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mundo
Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é o mistério de todas as coisas

Federico García Lorca

Sendo este um BLOG DE MARÉS, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
fevereiro 24, 2017

duas palavras:

José Afonso


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janeiro 10, 2017

Mário Soares
07 de Dezembro de 1924 - 07 de Janeiro de 2017


Controverso como a Vida que viveu, com maiúscula, de corpo inteiro e largo espírito. E tanto me basta, que nunca fui admirador sem condições.
 
Na espiral que nos leva vida fora, a pegada de alguns - lamentavelmente poucos - marca indelevelmente essa coisa pouca e, entretanto, enorme que é a Humanidade. Mário Soares é, neste contexto, um caso digno de estudo: o seu amor pela polis confunde-se com a sua fruição da vida.
 
Cada acto seu, comandado pelo impulso do momento muito mais do que por uma acção programática pré-feita e conjecturada, determinava-se segundo dois vectores determinantes: a Democracia e a Liberdade. E assim se movia.
 
Errou que se fartou, seguiu, então, derivas norteadas pelo pragmatismo político, porventura muito para além da razão fria. Não podia, assim, deixar de tropeçar nos escolhos da jornada.
 
Mas talvez seja essa, para mim, a sua dimensão maior: o ser humano entre humanos. E o seu calculismo político assumiu, por isso, a linha orientadora do que consideraria o bem comum, não se empecilhando em favorecimentos circunstanciais ou de proximidade.
 
Não sou dos que considera, em situações destas, que «todos ficamos mais pobres». Não. O seu legado está aí e ao nosso alcance. Basta segui-lo.      

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outubro 16, 2016

a Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras
está de parabéns!

A EMACO - Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras foi, hoje, agraciada com 
o Título Honorífico Arte e Cultura
da União de Freguesias de Oeiras e S. Julião da Barra, Paço d’Arcos e Caxias,
durante a comemoração do aniversário desta União de Freguesias


Integrando a sua Direcção, congratulo-me com este reconhecimento, saudando muito especialmente os seus três grandes mentores, pelo seu porfiado labor, na atribuição deste galardão:
 Joaquim Boiça, Jorge Miranda e José Meco.

Mas estamos todos de parabéns! 


Alguns dos companheiros presentes na sessão que decorreu na Biblioteca Municipal de Oeiras.


Paulo Vistas, presidente da Câmara Municipal de Oeiras, e José Neno, presidente da União das Freguesias de Oeiras e S. Julião da Barra, Paço d’Arcos e Caxias, fizeram as honras do aniversário.

Uma palavra, ainda, de reconhecimento à Comissão de Atribuição de Títulos Honoríficos pois foi ali que se consensualizou a proposta que viria a ser aprovada por unanimidade pela Assembleia de Freguesia.

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julho 11, 2016

10 de Julho com pernas para andar, correr, saltar e etc.!

- Patrícia Mamona - medalha de ouro no triplo salto 
nos Campeonatos da Europa de Atletismo 2016, em Amsterdão, 
(fotografia obtida em: https://www.publico.pt/desporto/noticia/)

Sara Moreira - medalha de ouro na meia maratona
 nos Campeonatos da Europa de Atletismo 2016, em Amsterdão.  
Jessica Augusto conquistou, nesta mesma prova, a medalha de bronze.
(fotografia obtida em: https://www.publico.pt/desporto/noticia/)

 A Selecção Portuguesa de Futebol sagrou-se Campeã da Europa
no Stade de France, em Paris, a jogar na final contra a Selecção Francesa.
 (fotografia obtida em: http://www.dn.pt/desporto/euro-2016/)

Algumas notas, mesmo só para dizer alguma coisa:

1 . No final do jogo, a Torre Eiffel não se iluminou com as cores de Portugal, ao contrário do que ocorrera em jogos anteriores, relativamente a equipas vencedoras. A Torre Eiffel deve estar a funcionar às ordens de Wolfgang Schäuble, o que não indicia nada de bom para os franceses...

2. Confirma-se que algum frio holandês relativamente a Portugal não tem incidência especial nas pernas das atletas portuguesas.

3. Congratulemo-nos pela França que, ao contrário do que dizem alguns maus-pensadores quanto ao racismo que por lá proliferará, apresentou uma selecção de futebol que quase poderíamos chamar megrebina, o que é sempre um sinal de grandeza e largueza de vistas.

