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programação Ecos e Eros
Abertura:
Fernanda Almeida Prado
Marcelo Tápia e Daniel Tápia
.Música grega
Leitura de poemas :
Frederico Barbosa
Intérprete:
Marcelo Ferreti
.Noite Branca - Tobias Luz/Frederico Barbosa
Intérprete:
.Malungo
.Pedra Insone - Frederico Barbosa/Malungo
Intérprete:
Elisa Gatti
.Nós Paisagem (Elisa Gatti/Frederico Barbosa)
Intérprete:
Malungo
.Desexistir (Frederico Barbosa/Malungo)
Leitura de poemas:
Eduardo Lacerda
Intérprete:
Reynaldo Bessa
.Cartas de Amor(Fabrício Carpinejar/Reynaldo Bessa)
.Esfinge (Reynaldo Bessa)
.Por amor (Zé Rodrix/ Reynaldo Bessa)
Leitura de poemas:
Donny Correa
Leitura de poemas:
Marcelo Tápia
Músicas:
Marcelo Tápia e Daniel Tápia
Modinha (H. Villa-Lobos - (Manduca Piá)...Manuel Bandeira)
Desejo (H. Villa-Lobos - Guilherme de Almeida)
Canção marinha (Marcelo Tupinambá - Mário de Andrade)
Melodia sentimental (H. Villa-Lobos - Dora Vasconcellos)
Intéprete:
Miriam Samorano
.Samba de uma nota só (Tom Jobim e Newton Mendonça)
.Lígia (Tom Jobim)
.Coração de violeiro (Alvarenga e Ranchinho)
Intérprete:
Neno Miranda
.Nós dois (Neno Miranda)
.Água e Palavras (Neno Miranda)
.Qualquer Verão (Neno Miranda)
Leitura de poemas:
Fernanda Almeida Prado
Ozias Stafuzza
Intérprete:
O tambor tá me chamando-
Gilberto Gasparetto,Jonathan Silva,
Karina Ninni,Lucas Brogiolo
.Sabiá (domínio público)
.Ô Maria ( domínio público)
.São João Batista ( domínio público)
Leitura de poemas:
Cássio Junqueira
Intérprete:
O Zi e Cris Pini
.A primavera (Carlos Lyra e /Vinicius de Moraes )
Intérprete:
Cris Pini
.Meditação (Tom Jobim e Newton Mendonça)
Intérprete:
Aurora Maciel
.Vira virou (Kleiton e Kleidir)
.Primavera (Tim Maia)
Direção:
Fernanda Almeida Prado
design:
débora bertoncelo
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SESC IPIRANGA
Rua Bom Pastor, 822
dia 22 de Setembro às 18:00h
área de convivência
gratuíto
telefone: 11 3340-2000
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Celina Ferreira
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No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
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No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
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Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
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O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme
através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
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No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
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Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça,
com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra
debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .
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Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...
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O tempo em que festejavam o dia dos meus anos ! ...
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Álvaro de Campos