segunda-feira, 30 de março de 2009

ANTENAS NO AR!

Fotografia de Marceleis, daqui.

Ninguém gosta de ficar sem televisão, aqui há uns anos fomos compelidos a aderir à TV Cabo. Porque no prédio existiam apenas dois condóminos que não aderiram a esses serviços, assim a administração achava que não valia a pena chamar um técnico para verificar a antena colectiva, só por causa de dois "chatinhos" que não estavam interessados em pagar esse extra. Quando vinha temporal ou rajada de vento era certo e sabido que a televisão pifava!

Óbvio que a pessoa se habitua a mais canais, um dos que mais via era o GNT, raramente perdia o talk show do Jô Soares, de quem sou fã incondicional. Mas como era o quinto canal mais visto em Portugal, logo os "cérebros" da empresa congeminaram um plano para pôr o pessoal a pagar essas emissões. Primeiro acabaram com ele, substituindo-o por uma xaropada brasileira de quinta categoria, um ano depois, ou coisa que o valha, quem quisesse que desembolsasse mais um xis. Serviu para durante muito tempo dar uma "corrida em osso" a todos os vendedores que telefonicamente pretendiam vender mais serviços da empresa.

Na verdade suponho que ninguém aprecia ser enganado e os "agressivos" métodos de venda da TV Cabo (não é a única, refira-se!) - até com pessoas mais idosas da minha família que assinaram contratos sem ler, por insistência dos vendedores "que não tinha importância nenhuma" - ainda deram azo a algumas chatices.

Recentemente aderimos ao Meo! E, à excepção dos primeiros dias, tem funcionado perfeitamente. Anulámos o contrato com a TV Cabo e cancelámos a transferência bancária - sim, sim, também já avisados que lá na dita empresa é costume haver falta de "comunicação" entre o departamento de vendas e o de tesouraria, que continua a cobrar mesmo após a desistência do serviço... Chuva de cartas e telefonemas é que não tem faltado, para reconsiderarmos sobre a opção!

Cerejinha no topo do bolo: assim pé ante pé, como quem não quer a coisa, este mês lá voltaram a ir debicar a nossa continha e o banco... pagou! AAAHH... (nem conto o chinfrim que fiz, só para não pensarem que sou completamente maluca!)

domingo, 29 de março de 2009

REGRESSAR A CASA

Mais uma sessão do "Clube de Leitura", desta vez com o livro "Regressar a casa" de Rose Tremain, em que reinou a unanimidade (e a boa disposição): Excelente!

Lev, o protagonista do enredo, nasceu numa pequena aldeia de um país do leste europeu, mas aos 42 anos encontra-se num impasse amargurado: viúvo, desempregado, com uma filha de cinco anos, todo o sustento familiar provém do trabalho de artesanato da mãe, já de idade avançada. Assim, decide entrar num autocarro para Londres, com todas as papeletas legais e a simples confiança na sua força de trabalho e empenho. Durante as cerca de 50 horas de percurso conhece Lydia, uma conterrânea com a face sulcada por verrugas, que sendo mais nova e culta também não vislumbra futuro na sua terra, com a vantagem que entende bem a língua inglesa e tem amigos que lhe dão alojamento.

Num mundo em constante mutação, uns lutam pela própria sobrevivência e dos seus, enquanto outros, descansados na sua democracia (ou superioridade?), buscam fama e dinheiro nas formas mais patéticas das "modas" vigentes: chapéus propositadamente ridículos; obras de arte de gosto duvidoso; ou em peças de teatro aberrantes. Muito aplaudidos no meio da elite (?!) onde circulam, perante a incompreensão dos restantes seres humanos do planeta!

As 416 páginas não se limitam a descrever a vivência do "coitado" do emigrante. Se comove por um lado, faz sorrir ou rir pelo outro...

Repito: Excelente!

CITAÇÕES:

"Era professor de Educação Física, o meu namorado. Bem constituído. Como um ginasta olímpico. Mas estava sempre a exibir a sua forma. Que idiota! Era capaz de fazer um flic-flac
para trás sem tomar balanço. Era a sua coroa de glória. E toda a gente dizia: 'Oh! Ah! Meu Deus, que brilhante!' Mas uma pessoa fica farta de alguém que passa a vida a fazer flic-flacs para trás. Eu fiquei. Estava sempre à espera do momento em que partisse a merda do pescoço. Mas nunca partiu. Gostaria de casar com um bombeiro. Alguém que não faça algo que não seja uma idiotice. Percebes o que quero dizer?"

"É isto que os homens gostam de fazer, arrebatar os brinquedos aos filhos, tornarem-se crianças, para voltarem a experimentar aquele tempo em que o mundo se movia lentamente, quando o amor pode ser dado a um objecto a bailar no céu..."

"De repente, disse para si mesmo que, se amamos suficientemente uma coisa, então, de alguma forma, fazemos com que ela aconteça..."

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O próximo título a ler no Clube será "As velas ardem até ao fim" de Sandor Marai, com sessão marcada para dia 23 de Maio...

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PARABÉNS aos aniversariantes de hoje, que não são um, nem dois - são três: Paulo, Fausto e Maria! (primeiro os mais velhos, está claro! ih, ih, ih...)

sábado, 28 de março de 2009

A MEDIA LUZ

Por muito que o mundo deva estar alerta para as suas alterações climáticas, esta ideia da Hora do Planeta 2009, em que as pessoas são convidadas para desligar as luzes e aparelhos eléctricos entre as 20h30m e as 21h30m de hoje - e, em querendo, deslocar-se a uma concentração em Belém, com uma simbólica vela na mão - não deve reunir muitos adeptos em Portugal.