4. Esperemos que a euforia que, muito legitimamente, nos inunda os corações, potencie muito rapidamente uma substancial diminuição da taxa de desemprego, acompanhada de céleres medidas de regulamentação do mercado do trabalho e melhoria geral da condição de vida dos cidadãos portugueses mais carenciados.

E, já agora, VIVA PORTUGAL!

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junho 06, 2016

Medalha de Ouro de Mérito Cultural (CM Lisboa)
atribuída a José Meco

Aqui se dá conhecimento, com regozijo, da atribuição da Medalha de Ouro de Mérito Cultural atribuída ao professor José Meco, ilustríssimo companheiro da EMACO - Espaço e Memória - Associação Cultural de Oeiras:


Muitos parabéns, José Meco! A Espaço e Memória congratula-se pelo reconhecimento público do elevado mérito cultural e pelo prémio atribuído ao Prof. José Meco, pela Câmara Municipal de Lisboa - a Medalha de Ouro de Mérito Cultural.

EMACO



MEMÓRIA DE SÍTIO COM AZULEJOS E UM ABRAÇO FRATERNAL A JOSÉ MECO. 
Só podemos congratular-nos com o sucesso científico e profissional de José Meco, «o bom gigante da História da Arte». Ao ser condecorado com a Medalha Municipal de Mérito Cultural de Ouro, só posso dizer que ele bem o merece, tanto pela sua obra pioneira, como pela defesa das suas causas de sempre em prol do Azulejo e das artes nacionais, como ainda pela sua postura humana e fraterna, sempre aberto a intervir e a 'patrimonializar', com tudo e todos, em prol dos saberes da cultura portuguesa... Já agora, a exposição por si comissariada no Museu de Lisboa, FRAGMENTOS DE COR, também merece ser visitada ! 

Vitor Serrão



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maio 19, 2016

apreciando a obra fotográfica de Jorge Bacelar
Gente Marinhoa

Uma recomendação muito séria: visitem a obra de Jorge Bacelar, a quem tive o ensejo de conhecer em exposição fotográfica patente na Associação 25 de Abril. 

Do que me sugeriu, emocionadamente, o seu olhar, tento repercutir sensações em forma de poema...

Mas comprovem o que digo visitando-o em:
 http://olhares.sapo.pt/JorgeBacelar/fotos-mais-recentes/1. 


RURALIDADES

era um espanta-aves o menino-ave no alto da árvore
e era um verde-mar naquele solto olhar do alto da vida
e ouve-se o riso de quem nos abraça de lá da vidraça
de teias de aranha e de mãos gravadas com sulcos de mar
e um crucifixo gravava o início da lide do dia
na parede escura onde se amanhava uma luz da rua

eram mil sorrisos no saco-capuz daquele contraluz
que coava a vida enquanto soava uma melodia
do boi que mugia da ovelha o balido e o cão que latia
na suave carícia que sulca em delícia um raio de luz
e era o bulício do constante início do árduo labor
de quem lavra o mar e a terra lavrada com o mesmo suor

uma bigodaça e o tempo que passa no abraço do vento
e um afago agreste mas doce que reste e que empreste amor
de rugas lavradas ao som de uma enxada que é já firmamento
tão rubra da seiva que deixa na lavra um rasto de flor

e um galo castiço trazendo o derriço da sua plumagem
no quadriculado onde um outro gato tecia dormências
ao colo do olhar tão feito de mar e torna-viagem
que nem esse mar nos seja capaz de tais abrangências

talvez uma fonte de risos de sonhos e de mãos calosas
nos dê o calor de sermos o ardor de cravos e rosas…

- Jorge Castro
19 de Maio de 2016

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dezembro 28, 2015

Os votos de Jacques Brel,
no primeiro de Janeiro de 1968 (Europe 1)

Mão amiga fez-me chegar esta mensagem, proveniente já da lonjura do tempo mas, como é useiro e vezeiro naqueles que escrevem a Vida com maiúscula, que poderia muito bem ter sido escrita ontem ou, até, depois de amanhã... Aqui a partilho, com a ousadia de ser minha a retroversão do original, em francês:    

