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quinta-feira, 14 de maio de 2009

ICA: Apoio às primeiras obras








No seu site o ICA publicou a seguinte notícia:
"Candidaturas às 1as obras aumentam de mais de 40%. O ICA – Instituto do Cinema e do Audiovisual, I.P. informa que encerrou ontem, dia 18 de Março, o prazo para entrega de candidaturas ao Programa de Apoio à Produção de Primeiras Obras de Longas Metragens de Ficção. Foram presentes a concurso 63 candidaturas. Este número constitui um aumento de mais de 40% comparativamente ao ano transacto."

O que o ICA não menciona é que de 2001
até agora o programa de apoio às primeiras obras sofreu de uma redução de mais de 50%, o número de primeiras obra apoiadas passou de 4 para 2 e os regulamentos do ICA obrigam as segundas obras, que antes podiam concorrer ao Programa de Apoio a Produção de Longas Metragens, a concorrer ao Programa de Apoio às Primeiras Obras.

(in blog Associação Portuguesa de Realizadores)

Carta Aberta: Cinema e os empreiteiros


«O ministro da cultura não deve ter uma política de gosto»
José António Pinto Ribeiro
ao 'Expresso' em 12 de Julho de 2008.

«A Arte não pode ser adiada pelo peso morto do público...»
Henri Matisse, 1946


Não, não se trata nem do caso Freeport, nem do caso Lena, nem sequer das casitas da Beira. O assunto é outro e para nós mais sério.
Estrearam-se nos últimos tempos nas salas portuguesas "O Crime do Padre Amaro", "Corrupção", "Call Girl", "A Arte de Roubar", "Amália, o Filme", "Second Life" e nos ecrãs de televisão as super-produções "Equador" e "A Vida Privada de Salazar".
O senhor ministro não tem gosto? Tem. É este !
Gosto que ficará também para sempre ligado a este governo do Partido Socialista.
O dinheiro que pagou estes produtos audiovisuais é maioritariamente dinheiro público vindo do Fundo de Investimentos para o Cinema e o Audiovisual – FICA ( 40% do total – IAPMEI, Estado, 30% ZON Lusomundo, dedutíveis nos impostos, portanto Estado, 6% RTP ainda Estado. Só 12% vindos da SIC e 12% da TVI são fundos privados ). Quer isto dizer que 76% do total são fundos públicos.
Estes “conteúdos” foram anunciados como produções de montantes financeiros elevados. Acrescente-se ainda o custo de dezenas de cópias, das gigantescas campanhas publicitárias (televisão, imprensa, outdoors, transportes públicos, etc.) que podem calcular-se em milhões de euros.

Sabemos o que nos vão responder: é capital para recuperar. Mas, em vez de nos mostrarem a relação entre os investimentos e as receitas, como fazem as revistas profissionais da indústria americana que tanto admiram ( 'Variety', 'Hollywood Report', etc. ), vão atirar-nos com o número de espectadores. Não admira ! Com 72 cópias em exibição simultânea e com uma brutal campanha de promoção qualquer produto deste género terá resultados semelhantes.
Mas alguma vez será recuperado o dinheiro investido?

Vamos à Matemática. Por exemplo : um grande êxito de público que atinja os 200 000 espectadores, para as contas serem simples, faz de receita bruta € 900 000 que são distribuídos do seguinte modo : € 540 000 para o exibidor (a sala), € 108 000 para o distribuidor e finalmente € 252 000 para o produtor. Os empreiteiros do audiovisual anunciaram o custo de cada um dos seus produtos com um valor médio acima de € 1 500 000, alguns mesmo muito acima. Magnífico embuste ! Todos sabem isto e fingem que não sabem.
Santa hipocrisia !
Se fossem fundos privados nada tínhamos a dizer, mas são dinheiros públicos, senhores !
Curiosa contradição : porque é que o Ministério da Cultura através da Direcção Geral das Artes se recusou até hoje a atribuir apoios financeiros comerciais a Filipe la Féria , uma das quais até se chamava "Amália" e decidiu apoiar com entusiasmo estes conteúdos audiovisuais ? O que é que se está a passar na política cultural deste governo ?
Expliquem-nos !

E o mais grave é que esses fundos do Estado foram entregues a empreiteiros gananciosos e grosseiros que levaram as imagens e os sons ao grau zero da escrita. Já nem sequer é o saudosismo das comédias pequeno burguesas dos anos 30 e 40. É o regresso à humilhante decadência do cinema salazarista dos anos 50 e 60 do século vinte ( "Sarilho de Fraldas", "A Raça", "Tarzan do 5º Esquerdo", "O Amor Desceu em Pára-quedas", "Os Toiros de Mary Foster", "Rapazes de Táxi", "Sonhar É Fácil", etc. ) agora actualizados pelas cores berrantes e as lantejoulas do audiovisual.