A pontaria não podia ser mais certeira: às 20h45 começa o jogo Portugal-Suécia no estádio do dragão, com transmissão directa na TVI! Ah e tal, a malta não liga ao futebol e passa bem sem a janta, romantismo e luz das velas é que está a dar...



A todos os "prevaricadores" que, com boa-vontade, jantem à luz das velas com os olhinhos postos no televisor (que afinal não é bem um electrodoméstico, não é verdade?), aconselha-se a máxima cautela: o parceiro do lado não vai achar piada se, em algum momento mais emocionante, lhe espetar o garfo na mão confundindo-a com o bife!

sexta-feira, 27 de março de 2009

MIMOS...

Não costumo fazer dois post(e)s por dia, por razões que me parecem óbvias, mas toda a regra tem excepção. Assim, quem quiser receber os prémios blogosféricos que me atribuíram e que distribuí por TODOS, que fique à vontade para se "servir" no anterior...

Este "mimo" da foto chegou pelo correio, vindo da Licas e feito por ela, o que me pareceu ainda mais encantador. Porquê? Porque em resposta a uma adivinha que colocou no seu blogue consegui a resposta mais aproximada. (mas, há que dizê-lo, já recebi outros "mimos" do género, só que ainda estava meio atarantada com a máquina fotográfica e a transposição para o PC, daí a falha)

Last but not least (uma inglesice soa sempre bem?!), pasmo com a malta que não lê - nem nas linhas, quanto mais nas entrelinhas - e comenta com "toma lá um beijinho, que estou com pressa, muito trabalho, etc. e tal". Ai, vou ter muitos amigos assim, ai vou, vou!

BOM FIM DE SEMANA PRIMAVERIL!

... E PRÉMIOS!

Bom, esta semana que o tempo esteve ameno e agradável, por aqui houve uma chuva de... prémios! Que distribuo por todos os "linkados" na faixa lateral, como sempre!

De todas as vezes que tentei fazer uma pequena composição agradável à vista com os selinhos, saiu-me assim uma espécie de molho de brócolos, em que a planta ainda ficava a ganhar, e muito, na comparação. Daí ter decidido mantê-los em fila indiana, dando a primazia ao que mais me agradou (sem desprimor para nenhum dos outros), por ter sido feito por ti, Isabel.

Assim, agradeço à Isabel do blogue "Artista Maldito", tanto o primeiro como estes...




... e à Licas, do blogue "Ontem e Hoje", pelos seguintes:


OBRIGADA, AMIGAS!

quinta-feira, 26 de março de 2009

CHÁ E TORRADAS!

O meu marido não está cá (mas não é questão para desconfiar, como espicaçava o Solnado!) e com o filhote a finalizar trabalhos de grupo não-sei-onde aproveitei para pôr a leitura em dia! Ou mais ou menos...

Depois falarei do livro, por agora basta dizer que não é bom para quem esteja em dieta: o protagonista é um emigrante de leste em Londres, que está a passar fome e dificuldades. É que abre logo o apetite ao mais pisco (também é um pássaro, mas aqui no sentido de pessoa que come pouco), fui a correr fazer um chá e torradas. E estava a pensar na influência da leitura no apetite de cada um, quando me lembrei de tirar a fotografia - que as do "meu amigo" inglês apresentam sempre o chá com aquela zurrapa branca à mistura, vulgo leite. Tarde piaste, que as torradas já tinham marchado, daí as tostas que, aliás, seguiram o mesmo caminho barradas com um patézinho!

E pronto, vou ali acabar um livro e já volto... :D

Post-scriptum - o meu mail tem andado semi-entupido, vou seguir a sugestão de todos que nos últimos dias me incentivaram a mudar ou abrir uma conta no gmail. Quanto o "perito" chegar, evidentemente, não vá perder os contactos anteriores, dada a tradicional nabice informática!

quarta-feira, 25 de março de 2009

O MOCHO E A COTOVIA

Fotografia de Ian Britton

Existem aves de todas as cores e feitios, com hábitos muito diferenciados, nomeadamente no que toca às suas horas de sono - umas são nocturnas, outras diurnas. Ninguém se lembra de as recriminar por algo que pertence à sua natureza. Os seres humanos também têm os seus próprios ritmos, mas aí já há uma certa tendência maniqueísta de medir todos pela mesma bitola: os bons são os de "deitar cedo e cedo erguer", os maus todos os que "vagueiam" na noite sem dormir...

Por razões várias, considero-me uma noctívaga desde nascença. Em troca de mails e por brincadeira, uma amiga chamava-me de mocho e eu a ela de cotovia, dado os horários díspares em que respondíamos uma à outra. Mais recentemente li uma conversa blogosférica semelhante, identificando as mesmas duas aves! "Ah, não pode ser coincidência!" - pensei.