«Desejo-vos sonhos sem fim e a vontade furiosa de realizar alguns. Desejo-vos que amem o que é preciso amar e que esqueçam o que é preciso esquecer. Desejo-vos paixões, desejo-vos silêncios. Desejo-vos cantos de aves ao despertar e risos de crianças. Desejo-vos que respeitem as diferenças dos outros, porque o mérito e o valor de cada um estão muitas vezes por descobrir. Desejo-vos que resistam à estagnação, à indiferença e às virtudes negativas da nossa época. Desejo-vos enfim que nunca renunciem à procura, à aventura, à vida, ao amor, pois a vida é uma aventura magnífica e ninguém razoável deve renunciar a ela sem travar uma rude batalha. Desejo-vos sobretudo que sejam vocês próprios, orgulhosos de o ser e felizes, pois a felicidade é o nosso verdadeiro destino.» 

Será, porventura, a minha tradução canhestra, mas parece-me inteligível o bastante para a subscrever como uma bela mensagem para dedicar a todos para o ano de 2016. E, já agora, para os anos seguintes, também... 

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março 03, 2015

Amadeu Ferreira

Amadeu Ferreira deixou-nos e foi falar o seu querido Mirandês para outras paragens... Homem empenhado em causas, de que se destacaria a defesa intransigente e reiterada do Mirandês, que tanto ajudou a fazer renascer e a cultivar, mas também homem solidário e de intensa cultura. 

Tive (tivemos) o prazer de o ter nas Noites com Poemas.  
Aqui vos deixo o resumo da sessão nº. 85, O Mirandês e a Poesia, em jeito de homenagem, bem como a nota biográfica, à data coligida para adequada divulgação: 


Sessão 85

19 de Abril de 2013 Amadeu Ferreira
O mirandês e a poesia
de Amadeu Ferreira / Fracisco Niebro / Fonso Roixo / Marcus Miranda

Amadeu Ferreira (Sendin, 29 de Júlio de 1950) ye abogado, i porsor cumbidado an la Faculdade de Dreito de l'Ounibersidade Nuoba de Lisboua, i cuntina a ser un de ls percipales respunsables pula promoçon de l Mirandés, sendo pursidente de la Associaçon de Lhéngua Mirandesa, cun sede an Lisboua, i tenendo traduzido yá 'Ls Quatro Eibangeilhos', 'Ls Lusíadas' i bários poemas de Bergílio i Hourácio (http://mwl.wikipedia.org/wiki/Amadeu_Ferreira).

Foi, então, esta uma sessão integralmente em torno do mirandês e da poesia de Amadeu Ferreira, vertida nas autorias de Fracisco Niebro e de Fonso Roixo, bem como de Marcus Miranda, sendo este, preferencialmente, um tradutor de clássicos latinos (Catulo e Horácio), com preponderância em peças de teatro, mas com incidência próxima também na poesia daqueles autores.

Uma língua identitária, fruto de um modo de ser e de estar que a fez sobrevivente desde tempos imemoriais, matriz de uma comunidade que teve artes de não a deixar cair em perdição, contra ventos e marés de contrariedades ou contrariando preponderâncias de cultura dominante. Um exemplo a seguir, digo eu, em tempos tão aziagos para a afirmação da diferença cultural que tantos de nós ainda persistem em cultivar, a bem da riqueza maior da Humanidade na diversidade.

Tratando-se de Miranda – que se tentou trazer para perto de todos, até na vestimenta – algum arrebatamento, ao nível dos afectos, se nos impunha, para o que contámos com a complacência do nosso convidado.

Depois, a palavra ao excelente comunicador que o professor é. Com vivacidade, ritmo e paixão, Amadeu Ferreira levou-nos a passear pelo linguajar (linguajares?) das terras do nosso Nordeste... mas sempre em mirandês, obrigando-nos a redobrada atenção, para não lhe perder pitada, ainda que sempre mantivesse a preocupação da sua inteligibilidade, em relação à assistência.

Assim percorremos, afinal, diversas disciplinas da história, enriquecendo a moldura do quadro mirandês que Amadeu Ferreira nos ia, vividamente, pintando e ilustrava com poemas extraídos dos seus diversos heterónimos em livros como Cebadeiros, Pul Alrobés de Ls Calhos, L Mais Alto Cantar de Salomon, Ars Vivendi-Ars Moriendi, L Purmeiro Libro de Bersos, através dos quais dá livre curso, também, ao seu combate em defesa da grandeza e dignidade de uma língua que o é de corpo inteiro, como muito bem documentou também através da leitura de diversas estrofes de Ls Lusíadas an Mirandés, com retroversão de sua autoria.

