Não terá a qualidade literária dum Torga, mas não deixa de ser um diário. Não terá a profundidade de um Lobo Antunes, mas não deixa de estar carregadinha de emoção. Não terá a criatividade fonetico-visual dos da poesia concreta, mas não deixa de nos piscar o olho por palavras. Eis então o que a *MarGaRiDaH*, de Queluz e da geração telemóvel, inspirada pela expectativa da vinda a Sesimbra no fim-de-semana, escreveu no seu blogue:
Sesimbraaaaaaaa Here I gOOOOOOOO =) Expera pOr mim =) amanha vo apanhar o teu SolinhUuu =) Tar km ax tuas pexOax..Ver as tuas Lojas... Tar nu teu marxinhUu... NAdar na Tua Agua.. e Aproveitar td u k temx para Oferecer =].. Aiii k bOm... I fOtoX i tal..I rambOia i tal..Agua i tal..SOl..I tal. DIVERSãO I Mais diversão.. cOmO eu te AmOo SesImbra.. FgUh..Pk tduH u k ha em ti é maravilhOsO..as tuas praias..Os teus carnavais..U teu mar..As tuas pesSOoas.. =) As tuas lOjas..As Tuas nOites [ui ui]Us teus Gelados xD..us teus Crepes..Ux teus XurrOs km chOkOlate =D ... tduh tduH...Por ixOO e mtuh mais Eu te AmOOoo.. =]pOxax.
Tradução:
"Sesimbra: Here I go! Espera por mim, amanhã vou apanhar o teu solinho, estar com as tuas pessoas... ver as tuas lojas... estar no teu marzinho... nadar na tua água.. e aproveitar tudo o que tens para oferecer... Ai que bom... E fotos e tal... e rambóia e tal... água e tal... sol e tal... Diversão e mais diversão. Como eu te amo, Sesimbra! Fogo!... Porque tudo o que há em ti é maravilhoso: as tuas praias, os teus carnavais, o teu mar, as tuas pessoas, as tuas lojas, as tuas noites (ui ui!), os teus gelados, os teus crepes, os teus xurros com chocolate. Tudo, tudo, tudo! Por isso e muito mais, eu te amo!"
Como sempre acontece com qualquer tradução, muita coisa se perde ("traduzir é trair"). Como se poderia traduzir em palavras os smileys? Deixo, pois, para os leitores a tradução da última palavra: "pOxax !" Perceberam? Pois foi isso mesmo que me ocorreu.
[ clique para ampliar ] Cynoglossum cretium - Alto das Vinhas
Planta herbácea bienal com caules até 60 cm e folhas lanceoladas. Flores de cor esbranquiçada com enervação azul-violeta. O nome científico Cynoglossum deriva das palavras gregas kynos (cão) e glossa (língua). Esta variedade é conhecida como "língua de cão azul".
Originária do sul da Europa. Em alguns países (Canadá, Austrália) é considerada uma ameaça para o ecossistema e para o gado, dada a presença de alcalóides nas suas folhas. Os animais não as comem no pasto, mas sim quando são alimentados no estábulo com forragem colhida mecanicamente no campo.
Jordi Joan, escritor e jornalista, colaborador do jornal La Vanguardia, de Barcelona, assinala, no seu blogue A Praça das Flores, a memória do 25 de Abril vivida em Sesimbra, com a evocação de uma canção do cantautor valenciano Raimon, cuja letra tomámos a liberdade de adaptar para o português. O blogue de Jordi Joan, iniciado muito recentemente, como "portal de poesia catalana des del cor de Lisboa", merece uma visita atenta. O autor já publicou o livro "L'alè d'Ariadna" (Edicions 62 - Empúries, 2001).
Jo vinc d'un silenci
Eu venho de um silêncio antigo e profundo de gente que vem do fundo dos tempos, da gente a quem chamam a arraia-miúda, venho de um silêncio antigo e profundo.
Eu venho das praças e ruas repletas de miúdos que brincam e de velhos que esperam enquanto os homens e mulheres trabalham nas pequenas lojas, em casa ou no campo.
Venho de um silêncio que não é resignado de onde começa a horta e acaba a secura de esforço e blasfémia porque tudo corre mal: quem perde as origens perde a identidade.
Venho de um silêncio antigo e profundo, das gentes sem ídolos nem grã-capitães, que vivem e que morrem no anonimato, e que nunca seguiram discursos solenes.
Venho de uma luta surda e constante venho de um silêncio que será quebrado por quem quer ser livre pelos quem amam a vida, e exigem as coisas que lhes foram negadas.
Eu venho de um silêncio antigo e profundo Eu venho de um silêncio que não é resignado, Eu venho de um silêncio que será quebrado, Eu venho de uma luta surda e constante.
"Tuning" ou "street racing" são designações utilizadas para a actividade de transformação de automóveis, substituindo peças ou modificando os motores, de forma a dar às viaturas um aspecto "desportivo", utilizando-as depois para competições e exibições não regulamentadas. Há quem diga que o "tuning" se resume à transformação visual dos veículos sem intuitos competitivos. Seja como for, estas actividades são frequentemente perigosas e já provocaram vítimas mortais, tal como aconteceu em 2004 na zona de Azeitão/Palmela (veja a notícia). Para iludir a polícia, as concentrações dos "tuners/street racers" são muitas vezes feitas à noite, em locais desertos.
Na internet, encontrei esta página com vários videos de concentrações deste tipo. Um dos videos, com a designação "Kissifur Piões Cabo Espichel Enc. Nocturno TuningPT", mostra um pequeno carro (creio que é um Fiat Uno) a fazer piões no terreiro do Cabo Espichel, durante a noite: tratam-se de uns piões ranhosos, feitos pelo pequeno carro, que a seguir estaciona junto a outras viaturas, após o que o motorista, um tal "Kissifur", recebe os aplausos de uma pequena multidão: uma cena simplesmente ridícula.
Mais uma razão a justificar obras que protejam aquele santuário destes palermas.