Daí até pesquisar o porquê da referência foi um passo! E se Shakespeare escolhe o canto da cotovia para anunciar o dia, em "Romeu e Julieta" - obra que nunca li, embora tenha visto em peças teatrais televisivas - Victor Hugo serve-se dessa comparação em "Os Miseráveis", para retratar a vivência de um velho fugitivo das malhas implacáveis de um policial, que acolhe uma menina órfã e maltratada. Li o livro (em seis volumes) há tantos anos, lembro-me do essencial da história, não dos pormenores!

Perceber é bom...



... não nos enganarmos a nós próprios e aos outros ainda melhor!

segunda-feira, 23 de março de 2009

TEJO

Fotografias de Neni Glock

O lançamento do livro "Tejo" decorreu no final da tarde do dia 20 de Março, na livraria Bulhosa, em Entrecampos (Lisboa), contando com a presença dos seus autores: Alice Vieira e Neni Glock.

O fotógrafo brasileiro, a residir em Portugal desde 1990, seleccionou 72 fotografias a cores que tirou na margem direita do rio desde então, num projecto conjunto com a escritora portuguesa, que escreveu os textos. Ele explica: "Uma fotografia vale por mil palavras, mas quando bem colocadas, as palavras tornam-se aliadas da imagem para uma melhor compreensão da poesia que nela se encontra."

O Tejo nasce na Serra de Albarracín, em Espanha, e desagua no Oceano Atlântico 1007 quilómetros depois, banhando múltiplas cidades espanholas e portuguesas no seu percurso, mas a lente fotográfica observa sobretudo os aspectos estéticos da arquitectura portuária, a par da dinâmica no trabalho, no lazer e na arte das gentes que se movimentam naquela margem.

Curiosamente, a 79ª Feira do Livro de Lisboa terá lugar, como habitualmente, no Parque Eduardo VII, mas a data prevista foi antecipada para finais de Abril - com início provável entre o dia 23 e 30 - no intuito de a desfasar da Feira do Livro do Porto...
(confesso que não entendi, mas eles lá devem saber o que organizam... ou não?!)

domingo, 22 de março de 2009

ESTADO LÍQUIDO

Fotografia de Ian Britton

O Pingo de água era igual a todos os outros, pequeno e cristalino, conservando as suas características próprias - insípido, inodoro e incolor. Sabia que constituía a base de múltiplas composições, do ar aos rios e oceanos, das nuvens a plantas e animais, no corpo humano em vertentes de sangue, suor e lágrimas, a par de outros fluídos.

Um dia apaixonou-se pela Tinta e passou a escrever. As tonalidades iam mudando à medida que a escrita florescia, explorando novos aromas e sabores a cada frase, consciente de um outro mundo até então desconhecido. O simples Pingo agora dissertava sobre tudo e nada, confiante na sua sabedoria, depois de muitos séculos a rolar pelo mundo. Mas, há sempre um mas, a Tinta não lhe perdoou a mudança de personalidade e aquela recente arrogância e voltou para o Tinteiro - amigo e companheiro de longa data, que tinha sempre espaço para ela...

O sofrimento de Pingo foi enorme e pujante e, para além de tudo o mais, já nem conseguia escrever, que ela levara todos os resquícios de cor na sua bagagem. Aí, os deuses reuniram-se para decidir que destino dar à criatura: "Vamos transformá-lo em humano!", aventou um; "Ah, não! Demos-lhe cor, para continuar com a sua escrita.", corrigiu outro. Nunca mais conseguiam chegar a uma decisão, a discussão já seguia longa e infrutífera até que um dos deuses, mais tímido e calado, sugeriu:

- Então porque é que não o casamos com a Gota de chuva?

Não se sabe se devido ao impasse chegado, se dado o adiantado da hora, a sugestão foi aceite por unanimidade...

sábado, 21 de março de 2009

AS ÁRVORES MORREM DE PÉ!


Ai a minha vida! E não é que a dona L. perdeu tanto tempo a ensinar-me que a Primavera se iniciava a 21 de Março e afinal os astrónomos agora resolveram que não??? Começou ontem, minha gente, e logo antes do meio-dia?! É que nem me ocorreu ir à net verificar... não fosse a dona L. ainda me vir dar umas reguadas do Além!

Bom, suponho que não corro risco em afirmar que se a Primavera já começou antecipadamente, hoje ainda é dia mundial da árvore, das florestas, da poesia e da eliminação da descriminação racial! Ufa, ufa, que não é todos os dias que há tanta comemoração! (assim só em pequeno aparte: não acham idiota tanto dia para tanta coisa, sendo que lembrarmos-nos delas devia ser tarefa exigida ao longo de todo o ano?)

Até procurei a magistral Palmira Bastos, que quase aos 90 anos deu uma lição de teatro a todos os seus colegas na peça "As Árvores Morrem de Pé", agarrada à sua bengala e a bater com ela no palco. Nada! O povo é sereno, mas muito esquecido... Sim, porque o dia mundial do teatro vem já aí (a 27), mas entretanto ainda vem o da água, da meteorologia, do estudante, da tuberculose, do livro infantil e do livro português. Depois de toda esta panóplia, segue-se o dia das mentiras, já no mês que vem...

Se "o poeta é um fingidor", no poema de Pessoa, estas hipocrisias dos "dias de..." não lhe ficam atrás! Alguém liga a isto, tirando os próprios dinamizadores???

Mas fica a rectificação que, afinal, a Primavera começou ONTEM!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

"MARÇO QUE RI...