Há uma ideia forte por detrás desta ideologia : o desprezo pelo público, a certeza da sua estupidez natural. Roça o fascismo. Terão estes empreiteiros pequeno-burgueses a noção da doutrina que os habita ?
E no meio disto o que faz e o que diz o Ministro da Cultura ? Nada ! Lava as mãos como Pilatos.
Ele, que aceitou o mais vergonhoso orçamento para a Cultura, 0,4 % !!! ( A maioria dos países Europeus têm orçamentos para a Cultura de 1% ou mais ), diz que não é nada com ele e pensa nos modelos escandinavos.
Explicará este gosto pelo estrangeiro a contratação de um tal Martin Dale que há cerca de uma década foi o teórico responsável de uma patética empresa de conteúdos ( Conteúdos S.A. ) que felizmente não medrou entre nós. O rapaz, agora mais velho, volta à carga para estruturar uma indústria cinematográfica, o audiovisual e a nossa vida. Já chega ! Já demos !
Nunca vimos tamanha caldeirada ( paga por quem e com que fim ? ) nas doze páginas da revista 'Variety', distribuída no Festival de Berlim do corrente ano, pagas pelo Estado Português e assinadas maioritariamente por Martin Dale. Alguém nos acuda ! Oxalá !

Para ocultar o desespero e a desgraça da vida das pessoas deste país, reina a euforia e o riso alvar neste novo mundo do audiovisual. É verdade que há uns rabitos e umas mamitas e que descobriram a “coisa lésbica” como sinal de modernidade para relançar o machismo mais rasteiro.
As narrativas são rudimentares e comandadas pela identificação simplista apelando ao voyeurismo congénito do espectador, apregoando o triunfo de uma gramática primária: hipertrofia do grande plano, indigentes campos, contra-campos, movimentos de câmara que tentam desesperadamente tornar grandes coisas que são ninharias, iluminação uniforme e monótona empastelando tudo, incapacidade de pensar a relação entre a luz e a sombra. E os seres humanos que deviam habitar essas luzes e essas sombras aparecem despojados da sua dignidade, do seu sangue, da sua vida, transformados em apenas “mercadoria”, coisas a vender, “enxúndia”!

As televisões e o seu audiovisual criaram este olhar pacóvio, infantilizaram a espécie humana, mas de um modo sebento, untuoso, porco. Esta ideologia hedonista que se exibe continuamente nos programas de televisão ( concursos, jogos e até na informação ) chegou ao cinema português.
Não há quem tenha vergonha? Não há quem se escandalize?
Nós ! Nós temos vergonha. Nós escandalizamo-nos.
E o que é que o senhor Augusto Santos Silva, Ministro das Televisões e da propaganda deste governo que é “quien todo lo manda” nesta área, tem a dizer ? Nada ! Cala-se, porque “quién todo lo manda” são as televisões.
E no entanto quando era da oposição, declarava:
Não aceitamos que a selecção dos apoiados caiba a uma oligarquia de gestores, não aceitamos a menorização de uma parte importantíssima da nossa criação contemporânea, que é o cinema português reconhecido e admirado em todo mundo."

Ou ainda:
Não pensamos, que compita ao Estado obrigar os investidores privados a investir, nem que se deva destruir a Cultura Cinematográfica que temos pela ilusão de uma grande produção de conteúdos ou de um cinema dito comercial para que o pais não tem escala nem o Ministério tem vocação.”
Que perda de memória ! Que tristeza !
...
Exigimos de uma vez por todas a separação total do cinema da ganga do audiovisual.
Exigimos a manutenção e o reforço da autonomia do Instituto do Cinema que deve voltar a designar-se Instituto Português do Cinema. ( Todos os grandes filmes portugueses foram a partir de 1974 assistidos financeiramente pelos fundos do Instituto e lembramos ao senhor Ministro da Cultura que nenhum deles foi produzido ou realizado por empreiteiros. )
Exigimos um Instituto que defenda e prolongue a tradição do novo no Cinema Português.
Exigimos regras transparentes e júris competentes para os concursos públicos. ( Saberão os portugueses que o nosso cinema não recebe um euro do orçamento geral do Estado ? )
Exigimos o aumento das dotações financeiras para o Instituto que se deverá reflectir num maior número de produções. Mais e sempre melhores filmes !

