Este blogue começou por servir para guardar as cartas dirigidas a jornais entre 2000 e 2006, permitindo aos visitantes a sua leitura. Assentam no direito e liberdade de expressão e no dever do cidadão, em democracia, contribuir para a melhoria das condições de vida das pessoas num meio ambiente mais adequado e seguro. Depois das cartas, são aqui colocados textos seleccionados publicados em blogues.
Estamos muito próximos do 10 de Junho, dia em que serão distribuídas comendas e outras benesses honoríficas. A tal propósito, recordo o post Palavras e actos desavindos e outro Coerência entre palavras e actos. Será bom que se medite num e noutro para que deixe de haver desavença entre as palavras e os actos e que estes passem a fazer o mesmo jogo, em plena coerência, para se conseguirem os objectivos do «crescimento » de que tanto se tem vindo a falar. Será desejável ver em cada condecorado o resultado visível de esforço no sentido do crescimento da economia nacional, do emprego, das exportações, etc. Sua Exª o PR tem dito palavras muito sensatas acerca destes objectivos e será uma oportunidade de as condecorações que irá conceder serem coerentes com tais conceitos, para que acreditemos na sua fé e na sua esperança na ultrapassagem da crise e servirem de forte estímulo para um futuro mais «garantido» para os portugueses.
Deixa-se aqui o convite a cada leitor deste espaço para que empregue algum do seu tempo a procurar listar os feitos de cada condecorado para os altos objectivos nacionais, em termos de bom investimento, de criação de postos de trabalho, de aumento de exportações, de impostos pagos, de média salarial justa e elevada, de apoio à sociedade local e regional em regime de mecenato, etc. Se forem conseguidas boas listas, então terá havido coerência entre as palavras e os actos…
Uma boa imagem da actual austeridade. O Estado, para manter a sua obesidade e os tachos para coniventes (colaboradores, saca o mais que pode aos trabalhadores que produzem.
«É a capacidade do homem para a justiça que torna a democracia possível, mas é a inclinação do homem para a injustiça que torna a democracia necessária».
NOTA:
Isto leva a pensar que, no estado de injustiça em que estamos a viver, está a tornar-se necessária a DEMOCRACIA, de verdade, visto que os portugueses ainda não mostraram ter capacidade para a justiça, a ponto de terem tornado possível a desejada DEMOCRACIA.
"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque ela traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".
Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."
Texto recebido por e-mail com indicação de ser da autoria de Albert Einstein
É inquestionável a necessidade de moralidade e seriedade na administração do dinheiro público, em qualquer circunstância, mas com maior e mais rigorosa justificação em situação de crise em que são exigidos enormes sacrifícios a grande maioria da população. Com quase um ano de exercício do actual Governo e depois das promessas feitas na campanha eleitoral, era de esperar que tivesse sido travada a descida para o abismo. Mas, apesar de palavras de fantasioso optimismo, a informação que chega, embora cautelosamente dissimulada, mostra que a descida continua embora, talvez, com velocidade menos acelerada.
Por exemplo, não pode passar despercebida a notícia de que A classe média também já vai buscar comida às cantinas sociais.
E perante os sinais de crise aguda, continuam os vícios de corrupção, compadrio, negociatas em favor de amigos, à custa de abusos imperdoáveis de mau emprego do dinheiro dos impostos, como diz a notícia de que o Estado gasta por mês 130 milhões de euros sem concurso o que, para mais, prejudica o bom funcionamento da economia que era suposto e desejável basear-se na livre concorrência e na iniciativa individual.
Mas os abusos vão muito mais além e, por exemplo, a notícia Aulas no privado dadas pelo chefe diz que a empresa «Estradas de Portugal (EP) pagou formação a, pelo menos, sete funcionários do departamento de informática numa universidade privada. O director do curso era o superior hierárquico dos trabalhadores em questão.» Há instituições públicas em que se usa o sistema «on the job training» e, no caso versado, isso até seria fácil porque ao superior hierárquico foi reconhecida capacidade para ministrar a instrução.
Sem dúvida que «a necessidade aguça o engenho», isto é, numa situação desconfortável, como o desemprego, é preciso procurar soluções, aproveitar oportunidades. Eis um caso exemplar que merece ser divulgado e seguido.
«Isabel Moreira e Tânia Dias decidiram montar, durante três meses, um projecto de voluntariado em que oferecem à comunidade os seus serviços, como a medição de tensão arterial, diabetes, acompanhamento a consultas, apoio na medicação ou na execução de pensos, por exemplo. Findo o prazo, esperam um contrato.
Os sonhos de trabalhar num hospital ou centro de saúde, foram-se desvanecendo à medida que os dias em casa se iam transformando em desespero. Isabel Moreira, de 39 anos, natural da Mêda, na Guarda, trocou uma carreira como gerente hoteleira pelo sonho de tratar dos outros. Um dia, desafiou a colega de curso Tânia Dias, de 22 anos, de Seia, também no distrito da Guarda, e com o mesmo sonho, a embrenharem-se no Planalto Mirandês e darem a conhecer o Laços, um projecto de apoio à comunidade em regime de voluntariado, para já, com a esperança de lançar a semente que no Verão lhes possa trazer o ordenado.»