Nota: o video não abre directamente a partir da página: o "link conduz a uma página do Rapid Share, onde se deve escolher a opção "free" para descarregar o video para o computador.
Tenho estado a ver o filme "Capitães de Abril", da Maria de Medeiros, sobre a Revolução do Cravos. É uma reconstituição bastante fiel, quer dos factos, quer do ambiente social imediatamente anterior e posterior ao golpe militar. É um filme que já tinha visto umas duas ou três vezes e que me comove sempre. Admiro especialmente a reconstituição do tom pessimista que dominava o dia-a-dia das pessoas, mesmo daquelas que conspiravam contra o anterior regime: lutava-se com coragem, mas sem expectativa de que a situação mudasse em breve.
Nessa época eu morava numa residência de estudantes, em Lisboa. Mas quando se deu a revolução encontrava-me em Sesimbra, pois a faculdade de economia (ISE) tinha fechado na sequência de grandes protestos dos estudantes. A razão imediata destes protestos tinha sido a prisão, pela PIDE, de um grupo de alunos, do qual eu fazia parte, que tinham ido a Vieira de Leiria em solidariedade com os operários em greve na fábrica de limas Tomé Feteira. Depois de um mês em Caxias, regressei a Sesimbra, onde a vida decorria pacatamente. O hóquei em patins era a grande animação dessa época, com os jogos a decorrer na sala de baixo do Ginásio, cuja construção ainda ia a meio.
Eu não sabia se a minha escola voltaria a abrir. Mas tinha a certeza de que não poderia continuar os estudos, pois o adiamento da incorporação militar seria certamente recusado ainda nesse ano, por causa da prisão. A revolução acabou por proporcionar grandes modificações nessas sombrias perspectivas: a universidade voltou a abrir, a guerra terminou, e teve então início um dos mais extraordinários períodos da vida política, económica e social em Portugal.
O país mudou muito desde então, e mudou para muito melhor. Só pode dizer mal do caminho percorrido quem não se lembra – ou não se quer lembrar - do que era a vida portuguesa no início dos anos 70. É evidente que os outros países também não ficaram parados à nossa espera. É por isso que é ridículo avaliar o sucesso ou insucesso do nosso país por comparações estatísticas que nos vão colocando atrás ou à frente dos outros.
O curso da História não pára. Portugal acabaria por mudar, mesmo que não tivesse havido revolução naquela altura - talvez à maneira do que aconteceu em Espanha, ou talvez de modo ainda mais dramático. A revolução e o caminho percorrido, com a sua dose de romantismo e sonho, com a sua dose de maniqueísmo e desenrascanso, e também com a sua dose de enganos e desilusões, constituem uma página notável da nossa vida colectiva. O meu desejo é que todos nós, protagonistas desta caminhada, nos possamos sentir orgulhosos pelo caminho percorrido.
Fotografada na encosta nascente de Sesimbra (acima do edifício da Sesimbra FM). Uma outra fotografia desta planta, com flores visíveis, encontra-se aqui.
Na página da Universidade de Évora esta planta é classificada como "arbusto trepador, vivaz e volúvel". Dá "flores muito perfumadas, a partir de Abril, com tonalidades que vão do branco-marfim ao avermelhado, agrupadas em umbelas terminais. Este perfume atrai as borboletas nocturnas que asseguram a polinização."
Os pescadores da pesca da sardinha, através da cooperativa Sesibal, têm vindo a protestar contra a frequência das manobras da Marinha junto à costa entre Sesimbra e Sines, a qual prejudica a actividade da pesca. A Marinha considera «excessivos» os protestos dos pescadores mas reconhece-lhes alguma razão, ao referir que «a Marinha tem tentado, sempre, atender aos pedidos dos pescadores, nomeadamente afastando alguns exercícios para mais longe da costa, mas para outros exercícios esta é a única área de que dispomos».
O empresário que deveria ter realizado a corrida de touros na Quinta do Conde, e que desapareceu deixando para trás uma série de dívidas relacionadas com o frustado espectáculo, revelou ao Correio da Manhã a sua versão dos acontecimentos, com argumentos muito pouco convincentes, onde se apresenta como vítima. Vale a pena ler, aqui.
Portinho da Arrábida Fotografia e texto do blogue Alentejanando.
«... a praia é um dos meus paraísos perdidos. Perdido na aprazível memória do Portinho da Arrábida da década de cinquenta. Quando subia à serra pela mão paternal levantando coelhos a cada trôpego passo. Quando no cimo enfeitiçava o olhar naquela ferradura de mar a pisar a areia branca branca de extasiar. Quando arregalava o ouvido às histórias dos marítimos do Portinho na única taberna de serviço. Quando jurava a pés juntinhos pequeninos de criança que a rocha da Anicha era poiso nocturno de temíveis piratas. Quando a Arrábida tinha meia dúzia de asseados campistas... do Barreiro... de Setúbal... de Évora... Quando ia a pé a Alpertuche sem ver viv’alma. Quando o João do estético e honrado bar de madeira da praia acendia o petromax para jogar suecadas enquanto eu bebia gasosas de berlinde da Serra d’Ossa. Quando... quando... quando nunca mais quando!»
Conforme prometido numa entrada anterior, aqui está uma fotografia da Banda da Sociedade Musical Sesimbrense, talvez do início da década de 70. Numa ampliação maior, pode ver-se o lado esquerdo e o lado direito da mesma fotografia.
Depois da conversa sobre blogues ainda fui assitir ao debate sobre a Mata de Sesimbra, que decorreu ontem no auditório Conde Ferreira. Eu já tinha assistido aos outros dois debates integrados na consulta pública: o da Quinta do Conde e o da Corredoura e, por isso, já conhecia bem a intervenção inicial dos técnicos.