O Cinema Português não pode morrer. Se ele morrer a culpa é vossa, Sr. Ministro da Cultura, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Sr. Primeiro Ministro. Haja respeito!

João Botelho, Alberto Seixas-Santos, José Nascimento,
Membros da Associação Portuguesa de Realizadores
in 'Público' - Espaço Público
23 de Fevereiro de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Nova Providência cautelar contra filme...


Carlos Castro interpôs uma providência cautelar contra o filme ‘Morrer como um Homem’, que João Pedro Rodrigues (produzido pela Rosa Filmes) leva ao Festival de Cannes em Maio, por alegado plágio do seu livro ‘Ruth Bryden: Rainha da Noite’ (2000)."O filme é sobre um transexual em fim de carreira e baseia-se em relatos de muitos travestis e transexuais", disse o cineasta ao CM, referindo que não leu o livro de Castro. O jornalista remeteu para o advogado, que ontem esteve incontactável. Já o advogado da Rosa Filmes frisa: "O filme é autónomo e não biográfico."

(in_correio da manhã 01/05/2009)

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Paulo Branco: O meu Projecto é melhor!

Processo atrasa subsídios a filmes.
A decisão do júri do primeiro concurso de longas-metragens de ficção (2008) do Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA) já é conhecida desde Agosto mas uma providência cautelar interposta pela Clap, a produtora de Paulo Branco, está a atrasar o processo.

O ICA esperou pela decisão judicial e, conhecida a sentença, enviou o resultado do concurso para o Ministério da Cultura, para confirmação. O desbloqueio dos subsídios aos filmes vencedores (de João Canijo e Edgar Pêra) está agora dependente da assinatura do ministro Pinto Ribeiro, desde fins de Janeiro, quando foi conhecida a improcedência da providência, que, já por si, atrasara o processo.

Paulo Branco discordou de alguns critérios do júri – qualidade e potencial artístico do projecto e pontuação atribuída ao currículo do realizador –, avaliação que levou o seu projecto ‘Mistérios de Lisboa’ (a realizar pelo chileno Raoul Ruiz) ao terceiro lugar (com sete pontos), fora da lista dos filmes a apoiar pelo ICA. Canijo ganhou com ‘Sangue do Meu Sangue’ (oito pontos) e Pêra ficou no segundo lugar com ‘O Barão’ (7,05 pontos).

O Tribunal Administrativo de Lisboa improcedeu a providência, alegando ainda que falta a homologação ministerial para a conclusão de procedimentos. Branco discorda e já recorreu. Após a homologação do referido concurso, avançará com nova providência. Já o ministério diz que a confirmação deste e de outros concursos pendentes "está em análise e dentro do prazo".

À espera estão os vencedores. "Não percebo porque é que o ministro não assina", questiona o realizador João Canijo.

"O MEU PROJECTO É MELHOR" (Paulo Branco, Produtor cinematográfico)

Correio da Manhã – A sua providência cautelar não teve provimento. Como reagiu?

Paulo Branco – Já recorri e aguardo. O tribunal achou que não era o momento para a providência, por ainda não se ter chegado ao acto administrativo final: falta a homologação ministerial. Não entendemos assim, e por isso recorremos.

– Compreende o descontentamento dos vencedores pelo consequente atraso no concurso?

– Não quero lesar ninguém mas tenho de defender os meus filmes e os meus realizadores. O meu projecto é melhor do que os deles. Foi a primeira vez que usei este mecanismo [providência]. Não sou a favor dos critérios de avaliação mas, a existirem, que sejam respeitados.

– E quando vier a homologação?

– Avanço com nova providência cautelar.
(in_correio da manhã 21/02/2009)

Realizadores contra política do ministério



















"Não queremos esta política para o cinema", diz a APR - Associação Portuguesa de Realizadores, que esteve reunida em assembleia geral, no dia 12 de Fevereiro, e aprovou um texto de intervenção pública "face à ausência de medidas do ministro da Cultura para o cinema e à crescente paralisação do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA)".
Os realizadores que fazem parte desta associação, presidida por Margarida Gil, rejeitam "todas as manobras de gabinete que visam destruir, em lugar de alargar e aperfeiçoar, as estruturas de apoio ao cinema enquanto actividade artística" e recusam a política que "tem levado o Instituto de Cinema, ao longo dos últimos sete anos, a um progressivo esvaziamento das suas funções". Falam em "diminuição drástica de filmes apoiados", "portas cada vez mais fechadas a novos realizadores e a projectos mais experimentais" e "falta de transparência dos júris".
(in_Público 20/02/2009)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

"O Ministro não pode garantir o festival..."

