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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

LION - A LONGA VIAGEM PARA CASA

Baseado numa história verídica, "Lion" conta a história de um rapazinho indiano de 5 anos, Saroo, que se perde do irmão numa estação de comboio e inadvertidamente entra num comboio desactivado que o larga, muitas horas e muitos quilómetros depois, na caótica cidade de Calcutá. O percurso do menino será idêntico ao de cerca de 80 mil crianças que se perdem na Índia todos os anos. Mas Saroo, que não sabe explicar o nome da terra onde nasceu, nem sabe o nome da mãe teve sorte, e acabou por ser adoptado por um casal australiano e viveu na Tasmânia, sem grandes preocupações, até aos seus 25 anos.

Já depois do curso de gestão hoteleira acabado e de ter iniciado uma relação amorosa com Lucy, ele começa a ficar obcecado por encontrar a sua mãe biológica, que ele acredita que junto ao seu irmão Guddu o tem esperado pacientemente durante todos estes anos. Será?

(para os mais sensíveis, é aconselhável um fornecimento extra de lenços de assoar...)

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Assisti à 74ª edição dos Globos de Ouro hollywoodescos, na madrugada de dia 9, na SIC Caras. Suponho que a gala terá muito interesse para americanos, ingleses e afins, mas para os portugueses já é mais duvidoso: muitos dos filmes ainda não estrearam cá, as séries nem se sabe se algum dia serão exibidas nos nossos canais televisivos. 

Se bem que Jimmy Fallon tenha imprimido um bom ritmo à cerimónia, esta não teve grandes brilharetes: foi uma Meryl Streep muito afónica quem mais se destacou nos discursos, quando recebeu o prémio Cecil B. De Mille, apresentado por Viola Davis; a entrada com mais piada foi a de Steve Carrel e Kristen Wiig ao apresentarem o melhor filme de animação ("Zootopia"); "La La Land" foi o filme musical que varreu todos os 7 Globos para que estava nomeado, mas não é garantido que seja uma obra-prima - já se sabe do gosto que os americanos têm por estas cantorias. Estreia dia 26 deste mês, mas só vou se for arrastada, que pessoalmente detesto o género...

Mas pronto, agora é aguardar que dia 6 de Fevereiro sejam conhecidas as nomeações aos Oscars, pois é expectável que a gala de 26 de Fevereiro já não nos apanhe tão fora do circuito  cinematográfico.

Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

O BEBÉ DA BRIDGET

Não será remédio santo, mas ir ao cinema ver uma comédia costuma aliviar um pouco das rotinas enfadonhas do dia a dia. Também não será filme para escaqueirar a rir, afinal de contas aqueles dramas da Bridget, a braços com a solidão e um relógio biológico num permanente e audível tiquetaque, são mais comuns do que possam parecer à primeira vista e graça não têm nenhuma.

Mas no geral dispõe bem, que é o que se pede a estes filmes. Dispunha até ainda melhor, se não existissem desmancha-prazeres que têm blogues ou facebook para nos contarem o final de filmes e livros. Para essas tristes alminhas, um sonoro BAH! de repúdio e a promessa de não voltar a visitá-los...

Espreitem o trailer:


Mais que não fosse, valia sempre a pena, para ver este excelente naipe de atores em ação!

Imagem da net.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

A CANÇÃO DE LISBOA

Anunciar este filme como uma nova versão ou refilmagem do seu homónimo de 1933, realizado por Cottinelli Telmo, no mínimo, é um disparate. OK, é uma comédia, as personagens têm nomes idênticos e Vasco Leitão é o mesmo estudante de medicina cábula, que vive à conta das tias. Mas logo ai param as semelhanças com esta produção de Leonel Vieira, realizada por Pedro Varela - nem podia ser de outra maneira, tendo em conta a diferença de mais de 8 décadas de permeio...

Boa notícia também é que o Vasquinho já não canta fado, as canções a que empresta a voz são da autoria de Miguel Araújo / Nuno Malo. Como esta:


César Mourão, Luana Martau e Miguel Guilherme encabeçam o elenco e, se já não tinha dúvidas sobre o talento deste último, fiquei muito bem impressionada com o dos seus acompanhantes. Igualmente positiva a presença da luz de Lisboa nas imagens que retratam o dia a dia da cidade, das obras aos palácios, dos jardins aos recantos mais recônditos.

E não, não me parece que a boa sensação resulte apenas do facto de estar de férias e de ter ido com a famelga (quase) toda ao cinema, em excursão: trata-se de uma a comédia despretensiosa e bem humorada que, no mínimo, dispõe bem. É pedir muito?

Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

TRUMBO

Este filme decorre numa época pouco documentada, logo a seguir à II Guerra Mundial e até ao início dos anos 60, em que o anticomunismo primário estava ao rubro, com o McCarthismo e o código de Hays (um sistema de censura que proibia expressamente que no grande ecrã surgissem cenas de nudez, prostituição, violência excessiva, alcoolismo, blasfémia, ou seja, tudo dentro da moral e "bons" costumes vigentes). Em Hollywood, esta "caça às bruxas" do século XX foi particularmente feroz, colocando centenas de atores, atrizes, argumentistas, músicos, produtores, realizadores e por aí adiante na tristemente famosa lista negra. 

