junho 28, 2017
O meu voto, outra vez, em favor do Salvador
A verdade é que vou tendendo a gostar, cada vez mais, do Salvador Sobral.
O comentário por ele produzido no concerto de ontem Juntos Por Todos e que - como tanto gosta de se dizer - está a «inflamar as redes sociais», reza mais ou menos assim: «Eu sempre que faço qualquer coisa vocês aplaudem. Vou mandar um peido para ver o que é que acontece», logo a seguir a um curtíssimo improviso que nem lhe saiu muito bem, denota tão-só que estamos em presença de alguém que aparenta ter os seus atributos no sítio e sabe - pasmem, ó gentes! - pensar com a própria cabeça.
Daí, a minha chapelada.
E o Salvador Sobral não fez, como se apregoa, um «comentário humorístico». Fez, sim, um comentário crítico, de inegável frontalidade e muito a-propósito. Para além do foguetório acrítico institucionalizado, é bom ouvir uma voz com alguma lucidez que apele, pelo contrário, a um saudável espírito crítico e, já agora, fundamentado, em vez do aplauso imbecilóide ou apatetado a que estamos tão (mal) habituados.
Os espíritos tão cordatos e politicamente correctos que se indignam ou exasperam com esta atitude corajosa não passam disso mesmo: tão cordatos e politicamente correctos, que enjoam.
Nada será definitivo, mas este Salvador, não o sendo da pátria, pelo menos ajuda-nos a preservar alguma racionalidade, no meio de tanta patetice, tanta louridão e tanta lantejoula mediática.
Bem haja.
Pós-de-escrita - Talvez se o Salvador se tivesse referido a um sonoro traque, a uma conspícua ventosidade, a uma inocente flatulência ou, até, a um imponderável pum, as hordas censórias se mantivessem mais apaziguadas. Agora, um peido, na presença de tão eméritos representantes da nação?!... Enfim, não sei se gostaria de lhe estar na pele, ao longo dos próximos dias...
E é vê-los, a todos e a todas, tão puros quão linguisticamente bem comportados, e que nem soltam nem largam, fisicamente, ventosidades que tais, os pobres, tão aprumados. No limite, exalam tão-só algum suspiro deliquescente... Sendo que neles o suspiro terá orifício alternativo.
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junho 27, 2017
quotidiano delirante (4)
Para nos aligeirar o espírito de tanto fogo, tanta demagogia e tanto desespero, aqui fica um ligeiríssimo apontamento que não tem nada a ver com o fogo, a demagogia inerente e o desespero consequente:
Proponho-vos um exercício curioso: experimentem articular, na presença de petizes ou projectos de jovens - o que eu situaria num escalão etário que vai dos 8 aos 12 anos - expressões idiomáticas que nos estão entranhadas na pele e saltitam quais pipocas no discurso mais informal, do tipo:
- deitar os bofes pela boca
- ser-se mais papista do que o Papa
- ter mais olhos do que barriga
três meros exemplos que me ocorreram, ao correr da pena e em leve conversa com tenra gente.
Este exercício tem especial impacto nos meios urbanos, claro. O ar de estranheza patenteado pelo nosso interlocutor de tenra idade, que vai da mera incredulidade à ignorância abissal, percorrendo desvairados patamares de não-sabedoria deixar-nos-á com o constrangimento profundo de que não estamos a ser capazes de transmitir o testemunho cultural que nos compete.
E, claro, a culpa não é deles.
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janeiro 10, 2017
Mário Soares
07 de Dezembro de 1924 - 07 de Janeiro de 2017
Controverso como a Vida que viveu, com maiúscula, de corpo inteiro e largo espírito. E tanto me basta, que nunca fui admirador sem condições.
Na espiral que nos leva vida fora, a pegada de alguns - lamentavelmente poucos - marca indelevelmente essa coisa pouca e, entretanto, enorme que é a Humanidade. Mário Soares é, neste contexto, um caso digno de estudo: o seu amor pela polis confunde-se com a sua fruição da vida.
Cada acto seu, comandado pelo impulso do momento muito mais do que por uma acção programática pré-feita e conjecturada, determinava-se segundo dois vectores determinantes: a Democracia e a Liberdade. E assim se movia.