Apesar do programa deste ano já ter sido elogiado pela alta qualidade, as atenções estão centradas na incerteza que paira sobre a próxima edição, a 30ª do festival.

Na passada quinta-feira, na conferência de apresentação do Fantasporto, Mário Dorminsky, director do festival, afirmou que a edição de 2010 está em causa devido à "retracção dos apoios privados e públicos". A afirmação foi contrariada depois pelo ministro da Cultura, que apesar de admitir reequacionar algumas coisas no festival, garantiu que não está em causa a sua existência.

"Gostava de saber qual é a solução que o ministro da Cultura tem, para dizer com tanta certeza o que disse", questionou ontem o director do festival. Dorminsky explicou ainda que apenas uma pequena parte do orçamento do Fantasporto (que este ano sofreu uma redução de 150 mil para 120 mil euros) é da responsabilidade do Ministério da Cultura. O restante capital é proveniente de entidades privadas com quem o Fantasporto estabeleceu acordos, que terminam este ano.

"O Ministério não pode garantir a continuidade do festival, a menos que afirme que no próximo ano o investimento do Estado irá aumentar. Até lá, continuamos na incerteza" afirmou o director.
(in_Correio da Manhã 18/02/2009)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Faz o que eu digo, não faças o que eu faço...



"A língua é absolutamente identitária. É instrumento de tudo, pensamos através da língua, somos e sentimos através da língua, relacionamo-nos, namoramos, fazemos negócios, escrevemos através dela. Esgotando a citação de Fernando Pessoa "A minha pátria é a língua portuguesa", devo dizer que essa língua portuguesa é muito mais vasta do que Portugal."
José António Pinto Ribeiro, Ministro da Cultura entrevista publicada no Expresso de 12 de Julho de 2008,


Filmes apoiados através do Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA):
-How to drow a perfect circle / Filmes Fundo / 200.000 euros
-Strar crossed / Yellow / 350.000 euros
-Second Life / Utopia / 550.691 euros
-Pizzaboy / Utopia / 600.000 euros
-A Arte de Roubar (eng.spoken) / Stopline / 200.000 euros
-Gamelab / Be Active / 156.000 euros
-Final Punishment / Be Active / 186.000 euros
-Flatmates / Be Active / 232.000 euros
-Surfschool / Be Active / 162.000 euros
-The Weight / Be Active / 620.000 euros
-Xams Tale / Be Active / 414.000 euros
-Favela Story / Be Active / 248.000 euros
-Beat Generation / Be Active / 207.000 euros
(in Blog Associação Portuguesa de Realizadores 14/02/2009)

(no problem...) O Ministro da Cultura gosta do FantasPorto...

"O Fantasporto, apesar da crise, não está em risco e o festival tornou-se já um evento consolidado no panorama do cinema do Porto e de Portugal...", disse à Lusa o ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro.

Em declarações em Madrid, onde visitou a Feira de Arte Contemporânea (ARCO), o ministro reagia, assim, a comentários do director do Fantasporto, que na quinta-feira disse não estar em condições de realizar a edição 2010 do certame devido à crise.

Mário Dorminsky afirmou que há uma retracção dos apoios privados e públicos.

Questionado sobre esse facto, o ministro da Cultura explicou que o seu gabinete ainda não recebeu qualquer informação nesse sentido da direcção do Fantasporto, insistindo, porém, que o certame é para continuar.

"O Fantasporto é um festival consolidado, que corresponde a uma necessidade no Porto, no País e já a nível internacional", realçou o governante, em declarações à Agência Lusa.

"Pode sofrer com momentos de crise, mas não está em causa a sua solvência ou existência. Podemos aproveitar a crise para reequacionar algumas coisas", afirmou.

Mário Dorminsky explicou que o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) diminuiu de 150 mil para 120 mil euros, enquanto o Instituto Português de Turismo (IPT), cujo apoio "serve para pagar a deslocação de personalidades estrangeiras, realizadores e actores, ainda não deu qualquer resposta" ao pedido para este ano.

Acrescentou que, "por outro lado, há vários patrocinadores privados que ou reduziram ou cortaram os seus patrocínios".

Mário Dorminsky referiu que o atraso na confirmação do apoio do Instituto de Turismo já teve uma consequência: "O actor Peter Fonda, que já confirmara a sua presença na comemoração dos 40 anos do filme 'Easy Rider', já não vem porque, perante a falta de resposta daquele Instituto, não sabemos se teremos dinheiro para pagar a viagem para três pessoas, em primeira classe, de Los Angeles e a estadia de uma semana, como ele pediu".

