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21 de jun. de 2010

Ruy Belo ...

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E TUDO ERA POSSÍVEL
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Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
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Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
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E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
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Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer
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Ruy Belo
(In Homem de Palavra(s), Liboa, Editorial Presença )
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22 de jan. de 2009

Mas que sei eu

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Mas que sei eu
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Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
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Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono
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Nenhum súbito súbdito lamenta
a dor de assim passar que me atormenta
e me ergue no ar como outra folha
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qualquer. Mas eu que sei destas manhãs?
As coisas vêm vão e são tão vãs
como este olhar que ignoro que me olha
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Ruy Belo
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16 de jan. de 2009

A missão das folhas

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A missão das folhas
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Naquela tarde quebrada
contra o meu ouvido atento
eu soube que a missão das folhas
é definir o vento
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Ruy Belo
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