Errou que se fartou, seguiu, então, derivas norteadas pelo pragmatismo político, porventura muito para além da razão fria. Não podia, assim, deixar de tropeçar nos escolhos da jornada.
Mas talvez seja essa, para mim, a sua dimensão maior: o ser humano entre humanos. E o seu calculismo político assumiu, por isso, a linha orientadora do que consideraria o bem comum, não se empecilhando em favorecimentos circunstanciais ou de proximidade.
Não sou dos que considera, em situações destas, que «todos ficamos mais pobres». Não. O seu legado está aí e ao nosso alcance. Basta segui-lo.
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dezembro 28, 2016
Quase-quase em jeito de mensagem de fim de ano e princípio de novo
Nesta manhã fria e carregando comigo uma quantidade de vírus indesejados, fungando, tossindo e pigarreando, febril, em sinfonia gripal a solo, dou por mim, no meu passeio matinal, logo depois de um matinal café mal bebido, porque meio queimado, e a caminho do meu local de trabalho, a vociferar intimamente contra todos os concidadãos que estacionam as viaturas sobre os passeios, deixando aos peões uma nesga de circulação, entre tabiques de obras, caixotes do lixo ou lixo espalhado pelo chão ou, ainda e pior, dejectos de inumeráveis cãezinhos, que os donos respectivos se esquecem de recolher e levar para casa – tantas vezes, aos próprios cãezinhos…
Nada augurava, pois, um dia auspicioso e feliz.
E assim eu ia matutando, embatendo, involuntariamente e com dor, com o cotovelo nos retrovisores – que nem isso recolhem, esses egoístas condutores estacionados, apesar de correrem o risco, civilmente presumível, de um legitimamente arreliado cidadão lhes rebentar, a murro, essas excrescências das viaturas… - e lá que merecer, mereciam!
Mas, coitados e verdades sejam ditas, estacionar onde? Ao menos ali nem pagam o estacionamento. Os peões, assim como assim e de algum modo, lá hão-de safar-se.
Entretanto, em sentido contrário, aproxima-se uma jovenzinha, ajoujada ao peso de uma mochila quase maior do que ela, e em artes de dançarina – tal como eu – na gincana dos objectos obstáculos.
No momento de nos cruzarmos, encolhi-me todo, esmagando-me contra um carro – desejando intimamente que algum risco involuntário (mas merecido) na pintura compensasse a sujidade que ficaria agarrada ao meu casacão – e cedi-lhe a passagem possível, que consistia numa nesga onde mal cabíamos ambos, não houvera ginásticas de delicadeza.
A jovenzinha ergueu o olhar para mim, sorriu e disse-me obrigada.
E tanto bastou para que, de súbito, eu sentisse o mundo com outro olhar.
Ocorreu-me Sampaio da Nóvoa, numa sua palestra sobre esta forma portuguesa de agradecer, em que invoca São Tomás de Aquino, no seu Tratado da Gratidão, dissertando sobre esta manifestação do terceiro nível de agradecimento que, ao que parece, apenas em Portugal é usado: obrigado.
Apesar de tudo, há sempre a possibilidade de um sorriso e de uma manifestação de humanidade quando menos se espera e por mais singela que ela seja. Não saberá a jovenzinha o bem que me fez, nem eu saberia pagar-lhe por esse bem.
Mas, sim, também eu lhe fiquei, sentidamente, obrigado.