Ontem ainda pude assistir a intervenções muito interessantes, como a do antigo presidente da Câmara M. de Sesimbra, Ezequiel Lino, que fez um resumo histórico da sua participação na urbanização do Meco, cujos direitos de construção passaram para a Mata. O antigo presidente da Câmara M. de Sesimbra manifestou-se frontalmente contra o projecto em discussão. Um pouco irritado por causa duma intervenção anterior, Ezequiel Lino protagonizou uma das cenas mais hilariantes: no meio da sua intervenção, ao pretender evocar o testemunho do seu antigo colega na Câmara, Aurélio de Sousa, perguntou à assistência se ele por acaso não estaria na sala. Então uma outra pessoa levantou-se e apontou para Aurélio de Sousa, que estava sentado mesmo em frente de Ezequiel Lino, a poucos centímetros de distância.
Outra intervenção importante foi a de Adelino Fortunato, do Bloco de Esquerda, grande crítico do projecto das Mata, que anunciou ter colocado junto dos tribunais uma providência cautelar para tentar impedir o licenciamento da urbanização em discussão. Esta iniciativa foi feita juntamente com o eng. Eduardo Pereira e João Capítulo (director do Jornal de Sesimbra).
Um dos temas da discussão foi a tomada de posição colectiva de algumas associações ecologistas (Quercus, Liga para a Protecção da Natureza e GEOTA: veja a notícia no Diário Digital).
Duma forma geral, e tendo em consideração o conjunto dos três debates a que assisti, penso que a equipa que defendeu o projecto da Mata (incluindo o Presidente da Câmara, Augusto Pólvora), manifestou conhecer melhor todo o processo e documentos, rebatendo quase sempre, de forma competente, as dúvidas que foram sendo levantadas pela assistência. Uma grande desilusão foram os críticos, que manifestaram ter um conhecimento superficial do projecto e adiantam apenas "argumentos" emocionais e pseudo-ecológicos. A única excepção a esta superficialidade das críticas foi o eng. Eduardo Pereira, que se pronunciou mais especificamente sobre a transmissão de direitos de construção que os alemães tinham no Meco para a empresa Pelicano.
O próprio parecer colectivo das 3 organizações ecologistas tem diversos erros, o que mostra que não estudaram devidamente o assunto. Dizem, por exemplo, que não há um plano de acessibilidades aprovado, coerente com o projecto da Mata, o que não é verdade.
Argumentos como o de que a construção de mais «31 mil camas ... constitui uma pressão humana insuportável e incompatível com os objectivos de sustentabilidade traçados», tendo em conta que existem actualmente cerca de 10 mil camas turísticas em toda a região, é um apelo emocional sem fundamento, pois que o que interessa é saber qual a capacidade desejável de alojamento turístico nesta região. Um turismo de qualidade necessitará certamente de muito mais alojamentos.
Curiosamente, o documento destas organizações ecologistas considera como aspectos positivos do empreendimento o uso de materiais sustentáveis e o modelo de concentração (em vez de espalhar as construções pela Mata, concentra-as numa zona, permitindo salvaguardar os corredores ecológicos), sendo que este último aspecto tinha sido antes apontado negativamente por alguns dos críticos.
Em resumo, e apesar das muitas intervenções críticas ao projecto, o balanço final aponta para uma vitória daqueles que defendem o projecto - porque o que conta é a solidez dos argumentos (ou seja, a sua qualidade) e não a quantidade. Digo isto sem qualquer preconceito, porque na intervenção que fiz na Quinta do Conde critiquei alguns dos argumentos "económicos" de defesa do projecto, que considero serem pura demagogia, tal como é o caso de se afirmar que 50% do abastecimento do empreendimento terá origem na região. Em resposta à minha intervenção o anterior ecologista e actual consultor da Pelicano, José Manuel Palma, não soube responder cabalmente, pelo que, neste aspecto, mantenho as minhas reservas.
Falou-se um pouco acerca de tudo: sobre as motivações que estiveram na génese de cada um destes blogues, a interacção entre os blogues e os seus leitores, as caixas de comentários e os abusos que por vezes se verificam, os resultados (positivos ou negativos) que a blogosgera pode ter na sociedade, a concorrência ou complementaridade que a blogosfera possa estabelecer com outros meios, tais como os jornais e os livros, etc.
Mais um blogue pexito a navegar na blogosfera. Para já, quase exclusivamente ocupado com o projecto para a Mata de Sesimbra; trata-se do Se Zimbra..., de P. Trafaria.
Votos de longa e próspera navegação para o Se Zimbra...
Este amigo japonês que almoçou no restaurante O Canhão, ficou tão bem impressionado com o peixito e o choquito no prato (e as azeitonas, as batatas, o pão, o vinho e a salada) que os fotografou e colocou no seu blogue (ver aqui.) E não faltou uma fotografia do nosso amigo Daniel.
Eu espero que aqueles caracteres do título signifiquem "Sesimbra". Mas, se não for o caso, daqui vai uma mensagem para o colega blogueiro: "igualmente para si, amigo, mas a dobrar".
«Lixos Na sede do concelho os serviços camarários de limpeza recolhem diariamente os lixos, transportando-os para um local onde aguardam a venda. No sofrem qualquer tratamento, entrando em expontânea fermentação quando a saída é retardada. Ora quando as fermentações não são condicionadas em local apropriado, perde-se grande parte do valor fertilizante, tanto por lavagem como pelas elevadas temperaturas verificadas, e, ainda, pela incidência directa dos raios solares. Nos lixos predominam os materiais de limpeza da "lota" do peixe, palha, papéis, cinzas; na época balnear, aparecem as algas de limpeza da praia de banhos e, no outono, folhas de árvores, etc.. Os lixos são vendidos à razão de 20$00 o metro cúbico, tendo um valor global anual muito variável:
Todo o lixo é consumido no concelho, destinando-se às culturas hortículas de regadio ou sequeiro, vinhas, etc.. Não se importam lixos doutros concelhos; se algum entra, a quantidade é tão limitada que não oferecem interesse. O transporte do lixo recolhido faz-se em carros de tracção animal (burros, cavalo, boi), a dorso de animal, principalmente asininos, e muito raramente de camioneta. Como o volume recolhido é diminuto, ainda não se justificam quaisquer obras dispendiosas para a sua conveniente preparação; contudo, a construção de uma nitreira estava indicada, podendo escolher-se o tipo circular, com capacidade para cerca de 1.000 metros cúbicos.
