Regresso ao trabalho pós-Carnaval pode trazer problemas.

Mesmo sem a costumeira tolerância de ponto para a função pública, quase metade do país gozou hoje o Carnaval, desfilando nas ruas das cidades com maior tradição, de Loulé a Sesimbra, passando por Torres Vedras ou Figueira da Foz. No entanto, o País deverá começar a voltar à normalidade já amanhã, com os milhares de homens portugueses que hoje vestiram minissaia e pintaram os lábios a regressarem aos seus empregos, para enviar e-mails com piadas sobre maricas e mandar bocas aos colegas que não gostam de beber minis e por isso devem ser rabetas.
Anacleto Bastos, presidente da Associação de Matrafonas do Carnaval de Torres Vedras, confirmou isso mesmo, em exclusivo para o Jornal do Fundinho: «Isto hoje foi espetacular, foi mesmo o melhor Carnaval de sempre. Nunca vi tanto bigode e tanto top minúsculo juntos! Mas amanhã é dia de trabalho e às 9 em ponto lá estarei ao portão da metalomecânica pronto para dar no duro! Mas não é dar no duro como os paneleiros, que eu sou muito homem!» Bastos concedeu, ainda assim, que o regresso ao emprego não acontecerá sem algumas dificuldades: «Eu sou supervisor do setor de soldadura e vai ser um bocado difícil fazer-me respeitar porque, este ano, usei um batom dos chineses que demora uns cinco dias para conseguir tirar...»
Para o próximo ano, Anacleto Bastos assegurou que voltará a vestir-se de mulher, haja ou não tolerância de ponto, embora tenha garantido que está do lado do primeiro-ministro e do Governo. «O Passos Coelho tem toda a razão: somos um país de piegas e de mariquinhas. Portugal precisa é de homens a sério, homens de barba rija e másculos. Tão certo como esta cabeleira que eu tenho posta ser loura!», afirmou.

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