- Jorge Castro
28 de Dezembro de 2016
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dezembro 28, 2015
Os votos de Jacques Brel,
no primeiro de Janeiro de 1968 (Europe 1)
Mão amiga fez-me chegar esta mensagem, proveniente já da lonjura do tempo mas, como é useiro e vezeiro naqueles que escrevem a Vida com maiúscula, que poderia muito bem ter sido escrita ontem ou, até, depois de amanhã... Aqui a partilho, com a ousadia de ser minha a retroversão do original, em francês:
«Desejo-vos
sonhos sem fim e a vontade furiosa de realizar alguns. Desejo-vos que amem o
que é preciso amar e que esqueçam o que é preciso esquecer. Desejo-vos paixões,
desejo-vos silêncios. Desejo-vos cantos de aves ao despertar e risos de
crianças. Desejo-vos que respeitem as diferenças dos outros, porque o mérito e
o valor de cada um estão muitas vezes por descobrir. Desejo-vos que resistam à
estagnação, à indiferença e às virtudes negativas da nossa época. Desejo-vos
enfim que nunca renunciem à procura, à aventura, à vida, ao amor, pois a vida é
uma aventura magnífica e ninguém razoável deve renunciar a ela sem travar uma
rude batalha. Desejo-vos sobretudo que sejam vocês próprios, orgulhosos de o
ser e felizes, pois a felicidade é o nosso verdadeiro destino.»
Será, porventura, a minha tradução canhestra, mas parece-me inteligível o bastante para a subscrever como uma bela mensagem para dedicar a todos para o ano de 2016. E, já agora, para os anos seguintes, também...
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maio 15, 2015
Estes títulos matam-me...
O banqueiro escondeu os 6 milhões no offshore
da mulher (?);
... ou o banqueiro escondeu da mulher, num offshore, os 6 milhões;
... e será possível que a mulher do banqueiro tenha um offshore dela?
... mas, afinal, os 6 milhões eram dele ou da
mulher?
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fevereiro 11, 2015
pensamento do dia:
Tsipras e Varoufakis e o efeito Tina Turner
Pois é... Tendo recriado alguma alegria de viver na coisa política mundial, Alexis Tsipras e Yanis Varoufakis estão a ser os porta-vozes da esperança que ainda resta à Europa, por muito que isso desgoste os seus lamentáveis detractores.
Já agora, nesta senda da alegria de viver, ocorre-me que eles incorporam, de facto, aquilo que poderá chamar-se o verdadeiro efeito TINA TURNER. E porquê, perguntam-me vocês.
Ora, como se sabe, há uns idiotas que defendem cegamente o TINA (There is no Alternative). Mas os protagonistas gregos estão a dar a volta (TURN, para os anglo-saxónicos) quer ao argumento quer aos seus defensores.
Como quem dá a volta a alguma coisa é um TURNER (turner - one that turns), cá temos a conclusão, o efeito Tina Turner - acabadinho de inventar, aqui e agora, e ainda sem patente registada.
Façam o favor de ser felizes. Pelo menos, vão tentando...
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janeiro 21, 2015
o preço a que está o cherne
Será este, porventura, um exercício simplório da mais sórdida inveja. Muito bem! E, já agora, um não menos bacoco exemplo de incompreensão infinita da res publica. O que só cai mal em espírito que se pretende informado q.b. e lúcido outro tanto.
Será tudo o que quiserem, sem apelo ou negação - e já me está a ocorrer o Ary... - mas tratar assim o cherne, não! O que irão dizer (sentir?) todos os escamados que pululam os sete mares?
E notem que este humilde cidadão que eu sou, tão escamado, aliás, como as demais espécies piscícolas que vagueiam pelos oceanos, não tem nada contra estes milhares todos de bênçãos que tombam, placidamente, no toutiço deste cherne. Nada disso! Eu só gostaria, mesmo, é que estas bençãos, quando nascessem, fossem como o Sol: para todos.
Enfim, porque ele, o cherne, merece e com a devida vénia, deixo-vos aqui um poemaço do meu amigo cápê, a este (des)propósito:
O CHERNE
OK O`NEILL
Sigamos o Cherne
de Alexandre O`Nell
serviu para alguma coisa
serviu para a Uva
dizer ao Zé
ganharás o poder
meu ex-maoísta
meu sempre em pé
podes dele abusar
e se todos nós
os portugueses
seguíssemos o Cherne
estaríamos refastelados
em Bruxelas
com brutos ordenados
mas um país deserto
país não é
portanto fico
por cá a fazê-lo
prefiro o cherne
de preferência?
É cozê-lo.
cápê in Ó Simpático Vai um Tirinho?