Guanos Preparam-se pequenas quantidades de guano de peixe com os resíduos da indústria conserveira; o aproveitamento é feito pelos próprios fabricantes de conserva, um dos quais o limita à prensagem e venda sem a preocupação do teor em cloreto de sódio, óleo, etc. enquanto que o outro abandonou esse processo para se dedicar a preparação mais racional, obtendo um produto de belo aspecto, que tem colocação garantida como farinha alimentar para gado. Há anos atrás, quando a riqueza piscícola era grande, costumavam os agricultores fazer a sua aquisição, fertilizando-se, assim, as terras depois de apodrecido e lavado o peixe pela água das chuvas. A tonelada de guano para alimentação do gado varia com o teor proteico; regula entre 1.600$00 e 1.800$00 enquanto que no guano restante fica compreendido entre 900$00 e 950$00. A produção de guanos e farinhas, destina-se, quase exclusivamente à exportação.»
Inquérito Agrícola e Florestal Concelho de Sesimbra - 1951
[ clique para ampliar ] Tropaeolum Majus Planta decorativa e medicinal, fotografada na mata da Vila Amália, onde cresce espontâneamente.
Conhecida popularmente como capuchinha, agrião índio, agrião-do-México, flor-de-chagas e chagas de Cristo. As flores podem ser em tons laranja, vermelho ou amarelo. Oriunda da América do Sul, espalhou-se pelo mundo depois dos conquistadores espanhóis a trazerem das montanhas peruanas para a Europa. Tem um gosto que faz lembrar o agrião, e tanto as folhas como as flores são usadas em saladas, conferindo-lhes um toque colorido e exótico. Os caules são usados para pickles.
A capuchinha tem reconhecido uso medicinal: as folhas são ricas em vitamina C, especialmente antes da floração. São-lhe apontadas características anti-microbianas e diuréticas. Recentemente foi apontada a sua capacidade para a prevenção de doenças como as cataratas e a degeneração macular. Esta acção deve-se aos carotenóides em que as folhas são ricas (luteína, b-caroteno, violaxantina e neoxantina). ("Flor que enfeita saladas previne doenças", "Fontes de carotenóides importantes para a saúde", "Análise morfo-anatómica de Tropaeolum Majus)".
O "Rocamador", marcha grave, foi a primeira música que toquei na Banda de Sesimbra, na procissão da Senhora do Cabo. Era uma marcha muito simples, própria para principiantes, com notas longas, tal como se pode ver a partir do 5º compasso da pauta. Mas não foi exactamente por esta a pauta que toquei nesse dia: trata-se aqui do 1º clarinete, com aqueles floreados agudos nos primeiros e nos últimos compassos, e que só vim a tocar mais tarde. Nessa altura, limitava-me ao 3º clarinete.
O "Rocamador é uma marcha bonita. Apesar da simplicidade do tema (fá-sol, sol-fá), consegue uma dramatização através da progressão para registos cada vez mais agudos. Era daquelas marchas que calavam no silêncio da procissão do Senhor das Chagas.
Não fazia ideia do que significava a palavra Rocamador até que, anos mais tarde, fui a Sevilha e descobri que havia o culto da Virgen de Rocamador, ou Nuestra Señora de Rocamador. Hoje, através da Wikipédia, fiquei a saber que o culto teve origem numa povoação francesa com o mesmo nome. Em Portugal, "Rocamador aparece associado a várias igrejas, a hospitais, a um castelo e a uma ordem religiosa - com as inevitáveis "explicações" lendárias apoiadas em semelhanças lexicais ("reclamador", "Roque Amador").
O Blog do Alentejano chama a atenção para as condições em que alguns animais são mantidos em lojas da especialidade, dando o exemplo duma que existe num centro comercial de Sesimbra.
[ clique para ampliar ] | Melissa Rodrigues | Jaime de Almeida |
O Jaime de Almeida, que é de Sesimbra e tem o blogue caricature.me, aparece assim na secção de Moda da Cave Magazine, lado a lado com Melissa Rodrigues.
Numa noite de jantar de turma, no Bairro Alto, Jaime de Almeida apresenta-se com um casaco do avô e um cachecol oferecido, tendo o resto custado a bagatela de 65 €. Definições: Estilo: "alternativo;" O que é a moda para si?: "Muito pouco. O espelho do que eu quero ser naquele dia."
A página Naturales, dedicada à tauromaquia ibérica, relata a "Rocambolesca historia en Quinta do Conde", acerca da tourada patrocinada pelo jornal "Notícias da Zona", a qual acabou por não se realizar devido à fuga do organizador. O insólito evento também foi noticiado pelo Correio da Manhã. O espectáculo estava anunciado como uma "Corrida de touros à Portuguesa", mas a lusitanidade da coisa acabou por se revelar na "corrida" do empresário, que virou costas ao touro ainda antes de este entrar na arena. Ao que diz o jornal, são-lhe conhecidos outros golpes semelhantes.
O jornal "Notícias da Zona" tinha apostado bastante nesta iniciativa. No jornal Rostos Online ainda se pode ler a nota de imprensa de promoção da tourada: "A prestigiar este evento estarão presentes a Governadora Civil de Setúbal, Maria Teresa Almeida e o Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora, bem como toda a Vereação e ainda empresários da região e de fora desta. [...] Esta será pois uma Páscoa diferente para milhares de espectadores não só do concelho de Sesimbra mas também vindos de outros pontos do país" – referia a nota enviada para as redacções.
Quem acabou por beneficiar foram os touros, cuja triste sorte foi adiada por mais algum tempo.
Acrescentámos mais um blogue à nossa lista de "pexitos e afins": o "Talvez uma Península", de Teresa Lopes, que tem lá excelentes fotografias do Cabo Espichel. Vale bem uma visita, não só pelas fotos mas igualmente pelos textos, poesias, etc. veja-se, por exemplo, esta entrada sobre o Ribeiro do Cavalo.