Dalton Trumbo era, em 1947, um dos argumentistas de maior nomeada, mas ao recusar-se a responder perante uma comissão parlamentar de inquérito (e denunciar os colegas suspeitos de serem simpatizantes comunistas), foi preso e posteriormente impedido de trabalhar. Teve de se mudar da sua magnífica casa à beira lago, com toda a família, para uma mais pequena e citadina, onde acabou por arranjar um esquema para escrever argumentos de segunda categoria: bastava arranjar alguém que assinasse por ele. Às tantas o trabalho era demasiado e chamou alguns dos seus colegas em idênticas circunstâncias  para o ajudarem na tarefa. O que ganhavam estava longe das quantias generosas de outros tempos, mas pelo menos dava-lhes para sobreviver e sustentar a família - no caso de Trumbo, mulher e três filhos. Apesar de todas estas dificuldades ganhou dois Oscares, confortavelmente sentado no sofá da sua sala, que só muitos anos depois viria a receber fisicamente (um dos quais, já postumamente).

Enfim, como já referi, este período negro da história da América, em geral, e de Hollywood, em particular, não costuma ser tema dos filmes hollywoodescos. Quiçá por vergonha, mas há quem diga que ainda é um assunto fraturante nos grandes estúdios cinematográficos. Também não é costume ver algumas das suas estrelas retratadas tão impiedosamente, como John Wayne ou Edward G. Robinson. Por seu turno, Kirk Douglas ou Otto Preminger, os primeiros a dar oportunidade a Trumbo assinar os argumentos com o seu próprio nome, passado o período mais conturbado, saem bem vistos no ecrã.

Quem está de parabéns é Bryan Cranston pela sua genial interpretação, que já lhe valeu a nomeação para o Oscar de melhor ator deste ano. Que é improvável que ganhe, já que todos os entendidos dão como certo que seja Leonardo diCaprio a levar para casa a cobiçada estatueta. Seja como for, a nomeação já não é de desprezar. E por falar nisso, estão lembrados que a cerimónia da entrega dos Oscars é já na madrugada da próxima segunda-feira? Vou estar atenta, as usual (se bem que, este ano, só tenha visto este filme dos nomeados)...

Podem espreitar o trailer aqui.


BOM FIM DE SEMANA!
(cinéfilo ou não...)
Imagem de cena do filme, da net.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A FAMÍLIA BÉLIER

Paula é uma adolescente como tantas outras, tendo a particularidade de ter nascido na família Bélier: um casal de agricultores e os seus dois filhos, em que ela é a única que não é surda-muda. Assim, os pais apoiam-se um pouco mais nela para tratar de alguns assuntos que eles não conseguem - vender queijos ao público, falar ao telefone, ir ao médico, etc. e tal.

Paula tem uma grande amiga na escola, Mathilde, mas as raparigas estão em aulas diferentes, pelo que decidem inscrever-se numa actividade extra-curricular conjunta. Como Paula mantém uma secreta paixão por Gabriel, um colega de escola, acaba por se inscrever no grupo coral, quando percebe que é aí que o rapaz está inscrito. O professor do grupo coral, Thomasson, é um homem desiludido com a vida - sonhava com a ribalta e em vez disso vê-se a dar aulas na província a um grupo de alunos desinteressados - mas, inesperadamente, encontra em Paula um verdadeiro talento para o canto. E convence-a a participar num concurso para entrar numa escola de canto em Paris.

O dilema da jovem é como deixar os pais, que dependem dela para tantos assuntos, para seguir a sua vocação. Vejam o trailer:


Um filme amoroso sem ser lamechas, classificado com 7,3/10 na IMDb (o que para filme francês é bastante bom) e que valeu à protagonista, Louane Emera, o prémio de melhor atriz revelação deste ano na 40ª edição dos Cesar.

Imagem de cena do filme, da net.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O PÁTIO DAS CANTIGAS

Afirmar que este é um remake do "Pátio das Cantigas" acaba por ser um grande exagero: tirando os nomes das personagens, tratar-se de um filme de comédia e de decorrer numa Lisboa em plenas festas populares, as parecenças não são nenhumas. Nem podiam ser, já que um remake de um filme de 1942 não poderia ter qualquer pretensão: para fazer igual, perdia na comparação; para fazer diferente e atual, pois acaba por ser um novo filme. Como é o caso.

Portanto, tenho para mim que lhe deram o mesmo nome para cativar um público saudoso desses filmes antigos, que obtiveram grande sucesso junto a várias gerações. Ora isto tem vantagens e desvantagens. A primeira das quais é a inevitável comparação. Um dos críticos do "Expresso", Jorge Leitão Ramos, que lhe dá uma redonda bolinha em vez das mais ou menos estrelas (de 1 a 5) de classificação, chega à preconceituosa conclusão que tal tentativa estaria sempre condenada ao fracasso - porque a outra era uma geração de atores de talento inigualável e de comediógrafos (como lhes chama, certamente para designar argumentistas de comédia) "que já não há". É verdade: já morreram todos, 70 e tal anos volvidos, o que não é muito de espantar...

