Crônica publicada originalmente no dia
18.02.1992, no Jornal Feira Hoje, em Feira de Santana/BA
Era tudo silêncio, como se
um pacto sinistro contra a dignidade humana tivesse sido celebrado entre o
conjunto da sociedade e os seus dirigentes. Um silêncio tenebroso e mordaz.
Éramos cúmplices de um genocídio, que ardilosamente se tentava esconder, éramos
atores do teatro do mar de lama. Até que esta semana um grande jornal de São
Paulo resolveu denunciar a farsa em que estávamos mergulhados e mexer na
ferida, divulgando uma série de reportagens a respeito do inferno da canalhice:
a prostituição de menores nas cidades brasileiras.