Também de Teresa Lopes, merece igualmente visita "A Outra Península". Teresa Lopes é co-autora, com Sara Costa, do livro "Histórias Que Acabam Aqui", um conjunto de seis "contos para a infância" que, no dizer da própria autora, não se destinam apenas a crianças, mas a leitores de todas as idades (o livro pode ser descarregado a partir daquela página, em formato pdf). É também a autora do livro de poesia "(En)canto de ceifa e mosto", a que pertence este poema:
Digo-te: não vou pelo campo que o fado me indica. A sina é fugaz e os marcos da estrada que a mão petrifica são raios de instante: estes olhos os fendem. Antes sigo o pó duvidoso florescente das estrelas que invento no meu planetário: privado recanto da alma crescente inóspito trono feliz visionário. Sondas que a civilização projecta e vasculham o céu só por mim criado nada me tocam: são bobos que pairam no dia cinzento e nem sonham no reino cadente império dessa sina rasgado. Nada digas.
A parte mais arbitrária do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA) é certamente a que diz respeito à pesca da chincha, em Sesimbra. De facto, o nº do Artigo 53º da RCM 141/2005 estipula o seguinte:
"Nas praias da Califórnia e do Ouro, em Sesimbra, pode proceder-se à pesca com arte xávega desde que enquadrada em eventos turísticos ou culturais, ficando nestes casos as respectivas operações de pesca sujeitas a autorização da comissão directiva do Parque Natural."
Repare-se no cinismo desta disposição legal: trata-se de proibir uma arte de pesca que até aqui sempre esteve legal, mas em vez de o dizer claramente, usa-se o artifício de afirmar que "pode proceder-se à pesca...". Na realidade, não se pode.
O cinismo continua logo a seguir no pequeno parágrafo: "...desde que enquadrada em eventos turísticos ou culturais". Quem fez a lei sabia muito bem que não existe qualquer actividade turística ou cultural que envolva a chincha, tal como sabe que ninguém irá pagar aos pescadores para macaquearem a pesca para turistas; mesmo que isso fosse possível, aconteceria uma ou duas vezes num ano.
Cinismo e arbitrariedade na proibição da arte de pesca da chincha.
Portanto, bastaria esta norma para liquidar a pesca da chincha. Mas quem fez a lei queria ter a certeza de que não restaria nem uma ínfima hipótese de que aquela pesca se mantivesse, e por isso acrescentou a necessidade de autorização prévia do Parque. Porém, se até aqui navegámos no pântano do cinismo, entramos agora nos remoinhos da arbitrariedade. O Parque poderá dar ou não autorização, mas não se identificam quais os critérios em que se deverá basear.
Vejamos este assunto do ponto de vista económico e empresarial: será admissível o Estado conceder autorização a uma indústria e depois, num dado dia, retirá-la, sem qualquer indemnização? Seria possível fazer isto com a Secil na extracção de pedra na Serra da Arrábida?
Ou então, imagine-se uma qualquer actividade económica em que o Estado se reserva, em cada dia, o direito de autorizar ou não a respectiva laboração, sem apresentar qualquer fundamento prévio para essas suas decisões futuras: alguma empresa se dedicaria a esta actividade, nestas condições? Não é isto muito pior do que a política do "condicionamento industrial" praticada pelo Estado Novo e que tanto se criticou?
Como é possível que em 2006 um governo faça isto? Percebe-se que se permite fazê-lo por se tratar de uma pequena indústria, de uns pobres pescadores que não têm poder reivindicativo para fazer valer os seus direitos. Mas não é isso mais uma demonstração do cinismo desta política? Não têm os governos a obrigação de tratar todos os cidadãos por igual?
E eis, perante os nossos olhos, a vergonhosa acusação que os pescadores da chincha lançam ao nosso governo: "Se temos tudo legal, porque não nos deixam trabalhar?". É uma pergunta justa, e o governo deverá responder.
A edição de hoje do jornal Público traz um excelente dossiê sobre a Internet, que vale a pena ler. Uma parte do texto encontra-se em linha e pode ser lida aqui.
«Antes, a Internet era um sítio onde os utilizadores entravam e permaneciam temporariamente. Um parêntesis na vida real, que decorria off-line. Hoje, as pessoas têm uma identidade online, partilham fotografias e vídeos, discutem as notícias, colocam os pensamentos e episódios privados ao alcance de um qualquer motor de busca. "A nossa vida está online e parece que isso interessa aos desconhecidos", explica José Luís Orihuela, professor na Universidade de Navarra, em Espanha, e autor do blogue eCuaderno.
"O crescente ritmo de adesão, ao nível social das tecnologias de informação, está a contribuir para um processo imparável de digitalização e virtualização de muitas das nossas experiências quotidianas", defende Orihuela, para quem o correio electrónico, os chats, os sistemas de mensagens instantâneas, entre outros, "mudaram as práticas sociais e comunicativas". [...] "Estamos a descobrir uma verdade elementar da nossa espécie", diz Orihuela. "As pessoas querem comunicar e cooperar umas com as outras. Hoje, finalmente, dispomos de ferramentas para o fazer à escala planetária."»
Hoje é dia de "matar o Judas": uma tradição muito arreigada em Sesimbra, e que parece radicar na ideia de castigar o apóstolo que traíu Jesus e o denunciou aos Romanos.
No entanto, uma sombra paira sobre este ritual. A recente divulgação do denominado Evangelho segundo Judas, levanta a dúvida sobre se são justificadas as suspeitas ou se, pelo contrário, Judas Iscariotes terá sido, até ao fim, o mais fiel discípulo de Jesus.
Alguns explicam que quem quer que seja que tenha escrito este Evangelho, contou a história "à sua maneira", de modo a favorecer a corrente cristã conhecida como "Gnósticos". Mas, nesse caso, teremos igualmente de aceitar que os Evangelhos canónicos, aqueles que fazem parte da Bíblia, também foram "escritos à maneira" de alguém, e que a demonização de Judas teria tido como objectivo mostrar que os cristãos nada tinham a ver com os Judeus, que nessa altura não eram nada populares no Império Romano (tinham levado a cabo uma revolta contra Roma).