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janeiro 01, 2014
a renovação
necessária e urgente
Acredite quem quiser: ao abrir um limão colhido no meu limoeiro e que apresentava já indícios vários de que estava a ir desta para melhor, ao seccioná-lo pelo meio em busca do aproveitamento possível, deparei com outro limão, no seu seio, menor, mas completamente são.
Não acredito em «sinais». Mas apeteceu-me levar esta ocorrência à conta de metáfora premonitória do que poderá acontecer-nos no futuro próximo.
Um belo modo de começar o ano de 2014!
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julho 25, 2013
- a propósito do iminente encerramento da centenária Livraria Sá da Costa, em Lisboa
- seguida de um refrescamento da memória proposto por Daniel Abrunheiro
Uma livraria é uma barriga grávida de saberes. E o acto de nascimento é, nela, um processo contínuo - algo assim como a abelha-mãe numa colmeia, de fecundidade infinita.
Neste tempo em que desaparecem as abelhas, ver fenecer (às nossas mãos...?) assim, tristemente, mais uma colmeia, faz-nos pensar que muito em breve não será possível verificar-se a polinização tão necessária e imperiosa a que as ideias sejam fecundas.
Façamos, então, o que está nas nossas mãos para contrariar este estado de coisas!
---x---
Da crónica O Ribatejo, de 25 de Julho de 2013, de Daniel Abrunheiro, respigo, com a devida vénia, do episódio Malhar no Linho, o seguinte excerto, para o qual recomendo leitura atenta, a bem de uma salutar lubrificação da memória:
(...)A
visão é mais-que-perfeita como um pretérito longe feito perto hoje, não todavia suficiente para me fazer
esquecer, ante todo este espúrio e estupefaciente carnaval de crocodilas
lágrimas antecipadas pró-pré-morte de Nelson Mandela, que em 1987 (há meros 26
anos, portanto), reunida a Assembleia Geral das Nações (alegadamente) Unidas,
ia a moção plenária um apelo à libertação incondicional desse gigante
sul-africano. Votaram a favor 129 países. Três votaram contra: os EUA, então
tragicomicamente rendidos ao Reagan, a Grã-Bretanha, da Thatcher, e um tal
Portugal dum tal… Cavaco. (o sublinhado é meu)
Nem
quem viola é preso, nem quem é violado esquece. A nossa amnésia
carneirinho-multitudinária persiste em procrastinar (isto é, adiar; isto é,
odiar) o evidente. E o evidente é a quinta de porcos do velho Orwell, que a
tudo e todos, filósofos de Café de bairro incluídos, pretende terr’arrasar.(...)(fim da citação)
Para cúmulo da nossa miséria, ainda nos sobra esta cáfila que, através de um alinhamento cobarde e deliberadamente acrítico, nos envergonha no concerto do mundo! Nem eu já me lembrava desta...!
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fevereiro 06, 2013
Um testemunho
De um testemunho no Facebook...
Já visitei a Venezuela e Cuba. Mas, esta tarde, visitei, pela primeira vez, um país do terceiro mundo. Eu conduzia pela via de acesso ao IC19 quando observei dois homens que seguiam junto ao rail vindos do Hospital Amadora-Sintra. O mais novo aparentava 45 anos e tinha a cara tostada pelo sol. O mais velho devia ter cerca de 80 anos e trazia um dreno ensanguentado junto à cintura. O filho trazia o pai que havia tido um AVC e uma infecção urinária. Ficaram na Brandoa. Foi onde os deixei depois de ter decidido dar-lhes boleia. Não tinham dinheiro para o transporte de ambulância. Durante a viagem, envergonhado, o filho concordou comigo. Este é o país em que os donos dos bancos e das grandes empresas enchem os bolsos através da humilhação dos trabalhadores e dos reformados. O velho mal se compreendia. Muito cansado tentava comentar com muita dificuldade o que se dizia. Mas houve um momento em que encheu a voz de força e rematou: "É preciso um novo 25 de Abril". Respondi-lhe, então, que se o havia que repetir que fosse sem cravos. Pelo espelho retrovisor, vi-lhe o sorriso. Não sei o que lhe passava pela cabeça. Mas, na minha, vi o nosso povo unido esmagar os que assim tratam os que sacrificaram o melhor das suas vidas pela felicidade de outros. E sorri-lhe de volta.
