Carmem Almeida
O coreto estava iluminado... Era a mesma praça de nossa infância, o mesmo parque do livramento compunha o cenário, mas a mudança era nítida, o repertório era outro - teatro, cinema, música - a provinciana cidade era invadida por uma nuvem carregada de palavras e sons. A neblina - paradoxalmente - esquentava o ambiente na fria capital do sertão, era a primeira noite do festival dos meninos: o Rock Sertão.
Sim, dos meninos que acreditavam ainda em seus ideais e movimentavam a cidade, o Estado, arrancavam críticas, elogios, iam na contramão da sociedade do espetáculo, faziam-se notados.
A nossa cidade, ainda que muitos não saibam, apesar do aparente barulho, era agora uma grande tribo que agregava meninos e meninas em busca de um mesmo espaço para apresentar os atores, os cenógrafos, os cineastas, os músicos, os compositores...Para ‘gritar’ seus protestos e darem seu recado através das mais variadas linguagens artísticas.
E muitos esperavam ansiosamente por esses dias de música urbana no sertão, quebrando paradigmas, afinal o espaço da arte é onde está, para onde vai... E aqui foi Naurêa de todos os que pulavam e cantavam, sem vigias, mas seguros do que queriam: Urublus, Mamutes, Karne Krua, Antropofágicos? Não tem problema, o Fator RH era o mesmo!
Ainda bem que Binho não toma banho e lava a nossa alma com esse pitoresco festival Assim, somos agora Muitos e A Banda dos corações partidos de saudade...
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