Partindo do princípio que até concordava com as superiores capacidades dos antigos atores e argumentistas sobre os atuais, o que é que JLR sugere? Que se deixe de fazer comédias, já que não se consegue que sejam tão boas? Acontece que até nem concordo: endeusar filmes que gostamos, porque nos habituámos a vê-los desde pequeninos, não significa que sejam realmente tão fabulosos quanto os julgamos. E se o talento de alguns dos atores dessa época é inegável, o dos atuais não lhes fica muito atrás - se bem que com menos experiência, já que se realizam poucas comédias em Portugal (e entende-se porquê, quando lemos o artigo de JLR). Quanto aos grandes comediógrafos de antigamente, pois, na minha modesta opinião não eram assim tão excecionais, além de que o humor também tem a sua época, que se torna cada vez mais exigente com o passar do tempo...

Dito isto, o filme vê-se bem e é engraçado, mas está longe de ser uma obra-prima. A representação de Miguel Guilherme, que se cola um bocado à de António Silva pode suscitar alguma controvérsia - há quem adore e também quem deteste! - mas mesmo alguns dos atores que conhecia pior surpreenderam-me pela positiva, nomeadamente César Mourão ou Dânia Neto. O argumento tem algumas "trapalhadas", aquele final apressado à Bollywood desagradou-me profundamente, mas no geral foi uma sessão de cinema divertida. Com uma sala cheia de gente e, note-se, aplausos no final, o que é bastante inusitado. E deve ser isto que desgosta os críticos da sétima arte: que as pessoas vão ao cinema com o simples intuito de se divertirem! (e o demonstrem tão claramente, digo eu!)

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quarta-feira, 15 de abril de 2015

ARGUMENTO DE AMOR

Keith Michaels (Hugh Grant) aceita um cargo de professor universitário para leccionar escrita criativa, mas na verdade ele é um argumentista que recebeu um Oscar no início de carreira e a partir daí os seus argumentos geraram apenas fracassos de bilheteira. Entretanto divorciou-se, perdeu o contato com o filho único já estudante universitário e não sente nenhuma vocação para professor - que entende como um bando de fracassados de outras profissões.

Mesmo antes de dar a primeira aula envolve-se com uma futura aluna, Karen (Bella Heathcote), facto a que inicialmente não dá grande importância, mas que posteriormente lhe traz complicações. Uma outra estudante pede-lhe conselhos sobre um livro que está a escrever e acaba por também se inscrever na sua aula - com a diferença que Holly (Marisa Tomei) já não é uma adolescente  emotiva e impulsiva, mas uma mãe estudante-trabalhadora que se esforça para ensinar pensamentos positivos às suas duas filhas. 

O filme realizado por Marc Lawrence obtém uma modesta classificação de 6,2/10 na IMDb, mas já se sabe que os americanos, de um modo geral, não são grandes apreciadores de comédias românticas. Mas para quem vai ao cinema apenas com o fito de passar um bom bocado, sem ter de se esforçar para entender o argumento, não deixa de ser uma escolha a ponderar...

Podem ver o trailer aqui.

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quarta-feira, 11 de março de 2015

OLHOS GRANDES

Margaret (Amy Adams) é divorciada, mãe de uma menina com 8/10 anos de idade e tenta ganhar a vida como pintora - além dos seus quadros, também faz retratos em feiras. Nos finais dos anos 50 do século passado estava longe de ser o modo de vida mais usual para uma mulher. Precisamente numa feira conhece Walter Keane (Christoph Waltz), que alegadamente estudou pintura em Paris e que vende quadros das paisagens que pintou por lá. Os dois iniciam um ligeiro romance, mas quando o ex-marido de Margaret exige a custódia da filha por a mãe não lhe dar condições de vida "adequadas", Walter surpreende-a com um pedido de casamento, resolução de todos os problemas - ele é um bem sucedido vendedor imobiliário. Durante cerca de 3 anos o casamento parece decorrer sem grandes problemas, o novo marido da pintora é até bastante empenhado em vender os quadros dela, que têm uma característica especial - todas as crianças são retratadas com uns olhos excessivamente grandes, desproporcionais. Mas como não há bela sem senão, um dia Margaret descobre que o marido se faz passar pelo pintor dos quadros dela: dono de uma grande lábia e vendedor exímio, consegue preços fabulosos e faz negócio até com posters, postais, etc.

Tímida e ingénua, inicialmente ela deixa-se levar, até porque conseguem uma vida bastante mais confortável, para não dizer luxuosa. Mas o marido impede-a de contactar ou de dizer a verdade a quem quer que seja, de modo que ela é quase uma prisioneira na própria casa. Quando ele acrescenta ameaças, ela acaba por fugir com a filha para outro país, mas entretanto já passaram quase 10 anos. Bom e então, o que é a história tem de mais? Ora, foi baseada num caso verídico que deu grande celeuma na época e é sempre bom que as jovens que hoje arrebitam o nariz e com ar enjoado afirmam não ser feministas, saibam como as mulheres eram tratadas há 50/60 anos. E que se não fossem elas lutarem pelos direitos de todas nós - ainda longe de serem iguais, como já referi no post anterior, mas a anos-luz destas discriminações - bem que as mulheres atuais ainda estariam a sujeitar-se a maridos prepotentes em toda a linha.

O filme de Tim Burton obtém um modesto 7/10 na IMDb, mas vale a pena tanto pelas atuações dos dois excelentes atores, como pela caricata história em si. Às vezes a realidade suplanta a ficção mais imaginativa...