Fotografia de Ian Britton

... apesar das chuvadas, prepara em segredo a Primavera!" é uma frase de um poema de Théophile Gautier, que dá o mote para amanhã, equinócio da Primavera no hemisfério Norte. A tradução segue como a recordo, mas, para quem lê francês, basta clicar no nome do poeta para ler o original.

Entretanto, o MATCHBOX32 e a SU lançaram mais um desafio, que consiste em procurar no livro que estamos a ler uma frase que nos tenha cativado. Ainda estou muito no início de "Regressar a Casa", de Rose Tremain, mas gostei desta, até pelo contexto - o homem vai emigrar para um país distante em busca de uma vida melhor e resolve fazer uma surpresa à mãe, no seu 65º aniversário:

"Escondeu-os debaixo de sacas até ficar escuro, plantou-os no canteiro de Ina sob a luz das estrelas e ficou junto a eles, de pé, a observar o nascer do dia; quando os raios de sol incidiram sobre eles, o vermelho das folhas intensificou-se de uma forma exuberante, como quando o açafrão do deserto desponta, após as chuvas. Foi então que Lev acendeu um cigarro. Sentou-se nos degraus a fumar e contemplou os eufórbios; o cigarro parecia âmbar incandescente e ele fumou-o até ao último centímetro, apagando-o em seguida, mas continuando a apertá-lo na mão coberta de lama."

Sobre este livro ainda irei falar, lá mais para o fim do mês, depois da discussão no "Clube de Leitura" (também já avisei que é um nome pomposo para o que é realmente: uma reunião entre amigos que gostam de ler e de se reunir em amenas cavaqueiras e petisqueiras)! Obviamente, o desafio segue para quem o quiser apanhar...

Não tenho vaidade nenhuma especial nos prémios blogosféricos que me atribuem, nunca me passou pela cabeça ser tão premiada por algo que escrevo por gosto. Para ser sincera, até já lhes perdi a conta, devem estar perto dos 40. Existem blogues muito melhores, em tudo! Mas cada vez mais entendo como uma simpatia dos bloguistas que me visitam e comentam e na partilha de ideias e vivências neste mundo virtual, onde nascem laços de amizade, apesar de nem todos os ideais ou opiniões serem convergentes. Embora continue a recusar-me a seguir regras de nomeações por isto ou aquilo - se não gostasse, não os visitava - nomeio TODOS os linkados para os seguintes prémios:

- Da Teresa, do blogue "Ematejoca Azul"




- Da Isabel, do blogue "Artista Maldito"


(atenção, que este é só para mulheres)


- Da Licas, do blogue "Licas - Ontem e Hoje"

Obrigada, amigas!

PRIMAVERA, PODES VIR!!!
(e feliz fim de semana com ela, evidentemente)

quinta-feira, 19 de março de 2009

I'M NOT 50, JUST 18...

... with 32 years of experience! (mero pormenor, pois está claro!)

XIRIBITATATATÁ, HURRA, HURRA, HURRA!

PARABÉNS, INÊS!!!

Ah, não te preocupes que não custa nada, diz-te a voz de 32 anos e 11 dias de experiência... E como ela é sonante, avançada e, sobretudo, tecnológica segue um colírio para ires lavando as vistas...

Walking on sunshine tem sempre graça, mas com esta gracinha... ainda mais! (Saki Rouva SÓ foi votado o homem mais bonito do mundo) Mas, como bem sabes, "as boas raparigas vão para o céu, as más vão para todo o lado"...

Para variar um bocadinho, segue outra música, com balões e fogo de artifício a condizer com a data festiva:



A propósito, a época da caracolada está a chegar! Desta vez não falha, pois não??? Temos um "centenário" a comemorar... :D

quarta-feira, 18 de março de 2009

QUEM NÃO TEM UNHAS...

... não toca guitarra?

Um dia destes experimentei um trabalho artístico deste género, efectuado por uma manicura brasileira num salão de bairro - um talento desperdiçado, no meu modesto entender - e os homens cá de casa troçaram da "grande mariquice", o que não me apoquentou um chavo! Óbvio que não ficaram tão bem, mas se deixei de as roer, entretanto, talvez tenha encontrado o caminho para a cura da onicofagia...

Para o bem ou para o mal, a avaliação das novas tecnologias parece diferir com os cromossomas existentes à nascença e/ou com a educação de cada um: umas com maior relevância que outras para o futuro da humanidade, obviamente. Mas as das unhas (sem ser postiças, de gel, ou afins) imagino serem tão significaticas como as da movimentação de um jogador de futebol em campo. Não entender isso não é uma limitação?!

Guitarra toca baixinho (como a do Francisco José), que alguém pode escutar que o dedilhar nos teclados é igual para todos!


Fotografia daqui.

segunda-feira, 16 de março de 2009

PASSEIO DE DOMINGO

Depois de uma passeata dominical por Colares e pelo Jardim Botânico da Ajuda - em que tirei prái umas 80 fotos, mas apenas umas 10 ficaram escapatórias - varreu-se-me tudo da cabeça sobre o que pretendia escrever sobre esse miradouro e o jardim. Nada de falta de memória, mas em tempos de crise só me faltava mais esta: alergia aos pólens! De modo que espirrei, tossi e lacrimejei tanto, que só quase 24 horas depois me comecei a recompor do passeio (ingeridos os devidos medicamentos)...