Foi-nos dado, ainda, o privilégio de usufruir de um mano a mano e partilhá-lo com toda a assistência, em volta de um poema da autoria de Jorge Castro, em pertués i mirandés, com a prestimosa ajuda do professor Amadeu Ferreira

Por fim e continuando a matriz que enforma estas nossas sessões, foi dada a palavra a quem se afoitasse a usá-la, de onde destacaremos, nesta sessão, Adelaide Monteiro, que nos trouxe poemas mirandeses de sua autoria, colhidos no seu livro Antre Monas i Sebolácios.



NOTA BIOGRÁFICA

AMADEU FERREIRA

Amadeu Ferreira (Sendin, 29 de Júlio de 1950) ye abogado, i porsor cumbidado an la Faculdade de Dreito de l'Ounibersidade Nuoba de Lisboua, i cuntina a ser un de ls percipales respunsables pula promoçon de l Mirandés, sendo pursidente de la Associaçon de Lhéngua Mirandesa, cun sede an Lisboua, i tenendo traduzido yá 'Ls Quatro Eibangeilhos', 'Ls Lusíadas' i bários poemas de Bergílio i Hourácio.
Naciu an Sendin i stá a bibir an Lisboua zde 1981. Pul meio passou por Vinhais i Bergáncia, adonde studou ne l Seminário até 1972; marcou passo an Mafra (L Calhau) i an Lisboua (1973-1975), donde fizo la tropa; bolbiu a Sendin an 1975-76, adonde screbiu i repersentou l purmeiro triato que screbiu an mirandés anquanto trabalhaba na custruçon cebil, ne l campo i na Adega Cooperativa Ribadouro; stubo meianho an Lamego (1977), outro meio na Régua (1977) i dous anhos an Vila Real (1978-81), adonde coinciu la tie cun quien stá casado, indo ne ls anterbalos al Porto para studar filozofie na Faculdade de Lhetras (d'adonde passou pa la Faculdades de Lhetras de l'Ounibersidade de Lisboua). Até 1982 melitou nun partido político UDP, chegando a sentar-se por un cachico na Assemblé de la República (onde mal chegou a abrir la boca). Apuis desso, bendiu publecidade, fui porsor de música, i tirou la lhicenciatura na Faculdade de Dreito de Lisboua, an 1990, adonde passou a dar scuola zde esse anho. D'anton para acá fizo l mestrado (1994), publicou mais dua dúzia de lhibros i artigos de dreito, bai purparando l doutoramiento, trabalha na CMVM Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, adonde faç parte de cunseilho diratibo, stando agora cumo porsor ousseliar cumbidado na Faculdade de Dreito de l'Ounibersidade Nuoba de Lisboua.

In http://mwl.wikipedia.org/wiki/Amadeu_Ferreira

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janeiro 27, 2015

militância poética

Um pouco por aí fora, para não incorrer na desmesura de afirmar por toda a parte, sobrevivem e sobrelevam uns tipos que, enfim, apreciam a poesia. E fazem-na. E dizem-na. Vá lá saber-se porquê, ainda que seja muito mais árduo dizer porque não.

Foi o caso de mais uma homenagem a António Feio, que ocorreu no passado dia 24 de Janeiro de 2015, organizada pelo seu irmão Carlos Peres Feio e, desta vez, o
 apoio da Associação Mar d'Artes, sediada no Barreiro, .  


Vai sendo já uma verdadeira maratona, com nove sessões realizadas e participações diversas, adaptadas a cada lugar, contando com a participação local, ainda que com um fio condutor idêntico entre elas e alguns elementos fixos, chamemos-lhes assim..  

Colhe-se o exemplo de António Feio, apoiado por textos de Carlos Peres Feio, como pretexto salutar para se enveredar através de canções, também elas evocativas da vida do actor, e os poemas, também, que o seu exemplo de vida suscite.

Amadores, todos, na também saudável perspectiva de seres que amam o que fazem.   

- Ana Matos

- Mariana Loureiro

- Carlos Fernando Bondoso

- Raul Ferrão

- Alice Gomes

- Carlos Peres Feio

- Hugo Sampaio



- Jorge Castro

- Arthur Santos




- A equipagem

Talvez haja quem considere poder fazer mais e melhor. E ninguém o duvida, neste concerto do mundo. Mas estes fazem-no, para além de considerações.