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A TEORIA DE TUDO

A vida pessoal e profissional de Stephen Hawking (Eddie Redmayne) é aqui retratada durante um período de cerca de 25 anos, pelos olhos da sua primeira mulher, Jane Hawking (Felicity Jones), que escreveu o livro onde se baseou o argumento. E ficamos a saber o que já sabíamos ou calculávamos: o físico britânico é mundialmente conceituado pelos trabalhos levados a cabo nessa área, mas provavelmente a sua vida não chegaria ao grande ecrã se nos anos 60 não lhe tivesse sido diagnosticada uma doença incurável (ELA - esclerose lateral amiotrófica), em que só lhe davam 2 anos de vida; que casou (duas vezes, mas o filme só trata do período em que conheceu e casou com Jane) e teve 3 filhos; que aos 73 anos e embora muito debilitado fisicamente ainda é vivo, quando lhe davam uma esperança de vida até aos 23...

Os atores são bons e o filme vê-se bem (não exagera nem na parte científica - sobre a qual não pesco patavina - nem na morbidez da doença), tendo a classificação de 7,8/10 na IMDb. É simplesmente uma biografia, simultaneamente dramática e romântica, de um físico famoso.

Apesar de nomeado para cinco Oscares, todos em categorias principais - melhor filme, realizador, ator, atriz e argumento adaptado - desconfio que se vai limitar a ganhar um único: Remayne, está claro, que Hollywood não costuma deixar passar em branco estes papelões de deficientes, doentes, malucos, drogados, bêbados, etc. e tal. Já Felicity dificilmente terá a mesma felicidade, uma vez que concorre contra Julianne Moore, que representa uma doente de Alhzeimer e que igualmente parece ter a vitória garantida. Quanto às restantes nomeações, a concorrência é de peso e provavelmente a perseverança do realizador que filmou "Boyhood" durante 12 anos será premiada. Patricia Arquette (em "Boyhood") e J.K. Simmons (em "Whiplash") foram os vencedores dos Globos de Ouro, como atores secundários, e provavelmente vão repetir a proeza nos Oscares - não contesto que têm atuações brilhantes, agora "secundárias" é que me parecem ser pouco. Portanto, e apesar de não ter visto todos os filmes candidatos aos Oscares (o do "Sniper" recuso-me a ver, nem quando der na TV), confesso que torço bastante pel' "O Jogo da Imitação", que de todos foi o que mais gostei  - e espero que arrecade algumas destas estatuetas douradas.

Certezas só dia 23 (cá, dada a diferença horária), mas até lá sugiro que me deem os vossos palpites, numa, em várias ou em todas as categorias principais mencionadas. Para conhecer a lista completa dos candidatos basta ir à Wikipédia (ou clicar neste link). No final, podemos verificar quem ficou mais próximo da votação hollywoodesca. Venham daí boas apostas!

Imagem de cena do filme da net.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O JOGO DA IMITAÇÃO

A cerimónia dos Oscares terá lugar já na noite de dia 22 de fevereiro (cá 23, dada a diferença horária) e poucos são os filmes que vi até ao momento: alguns porque só estrearam a partir de meados de janeiro, outros porque não me atraem minimamente. De qualquer das formas nunca há tempo (e paciência) para ver todos os nomeados, a não ser que se façam sessões cinéfilas contínuas. O que não é razoável, mesmo que se adore cinema.

Assim, as exceções são "Boyhood" - nem mencionei aqui, por o considerar tão banal (até um bocadinho chato, de tão longo) quanto um filme realizado ao longo de 12 anos pode ser - "Os Caminhos da Floresta" (um musical, bah!) e "Maléfica". Agora foi a vez de "O Jogo da Imitação" e este, finalmente, encheu-me as medidas.

O filme decorre entre os anos de 1928 e 1951 e é baseado na história verídica do matemático Alan Turing, que com a sua equipa decifrou o código alemão Enigma, durante a II Guerra Mundial, que certamente ajudou a determinar a vitória das forças Aliadas. Quer dizer, não é exatamente uma biografia - porque o centro da questão é mesmo de como conseguiram esse feito, considerado impossível - mas o filme dá-nos suficientes flashbacks dos tempos de escola de Turing, para percebermos que apesar de muito inteligente, ele é socialmente inadaptado, que pensa diferente da maioria. Out of the box, como dizem os britânicos. Além de alvo preferencial de "brincadeiras" que hoje apelidamos de bullying, ele ainda é homossexual - o que só sabemos mais tarde, quando ele é alvo de uma investigação policial. Então, a homossexualidade era crime (de lesa-majestade?) e dava direito a prisão ou, em alternativa, a castração química.

Eis o trailer:


Com a pontuação de 8,2/10 o filme também está nomeado para 8 estatuetas douradas, mas Benedict Cumberbatch arrisca-se a perder a sua para o ator que protagoniza Stephen Hawkins, como é da boa tradição hollywoodesca - tudo quanto é doente, maluco, bêbedo, drogado, etc. e tal leva vantagem. Vamos ver se desta vez a tradição ainda é o que era...

Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

MALÉFICA

Na altura da estreia em cinema não deu para ver, sendo que nem estava particularmente interessada - o quê, a milésima versão da "Bela Adormecida"? Não há pachorra! Mas depois quase todos os amigos e conhecidos adoraram - há sempre UMA honrosa exceção, que achou chatóide - de modo que fiquei a aguardar uma próxima oportunidade. Que surgiu agora. E voto com a maioria: adorei!

Toda e qualquer semelhança com a "Bela Adormecida" é pura ilusão, trata-se, quando muito, de uma desconstrução do famoso conto de fadas. E, por sinal, mais interessante que a história em si... 