Mário Dorminsky falava na conferência de apresentação do Fantasporto 2009 - XXIX Festival Internacional de Cinema do Porto, que começa segunda-feira, no Rivoli no Porto, com retrospectivas, mas cuja abertura oficial se realiza apenas a 20 de Fevereiro, com a projecção de "Che - The Argentine", de Steven Soderbergh.

A directora do festival, Beatriz Pacheco Pereira, referiu que o Fantas'2009 garantiu que, "em termos da qualidade dos filmes, a crise não passa por aqui", já que, como é habitual, há vários candidatos aos Óscares no programa.
(in_JN/Lusa 16/02/2009)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Fantasporto 2010 em risco















O director do Fantasporto revelou não estar "em condições" de assegurar a realização de 2010 do festival de cinema, que faz 30 anos este ano, devido à retracção dos apoios privados e públicos ao evento, provocada pela actual crise.

'Tal como no ano passado, o apoio do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) diminuiu de 150 para 120 mil euros, enquanto o Instituto Português de Turismo (IPT), que serve para pagar a deslocação de personalidades estrangeiras, realizadores e actores, ainda não deu qualquer resposta ao nosso pedido', contou Mário Dorminsky.

Este atraso na confirmação dos apoios já teve uma consequência: o actor Peter Fonda, que tinha confirmado a sua presença, não vem devido às incertezas do convite.

O Fantasporto 2009, XXIX Festival Internacional de Cinema do Porto, começa segunda-feira, no Rivoli no Porto, com retrospectivas, mas a abertura oficial vai ser apenas a 20 de Fevereiro.
(in_correio da manhã 12/02/2009)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

ICAM em busca de conteúdos...


(in_Blog Associação Portuguesa de Realizadores 09/02/2009)

“Estão a rodar filmes que são pornográficos”



Margarida Gil, Presidente da Associação Portuguesa de Realizadores.

P: A Associação Portuguesa de Realizadores reuniu [ontem] porquê?
Margarida Gil: Passado um ano sobre a nomeação do ministro da Cultura, e após lhe termos enviado, a seu pedido, propostas para o cinema, ainda não obtivemos qualquer resposta. Além disso, exigimos a demissão da direcção do ICA (Instituto do Cinema e Audiovisual) que não nos merece confiança.
P: Em que aspecto?
MG: Através do FICA (Fundo para o Investimento no Cinema e Audiovisual) estão a ser rodados filmes sem realizador, que são verdadeiramente pornográficos (‘Second Life’), falados maioritariamente em inglês (‘Arte de Roubar’), financiados com dinheiros públicos. O cinema está degradado a um ponto inqualificável.
P: Além do pedido de demissão do ICA, como reagirão à falta de respostas do ministro?
MG: Posteriormente, redigiremos um texto para enviar a figuras que percebam do que estamos a falar, seja ao Presidente da República ou a figuras internacionais, já que fazemos parte da Federação de Realizadores Europeus. Estamos envergonhados com o que se passa nos ecrãs portugueses.
(in_correio Manhã 08/02/2009)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ICA não respeita direitos de autor...

"Second Life" apoiado pelo ICA através de "Corrupção"?
Na página do filme "Second Life", produzido por Alexandre Valente, está mencionado o apoio do ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual, além do apoio do FICA de 550,691 euros. Será este apoio do ICA recebido no âmbito do programa de apoio automático à produção de longas metragens de 2008 através do qual a produtora Utopia recebeu 186.418,50 euros gerado pelo filme "Corrupção"? Neste caso trata-se de um apoio gerado por um filme que, para todos os efeitos, não tem argumentista nem realizador e cuja produção não respeitou a Legislação Europeia dos Direitos de Autor. Será que o ICA apoia produtores que fazem filmes sem e/ou contra o realizador?
(in_blog Associação Portuguesa de Realizadores 04/02/2009)

Carta aberta: "Salvem o Cinema em Portugal..."

Passou um ano sobre a tomada de posse do Ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, e a política cultural do ministro para o Cinema é neste momento ainda omissa. Insólito?

Julgamos que o ministro acreditou que com o ICA (com a sua eterna Direcção
"comprometida" e em permanente redução de meios) e o recém-criado FICA (com
a sua ineficiente estruturação mas com recursos financeiros extraordinários)
seriam os mecanismos de implementação de uma dinâmica nova no Cinema em
Portugal.