Como se sabe, Jesus e todos os seus discípulos eram judeus, e a mensagem religiosa de Jesus começou por ser uma variante do Judaismo - embora contivesse em si uma base filosófoca muito diferente daquela religião. O Cristianismo de hoje - nas suas várias correntes - é muito diferente dos Judaismo, mas essa diferença foi-se construindo ao longo dos séculos, nomeadamente com a escolha, de entre as várias dezenas de Evangelhos que existiram, dos quatro que passaram a integrar a Bíblia.
O Evangelho Segundo Judas, apesar de apresentar uma versão diferente da vida de Jesus, não vai modificar o Cristianismo. Mas deve-nos fazer meditar sobre se é justificado este ritual macabro de queimar um boneco representando uma pessoa, fazendo ecoar séculos de intolerância e violência das comunidades cristãs contra os Judeus.
Os estudos de natureza estatística constituem uma das fontes a que a nossa sociedade recorre para a caracterização e avaliação da nossa própria situação e percurso. Em boa verdade, nenhum destes estudos pode caracterizar de forma completa a nossa vida, seja em aspectos mais facilmente quantificáveis (tais como o rendimento ou os escalões etários) seja em domínios mais difíceis de medir (tais como o estado de saúde ou os níveis de conhecimentos adquiridos). Mas podem-nos ajudar a fazer o nosso "retrato".
Apesar dos cuidados que é necessário ter no uso destes estudos, evitando retirar deles conclusões definitivas, vê-se com frequência - nomeadamente na blogosfera - citar-se determinados estudos estatísticos como prova de que "o país está cada vez pior", ou de que "estamos na cauda da Europa", ou de que "o concelho não se desenvolve", etc. Por outro lado, se os estudos apontam numa direcção que não coincide com as ideias dominantes, então são menosprezados, desvalorizados ou, simplesmente, ignorados.
Há poucos dias a Marktest, uma das empresas mais conceituadas na realização deste tipo de estudos, divulgou dados relativos ao poder de compra concelhio, que salientavam cinco concelhos "campeões" onde esse poder de compra mais tinha subido de 1992 para 2006:
Concelhos
Variação 1992-2006
Oeiras
4,5 %
Alcochete
4,3 %
Albufeira
3,9 %
Palmela
3,7 %
Sesimbra
3,0 %
Não é de estranhar que os concelhos melhor colocados nesta estatística sejam da Área Metropolitana de Lisboa, pois é aqui que se concentra a maior parte da riqueza criada no país. Mas muitas pessoas certamente estranharam que três dos cinco concelhos referidos sejam da Península de Setúbal, a qual, habitualmente, é referida como sendo das regiões que apresentam maiores problemas, nomeadamente de desemprego e rendimento.
Quando os dados estatísticos não comprovam as nossas ideias, o que se deve fazer? O normal seria mudar as ideias em função dos dados. Mas muita gente prefere ignorar ou desvalorizar tais informações.
Já em 2003 um outro estudo, da autoria de João Ferrão, avaliava as dinâmicas territoriais e as trajectórias de desenvolvimento, em Portugal, entre 1991 e 2001. Com base nos dados dos Censos de 2001, este investigador fez a classificação do território nacional em três classes:
país sob alta pressão, onde ocorrem muitas mudanças e onde, por isso, são excessivas tanto as oportunidades como as ameaças;
país sonolento, onde pouco ou nada acontece, estando despovoado e envelhecido;
país tranquilo, onde as evoluções recentes foram relativamente moderadas.
Ora Sesimbra, nesta classificação, situava-se claramente no "país tranquilo", onde se verifica desenvolvimento mas sem o exagero e a intensidade das ameaças que espreitam as zonas de crescimento rápido (este documento pode ser consultado aqui).
No blogue Abrupto, José Pacheco Pereira enunciou recentemente "10 leis sobre debates na blogosfera", a primeira das quais era: "Evitar discutir a Posição, procurar atacar a Contradição". Esta lei é precisamente comprovada pelo posicionamento ambíguo da blogosfera relativamente aos estudos que não "comprovam" as ideias concebidas de cada um: são ignorados ou, então, desvalorizados, contrapondo-se-lhe "evidências" que apontam em sentido oposto, etc. Pelo contrário, se um dado estudo parece confirmar as ideias pre-concebidas, então exagera-se na respectiva divulgação e nas "lições" que se podem dali retirar, etc.
Tal como referi no início, estes estudos estatísticos não constituem indicadores absolutos do que se passa na realidade. No entanto, alguma coisa indicam. Quanto às "evidências" com que cada um pensa caracterizar essa realidade - classificando em termos absolutos o país e as pessoas como "incultos", "perdidos", "irresponsáveis", "subdesenvolvidos" - provavelmente valem ainda menos.
«As estatísticas penetram em todos os aspectos da vida - desde a educação, trabalho, media e saúde, até à cidadania. Por exemplo: muitas reportagens dos média incluem referências estatísticas sobre saúde, tendências sociais e demográficas, educação e economia. Este uso alargado das estatísticas coloca um problema, já que a estatística constitui uma disciplina difícil, associada a mal-entendidos que minam a confiança e conduzem à suspeita. A literacia científica dos cidadãos cobre as estatísticas de modo insuficiente, tanto em termos teóricos como empíricos. (...)»
Fabienne Crettaz von Roten in "Public Understanding of Science"
Tal como o Pedro, também gostei muito de assistir à represenção das peças de Gil Vicente, "Monólogo do Vaqueiro" e "Auto da Índia", por alunos finalistas da Escola de Teatro de Cascais, no átrio da Biblioteca.
João Vasco fez uma emocionada apresentação dos seus alunos e aproveitou para referir a grande qualidade do livro "Bonecas Russas", de António Cagica Rapaz, que ele lera recentemente.