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janeiro 10, 2013
a propósito de orçamentos criminosos...
Poderá haver aqui conceitos que carecem de segunda análise mas, ainda assim, há aqui também matéria de reflexão. Se calhar, profunda:
Coloquem os idosos nas prisões para que recebam um banho por dia, vigilância de vídeo em caso de problemas, três refeições por dia, acesso a uma biblioteca, computador, TV, ginásio...
Coloquem os criminosos em casas de repouso para que recebam refeições frias, luzes apagadas às 20h, um banho por semana, vivam numa sala diminuta e paguem 400 euros por mês.
Que tipo de tratamento é que, com os avanços civilizacionais e bem vistas as coisas, estamos a proporcionar aos nossos idosos e aos criminosos?
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janeiro 09, 2013
breve reflexão com amargura à ilharga...
No princípio, era o verbo.
E, agora, é o ermo...?
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dezembro 24, 2012
do Natal que nós fizermos
Amizades,
Cá somos chegados a mais uma época natalícia. Ou, se melhor quisermos, a uma nova celebração do solstício de inverno, onde tudo e todos se aprestam a um novo recomeço ou ao eterno retorno da espiral de Vida onde vamos viajando...
Do novo ano, quando ele findar, queremos esperar que, apesar das incertezas e, porventura ainda mais, das certezas - que sabemos, entretanto, sempre efémeras - nos deixe saudades e felizes recordações.
No fundo e pelo meio da conversa abstrusa da desesperança que nos é «vendida» por tão elevado preço, que nos fique a garantia de sermos quem somos. E isso, como é óbvio, depende muito de cada um de nós.
O meu contributo para esta comemoração do solstício aí vai. Fiz-me acompanhar pelo grupo mirandês Trasga, com o seu tema Al Absedo... - e para quem melhor quiser apurar o sentido da coisa, sempre lhes digo que «l absedo ye ua lhadeira birada a norte, adonde, ne ls meses de ambierno, nun bate l sol. Yé ne l absedo que nácen i se dan melhor ls buxos, ls anguelgues e las urzes, madeiras que prodúzen un eicelente sonido e con que son construídos ls strumentos musicales ousados por Trasga»:
Jorge Castro - Natal de 2012
(ficheiro de som - mp3)
Com um forte abraço, os meus votos de boas festas, então. E um ano 2013 memorável e, se possível, pelas melhores razões.
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dezembro 07, 2012
Oscar Niemeyer
Nasceu em 15 de Dezembro de 1907. Morreu no dia 05 de Dezembro de 2012.
Passou pelo mundo todo por «retas e curvas entrelaçadas», que foi seu legado.
Um homem só e, no entanto, o bater de asas da sua vida agitou esse mundo todo. Um homem só, então, que se fez em multidão.
Não cairei no lugar comum de afirmar que o mundo nos ficou mais pobre, porque, afinal e bem vistas as coisas, ele deixou-nos esse mundo todo muito mais enriquecido!
Autodefinição
Na folha branca de papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas.
E prossigo atento e tudo arrisco na procura das formas desejadas.
São templos e palácios soltos pelo ar, pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar, encontrará, em todos,
os encantos da mulher.
Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.
A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
a vida mais feliz, a pátria mais amada.
Oscar Niemeyer
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outubro 26, 2012
enquanto não tenho tempo...
... para postar algo do muito em que tenho andado envolvido, aqui deixo, a título de mero intervalo introspectivo na emissão, pois de certeza o programa seguirá dentro de momentos....
A informação não é recente, é verdade. No entanto, tenho para mim que, a ser actualizada, ainda seria pior.
É com estas certezas que percorremos os nossos incertos caminhos...
Então, e esta? Fresquinha...:
Economia (Editorial de mediacapital ) - 30 edifícios das Forças Armadas à venda
Decisão foi tomada em conselho de ministros
Por
Redacção 2012-10-25 15:55 ·
Cerca de 30 edifícios das Forças Armadas, entre quartéis, terrenos e palácios, vão ficar à venda. A decisão foi tomada esta quinta-feira em conselho de ministros, visando atender às necessidades do fundo de pensões das Forças Armadas.
