O aperto do calendário condicionará, aliás, as hipóteses de assistirmos a grandes arranjos tácticos no encontro. As alterações tácticas para a especificidade de um jogo requerem mais do que criatividade no papel. É preciso tempo de treino e sistematização. Ora, com os jogos a meio da semana a forçar sessões de recuperação e vários condicionalismos físicos por via de lesões, não me parece possível nem aconselhável apresentar outra coisa que não seja o habitual figurino em cada uma das equipas. Mais, arrisco mesmo dizer que o treinador que desafiar esta lógica correrá sérios riscos de ver a sua equipa ter um rendimento abaixo do esperado no jogo.
À previsibilidade táctica que espero, junta-se, em contraste, a incerteza do onze em cada uma das equipas e da recuperação de algumas pedras chave estará dependente em grande medida as hipóteses de cada uma das equipas. Aqui, destaco o Sporting. Jogar com ou sem Liedson, Romagnoli e Vukcevic não é minimamente indiferente na interpretação qualitativa do modelo de Paulo Bento. Ainda assim, prevejo que seja o Sporting a mandar naturalmente no jogo. Porque joga em casa e porque a sua ideia de jogo dá maior importância ao domínio, já que não é uma equipa forte a actuar em transição. Ao Sporting coloca-se no entanto a questão de como é que esse domínio será exercido: estendendo-se a desequilíbrios no último terço do terreno ou permitindo que o Benfica controle o jogo, ficando o Sporting permanentemente sujeito às transições encarnadas. Neste aspecto, as recuperações de Romagnoli e Liedson parecem-me fundamentais. No que respeita ao onze, acredito que, caso tenha boas notícias no que respeita aos jogadores em dúvida, Paulo Bento actue com
Do lado encarnado também não teremos uma equipa na máxima força. Nuno Gomes, Petit e David Luiz estão fora das contas de Camacho, mas também Luisão e Rodriguez não parecem estar nas melhores condições para o embate. A estratégia de Camacho deverá passar por jogar com a variante do sistema que utiliza um só ponta de lança, permitindo o reforço da zona intermédia. De resto, não prevejo que o Benfica tenha problemas em dar a iniciativa de jogo ao Sporting, tentando depois actuar em transição. Apesar das limitações ofensivas da equipa, Camacho conseguiu introduzir mais estabilidade à equipa quando esta não tem bola e esse deverá ser um dos pilares essenciais da estratégia encarnada. De resto, a eficácia das bolas paradas e as transições serão as armas ofensivas para levar de vencido o encontro. No capítulo das transições há um aspecto que poderá ser essencial: o espaço e preponderância que a equipa conseguir oferecer a Rui Costa. Se o “maestro” tiver bola em condições para tirar aproveitamento dos espaços o Benfica estará mais próximo da vitória, mas isso é uma questão que também dependerá da capacidade de neutralização do Sporting. No que respeita ao onze prevejo que Camacho possa eleger:
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