- Fotografias de Lourdes Calmeiro

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janeiro 23, 2015

sugestão

Continuando a série de homenagens a António Feio, que têm ocorrido um pouco por toda a parte e com organização de Carlos Peres Feio, cabe a vez, desta feita, ao Barreiro.

Amanhã, pois, na Mar d'Artes - Associação Cultura & Arte, no Centro Comercial Park Center (onde se localiza a sua sede), pelas 21 horas , lá nos encontraremos. 


Até lá...

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janeiro 12, 2015

Pois é... hoje, eu continuo a ser Charlie...

O contributo do meu amigo Ernesto Matos para o grande movimento de alerta das consciências, na sua defesa pela calçada portuguesa, a conferir um cunho muito pessoal e identitário:



«Portugal salvo pela Igreja»,  de 1975, com a coragem e o espírito lúcido de Wolinski


O resultado prático de não termos tido nós a coragem e o espírito lúcido de Wolinski


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janeiro 07, 2015



Depois de tantas e tão ilustres perorações sobre a infame ocorrência pela qual, ontem, em Paris, foram assassinados quatro acérrimos defensores da liberdade de expressão e do livre arbítrio – aqui entendido no seu mais assumido significado de vida em prol da comunidade –, assassinados eles a par de vários outros seres humanos cuja única e funesta circunstância terá sido o de se encontrarem naquele local e naquela hora hedionda, pouco mais há a dizer que perturbe um silêncio reflexivo.

Mas uma coisa me parece clara por entre a espessa neblina dos interesses e hipocrisias instalados: qualquer ser humano (?) que manifeste, por pensamentos e actos, o seu tão flagrante desprezo pela vida humana alheia, apenas pode e deve esperar dos demais um pagamento na mesma moeda.

Entretanto, não é despiciendo que a Humanidade no seu todo, se me for perdoada a redundante tautologia, colha mais esta sangrenta lição que aponta para a urgência de progressiva e incessante diminuição das assimetrias que, no mundo todo, geram os pântanos insalubres onde medram tão abjectas criaturas como aquelas que ontem, em Paris, dispararam infamemente contra homens desarmados, cujo único senão era o de pensarem de modo diferente.

Vítimas estas, sim, gente como eu e tu, que acreditam que a redenção do ser humano se encontra nele próprio, na sua conjugação com os demais. 

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outubro 24, 2014

Sugestão

Amanhã, dia 25 de Outubro, pelas 15 horas, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha, em mais uma homenagem a António Feio, com Carlos Peres Feio, Proença de Carvalho, Hugo Sampaio e eu, em sessão organizada pela Comunidade de Leitores e Cinéfilos das Caldas da Rainha...




... Apareçam, caríssimos, que a sala comporta muitos interessados e o tema proposto é, seguramente, sempre aliciante.

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setembro 28, 2014

ainda as 100 noites... com poemas

Será, se quiserem, um exercício de imodéstia que nem me importo de assumir. Mas é, muito mais, a retribuição pelo abraço que várias amizades fizeram questão em me dar, na forma de poema, durante a sessão comemorativa das 100 Noites e que aqui faço questão de dar realce.


- de MARIA DO ROSÁRIO FREITAS:

(Na 100ª sessão, um abraço com amizade - 19 de Setembro de 2014)

Noites com poemas

Noites brilhantes
Onde o calor
Irmana da amizade
Transpõe fronteiras
Envolve
Sussurra afectos
Constrói pontes
Oferece
Magia
Poética
Opera
Encanto
Música
Arte
Sabores sonhados

- de ANA FREITAS:

(para ti, Amigo, um grande abraço - 20-09-2014)

É com muita alegria e consideração que estou aqui hoje, aliás como sempre estive, mas hoje é especial, é a sessão 100.

Sou filha das Noites com Poemas, foi aqui que iniciei a minha aventura na poesia em 2009.

E isto porque encontrei um grupo de pessoas que sempre me acolheu bem e incentivou. Sempre senti uma satisfação e orgulho enormes em pertencer a este grupo. Muito obrigada a todos.

E tudo isto porque um dia conheci Jorge Castro, um poeta e dezedor fantásticos, um comunicador por excelência que me falou das suas andanças na poesia pelo simples prazer da palavra e por levar aos outros os seus ideais, sem qualquer retorno económico. Julgo que era este mundo que eu procurava, o da partilha pela partilha. E convidou-me a vir até aqui.