Ficaram ainda mandatados os ministros da Defesa Nacional, Aguiar Branco, e das Finanças, Vítor Gaspar, para «poder indicar outros imóveis» a vender.
«O mecanismo de rentabilização é a venda ou constituição de direito de superfície por hasta pública ou negociação nos termos da lei», explicou o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Marques Guedes, em conferência de imprensa no final da reunião.
O objetivo é «gerar receita passível de colmatar as necessidades de curto prazo, que a descapitalização do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas tem vindo a evidenciar», cita a Lusa.
Questionado sobre qual é a estimativa de encaixe, Marques Guedes disse não ter conhecimento desses dados, referindo apenas que «dependerá da recetividade do próprio mercado».
Da lista, divulgada aos jornalistas, fazem parte o palácio e quinta de Caxias, em Oeiras, palácio e quinta da Alfarrobeira, Lisboa, quartel de Penafiel, quartel da Azeda de Baixo, Setúbal, quartel de Sá, Aveiro, quartel da Lapa, Figueira da Foz, prédios habitacionais e terrenos.
Recorde-se que, já em setembro, o Governo decidiu libertar Portugal de
património «desactivado» em várias cidades do mundo para arrecadar 22 milhões de euros.
E, por fim, uma adivinha: qual das duas personagens gradas abaixo já tratou dos papéis para a reforma?
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outubro 12, 2012
cerco por cerco
Recebi esta mensagem na minha caixa do correio. Dizer que o Parlamento é o bastião da democracia e, enquanto tal deve ser respeitado, é um lugar-comum. Mas ver o Parlamento SER um bastião da democracia é outra coisa. E, lamentavelmente, muito pouco comum. Assim e como o saber não ocupa lugar, aqui se divulga...
Movimentos sociais e cidadãos organizam a concentração:“Cerco ao Parlamento”
Objectivo é chumbar o Orçamento nas ruas no dia em que ele é apresentado na Assembleia da República e exigir a queda do governo
Dia 15 de Outubro de 2012 é a data limite para a apresentação do Orçamento de Estado para 2013. Marcámos por isso neste dia uma concentração para expressar o nosso descontentamento em relação às políticas do actual Governo e ao seu orçamento criminoso.
Opomo-nos a que o sacrifício continue a ser feito sobre os de sempre, os que trabalham, e que continue a deixar de lado o capital improdutivo, as mais valias bolsistas, os movimentos de capital, as fugas de capital para o exterior para, em vez disso, insistir na destruição do que resta do período inicial do pós 25 de Abril.
Não podemos aceitar que a destruição da economia prossiga, que quem trabalha continue a perder poder de compra, que os jovens continuem abandonar as universidades, que os mais velhos continuem a não conseguir aceder nem a comida nem a medicamentos, nem que as crianças continuem a não ter o essencial para o seu desenvolvimento. Não podemos permitir que, enquanto isso, as PPP continuem a existir e que prossiga a privatização dos bens públicos, que são de todos.
Consideramos inaceitável que a larga maioria da população continue a empobrecer para que uma minoria mantenha os seus privilégios.
Rejeitamos, principalmente, que a redução do preço na força de trabalho seja solução para a recuperação económica.
Por tudo isto, nesta 2ªfeira, às 19 horas, estaremos em S. Bento e levantaremos as nossas vozes: BASTA! FIM A ESTAS MEDIDAS HOMICIDAS! GOVERNO PARA RUA JÁ!
Conferência de Imprensa, dia 13, às 12:00, em S. Bento.
Concentração em S. Bento a partir das 18h do dia 15 de Outubro.
Para mais informações:
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outubro 01, 2012
os limites da decência ou que raio de democracia é esta?
Um dos seguranças de Passos Coelho, no passado dia 26 de Setembro, aquando de uma visita do primeiro ministro ao Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, no interior das instalações deste estabelecimento de ensino, dirigiu-se a um estudante que teria vaiado Passos Coelho, agarrou-o por um braço, isolou-o e conduziu-o ao exterior das instalações para ser identificado pelos agentes fardados que ali se encontravam, em profusão estapafúrdia.