Aceitou portanto o legado natural de Mário Vieira de Carvalho (o defensor dos "dois tipos" de Cinema) e de Isabel Pires de Lima, sabendo de antemão que ninguém do sector antevia um resultado promissor para as práticas destes governantes, sob a vigilância da agenda política e negocial de Augusto Santos Silva. Criaram-se estratégias inéditas para o oportunismo, procedeu-se a práticas pouco transparentes, e sacrificou-se aos poucos os recursos que estruturalmente existiam para o Cinema neste pequeno território. O ministro assumiu portanto a chefia da "Comissão Liquidatária" do Cinema em Portugal.
Os resultados adivinham-se e vêem-se, o verniz começa a estalar, mostrando os compromissos bafientos e promíscuos das opções políticas para o Cinema e para o sector audiovisual.

Senhor Ministro, polémicas à parte: não se pode esperar que o nosso vazio de ideias, falta de medidas e de decisões vá alterar algo que parecia condenado à partida!
A falta de recursos não pode justificar tamanha falta de atenção ou a inoperacionalidade total de um sector cultural e económico determinante na sociedade portuguesa.

Salvem o Cinema em Portugal!

Fernando Vendrell
(enviado por e-mail Associação Portuguesa de Realizadores 03/02/2009)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

"Corrupção no Cinema em Portugal e em português"...


A maneira mais fulminante, embora insidiosa de acabar com ele de vez, coisa que até agora não conseguiram, por existir muito forte um desejo de filmar, uma diferente forma de ver o mundo, e de o ouvir, e personalidades que o defendiam, com a própria vida se fosse o caso, como o faria João César Monteiro, o Manoel de Oliveira, e outros, o golpe fulminante está a acontecer perante os nossos olhos. Filmes só para quem eles querem, de preferência sem realizador, em inglês ou num linguajar televisivo-publicitário audiovisual. Produtores que são uma espécie de Zanuks da Picheleira, malandros que aprenderam os truques para vender um “produto” para o mercado à conquista da tal indústria que atrás do nevoeiro é paga pelo contribuinte, esse sim cada vez mais estúpido, graças a Deus e à ausência de crítica. Essa também e isso vem de muito longe, se formatou em puro golpismo ou posições de defesa de gosto, muitas vezes circunstancial. Mas o pior é a própria corrupção dentro das imagens, a pornografia inerente àquele olhar, àquele falar, àquele modo de ser. E ainda o inenarrável João Lopes agora armado em virgem púdica e luminária, grande educador da classe cinematográfica, ele que foi provavelmente o primeiro a trabalhar neste logro, que esmagou o que pôde de tudo o que lhe parecia para além dele próprio, e sobretudo o que fosse frágil e indefeso. O que o Cinema em Portugal sempre foi, frágil, e singular, agora, não tem nem quem o faça nem quem o defenda. Porque agora eles podem.
Lisboa, 26 de Janeiro de 2009.
Margarida Gil
(in_Blog Associação Portuguesa de Realizadores 02/02/2009)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Cinemas portugueses perderam 400 mil espectadores
















Em 2008, e pelo segundo ano consecutivo, as salas de cinema portuguesas perderam espectadores. Apesar disso, aumentaram as receitas de bilheteira, à conta da subida do preço dos bilhetes, segundo o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

De acordo com dados preliminares do ICA, em 2008 passaram 15,9 milhões de pessoas pelas salas de cinema, o que representa menos 400 mil espectadores do que em 2007.

No entanto, exibidores e distribuidores contabilizaram 69,9 milhões de euros de receita bruta de bilheteira, ou seja, mais 800 mil euros do que no ano anterior, um acréscimo que o ICA justificou com a possível subida do preço dos bilhetes.

Em 2008 estrearam-se 233 longas-metragens, 14 das quais portuguesas e 106 de produção norte-americana.

Apesar de ter estreado a 20 de Dezembro de 2007, "Call Girl", de António Pedro Vasconcelos, liderou o "ranking" dos filmes portugueses mais vistos de 2008, com 175.808 espectadores. Em segundo lugar figurou "Amália, o Filme", de Carlos Coelho da Silva (136.798 espectadores), e em terceiro "Arte de Roubar", de Leonel Vieira (28.917 espectadores).

A Lusomundo, que detém 51 por cento da quota de mercado na exibição em Portugal, foi a que mais lucrou em 2008, com 35,7 milhões de euros - uma receita bastante superior à das restantes exibidoras do "ranking". A Socorama - Castello Lopes Cinemas arrecadou 13 milhões de euros e a UCI 9,3 milhões de euros.
(in_Público 29/02/2009)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Utopia "strikes again"

Argumentista e realizador João Maia afastado. "É um roubo". Rodagem da produtora Utopia Filmes (Corrupção) devia ter começado dia 12

Na sexta-feira dá entrada num tribunal cível comum uma providência cautelar que visa parar o projecto do filme Variações, baseado na vida do cantor António Variações. A providência cautelar, destinada a salvaguardar os direitos de autor do argumentista e realizador João Maia, surge na sequência do seu afastamento pela produtora Utopia Filmes, de Alexandre Valente.