"Cerimonial para um Combate" nos Bombeiros de Sesimbra, a 'preços populares' [clique]
O actor encontra-se muito ligado a Sesimbra, terra onde nasceu. A seguir ao 25 de Abril, João Vasco e o TEC apresentaram aqui diversas peças, em colaboração com a Associação Sesimbrense de Cultura Popular. Entre essas peças contaram-se "Fuenteovejuna" (de Lope de Vega, que o TEC estreara em Portugal em 1973) e "Cerimonial para um Combate" (de Claude Prin, estreada em 1975). Estas peças tinham encenação de Carlos Avilez.
João Vasco foi morar para Cascais com a família, aos 5 anos. Começou a representar quando ainda era aluno da Escola Marquês de Pombal. Tirou depois o Curso de Teatro do Conservatório Nacional, ao mesmo tempo que foi trabalhando no Teatro do Gerifalto, na Companhia de Orlando Vitorino, no Teatro Popular de Lisboa. Ainda estava no último ano do Conservatório quando foi convidado por Amélia Rey-Colaço para o Teatro Nacional.
No final do curso integrou o grupo que viria a dar origem ao Teatro Experimental de Cascais, com Carlos Avilez, Maria do Céu Guerra, Zita Duarte, Manuel Cavaco, Carlos Paredes e outros jovens artistas. Na sua longa carreira criou personagens memoráveis, tais como Galileu Galilei, a Nonna e Rei Lear. Aqueles que não o viram no teatro talvez se recordem dele na peça "A Maluquinha de Arroios", que o TEC levou à cena em 1966, mas que passou na televisão mais recentemente. João Vasco dirige actualmente, juntamente com Carlos Avilez (que também esteve no espectáculo da biblioteca), o Teatro Experimental de Cascais.
Notas: Do elenco de "Cerimonial para um Combate" faziam parte João Vasco, Lígia Teles, Isabel de Castro, Marília Gama, Santos Manuel, Maria Albergaria, António Marques, António Feio e Fernando Gomes. No programa desta peça (veja-se a imagem de cima) podia ler-se, numa linguagem típica do PREC: "Colhamos os ensinamentos da Comuna de Paris e não deixemos a burguesia esmagar os nosso ideais perante a ameaça das suas armas e do seu poder económico".
Lembro-me, a propósito, de uma cena passada com Amândio Rodrigues, pescador e antigo membro dos Galés, num destes espectáculos, no salão dos Bombeiros, onde o TEC sempre representava.
No intervalo vi passar o senhor Amândio com ar de quem se ia embora. Estranhei, pois via-se que a peça estava a ser do agrado da assistência, e perguntei-lhe. "Eu, ir-me embora?" - retorquiu-me - "Então eu deixava lá a minha felicidade?"
E era verdade. Passado algum tempo, lá voltou para junto da sua Felicidade - que era o nome da mulher...
Ainda como achega para o debate sobre blogues do próximo dia 21, fica aqui o podcast do encontro sobre "Blogues no Feminino", do ciclo organizado por José Carlos Abrantes na Livraria Almedina: "Sobre que assuntos falam as mulheres na blogosfera? Que motiva as autoras dos blogues? Que dados têm sobre quem as lê? Haverá especificidades da intervenção das mulheres na blogosfera?" Trata-se de uma gravação do blogue /var/log.
podcast do debate na Livraria Almedina - 13.Out.2006 - 2h:3m
Entre os blogues que aqui classificámos sob o lema de "Pexitos e Afins" encontram-se os seguintes:
ao_sul, cuja autora, Sónia, classifica Sesimbra como uma das suas "raízes".
mil e uma coisas da Raquel, que anda no 5º ano de escolaridade e confessa que iniciou o blogue "para divulgar os meus interesses e partilhar as minhas teorias. Quando o criei estava nervosa parecia que tinha um moinho de sete pás."
Nós-sela, de homoclínica, professora de matemática, que já ali publicou fotografias de Sesimbra
Sophil de l'eau, duma senhora imigrada que vive com a família em Palmela
Nota: se não conseguir reproduzir o ficheiro, experimente abrir o seguinte endereço a partir do leitor virtual do seu computador:
Encontrei esta história numa página da escola dinamarquesa de Hornbæk. Trata-se de um texto feito por várias crianças, de países diferentes, que vão escrevendo os capítulos em sequência. Tudo começa pela mão de um menino de 5 anos, desta mesma escola de Hornbæk:
Era uma vez um Rei e uma Rainha e os seus dois filhos que foram para Greenland, que era uma ilha da Dinamarca, com muita neve e muitos icebergues. Greenland era a maior ilha do mundo. Um dos filhos foi raptado, porque a famíla real tinha um diamante muito grande e muito caro. O outro filho era um hippie, que queria "Paz na Terra". Ele pegou no seu "hippie-móvel" e propôs um negócio. "Deixemos que o anel fique no dedo da minha mãe e usemos o meu emblema "Paz na Terra", que é de ouro". A famíla real voltou a Copenhaga e...
A seguir foi a vez dum menino português, de 6 anos, da "Escola Básica" da Cruz de Pau, dar continuidade à história:
A família real regressou a Copenhaga e resolveu dar uma recompensa ao seu filho hippie. O Rei e a Rainha decidiram dar-lhe um castelo numa terra estrangeira onde pudesse alargar a "Paz na Terra".
O príncipe hippie pensou bastante e finalmente decidiu que gostaria de ter um castelo em Portugal, um lindo país com uma maravilhosa paisagem e tempo ameno. Eles usaram a internet para procurar o melhor lugar para o Príncipe. Encontram um castelo muito bonito e grande, no centro de Portugal, com vista para a praia, num lugar chamado Sesimbra.
[ clique para ampliar ]
A história passa agora a ser contada por meninos dinamarqueses, da escola de Høng Kommuneskole, e quase que se pode adivinhar o que aconteceu a seguir:
Nas montanhas à volta do castelo viviam alguns ogres. Habitavam grandes cavernas onde estava frio e muita humidade. Os ogres eram muito feios. O nome do chefe era Børge. Ora, como os ogres estavam fartos de viver naquele lugar, queriam capturar o castelo ao Príncipe. Numa noite muito escura o castelo acordou subitamente por causa de um ruído terrível. Os ogres batiam nos seus escudos ao mesmo tempo que avançavam sobre o castelo...
