Por falar em intercambio culinário, devo apresentar a nova colaboradora do Idéias.A Miriam, querida amiga que foi morar definitivamente no Canadá, vai nos enviar de lá suas experiências na cozinha (ela sempre foi excelente chef de cuisine ) com os ingredientes diferentes que ela tem por lá. Miriam é boleira de mão cheia, faz doces incríveis para festas, portanto vai suprir minhas falhas nesta área. É uma maneira de estarmos juntas, ainda que longe.Minhas parceiras neste Intercambio Culinário que a Axly, a Nana e a Ameixa promovem, são Nair e Marien do blog O que fazer pró jantar .Gosto tanto do texto delas para descrever este prato, que vou apenas traduzir o texto para a "língua brasileira", e fazer um ou outro adendo."Haverá comida mais lusitana? É ótimo para ser preparado com antecedência, deixando para ser finalizado na hora de servir. Aliás o prato quer-se bem molhadinho… a vovó Nair costumava dizer que o arroz “malandro” (ou “a fugir”) tinha que se esperar na mesa! Bom conselho! Desta vez fiz na panela de barro… ( eu fiz na panela de ferro, pois a minha de barro quebrou) é bom para manter quente, pode servir-se na própria panela, mas tem de se ir cozendo muito lentamente, com o fogo baixinho, mexendo sempre para não pegar. Juntar grelos ( aí estava a minha curiosidade, gente o que são estes grelos? Então Nair me explicou que eram os brotos da couve. Usei brócolis, porque por aqui ninguem dá broto de couve, pois do pe´de couve tiramos algumas folhas de cada vez e isto dura muito tempo. Se tirarmos os brotos... bye bye pé de couve) ou não é uma questão de gosto…O que precisa de ter à mão (como tantas outras vezes, a quantidade é o “olhometro”, gosto e necessidade):-Bacalhau dessalgado, cortado aos pedaços, sem espinhas (pode utilizar as postas mais finas, ou até mesmo aquele que já vem desfiado – não gostamos tanto porque fica muito desfeito, mas é uma opção; (usei o desfiado grande) aqui em casa fazemos muitas vezes com as “bochechas” (bochechas, não cheguei a conhecer) – é uma parte muito saborosa*-cebola picada - alho picado-massa de tomate (uso muito pouco, só para dar uma corzinha rosada) Aqui usei tomates sem pele e sem sementesazeite vinho branco (também muito pouco)-sal e pimenta-Brócolis só as floresarroz carolino (o arroz de grão grosso é sempre melhor porque tem mais goma; uma chávena de café de arroz para duas pessoas costuma ser suficiente, porque o arroz feito desta maneira cresce muito)- Usei arroz arbóreo, pois estava já imaginando um belo risoto de bacalhauágua quente (a quantidade que usamos para ficar “a fugir” é uma medida de arroz para três de água; nunca colocamos a água toda de uma vez e convém ter sempre água quente por perto para os ajustes)- salsa picada
Como fazer:
Comece por arranjar e lavar os brócolis, use só as florzinhas; reserve. Faça um refogado leve com o azeite, a cebola e o alho, junte os tomates picados e “respingue” com o vinho branco. Vá mexendo sempre e deixe apurar um pouco para que o álcool do vinho evaporeAcrescente a água quente (reserve um pouco da água quente) e deixe levantar fervuraTempere com sal e pimenta a gosto (cuidado com o sal por causa do bacalhau; mais vale retificar os temperos depois)Junte o bacalhau e o arroz; vá mexendo (importantíssimo se fizer em panela de barro) e deixe o arroz ir cozendo… esta é a altura para ver se precisa de acrescentar mais água ou não; é importante que deixe cozer lentamente; Quando o arroz já estiver “aberto” acrescente os brócolis… deixe levantar fervura, retifique os temperos e deixe acabar de cozer (vá controlando a quantidade de água para não deixar secar);Quando o arroz já estiver pronto, os brócolis também devem estar (aqui também serve o critério “ao dente” para quem, como nós, não gosta das folhas verdes muito cozidas)Já com o fogo desligado polvilhe com salsa picada e tape a panela… entretanto vá chamando o pessoal… e não esqueça o conselho da vovó: arroz malandro espera-se à mesa!Um bom vinho para acompanhar e eis um jantar de sucesso!*costumamos ter sempre bacalhau já dessalgado no congelador. É um optimo recurso de última hora. "Ficou divino! Acompanhou um vinho portugues Periquita.