Angelina Jolie também faz um papelão, sem cair na tentação de exagerar a personagem! Para primeiro filme do ano, mesmo sem ser em sala de cinema, foi um bom começo...

BOM FIM DE SEMANA!


Imagem de cena do filme da net.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A CASA DOS ESPÍRITOS

Nunca tinha lido um livro de ficção de Isabel Allende (os que li são uma espécie de diários, dedicados a sua filha Paula, que morreu prematuramente com uma doença rara), e muito menos visto o filme "A Casa dos Espíritos". Esta espécie de "dois em um" de livro e filme surgiu agora, acicatados pela sugestão da Tons de Azul, que recomendou vivamente o livro. O filme, confesso, vi no YouTube, infelizmente numa versão dobrada em brasileiro. Mas foi o que consegui arranjar, já que depois de ler tinha curiosidade de ver.

Como a Tons de Azul bem explica, trata-se da história da família Trueba, liderada pelo determinado, apaixonado, despótico e retrógrado Esteban (Jeremy Irons), órfão de pai, que desde cedo teve a mãe e a irmã Férula (Glenn Close) a seu cargo. O seu noivado com Rosa termina inesperadamente com a morte repentina desta e ele resolve abandonar a mina onde trabalha para se dedicar inteiramente a reerguer o rancho que o pai deixou na falência. O que consegue. E é aí que decide casar com Clara (Meryll Streep), a irmã mais nova da sua antiga noiva, uma rapariga estranha, que tem premonições sobre o presente e o futuro e parece viver sempre num mundo fantasioso muito próprio. Nos primeiros anos, o casamento decorre normalmente, já que Férula vai viver com o casal e é uma grande aliada da cunhada, tentando poupar-lhe todos os esforços e o governo da casa, para o qual ela não tem aptidão. Mas a devoção que lhe dedica provoca os ciúmes do irmão, que a expulsa de casa.

Entretanto, o casal teve três filhos: Blanca (Winona Rider) e os gémeos Jaime e Nicolau. No entanto, à medida que eles crescem, vão desapontando o pai, tanto por demonstrarem um espirito mais moderno e menos conservador, como pela paixão assolapada (e correspondida) que Blanca nutre por Pedro Tercero (Antonio Banderas) - o filho do seu capataz e, simultaneamente,  o maior revolucionário da região - desde a tenra infância.

Sem revelar o final, para quem queira ler estas 337 páginas escritas em 1982, posso avançar que nem o ultra-conservador Esteban Trueba esperava tanta violência "gratuita" na ditadura de Pinochet. Como também não é difícil imaginar...

E o que dizer sobre o filme, de 1993? Apesar do excelente naipe de atores, a produção reduziu personagens, simplificou o enredo, abreviou (e quase descontextualizou) as partes históricas. Daí que se só tivesse visto o filme, até tinha gostado bastante. O que é dizer muito sobre um filme com quase 20 anos. Mas sem dúvida que preferi o livro. Gracias, Tons de Azul

Citações:

"[O sacerdote] Era partidário de vencer as fraquezas da alma com uma boa chicotada na carne. Era famoso pela sua oratória desenfreada. Os fiéis seguiam-no de paróquia em paróquia, suavam ouvindo-o descrever os tormentos dos pecadores no Inferno, as carnes estraçalhadas por engenhosas máquinas de tortura, os fogos eternos, os garfos que trespassavam os membros viris, os répteis asquerosos que se introduziam pelos orifícios femininos e outros suplícios que introduzia em cada sermão para espalhar o terror de Deus."

"Isso serve para tranquilizar a consciência, minha filha - explicava a Blanca - Mas não ajuda os pobres. Eles não necessitam de caridade mas sim de justiça."

"Se pôde ser ministro da educação sem ter terminado a escola, também pode ser ministro da Agricultura sem ter visto uma vaca inteira em toda a sua vida."

terça-feira, 12 de agosto de 2014

NUNCA DIGAS NUNCA

Oren Little (Michael Douglas), um vendedor imobiliário viúvo, faz a vida negra a todos os que o rodeiam: vizinhos, colegas de trabalho, qualquer um que se lhe atravesse no caminho. É cínico, desagradável e excetuando a sua patroa de longa data, não é amigo de ninguém. Até a sua vizinha Leah (Diane Keaton) - uma cantora, igualmente viúva, que se destaca pelo seu feitio simpático e amigável (embora com tendência a também ser demasiado emocional) - se desespera com as suas respostas desabridas. Oren não se dá com o único filho, que em tempos foi viciado em heroína, quando este o aborda com um pedido: ele vai ser preso por 9 meses, comutados em 6 se tiver bom comportamento, mas precisa de alguém que lhe cuide da filha de 9 anos, cuja existência ele desconhecia. Ele rejeita a possibilidade, mas aí Leah promete ao pai da criança que ela própria velará para que a menina (Sterling Jerins) seja bem cuidada. Em pouco tempo, a criança habitua-se aos novos "avós"... Mas será que a romântica Leah consegue vergar o coração empedernido de Oren?

Uma comédia romântica sem grande chama, mas que mesmo assim se vê muito bem numa tarde de domingo meio enevoada...


5,5 em 10 foi a pontuação dada pela IMDb a este filme, realizado por Rob Reiner. Por mim, já vi muito pior, com pontuações bem mais altas. E a alguns ainda lhes dão o título de clássicos!