O capítulo seguinte ficou a cargo de um menino italiano, com 5 anos, da escola "Gianni Rodari", em Udine:
Os ogres entraram no castelo e expulsaram o Príncipe e os outros habitantes. Junto ao castelo havia um caminho que conduzia à beira mar. Perto da praia estava um grande navio dinamarquês pronto para partir. O Príncipe decidiu ir para Itália, outro país bonito e quente. Passaram o estreito de Gibraltar e navegaram nas águas calmas do Mediterrâneo.
Não foi preciso navegar muito até que encontraram a Sicília, uma ilha soalheira e amena. Decidiram parar ali. Algumas pessoas estavam no porto à espera do navio dinamarquês. Convidaram o Príncipe hippie e o seu amigo para almoçarem em suas casas, apesar de serem estranhos. Foram muito simpáticos e amigáveis e ofereceram-lhes doces sicilianos para comerem durante a viagem. Disseram então adeus aos seus novos amigos e abandonaram aquela adorável ilha.
Então o Príncipe lembrou-se de que tinha uma tia - irmã da mãe - que vivia num antigo e famoso castelo no noroeste da Itália, numa linda terra chamada Trieste. O castelo de "Miramare", localizado junto ao mar, era o sítio ideal para continuarem a sua missão.
Bem, a história continua depois a ser contada por meninos de Idrija (Eslovénia), Nishi-awakura (Japão), Kerteminde (Dinamarca), Odense (Dinamarca), Angelstad (Suécia), Trørødskolen (Dinamarca), Rodes (Grécia). Nesta altura já vai no Capítulo 11 mas desconfio que não acaba por aqui - e vale a pena lê-la toda. Quem não souber inglês, vê os desenhos, que também são muito bonitos e amenos.
Nota: esta iniciativa integra-se no programa eTwinning, que pretende promover parcerias entre escolas europeias utilizando as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Alunos da escola da Cruz de Pau fazem também um jornal electrónico conjuntamente com alunos da escola de Skole, na Eslovénia: Bridges.
Como achega para o debate sobre blogues, fica aqui o podcast do encontro organizado por José Carlos Abrantes na Livraria Almedina, na qual participaram António Granado, Rogério Santos, Joana Amaral Dias e Catarina Rodrigues. Tema: "Falar de blogues: percursos e perspectivas".
É um ficheiro longo (quase duas horas!) mas interessante. O ficheiro foi disponiblizado por Pedro Custódio do blogue /var/log.
podcast do debate na Livraria Almedina - 10.Nov.2006 - 1h:56m
No dia 21 de Abril, pelas 21.30 h, a Biblioteca Municipal de Sesimbra realiza um debate sobre "Blogues: expressão e liberdade, hoje". Trata-se da primeira iniciativa de um ciclo designado conversa à volta das palavras".
O blogue "Sesimbra" participará neste debate e, nos dias que o precederem, serão aqui publicadas algumas reflexões sobre este tema.
Na blogosfera são frequentes as referências a Sesimbra, muitas vezes acompanhadas de fotografias. Mostramos a seguir um conjunto de entradas recentes, em blogues de diferentes tipos, com algum tipo de relação com a piscosa e o seu termo.
Sesimbra, por fora e por dentro: as grutas, a fauna cavernícola e a sua ecologia
Ana Sofia Reboleira, Fernando Correia
"Povoadas por inúmeras lendas e mitos, as grutas são cápsulas do tempo que conservam importantes registos para a construção da nossa identidade, dado que os seres humanos aqui se abrigaram nos princípios da humanidade e deixaram vestígios pré-históricos para memória futura da sua presença", explica Sofia Reboleira. "Mas, talvez mais importante que o passado, é dar a saber que estas albergam hoje estranhas formas de vida, permitindo reinterpretar a história da vida na terra e de como ela se transforma para sobreviver em ambientes tão inóspitos e extremos.", afirma ainda a especialista em fauna cavernícola.
"Exatamente por o tema ser tão singular e estranho, tivemos especial cuidado em criar e estruturar esta obra segundo uma linguagem acessível e motivadora, embora funcional e construtiva no edificar de um saber especial", argumenta Fernando Correia. O responsável pela ilustração da obra salienta: "Fizemos um grande esforço para que isso mesmo sobressaísse quer no discurso escrito, quer ao nível visual, por forma a impulsionar a leitura, e, de caminho, ajudar também a promover a exploração do concelho sob outros olhos. Procurámos construir um livro que cativasse e ensinasse de forma entusiástica — mas sem que pareça uma lição ou sem perder a necessária objectividade e correção científica — e onde a forma como se divulga a Ciência mais atual seja a adequada para a multitude de públicos a que a destinámos."
Além do especial cuidado dedicado ao texto escrito por ambos os biólogos (que contempla várias investigações desenvolvidas no concelho), foi feito um grande esforço para ilustrar profusamente o livro com imagens também inéditas, fotografias e ilustrações, esteticamente interessantes e sumamente didáticas (ao qual se adiciona um design sóbrio, mas fluido).
De realçar que as ilustrações são ilustrações científicas e, como tal, criadas propositadamente para complementar e, às vezes, suplementar, o discurso científico da obra, tornando-a, na perspectiva de um todo, muito mais completo e instigante à descoberta.
Os homens do mar de Sesimbra são sábios. Sempre souberam transmitir o seu conhecimento aos aprendizes atentos, aos capazes,
como escreveu Álvaro Ribeiro, de aceitar a audiência antes da evidência. Grau a grau, ou degrau a degrau, se ascende de moço a arrais, passando por companheiro.
Rafael Monteiro
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Gama, Cão ou Zarco
Não nasceram aqui.
Quem nasceu aqui foi o barco.
António Telmo
Marés em Sesimbra / Tide table [ mare.frbateaux.net ]
Fotos TrekEarth Photos.
Pesqueiros de Sesimbra (fishing sites)