Bom, de qualquer das formas, os espaços estão longe de ser dos mais degradados de Lisboa, embora aqui e ali pudessem ser melhorados - uns vidros partidos, umas pinturas a precisar de uma nova demão, umas mesas para piqueniques onde o acesso está vedado e assim. Também não se percebe muito bem o porquê da exposição de insectos fechar às 5 da tarde, se o jardim só encerra às 6 e meia. Mas encafuarmos-nos no museu, ainda por cima para ver insectos, não era uma prioridade para quem queria aproveitar o dia soalheiro.

Atchim! Atchim! Atchim! Volto amanhã, espero que com mais inspiração do que espirração!!!
(fiquem calmos, que não é contagioso... pelo menos via PC!)

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Adenda a 17/03 - Parabéns, TALIESIN! Tudo de bom para ti e para os teus, sempre!

domingo, 15 de março de 2009

NAQUELE DIA...

Fotografia de Ian Britton

... em que tudo parece correr mal, há que colocar os pesos na balança para tentar equilibrar o fiel.

Assim, de um lado vão-se sobrepondo desgostos, tristezas, desentendimentos, incompreensões, palavras amargas, deslealdades, abandonos e um rol de outras chatices, enquanto do outro, pacientemente, vamos erguendo uma torre construída com risos e sorrisos, alegrias, doces palavras, brincadeiras, gestos de ternura e tudo o mais que se possa acrescentar! Desde que dê para contrabalançar...

Se não chegar, podemos sempre encontrar um pequeno carinho que já nos consolou em horas dessas (é um bocadinho lamechas, mas adorei, Inês):



Carpe diem, amig@s!

sexta-feira, 13 de março de 2009

VIZINHANÇAS!

Já mencionei várias vezes que vivi quase toda a vida em Benfica - salvaguardando alguns meses em Londres, quando era criança, e uns poucos anos na Amadora, no início de casada - de modo que assisti à construção do Centro Comercial Colombo. Daí ter ficado abismada com a notícia publicada na revista "Time Out", da qual me inteirei através do blogue "Teia de Ariana" (desculpa o "roubo" descarado da foto, Su) - para ler basta clicar no link. Jornalismo de invenção não existe apenas cá no nosso jardim...

Ainda nas vizinhanças blogosféricas, a surpresa também foi grande com o último post do Matchbox32 com outra mentira desmascarada - ou, no mínimo, uma teoria bastante plausível - sobre a face "histórica" do infante D. Henrique (os eventualmente interessados só têm de clicar, de novo).

Entretanto, a Ematejoca lançou-me um prémio-desafio que consiste no seguinte: referir 3 coisas boas e 3 coisas más sobre a vizinhança, daquela com quem convivemos ao vivo no local onde habitamos. Que segue para todos que o queiram apanhar, obviamente!

Temendo repetir situações já anteriormente aqui descritas, as vantagens de ter vizinhos parecem-me as seguintes:
1º A porteira do prédio sempre foi de uma fantástica ajuda, em todos os aspectos - no dia em que o forninho se incendiou, quando as chaves de casa escorregaram pelo fosso do elevador, numas férias para cuidar do aquário do peixinho e um grande etc. por aí fora;
2º Em caso de urgência, poder chamar alguém que nos possa auxiliar;
3º A determinação em não deixar o prédio degradar-se, independentemente de alguns torcerem o nariz a obras, porque "está bem assim" e "faz barulho".

As desvantagens excedem as 3, especialmente quando os vizinhos são insensatos, violentos ou malucos (ou o tal 3 em 1), que já deu para provar de tudo um pouco, mas para não alongar mais, reporto apenas ao actual:
1º O arrombamento da caixa de correio de um casal com um filho bebezoca (no dia a seguir ao "sim" do referendo do aborto), com uma mensagem postal a envenenar que deviam ter seguido por aí - o casal acabou por mudar de casa e nunca se confirmou a suspeita sobre o vizinho que constantemente lhes tocava à campainha, por não suportar o choro do bebé;
2º Um velhote mal-encarado que fechava a porta da rua e do elevador na cara de todos, se bem que a maioria encolhesse os ombros;
3º Uma mulher que se punha à janela a comer fruta, atirando os caroços e cascas pela janela, que invariavelmente acertavam em cheio nos carros estacionados em baixo - não sei se fazia pontaria...

Barulho?! Pois, existem tampões para os ouvidos mais sensíveis. Mas que de vizinhos tenebrosos é difícil livrarmos-nos, tenho a certeza!!!

UM ÓPTIMO FIM DE SEMANA PARA TODOS!

quinta-feira, 12 de março de 2009

CRÓNICAS DA GUIDINHA

Fotografia de Ian Britton

"O Luis é um grande amigo meu que pôs as minhas redacções lá no jornal onde trabalhava mas a minha tia Hermengarda diz que não interessa nada ler as minhas redacções que são chatas e ninguém aprende nada com elas mas ela também é muito chata que passa a vida a queixar-se das dores nas cruzes que não sei bem o que é que é mas isso é que acho uma grande chatice com ela sempre aos ais nem sei se ela leu mas também tenho a certeza que não lia as redacções dela se fosse para falar lá nas tais cruzes que doem para caraças não sei porque não as tira das paredes de casa se lhe fazem doer tanto deve ser por ser muito católica e ir todos os domingos à missa ouvir o padre que diz sempre para sermos muito bons e gostar de toda a gente o que é muito difícil que eu não gosto nada da minha professora de português que também passa a vida a chatear-me com as virgulas e os pontos que diz que não sei pôr nas minhas redacções mas o Luis gostava mesmo assim e até as pôs lá no jornal para toda a gente ler ora toma lá que já almoçaste que os seus poemas os jornais não querem que a gente leia porque também devem ser muito chatos e se quer vírgulas e pontos tome lá uns para os espalhar nas minhas redacções,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,......................................
Guidinha"