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

SEGREDOS DE AMOR E SANGUE

Já lá vão mais de três anos em que referi um filme de terror de 1911, que narrava acontecimentos reais. Soube agora, ao ler este livro, que Francisco Moita Flores também escreveu o argumento para um filme mais recente, "A Morte de Diogo Alves" (1997) e que este ano decidiu publicar um romance ficcional sobre o mesmo tema: Diogo Alves foi um criminoso que, nos finais dos anos 30 do século XIX, roubou e assassinou as suas vítimas, atirando-as do alto do Aqueduto das Águas Livres de Lisboa. Foi capturado e condenado à forca, conjuntamente com a maior parte da sua quadrilha. Resumindo: o(s) primeiro(s) (e único(s)?) serial killer(s) da nossa praça.

O que nos filmes pode parecer terror, aqui, à primeira vista, não tem sequer a estrutura de um policial - pessoalmente, parece-me mais uma história muito bem contada, que retrata uma época conturbada, conseguindo a proeza de quase nos sentirmos como os lisboetas de então: a enorme pobreza, a instabilidade e corrupção política, a criminalidade bárbara e o imenso medo do povo honesto, trabalhador e analfabeto perante poderosos e meliantes. 

Manuel Alcanhões é um taberneiro de Alfama, humilde e analfabeto como 90% da população da época, que tem o sonho de aprender a ler e escrever - já que as contas para gerir o negócio lhe foram ensinadas ainda miúdo pelo seu pai, que morreu prematuramente ao juntar-se às tropas de D. Pedro IV. E é ele o protagonista do enredo, que vê juntarem-se na sua taberna alguns dos homens que planeiam os crimes mais hediondos, sabendo de antemão que ele nunca os denunciará, por medo de represálias sobre Isabel, a sua mulher e o grande amor da sua vida. Mas ele sente-se culpado, porque suspeita que a onda de "suicídios" do alto do Aqueduto são obra de Diogo Alves, confirmação que tem posteriormente por um cliente que pertence à quadrilha, mas que também está assustado com a malvadez do galego. Por essa altura, tentando compreender as suas dúvidas existenciais, sonda o padre Sales, um outro cliente (resmungão e miguelista convicto) que acompanha os condenados à morte da prisão do Limoeiro. E este oferece-se para o ensinar a ler e a escrever - já que ele própria almejava ser professor, em vez de confessor de bandidos - em troca do licor de poejo que bebe diária e habitualmente. Há lá coisa melhor que um homem cumprir os seus sonhos mais fantasiosos (de amor e instrução, no caso)? Mas onde fica a culpa, quando as mortes se sucedem com frequência, por vezes incluindo famílias e até crianças e se sabe quem cometeu os homicídios? 

ADOREI!

Citações:

"Dia após dia, explodia um tumulto político, duques contra duques, generais contra generais, liberais contra miguelistas, padres contra maçons, cartistas contra vintistas, e pelas ruas fedorentas, atapetadas pelos excrementos de cavalos, de porcos e de galinhas, cresciam os assaltos, os assassínios, e organizavam-se quadrilhas onde se misturavam soldados e civis, numa balbúrdia tal que não se sabia onde terminava a rixa política e começava o crime."

"A morte não é mais do que isso, uma terrível ausência que sabemos jamais tornar a ser presença."

"O poder prefere a ignorância ao saber. É mais fácil governar uma corja de brutos, mesmo raivosos, mas que se deixa manipular, do que um país de sábios."


Nota: não resisti a experimentar o tal licor de poejo - que por acaso encontrei à venda numa feira algarvia - que o padre do livro tanto apreciava; tem uma cor linda e é bastante agradável, mesmo que não goste especialmente de bebidas licorosas...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

ELA ESTÁ DE PARTIDA

"Elle s'en va", no título original, é um filme francês de 2013, protagonizado por Catherine Deneuve e realizado por Emmanuelle Bercot - que também escreveu o argumento, de parceria com Jérôme Tonnerre. Não se pode dizer que seja um filme de mulheres e para mulheres, mas o modo como o drama e a comédia se entrelaçam denotam bem esse toque feminino: rir para não chorar ou chorar copiosamente por causa da chuva, a rudeza seguida de sensibilidade ou vice-versa, as mudanças de disposição e um dia apetecer bater com a porta e partir - quem nunca passou por isso?

Aos 63 anos, Bettie vive na Bretanha e na casa onde nasceu, com a mãe. Viúva, mantém um caso com um homem casado, que um dia a troca a ela e à mulher por uma rapariga de 25 anos que engravidou. O restaurante que gere está à beira da falência e a pouca solidariedade da mãe com o seu desaire amoroso  -naturalmente satisfeita de ter a filha por perto, em vez de ser recambiada para um lar de terceira idade - dão-lhe esse impulso de sair porta fora. Acontece que entretanto a filha, desempregada, arranja um estágio remunerado em Bruxelas e precisa que ela vá levar o neto a casa do avô, para passar as férias. É assim que ela se vê  a percorrer as estradas de França, com um puto de 11 anos ao lado, e (quase) sem dinheiro para comer...

Eis o trailer


A IMDb classifica o filme com um 6.5/10, o que não admira, já que os filmes franceses são habitualmente mal classificados. Mas é injusto: o filme tem um ritmo, uma música e um argumento que convencem, nos tocam e até emocionam. Muito bom!

