Antigo convento dos padres de S. Vicente de Paulo, o edifício do século XVIII então conhecido por Convento de Rilhafoles foi utilizado em 1829 para alojar a recém-fundada Missão de Portugal da Companhia de Jesus. No seguimento do decreto de extinção das ordens religiosas (1834), funcionou aí o Colégio Militar.
Foi transformado em hospital para doentes mentais por ordem do marechal Duque de Saldanha, que aí fundou o Hospital de Alienados de Rilhafoles em 1848.
Foi transformado em hospital para doentes mentais por ordem do marechal Duque de Saldanha, que aí fundou o Hospital de Alienados de Rilhafoles em 1848.
Dentro de Rilhafoles, são notáveis o edifício oitocentista do Balneário, destinado a inovadores banhos terapêuticos (construção romântica eclética revivalista, de desenho elegante e fachada decorada com azulejos), bem como o Pavilhão de Segurança da 8ª enfermaria de homens, igualmente oitocentista, de planta circular concordante com as teorias mais visionárias da época para o alojamento e vigilância de populações reclusas.
O Pavilhão de Segurança, da autoria do arquitecto José Maria Nepomuceno, fica afastado do resto do conjunto hospitalar e é composto por pequenos quartos contíguos para um ou dois pacientes, voltados para um largo pátio interior ajardinado, e com janelas para o exterior. Nas duas extermidades de um eixo transversal poente-nascente ficam os corpos rectangulares do Refeitório e da Sala de Reuniões, e a entrada no complexo faz-se através de um edifício rectangular de maiores dimensões, adossado a sul, onde funcionava a enfermaria. De notar o facto de não existirem arestas marcadas em qualquer elemento da contrução. Todos os cantos e arestas do edifício, incluíndo ombreiras de portas e janelas e bancos de pedra, são arredondados.
Este é um dos poucos edifícios circulares panópticos do mundo, antecipando muitas soluções fomais do design industrial e da arquitectura dos anos 20 e 30 do século XX.
Presentemente, o Hospital de Rilhafoles toma o seu nome actual em homenagem ao Dr. Miguel Bombarda, ilustre médico e director da instituição, activista do movimento do 5 de Outubro de 1910, assassinado por um doente na véspera dos eventos.
A controvérsia nasce no facto de o assassino ser um militar de alta patente, convicto monárquico, que não estava internado no Hospital mas solicitou uma consulta externa, tendo esta sido efectuada pelo próprio Director do Hospital em consideração da importância do doente.
O Gabinete original, local do assassinato do Dr. Miguel Bombarda
O Hospital Miguel Bombarda vai ser (já foi) desactivado. O Balneário oitocentista, o Pavilhão de Segurança, o Museu e o espólio do Convento estão em risco de ser deglutidos em mais um vórtice imobiliário. Antes que os vejamos embrulhados num "Condomínio Fechado de Rilhafoles", é tempo de apreciar tudo ainda mais uma vez.