viva Barrancos.
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A tauromaquia, as corridas com toiros, são um momento, momentos importantes da ruralidade, de afirmação da ruralidade, das lógica e ligações, sociais, culturais, afectivas que tecem os costumes, a história e ligam o passado, a criação e relação com os animais, com este animal "doméstico" que é criado, vive para este momento, e agora até faz parte do "rewilding", o restauro da natureza, a recuperação do urro.
E depois é também cultura, no nosso caso a do cavalo, e aprendizagem, elegância e volteio, qual ballet que se realiza, a pé ou a cavalo na arena.
E claro também é gastronomia e tantos, tantos tempos em volta da "comida" do toiro. E também é arte visual pictórica, nem vale a pena mencionar, Goya, Picasso ou Miró, mas tantos, tantos outros artistas de altissima qualidade, e ou escritores, poetas que em torno desta arte descrevem o mundo.
Também os cartazes, os cartazes das corridas têm um molde, de arte, cheia.
este cartaz tem um desenho fantástico da cabeça do toiro. No outro para a corrida de dia 16 consta um sobrinho de Gonçalo Ribeiro Telles, que era aficionado, de uma grande família de Coruche, insigne nas artes tauromáquicas. Tive muitas conversas com ele sobre a ruralidade e sobre toureio que faz parte desta. Não se podem separar.Labels: Gonçalo Ribeiro Telles, Tauromaquia, toureio
André Silva* não era mau tipo, embora fosse pessoa de muito pouca, muito pouca cultura, mesmo.
Há animais com mais cultura que ele tinha.....
Países há em que o acordeon é instrumento fundamental para os funerais....
como outros onde a ruralidade se preserva, e luta para manter o ambiente com pastoreio extensivo, com os toiros e a sua cultura e, claro, a tauromaquia.Far-nos-à falta, tinha graça, na sua lógica urbanita e animalista e os tantos, tantos disparates.....
* Disse ele "as toiradas têm tanto a ver com cultura como acordeões com enterros", ignorância, pois claro!
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