Imagem de cena do filme, da net.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

GRACE DE MÓNACO

Já se adivinhava que o filme era fraquito - a IMDb atribui-lhe a classificação de 5.6/10 - e não tinha grande credibilidade histórica: os filhos da princesa contestaram vivamente a veracidade do argumento. Mas, caramba, com a falta de títulos interessantes a estrear nas salas de cinema, porque não arriscar? E só para ver aqueles vestidos fabulosos que tinham metros e metros de tecidos, sedas e tules, para além das coroas, tiaras, pérolas e restantes jóias que compunham o ramalhete a toilette da elegante princesa, pronto, já vale a pena dar o gosto à voyeurista que há dentro de cada mulher... nestas coisas. Afinal os vestidos glamorosos nem foram assim tantos, mas não faltaram os trajes de passeio, os fatos saia casaco, os chapéus e todos os acessórios daquele início dos anos 60. E uma Nicole Kidman a parecer-se muitíssimo com Grace Kelly, graças à maquilhagem, penteados e vestuário, segundo própria. 

A história? Pois, decorre entre o final de 1961 e outubro de 1962, altura em que Grace já era casada com Rainier III do Mónaco e era mãe de dois filhos (Stéphanie só nasceria mais tarde), e pondera regressar a Hollywood a convite de Hitchcock, para protagonizar "Marnie". Entretanto, o general de Gaulle pressionava o príncipe para acabar com o paraíso fiscal no principado e a pagar uma compensação à França pela fuga de muitas empresas e milionários para lá. Daí Grace ter abdicado de voltar ao cinema, pois a sua ida poderia ser considerada uma fuga e com isso prejudicar o principado, deixando Rainier mal visto. Isto, claro, segundo o argumento ficcional e inexato do filme realizado por Olivier Dahan. Pelo meio ainda umas traiçõezitas que não vou revelar, para não tirar o interesse a quem pense ir ver. Para já, podem ver o trailer:


A Tim Roth não há maquilhagem que o safe e o torne parecido a Rainier... E se a história tem ou não um fundo de verdade é irrelevante, pois o general francês nunca invadiu o principado. E os eventuais traidores, enfim, já todos (ou quase) morreram, mas mesmo que não fosse o caso, who cares, depois de mais de meio século? Politicamente, temos muito mais com que nos preocupar agora...
    
Imagem da net.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

AS CONFISSÕES DE SCHMIDT

Foi quarta ou quinta-feira passada que calhou "caçar" este filme à tarde, no canal Hollywood. Indicado como drama e comédia, com a classificação de 7,2/10 na IMDb, este título pouco atraente de 2002, realizado por Alexander Payne, só me chamou a atenção devido ao ator principal: Jack Nicholson.

Warren Schmidt é um profissional de seguros que, chegado à idade da reforma, não sabe bem como passar o seu tempo. A sua mulher continua com as rotinas habituais de limpeza da casa e culinária doméstica, a filha vive noutro estado e está prestes a casar, amigos parece não ter muitos, pois tudo leva a crer que era um workaholic. É então que decide contribuir para uma obra de caridade para custear a vida de uma criança africana, onde também lhe é pedido para escrever ao pequeno beneficiário. Contudo, Warren tem uma visão pouco lisonjeira daqueles que o rodeiam e são essas "confissões" cruas e duras que envia à criança, por carta. Entretanto, a sua mulher morre inesperadamente e Warren tenta convencer a filha (Hope Davies) a desistir do casamento com um vendedor de colchões de água (Dermot Mulroney), para ficar a tomar conta dele - o que ela recusa. Mais tarde empreende uma longa viagem para assistir ao casamento da filha - na derradeira tentativa de a fazer desistir da aliança - e é aí que encontra Roberta (Kathy Bates), a fogosa mãe do futuro genro.

Há filmes assim: o argumento não tem nada de especial, o protagonista não é uma pessoa particularmente simpática, mas o papelão que Jack Nicholson interpreta vale bem as duas horas frente ao ecrã. Vejam o trailer (ou o próprio filme, no YouTube):


Imagem de cena do filme, da net.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O GRANDE HOTEL BUDAPESTE

Inspirado num livro de Stefan Sweig, este filme leva-nos a uma Europa entre as duas Grandes Guerras Mundiais e é uma história dentro de outras histórias: um escritor começa por explicar como se inspira para escrever e dá como exemplo um encontro que teve nos finais do anos 60 no Hotel Budapeste - então já no seu estertor de hotel glamoroso de outras eras - e a conversa que manteve com um misterioso Moustafa, dado como atual proprietário do mesmo. Assim, os acontecimentos têm lugar em 1932, quando Zero Moustafa se candidata a paquete do hotel, então dirigido com mão de ferro pelo exigente gerente M. Gustave. Devido a uma série de acasos os dois tornam-se companheiros de aventuras e desventuras, atravessando fronteiras terrestres e legais...

Um elenco de luxo, onde cada ator tem um pequeno papel, como podem verificar no trailer que se segue:  


Esta comédia realizada por Wes Anderson obtém a pontuação de 8,4/10 - o que pessoalmente considero um manifesto exagero. Mas dispõe bem, mesmo que não seja de rebolar à gargalhada...