A providência cautelar é o primeiro acto de um processo judicial que João Maia accionará contra a Utopia Filmes, com quem tinha um contrato de escrita, realização e com controlo sobre a escolha de elenco e equipa técnica de Variações. "O primeiro objectivo é assegurar os meus direitos de autor. O outro é perceber para onde vai o cinema português", diz João Maia. Contactado pelo 'Público', Alexandre Valente não quis comentar o caso e a alegada rescisão unilateral do contrato com João Maia.

João Maia, autor da curta "O Prego" (1996) e realizador do "Programa da Maria" (SIC), recebeu em 2004, com Catarina Portas, um subsídio de apoio à escrita do Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia para um guião sobre António Variações. Em 2006, assinava com a Utopia como autor de Variações. No início de 2008, o guião integrou a candidatura de seis projectos da produtora ao Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual (FICA), privado, e recebeu 550 mil euros.
O filme, cuja rodagem deveria ter começado dia 12 e que já tinha equipa técnica, parte do elenco e músicos escolhidos por Maia, estará neste momento nas mãos do script-doctor (perito que optimiza guiões) australiano Evan Maloney. "Se estão a reescrever, é a partir do meu guião", registado na Inspecção-Geral das Actividades Culturais, reitera João Maia. "Ou me estão a copiar ou é um roubo", diz, referindo que o produtor lhe dissera estar "satisfeitíssimo" com o argumento. No entanto, segundo a família do cantor, a produtora estará a trabalhar num "novo guião".

"Vou fazer o filme"
Maloney chegou ao processo em Novembro e João Maia cedeu-lhe uma cópia do guião para melhoramentos (há dois anos, o filme passou pelas Produções Fictícias com a mesma finalidade, mas sem resultados práticos). João Maia diz ter sentido que Maloney estaria a tentar "apropriar-se" do guião e, em Dezembro, foi-lhe apresentado pela Utopia Filmes um novo contrato em que se previa a possibilidade do seu despedimento sem justa causa e a perda do controlo das equipas escolhidas. Não o assinou e desde então diz não ter obtido resposta às suas contrapropostas. Os actores escolhidos por João Maia já não estão ligados a Variações.
Fazer este filme "é quase um dever cívico", dizia Alexandre Valente ao PÚBLICO em Setembro. O argumentista e realizador garante: "Vou fazer o filme. Sinto-me como um maratonista que passou quatro anos a treinar e que, na linha de partida, sabe que foi substituído. Mas o meu entusiasmo não diminuiu". A Utopia Filmes produziu O Crime do Padre Amaro e Corrupção (2007), cuja versão do produtor se estreou sem o realizador João Botelho, que se afastou após divergências com Alexandre Valente.
(in_Público 21/01/09)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Outro filme em tribunal.

O filme sobre o músico António Variações ainda não está em rodagem e se a providência cautelar interposta pelo seu realizador e argumentista, João Maia, for bem sucedida, a produção da Utopia Filmes poderá mesmo ficar parada.

João Maia assinou, em 2006, um contrato com a produtora de Alexandre Valente para a realização e cedência de argumento de ‘Variações’. Estava na pré-produção do projecto mas agora entrou em ruptura com o produtor de ‘Corrupção’ e ‘SecondLife’.

"Em Dezembro último foi-me apresentado um novo contrato onde constava que eu poderia ser demitido sem direito a justa causa ou indemnização e, claro, não assinei", contou João Maia ao CM.

Além de outras alterações no contrato (omissão de créditos no genérico, por exemplo), Maia apurou ainda que Evan Mallony, um ‘script doctor’ (faz modificações e eventuais melhorias sobre textos, como sucedeu em ‘SecondLife’) com quem trabalhara três dias, está a redigir um novo argumento.

"Será sempre um trabalho a partir do meu, que me durou seis anos de pesquisa e tem três versões registadas na Inspecção-Geral das Actividades Culturais".

A providência que será interposta nos próximos dias visa "parar todo o processo". Contactado pelo CM, Alexandre Valente esteve incontactável até ao fecho da edição.
(in_correio da manhã 14/01/09)

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Fantasporto - Entrevista a Mário Dorminsky

Instituto do Turismo reduz apoio ao Fantasporto

O Instituto do Turismo vai apoiar o Fantasporto com 50 mil euros, o que significa uma redução para metade do valor que, tradicionalmente, é atribuído ao festival de cinema do Porto.