Bom, OK, este não é um texto escrito por Luis de Sttau Monteiro, nas suas célebres crónicas da Guidinha publicadas no "Diário de Lisboa" entre 1969 e 1970 - segundo informação da Wikipédia. E não é que duvide desse facto, mas suponho que foram editadas mais tarde noutro jornal, porque me lembro de ter lido umas quantas e de constituirem uma risota pegada, pela crítica social e de costumes bastante incisiva que exibiam - do ponto de vista de uma miúda que escrevia conforme falava e da associação de ideias que mantinha ao longo do texto.

Trata-se apenas de um exemplo do estilo de escrita que reinava nessas crónicas, por sinal completamente ignoradas na dita Wiki, que refere que o autor foi advogado durante um curto período de tempo, dedicando-se posteriormente ao jornalismo e à escrita de ficção e de peças teatrais. A Guidinha, coitada, deve ter crescido...

Ah e tal que podia ter procurado melhor e encontrar uma crónica original para demonstrar a dita crítica corrosiva patente? Talvez! Mas fartei-me de ler cópias da Wiki (ou vice-versa?) e desconfiei da credibilidade de outros blogues ou sites. O livro que as compilou está esgotado desde o século passado!

quarta-feira, 11 de março de 2009

FELIZMENTE HÁ LUAR!

Fotografia de Ian Britton

Não, não vou falar da peça de Luis de Sttau Monteiro, que aliás já li há anos e da qual só recordo que trata da morte por enforcamento do general Gomes Freire e outros doze acusados de conspiração contra um tal general inglês, Beresford, que depois das invasões francesas aqui abancou a dar ordens, enquanto a Corte portuguesa se encontrava placidamente a passar umas longuíssimas férias no Brasil... (pois, não é de agora!)

A consulta no dentista não correu de feição e ainda tenho de lá voltar (olha a grande novidade!), no regresso a casa apanhei um acidente na segunda circular e o pneu do táxi ainda resolveu furar. Ao PC também lhe deu para empandeirar, não comentei o que desejava comentar, não li o livro que queria acabar de ler, não terminei o que pensava escrever, não mailei o que pretendia mailar, não encontrei a música que queria escutar, nem jantei o que era suposto jantar!

Como desabafo, repito o grito do escritor:

FELIZMENTE HÁ LUAR!

(Aúúúúúúú!!!)

terça-feira, 10 de março de 2009

BRINCA, BRINCANDO...

Não sei se é assim no país inteiro, mas Lisboa parece sempre um imenso estaleiro! Com obras que não têm fim à vista...

Do metro, da canalização de água e esgotos, dos cabos de televisão ou telefónicos, da EDP, do gás natural, fora edifícios novos e recuperação de antigos, sendo que estes últimos são de execução relativamente rápida, comparativamente! Pudera, normalmente são pagos por particulares, que o Estado todos sabem que é mau pagador!

Ultimamente, as obras redobraram. Por um lado, é ano de eleições autárquicas, agora apressadamente os executivos camarários avançaram com algumas, necessárias há anos. Por outro, no programa televisivo "Nós por cá" têm-se levantado vozes indignadas, contra o estado de calçadas, estradas, iluminação e de tudo o que é um pouco abstruso, em que os responsáveis por essa manutenção nem se dignam assobiar para o ar, tal o desinteresse que esses assuntos lhes merecem. Mas televisão, pois, já é outra loiça! Ainda mais quando, por exemplo, é o director da Escola Secundária de Benfica que é "apanhado" numa entrevista de rua (ui, tanta coincidência...) e, ordeira e pacatamente, vem confirmar que estas ruas e passeios das redondezas estão em condições deploráveis. Aí, já a "genialidade" política entra em acção, lá se inventa umas "requalificações" dos espaços e põe uns calceteiros a trabalhar. Cambada!

Por muito que custe reconhecer, aqui há uns poucos anos observei da minha janela uma cena semelhante à da fotografia, num buraco muito maior, sendo que foi num dia de calor abrasador e os "gerentes" estavam todos à sombra dos prédios, enquanto o único trabalhador suava as estopinhas. Ah, a continuar assim vamos longe, vamos...


Voto sempre, mas aqui na cidade onde vivo já não sei em quem, que o último que fez alguma coisa de razoável foi o João Soares (mas dada a tradicional antipatia e umas ideias mais arrojadas acabou por ser "corrido"), o Santana Lopes só fez asneira, os sucessores idem e o actual fala, fala, fala, mas não faz nada!

Como diria o Pessa: "E esta, ehn?!"

Obrigada, Michel!

segunda-feira, 9 de março de 2009

QUEM É QUEM?

Uma Sasha Margarida dá-te a volta à cabeça! Mas julgas que só tens três gatos em casa - Boris, Nádia e Gil - quando na verdade existem mais miando ou ladrando nas redondezas...