Uma pequena nota sobre o titulo: o original é "The Grand Budapest Hotel" e, em não sei que língua, cá deram-lhe o de "Grand Budapest Hotel", ou seja, só deram sumiço ao artigo "the". Pior, um dia destes no concurso "Quem quer ser milionário", numa das perguntas pretendia-se saber em que filme contracenavam Brad Pitt e mais não sei quem - e as 4 respostas possíveis vinham todas em inglês, como se os títulos fossem assim conhecidos pelo grande público, e não pela sua tradução, o que dificultou a resposta da concorrente. 

Vamos por partes, nem sou esquisita - se querem manter os títulos originais (ingleses, franceses ou espanhóis, que isto de sermos poliglotas tem os seus limites), mantenham! Assim como assim, alguns deles nem são tradução, mas mera invenção nem sei de quem. Mas esta coisa de não serem carne nem peixe é uma autêntica aberração...

Imagem da net.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

FROZEN

Não tenho ido ao cinema, mas dos filmes que tenho visto por casa, este "Frozen - O Reino do Gelo" foi sem dúvida o que mais gostei: "Causa Justa" (1995), tem um bom naipe de atores, onde se inclui Sean Connery e Ed Harris (e a ainda  menina Scarlett Johansson), mas o argumento policial é um bocado estranho - quando julgamos que o filme vai acabar, ainda faltam 40 minutos, que mudam a história completamente; "Anything Else - A Vida e Tudo o Mais" (2003) é escrito, realizado e interpretado por Woody Allen e tem todos aqueles tiques que me irritam nos filmes dele, nomeadamente uma série de personagens neuróticas, sendo o protagonista (Jason Biggs) o totó mais chapado de todos. Tanto um filme como o outro não alcançaram mais de 6.3/10 e 6.4/10 na IMDb (e não sei se por especial favor...). 

Anna e Elsa são as duas princesinhas de Arendellle, que em criança gostavam de brincar com a neve, dado o dom de Elsa de transformar tudo em neve e gelo. No entanto, numa dessas brincadeiras infantis, Anna é atingida de raspão e Elsa fica com medo de a magoar gravemente. Os reis seus pais prometem protegê-la, mas ambos morrem e a jovem princesa vive reclusa nos seus aposentos, sem contactar praticamente com ninguém e negando todos os pedidos da irmã para a ver. Até que chega o dia em que Elsa vai ser coroada rainha do reino e, por mero descuido, esta transforma Arendelle numa cidade coberta de neve e gelo. Sendo acusada de feitiçaria ela foge para longe, mas a irmã vai atrás dela para a convencer a desfazer o encanto e voltar - deixando o palácio sobre o comando do seu jovem pretendente, Hans.

No caminho encontra Kristoff, um simpático vendedor de gelo, e a sua inseparável rena, bem como Olaf, um boneco de neve feito pela irmã. A viagem é recheada de aventuras e no final... Bom, são desenhos animados, é suposto terem um Happy End garantido! 

Fica o trailer, para quem quiser espreitar:


"Frozen" conquistou todos os prémios a que concorreu na sua categoria, Oscar incluido, o que me pareceu mais que merecido. E tem a classificação atual de 7.9/10, na IMDb, desta vez sem favor nenhum... Fica a dica para quem, como eu, adorar desenhos animados!

Imagem da net.

domingo, 30 de março de 2014

PARE, ESCUTE, OUÇA

Esta semana praticamente não vi telejornais, como aliás vem acontecendo cada vez com mais regularidade. São tantas más notícias e disparates governamentais (ou da oposição!) e entrevistas a só servirem para os entrevistados se auto-vangloriarem, que o resultado é absolutamente deprimente. 

Mas claro que não vivendo numa redoma, com as redes sociais a funcionarem em pleno e outros programas de informação televisivos, não me escaparam o aumento da pobreza no nosso país, segundo os últimos dados do INE, ou a população de pouco mais de 6 milhões prevista para o ano de 2060, se as políticas de apoio à natalidade (que não existem, realmente!) e a emigração continuarem neste rumo. A questão já não é a das raízes que nos prendem ao país onde nascemos, mas de pura sobrevivência.

Para descontrair, na semana passada ainda tentei ir ao cinema ver uma comédia - "Fim de semana em Paris" - mas o filme era tão... tão... pouco comédia, mais dramático e incongruente do que outra coisa, que a tentativa de animar falhou redondamente. Para nem me apetecer escrever sobre o filme no blogue, estão a ver...

Companhia assídua e calmante tem sido José Duarte que, com este triplo CD, me tem dado mais do que "Cinco minutos de jazz", já que para comemorar os 45 anos do seu programa de rádio - iniciado a 21 de fevereiro de 1966 - inclui 45 temas musicais dos mais variados artistas.

E conta ele que quando o programa começou na Rádio Renascença (atualmente dá na Antena 1 da RDP), com cobertura nacional e internacional, lhe chegaram as "primeiras mensagens apócrifas" que o classificavam como:
- amante de batuques
- racista
- apreciador da cultura dos pretos que punham em risco a unidade nacional.  
E o jazz não era "proibido" antes do 25 A, faria se fosse...

Obrigada, José Duarte, e continua com essa boa "carolice" jazzística!

Como não podia deixar de ser, fica também uma das suas músicas escolhidas, via YouTube - "My Baby Just Cares For Me", na voz de Nina Simone. São é apenas 3m e 43s, não os tais Cinco:


Imagem da FNAC.