A revelação da verba foi feita pelo director do Fantasporto, Mário Dorminsky, na passada segunda-feira, à Agência Lusa. O também vereador da Câmara de Gaia acrescentou que um técnico do Turismo de Portugal lhe teria garantido, em Novembro, que o Fantasporto podia estar "descansado porque pelo menos os 100 mil euros" iria receber. Fonte do Turismo de Portugal esclareceu ao JPN que não houve nenhuma promessa a nível oficial.

Dorminsky afirmou, também, que o festival poderia vir a ter de “desconvidar algumas pessoas” devido ao corte, quando faltam apenas três semanas para o início do evento, que começa no dia 25 de Fevereiro.

Em declarações ao JPN, António Reis, da direcção do Fantasporto, garante que não se chegará ao ponto de retirar convites que “já estão endereçados”, uma vez que a verba do Turismo de Portugal incide mais sobre os contactos com os meios de comunicação social estrangeiros. No entanto, é possível que os convidados internacionais fiquem na cidade menos tempo do que estava inicialmente previsto.

"Além de manifesta incompetência do instituto e da ignorância dos seus técnicos, parece haver um desprezo por uma iniciativa cultural do Norte, com provas dadas ao longo de 28 anos", disse Dorminsky à Lusa.

Presença em Cannes pode ser afectada
Também afectada poderá vir a ser a presença do Festival de Cannes. António Reis salienta que o Fantasporto é o único festival português com banca no evento da cidade francesa e funciona também como representante de Portugal.

O responsável do festival explica que o apoio do Turismo de Portugal se traduz numa parceria e não num subsídio ou patrocínio. António Reis lamenta que o anúncio tenha sido feito agora, tão "em cima da hora", mas assegura que o público do Fantasporto não vai sentir qualquer mudança no evento, nem a programação vai ser alterada.
(in_JPN Jornalismo Porto Net  09/01/2009)

Fantasporto de mão estendida...



















"Andamos há 29 anos de mão estendida a bater à porta das empresas. É uma vergonha!". O lamento é do director do Fantasporto, Mário Dorminsky, ontem, durante a conferência de Imprensa de apresentação do festival , que tem lugar dentro de pouco mais de um mês.

Apesar de estar cotado entre os 20 maiores festivais do Mundo, o Fantas, orçado este ano em 3,5 milhões de euros, que conta em média com 80 mil espectadores por edição, continua a lutar com a geografia: o facto de se encontrar longe do Poder Central faz com que as empresas, cujos núcleos de decisão cada vez mais se mudam para a capital, pura e simplesmente se desinteressem do evento. Ou seja, cada vez é mais penoso para Dorminsky e sua equipa juntar apoios para levar em frente o certame.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sr. Rui Rio!! Quem semeia ventos colhe tempestades...




















Oliveira recusa "benesses" da câmara
Nas vésperas do seu centésimo aniversário, Manoel de Oliveira deu um sinal claro de que não quer festejar com a Câmara do Porto, entidade que aprovou na semana passada a entrega ao cineasta das chaves da cidade. Oliveira diz que "não anda à procura de benesses" e recusou a distinção, por considerá-la "um aproveitamento de ocasião" vindo de uma instituição com quem tem tido algumas más experiências.
Em declarações citadas pelo 'Jornal de Notícias' de ontem, o decano do cinema mundial explicou a notícia da recusa das chaves avançada pelo semanário 'Sol', no fim-de-semana. Disse que soube da proposta da autarquia pelos jornais, e deixou uma resposta clara, também através da imprensa. "Não vou receber coisa nenhuma. Nunca fui consultado para tal.
Já tenho recebido tantas ofensas e provocações através do jornal", desabafou.

Rui Rio já distinguiu Agustina Bessa-Luís e Álvaro Siza Vieira. Manoel de Oliveira seria o terceiro galardoado nos mandatos do autarca social-democrata, se Oliveira assim o entendesse. Mas este entende que esta vontade é contraditória com a actuação do município, nomeadamente em relação ao projecto da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, que tem um edifício concluído há vários anos, sem que lhe tivesse sido dado o uso a que estava destinado: receber um vasto espólio que o realizador pretendia disponibilizar à sua cidade. Agora, se for por diante a intenção do Governo, o imóvel vai ser um dos três espaços associados ao futuro pólo do Porto da Cinemateca Nacional, mantendo uma ligação à sétima arte.
(in_Público 09/12/2008)