Grata para sempre, Jorge Castro.

E a Jorge Castro, um amigo de convicções e de luta, dedico este meu poema Abril em mãos (24-03-2014):

demos as mão por Abril
tomemos Abril nas mãos
que as mãos que fizeram Abril
têm o sabor a pão

tantas mãos hoje abertas
inertes
dolentes
onde a liberdade não mora
por onde a esperança se esvai

fechemo-las com garra
agarrando Abril
cantando um novo sol

demos as mãos por Abril
tomemos Abril nas mãos
que as mãos que fizeram Abril
têm o sabor a pão

- de FRANCISCO JOSÉ LAMPREIA:

Semearam poemas e sorrisos durante nove anos
- Os poemas não dão votos, concluíram.
Quando estas novas chegaram os poemas secaram, os sorrisos voaram
E a Terra ficou mais triste. 

- de EDUARDO MARTINS:

«Noites com Poemas», sessões cem...
E mais de cem razões para aqui estar.
Mas infelizmente, há sempre alguém,
Paa quem, melhor que resistir... é ignorar.

- de CARLOS PERES FEIO:

Amigos, afinal, 
presto-te uma homenagem
companheiros na mesma margem,
deste voz ao homem e à mulher
todos somos poucos para te agradecer 

- de DAVID SILVA:

«Quando as vozes não são ocas
e ão ardendo os mundos num grito
100 ainda são poucas
E para cada um nasce um mito»

- de LUÍS PERDIGÃO:

Mestre Jorge controla o tambor
Faz as palavras terem sabor
Quem sente aquilo que diz
vive sempre sempre mais faliz

- de ANA FREITAS:

um cento vivo de sessões
na bagagem poemas e afectos
pela partilha fomos
e o longe se fez perto
o tempo mais leve ficou
na voragem da vida que passou
Noites com Poemas
o futuro sem ti
seria o vazio que não queremos

- de LOURDES CALMEIRO:

Ao meu-senhor-de-mim
Por cumplicidade
Por afecto
Só por isso
e tudo mais
100 sorrisos

- de JOÃO BAPTISTA COELHO:

O mar da vida, um veleiro
vela panda em cada mastro.
Cem noites, e a tempo inteiro,
Dá-lhe o rumo... Jorge Castro!


Corolário deste afã de nove anos que não se esgotou, muito longe disso, nas sessões das Noites com Poemas, mas que se replicou e vai replicando em inúmeras manifestações a desvendar o «mistério de todas as coisas» - e que um poema é - estes companheiros de jornada porfiam, ainda, pelos amanhãs que cantam e por isso me são tão próximos. A cada um deles direi, então:   

dos demais não sei
que a vida nos desgasta
sei porém que tu me deste
o que te dei
e isso me basta!

O meu abraço.

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agosto 15, 2014

uma outra homenagem a António Feio

«Aproveitem a vida e ajudem-se uns aos outros.
Apreciem cada momento.
Agradeçam…
e não deixem nada por dizer,nada por fazer»

- António Feio, na apresentação do filme Contraluz, de Fernando Fragata.

são dispersos os caminhos que fazemos
ao buscar na vida toda algum sentido
por caminhos nunca iguais que percorremos
sem jamais ter retorno o percorrido

mas é quando se apura que a viagem
que fazemos na aventura de uma vida
tem um encanto maior outra paisagem
na amizade solidária e repartida

talvez seja a palavra que nos una
talvez seja um olhar que se partilha
ou talvez a consciência mais profunda
de que homem algum seja uma ilha

e cruzamos cada palco e cada cena
cada personagem vestida de outra vida
na certeza de jamais nos ser pequena
essa vida sempre incerta mas vivida

e ficamos bem melhor nesse outro enlace
ao alcance de outro braço – outra passada
que nós damos em comum com quem abrace
o andar perto de nós na caminhada

e a estéril vereda percorrida
só de agrestes silvados mil espinhos
é o pomar farto a lavra enriquecida
que afinal se abre em nós por mil caminhos.

- Jorge Castro

Levei, entre vários outros, estes versos à sessão que ocorreu, há dias, no Bistrô 19, em Cascais - um obrigado à nossa anfitriã Alexandra - onde, pela mão de Carlos Feio e acompanhados por José Proença e Hugo Santos, a quem se juntou, também, Arthur Santos, homenageámos, em agradável e descontraído convívio, António Feio.