E lá do topo da árvore, todos afinados, cantam em uníssono: PARABÉNS, SAFIRA!

Escrever, desenhar, pintar, bordar e até cantar não têm segredos para ti! Resta testar a tua veia artística na arte da adivinhação: quem são estes "bichanos" que miam por ti?

Mas se ficares confundida, segue um jóve para te lavar as vistas...


Tem um dia muito FELIZ, amiga, hoje e sempre!

domingo, 8 de março de 2009

MEIO SÉCULO...

... e quase não se dá pelo tempo passar!!!

Para comemorar, o festarú começou logo no Sábado, com um jantar para familiares e amigos de longa data! Alguns que já não via há anos - que a vida tem destas coisas - mas todos iguais na sua forma de ser e de estar, reinando a boa disposição... ADOREI!

Houve bolo e velas (depois da meia-noite, como manda o ritual) que foram complicadas de apagar, que o primeiro fôlego não chegou para todas e depois fizeram-me rir - "olha, já não consegue!" - o que torna mais difícil o soprar. Sim, que eram 50, nada dessas modernices de duas velinhas com números! Pfff!

Champanhe e tchim-tchim para todos e toca a conversar e dançar... (eh, eh, eh, nunca esperei ver a minha mãe e o meu filho e sobrinhas, em simultâneo, na mesma pista de dança!)

E se o corpito já está longe do auge dos 20 ou 30, espero que os pés ainda continuem a bailar, os dedos a teclar e o espírito a fervilhar...



Forever Young - Alphaville

A todos os amigos virtuais (e não só!) agradeço a festarola que organizaram, colectiva ou individualmente, mais logo passo pelos vossos cantos, que ainda o dia é uma criança... Mas é escusado dizer que A D O R E I, né? (como adivinharam que gosto de festas, é que não entendo...) :D

Fotografia de Ian Britton

quinta-feira, 5 de março de 2009

VENTANIAS...

Fotografia de Ian Britton

Vai para aqui uma ventania que até assobia, como não me lembrava de ouvir desde os tempos em que ia passar férias com os meus avós, que viviam numa casa praticamente isolada de vizinhança, na encosta de um monte. Onde os cães uivavam em sintonia e, até adormecer, as forças da natureza pareciam conspirar para uma sensação de abandono ou de total solidão...

Ultrapassando essa memória quase poética, a ventania foi tal, que metade do meu cabelo voou! Quer dizer... mais ou menos... que foi a cabeleireira que o cortou e madeixou. Ora desde tempos imemoriais que tenho aversão a cabelos curtos - lá para os idos 13 anos cortei-o "à rapaz", com a minha mãe a insistir que me ficava muito bem, mas o Figaro lá do bairro não acertou com a tesoura, o cabelito ficou curtinho, mas com uma grande popa em cima, facto que contribuíu para ser envergonhada durante algum tempo (algumas mães lembram-se de cada uma) - de modo que o corte não foi radical e até é confortável.

O madeixanço já foi outra conversa! Não nasci loira, mas dá jeito para esconder os brancos, enquanto são só alguns. Para azarito meu, a cabeleireira que me costuma fazer as nuances está de baixa de parto (bom para ela certamente, que andou anos a fio em tratamentos de fertilidade sem conseguir engravidar e agora vai ter gémeos) e a esta só expliquei que queria dois tons - um mais loiro, outro mais acobreado, que se notassem na base do castanho (ainda) muito escuro. Durante o processo, a dona lá do estaminé fartava-se elogiar, "ai, está lindo, lindo, nota-se bem o contraste!" e eu a ver que não se notava nada e a pensar "o que tu queres, sei eu!". Quer dizer, as loiras sim, as acobreadas só de lupa!!! A mulher que as fez lá se saíu a dizer que da próxima vez (qual próxima?) faz umas laranjas (ui, que aí a cena até fervia!) e a outra a tomar-me por madeixada burra: "ponha os óculos e veja lá bem, dona Teté, como se nota muito bem!". No final pus os óculos e, com o nariz colado ao espelho, lá consegui verificar que algumas exibiam uns dois tons de castanho abaixo do original, mas onde é que isso é acobreado??? Nem estava (ou estou) especialmente chateada, mas embirro quando me querem fazer crer o que não existe! "Santa paciência, mas não dá para reparar em nenhum contraste", rematei, com um sorriso. Lá me prometeram mais umas "pratas" para a próxima sessão, mas o mais certo é passar! Até a parturiente sair da baixa...

Não estando de baixa, aliás, mais em alta, o tempo tem sido curto para blogosferar, mailar, etc. e tal. Já referi que por aqui tem sido um sempre em festa? E organizar também dá uma enorme trabalheira... O ritmo normal segue dentro de momentos!

quarta-feira, 4 de março de 2009

O PRIMEIRO NAMORO...

... do filhote aconteceu quando tinha 4 anos de idade! OK, podem considerar de antemão que não era coisa séria, simplesmente uma amiga preferida de brincadeiras com legos, puzzles e afins, mas muito assumido por ambos: eram namorados! Com uma cumplicidade notória sempre que se encontravam. No final desse ano lectivo, os pais foram avisados que a escolinha de ambiente familiar iria fechar, dado que cada vez tinham menos crianças - sim, que as "crises" não são só de agora...