Pelo caminho, tentou impedir um operador de câmara da TVI de filmar esta sua atitude, tendo até ensaiado uma agressão ao repórter.
Parece que a Inspecção-Geral da Administração Interna já terá aberto um inquérito a esta tentativa de intimidação ao repórter... Mas, então, e a atitude perante o estudante, que me parece igualmente ser não menos gravosa? De que estará à espera a direcção do ISCSP para lavrar, também, o seu protesto e exigir responsabilidades à tutela por este acto desrespeitoso e indigno?
Até nos tempos salazarentos havia algum pudor ou reticência na entrada e actuação da polícia nos estabelecimentos de ensino, entendidos, tal como as igrejas, locais de alguma independência ou autonomia, chamemos-lhe assim, sacralizada.
Pelos vistos, para esta gente, isso terá sido coisa que passou à História.E assumem que, já muito fora do regime democrático em que supostamente vivemos, o País vive afinal em estado de sítio promovido, a contrario sensu, pelos nossos governantes.
Reflectindo tão-só que toda esta movimentação nas ruas se deve, em primeira instância, ao profundo e mais do que legítimo descontentamento que grassa por Portugal fora, mas que foi a inépcia não inocente do governo de Passos Coelho através da aberração da TSU e demais declarações avulsas que, como causa próxima, atiraram os descontentes para a rua, massivamente, em desepero e numa unidade de acção de dimensões porventura pouco imagináveis pelos senhores do «arco do poder», fica-me a sensação desconfortável de que tudo isto estará a ser orquestrado.
Ora, como nada acontece por acaso, parece-me claro, também, que o tempo deste governo acabou, sob pena de consistir ele no principal e determinante fautor de instabilidade e criador de conflituosidade social.
E depois dele? Ora, novas políticas, claro...
NOTA PÓS-POUCA VERGONHA - O presidente do ISCSP, Manuel Meirinho, por acaso cabeça de lista pelo PSD, na Guarda, nas últimas eleições legislativas anunciou um inquérito disciplinar ao aluno que vaiou o primeiro ministro Passos Coelho!
E está concluído o círculo da prepotência. Este fulano que devia, em primeira instância – isto, claro, se tivesse alguma coisa parecida com coluna vertebral… – pugnado pela dignidade e independência da instituição a que preside, faz exactamente o que o patrão espera dele: senta-se, agita a cauda e move um inquérito ao estudante, alegadamente porque há um código de conduta naquela universidade.
E esse «código de conduta» não lhe recomenda, antes de mais, que preserve a invasão da instituição que está à sua guarda dos desmandos intrusivos da «polícia», seja ela qual for? Efectivamente, há muita maçã podre neste cabaz de burgessos.
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setembro 14, 2012
mais, não!
Depois de tudo quanto foi dito e de quanto mais se possa vir a dizer, aqui se declara que este cidadão considera que o actual governo perdeu a legitimadade para a governação do País - do qual, aliás, apenas uma parte relativamente pouco significativa do eleitorado o terá eleito - e que deve apresentar imediata demissão. A bem ou empurrado...
Talvez não fosse má ideia, entretanto, perante os resultados que nos vêm sendo apresentados de há mais de vinte anos a esta parte, que o próximo elenco governamental fosse contratado através de anúncio em jornal da especialidade - que os há em profusão -, com contrato a termo e manutenção mediante bom cumprimento de objectivos pré-definidos.
Ah... poderia ser um governo de iniciativa presidencial, já agora, para lhe conferir alguma credibilidade. E à Assembleia da República competiria, em coordenação com o senhor presidente da República, a fiscalização da actividade governativa.
Tenho a certeza de que, em termos de sensibilidade social, nada ficaria a dever a estes que temos tido e que, aparentemente, do conceito de nação apenas guardam o preceito do «venha-a-nós-o-vosso-reino» .
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julho 16, 2012
pequena reflexão peripatética
Com tanto imposto na canga, com tanto desemprego à ilharga, com tanta aldrabice no lombo e sempre tão pachorrentos, estaremos a viver algum ciclo de bois e/ou burros de carga?
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