A memória solidifica-se assim: por actos, muito mais do que por dispersas palavras...



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abril 28, 2014

25 de Abril de 2014, no Largo do Carmo,
em homenagem a Salgueiro Maia













Este ano, o 25 de Abril teve lugar no Largo do Carmo. Fazíamos, todos, 40 primaveras.
Achei por bem não acrescentar comentários, pois as imagens valem mais e melhor do que quanto pudesse dizer.
Dito isto, apenas reafirmar que, no que respeita ao respectivo enquadramento, estou com a Associação 25 de Abril, obviamente.


- fotografias de Jorge Castro

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janeiro 27, 2014

tudo por coisa nenhuma...
ou talvez a busca de um sentido para a vida

O tempo voa  e voando arrasta as nossas vidas. Há nele sempre um tempo para tudo, até para o descanso tão necessário, aquele dolce far niente que tem artes de nos redimir com quase tudo... 

Chegou Janeiro, cheio de frio e com a graça dos deuses - esses mesmos, os das coisas pequenas, com que nos transcendemos. Por cá, com jeitinho e vontade de acordar, talvez se vislumbrem ainda as celebrações de antanho a festejar o solstício.

E assim fui, em 05 de Janeiro, assistir ao concerto do CRAMOL, na Igreja Matriz de Oeiras, sempre uma coisa de nos fazer crescer asas nos pés, elevando-nos sem riscos de queda, que aquele mulherio faz-nos sempre voar alto e bem. 


Logo depois, em hábito que se vai enraizando ano após ano, lá fomos ruas afora, pelo velho centro da vila, cantando as Janeiras, mesmo se poucas portas ou janelas se abrissem... Se calhar, também, porque toda a população já estivesse na rua...


Janeiro intenso, calcorreando o areal de Carcavelos, o mais belo do concelho de Cascais e arredores, com a presença tutelar do Forte de São Julião da Barra, dia após dia sem que o horizonte nos canse ou sem que a paisagem magnífica das nuvens se repita.


Esses passeios pelo areal, invariavelmente acompanhados por passaredo migratório, às vezes já residente, porventura por ter sucumbido, também como nós, à beleza da paisagem, como à garantia do sustento.


E Janeiro lá prossegue, dia a dia, com denodo. Chegados a dia 09, hora de fazer as Tempestades no Cantarinho, no restaurante Al Cântaro, em Lisboa, pela mão da Fernanda Frazão, sempre amiga e sempre presente, em sessões de desvairada temática, servidas à mesa, iniciadas a faca e garfo e rematadas com a força da palavra ou do argumento, que mais não é que um encadeado de palavras onde julgamos plantar algum nexo.   


A Tempestade de Janeiro foi de me dar a vez. Levei até lá Alguns Poemas de Graça, espraiando-me pelos catorze anos que já me leva esta saga de ajuntar palavras, afecto a afecto vividas, sessão a sessão ditas, livro a livro escritas.


Depois, chegados ao dia 12, o rumo foi Coruche, também já destino habitual. Ana Freitas e todos os amigos de Um Poema na Vila receberam-nos com o costumeiro abraço e deram as boas vindas, em sessão sobre a Poesia Popular... 


... na Biblioteca Municipal (dita do Mercado)...


... contando ainda com a mestria e os saberes do professor José d'Encarnação, que aceitou trilhar estes caminhos tão afastados na geografia como próximos dos afectos, por trilhos, veredas, ruas e avenidas onde o tal saber que não ocupa lugar não deixa, entretanto de nos encher o coração. 


E como se não bastasse, eis que surge José Fanha, acompanhado por Daniel Completo, dando a todos os ares da sua graça e abrindo aquelas portas que Abril abriu e por onde tanto me apraz passar quando o momento se ajeita, em procuras intermináveis da liberdade que temos e da liberdade que somos.
 


Eis chegado o dia 15. Um dia de férias metido a propósito para dar um salto até Abrantes e apurar o que há tanto tempo não via. De súbito...




... mesmo no centro da povoação, uma exposição de escultura que se iniciava na rua e remetia para interiores desconhecidos, conduziu-me até uma digníssima Biblioteca Municipal, cujo nome homenageia António Botto, erigida no antigo Convento de São Domingos, através da intervenção do arquitecto Duarte Castel-Branco.