Por coincidência, não conhecia ninguém na nova escola onde o inscrevemos, a não ser a dita namoradinha. Entrou em meados de Setembro, ela já lá estava desde o início do mês. O rapaz, então com 5 anos, ia nervoso e intimidado. Quase ninguém aprecia entrar num mundo desconhecido, certo? Acompanhámos o filhote, até para conhecermos a educadora e ela a nós, simpática e sorridente tratou-o logo pelo nome e disse-lhe para se ir juntar aos colegas, que estavam sentados de pernas cruzadas no chão, em roda, a cantar umas cantilenas infantis. Aí, a boa da Rita levantou-se e exclamou em alto e bom som: "ele é o meu namorado!" Ele estacou, assustado com aquela recepção tão estentórea (daquelas em que um buraco no chão dava um jeitaço), valeu o bom senso da educadora que pediu aos miúdos para abrirem um espaço junto da Rita para ele se sentar.

Após mais uns breves minutos de conversa, saímos de fininho, já ele sorria abertamente para a sua menina, no que era correspondido! Claro que uns poucos meses depois ela terminou o namoro, segundo ele nos esclareceu. Continuam amigos até hoje!

Tanto que se pode aprender com a criançada... ou com desenhos animados (sem legendas, mas não precisa):




Foto daqui.

terça-feira, 3 de março de 2009

PATOS DE VÁRIAS SORTES!

Fotografia de Ian Britton

Até para ser pato é preciso ter sorte! Uns nascem e crescem em aviários, apenas com o simples propósito de servir a cadeia alimentar dos humanos, portanto já predestinados para uma engorda rápida e um abate sumário. Outros nascem com a cloaca virada para a Lua, para enfeitarem lagos e ter uma vida aprazível conjuntamente com a sua prole, a que não falta comida no "prato" diariamente - enfim, esta última afirmação é um pouco duvidosa nos jardins de Lisboa, quase totalmente votados ao abandono, mas há sempre uma alma caridosa a fornecer-lhes qualquer alimento, sendo que eles próprios também se orientam com bichezas, grãos e frutos que encontram, dentro ou fora de água.

Em tempos, uma amiga minha fez uma pesquisa sobre gastronomia em vários locais do mundo (ainda longe da era internética) e, entre outras aberrações, descobriu que em determinadas zonas asiáticas - China, suponho - existia uma tortuosa forma de cozinhar patos, bastante apreciada.

A partir daqui, o texto tem O (bolinha vermelha), para os mais sensíveis.

Afianço, desde já, que não encontrei comprovativo nenhum na net que confirme a existência de tal tradição gastronómica, mas até hoje permaneço chocada com a descoberta. O facto de não saber falar, ler ou escrever em chinês, também contribui para a incerteza da veracidade da confecção de tal "acepipe". Que, em traços largos, se resume ao seguinte (têm a certeza que querem ler?):

Partem-se as asas aos bichos. Depois, colocam-nos vivos em cima de uma grelha, que vai aquecendo até os palmípedes começarem a saltitar, enquanto as patas vão grelhando. No final, cortam as patas do animal e servem aos clientes. O que resta do bicho - que nesta altura já deve estar moribundo, senão morto - imagina-se que servirá para usar noutras culinárias...

Como (quase) tudo, pato incluído, não critico vegetarianos ou macrobióticos por seguirem lá os seus conceitos dietéticos. Mas este manancial de torturas várias, arrepia qualquer um!

domingo, 1 de março de 2009

O JOGO DO ANJO


568 páginas. Para, a páginas tantas, lermos o seguinte díálogo:
"- Por onde quer que comece?
- O narrador é você. Só lhe peço que me diga a verdade.
- Não sei qual é.
- A verdade é aquilo que dói."

Carlos Ruiz Zafón assombrou-me com "A Sombra do Vento", na sua prosa quase poética sobre uma Barcelona de outras eras, no amor preservado e simbólico no "Cemitério dos Livros Esquecidos", onde o enredo de contornos policiais e romanescos se inicia e vai complicando ao longo de duas décadas. Adorei o livro!

Portanto, não é de espantar que tivesse aguardado este novo romance, "O Jogo do Anjo", numa grande expectativa, para a desilusão ser maior...

Evidentemente que o escritor exibe uma escrita cativante, mas o que a princípio parece ser uma história cheia de mistérios e segredos por desvendar, aos poucos vai-se assemelhando a uma daquelas telenovelas mexicanas, sem pés nem cabeça, em que se juntam os ingredientes todos para dentro do panelão, mexe-se muito bem temperando com mortes, fantasmas, perseguições, amores impossíveis, amnésias, loucuras, crimes e bruxedos, para no final servir num prato enfeitado, mas de paladar grotesco e com cheiro a requentado.

Dói dizer que não gostei, mas se é a verdade...

CITAÇÕES:

"[...] Os ricos queriam sê-lo ainda mais. Os poderosos queriam mais poder. Os mesquinhos queriam sentir-se santos e os santos queriam ser castigados por pecados que lamentavam não ter tido a coragem de cometer. [...]"

"[...] É o pão nosso de cada dia. O incompetente apresenta-se sempre como perito, o cruel como piedoso, o pecador como santarrão, o agiota como benfeitor, o mesquinho como patriota, o arrogante como humilde, o vulgar como elegante e o pateta como intelectual. [...]"

"- Martín, na minha idade, o erotismo reduz-se a saborear um pudim flã e a olhar para o rabo das viúvas."