Permitam-me um destaque: se passarem por Abrantes visitem este edifício. Não sei o que se passará convosco. Eu sei que fiquei embevecido... e ainda cheguei a perguntar a quem por lá vi se não seria possível dotar aquele espaço com umas rodinhas e rebocá-lo até terras de Carcavelos. Mas não, não era possível, lamentavelmente.


Da exposição que preenchia bom espaço da Biblioteca, deixo-vos um nome que, do alto da minha ignorância, eu desconhecia, confesso, mas pela obra do qual me passeei com o maior agrado: Santos Lopes e os seus Quarenta Anos de Escultura...


... de quem vos deixo um muito pálido testemunho da beleza da exposição (Isadora - Momento 9: «se fecho os olhos, posso ouvir o som duma completa sinfonia e dançar» - Da série Isadora Duncan - 1984, bronze) .

Mas deixo-vos também esta sempre recriada sensação de que há tanta gente a FAZER tanta coisa que seria tão bom que nós todos conhecêssemos e, tantas vezes, apenas por um fortuito tropeção do acaso, vislumbramos. Pensarmos, logo depois, em quanto mais desperdiçamos por desconhecimento... Ou, pior, não percebermos porque se desconhece tanto...


Uma constante de quem ainda possa aventurar-se em algumas «avarias» desvairadas, a busca de um restaurante que vá com a nossa carteira, mas que tenha também artes de nos transportar ao bom sabor dos velhos tempos.


E tive, ou melhor, tivemos sorte. Ou nariz, que sempre ajuda. O restaurante é o Santa Isabel, ali perto da Biblioteca. As entradas, as que se podem vislumbrar acima e, depois, umas enguias fritas muito frescas acompanhadas com uma açorda de ovas... Só mesmo experimentando! Tenham paciência, mas não sobraram para vos trazer. Talvez para a próxima. 


A boa companhia nem deu para sofrer esperas, as quais, aliás, nem foram nada de cuidado. E saímos ambos assim-como-quem-diz: quando viermos a Abrantes eu já te digo...


Mas a ida a Abrantes prendia-se, afinal, com uma sessão evocativa a António Feio, por convite de Carlos Peres Feio, o seu (dele) mano mais velho, acompanhado por José Proença de Carvalho, que decorreu na EPDRA - Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (situada na povoação de Mouriscas) e com organização local do professor Hugo Sampaio.


Outro universo diverso, dir-se-ia, onde, através dos poemas que nos trouxeram a companhia sempre viva de António Feio, descobrimos, não sem surpresa, uma plateia atenta e interessada, com a graça não prevista de ser proveniente dos quatro cantos do mundo onde se fala Português.


Esta a equipa que ficou na fotografia. Mas a imagem das «bancadas» dar-vos-ia uma visão muitíssimo mais alargada.


E pronto, lá cheguei (chegámos) a mais uma sessão das Noites com Poemas. Pouco mais de metade de Janeiro decorrido - estávamos a dia 17 - e fomos, pela mão ilustre, tranquila e sapiente de Manuel Dias Duarte...


... apoiado com não menor sapiência pelo professor António Monteiro, no nosso poiso costumeiro, a Biblioteca Municipal de Cascais em São Domingos de Rana, passeando pelas vidas e obras de filósofos pré-socráticos ilustres...


... tendo todos nós a honra de assistir ao lançamento, em primeira mão, da obra com o mesmo nome, da autoria do nosso convidado, como em entrada anterior se anuncia mais em pormenor.


Isto, indo o mês a pouco mais de meio e desdobrando o tempo com uma actividade profissional, em tudo diversa destas lides, e a tempo inteiro. Enfim, o tempo também pode render-nos. Vaidades? Com certeza. Mas, como digo lá para o início, tenteando assim um sentido para a vida...

Um abraço sublinhado para quantos me vão acompanhando nesta luta - é luta, não é...? - de quem destacaria, por não estarem ainda nomeados, o Eduardo Martins e o Francisco José Lampreia. Se calhar é mesmo pelo sonho que vamos...


- Fotografias de Lourdes Calmeiro, José Cordeiro - aquele abraço ! - e Jorge Castro

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Afixado por: Jorge Castro (OrCa) / 22:52


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