O problema das Secretas e da posição de Relvas, sob alegada pressão, está a representar um problema grave na actualidade, como se pode ver pelas posições tomadas por personalidades notáveis da área do Governo, referidas por ordem alfabética:
Em qualquer actividade, a avaliação do desempenho deve assentar, principalmente, nos resultados obtidos, na obra acabada. Não bastam palavras de «custe o que custar», «garanto que…», «asseguro que…», «emigrem», «piegas», «oportunidades», «tenho fé que…», etc. Não é por acaso que uns dizem que se «está a afundar o país» e outros temem «graves riscos de espiral recessiva».
A Austeridade, tal como foi aplicada, parece ter sido uma vacina mais letal do que preventiva.
«O défice do Estado subiu para 3,05 mil milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, revelam os dados da Direcção-Geral do Orçamento (DGO).
Este valor representa um agravamento em relação aos números verificados em igual período do ano passado quanto atingiu 2,45 mil milhões de euros.»
Este é o resultado de 10 meses de exercício. Qual tem sido a estratégia? Com pequenos deslises permanentes qual o resultado esperado para o fim do mandato do Governo?
Era suposto que as gorduras do Estado fossem cortadas!!! Mas, das instituições consideradas desnecessárias, poucas foram encerradas assim como fundações, comissões e observatórios. Afinal, não resistiram à tentação de continuar a beneficiar os coniventes e cúmplices. Os boys e afilhados continuam a pesar cada vez mais nos cofres públicos. São impressionantes as listas que circulam por e-mail, sem aparecer quem esclareça, justifique ou contradiga.
Este vídeo extraído do blogue Sempre Jovens mostra que o ensino, por ser obrigatório e praticamente gratuito é considerado um castigo que tortura e oprime as crianças inocentes que apenas são ensinadas a exigir respeito pelos seus «direitos» sem lhes serem mostrados «deveres» que as preparem para a qualidade de cidadania, depois de adultos.
Há alguns anos, quando se pretendeu criar um serviço de saúde gratuito com remédios por conta do Estado, sobressaiu o conceito de que se os cuidados com a saúde não podem ser menosprezados, convém que não sejam totalmente gratuitos, porque o que é gratuito acaba por ser considerado sem valor e desprezado. E quando as pessoas apreciam uma coisa e gostam dela e do seu uso estão dispostas a pagar bons preços como é o caso do carro, dos equipamentos de comunicação e informáticos e com as roupas da moda.
Nesta óptica, seria lógico pensar que a dedicação aos estudos e o respeito pelos professores por parte dos alunos e das famílias atingiria um grau mais elevado se deixasse de ser obrigatório e gratuito. Aquilo que tem valor não pode ser gratuito nem obrigatório.
Poderá dizer-se que há uma faixa da população sem capacidade de pagar integralmente o estudo dos filhos, mas a esses aplicava-se um valor simbólico e dependente da capacidade de aprendizagem e do comportamento dos alunos. A um génio nascido em família pobre, o Estado tem conveniência em apoiar investindo nele com razoabilidade.
Hoje, como mostra o vídeo, muitas crianças não estudam por gosto, por consciência de que precisam de aprender, mas porque a isso são obrigadas, porque têm de fazer «trabalhos» de casa, para satisfazer as exigências do professor, etc. Por isso, se sentem no direito de reclamar e insultar os seus «opressores». E nisso têm o apoio da família, quando esta não sente a necessidade de aquisição de conhecimentos e de valorização, para benefício futuro. Não encara o ensino como qualquer outro investimento nem sequer como uma despesa com brinquedo efémero. É visto como um direito, sem contrapartida de deveres e obrigações.
Por seu lado, o Estado também está a encarar o ensino como uma bandeira de competição com os países amigos, querendo mostrar estatísticas de êxito, que é falacioso, porque é obtido por provas fáceis, superficialidades, inutilidades e afastamento de uma finalidade prática na aplicação na vida corrente. A ostentação das estatísticas apresenta aspectos vergonhosos, com números falsos que ruiriam se fosse feita uma eficaz avaliação posterior de conhecimentos.
Em vez da obrigatoriedade, seria mais lógico e eficaz considerar o saber como um produto útil que cada um deve obter por sua iniciativa, esforço e dedicação. Isso devia ser posto em prática estimulando as famílias a interessar-se pela educação e instrução dos filhos com o mesmo entusiasmo com que compram o último modelo de telemóvel. Na vivência escolar, o professor deveria agir, em conformidade, com rigor e exigência, ensinando os alunos a ser responsáveis para se tornarem adultos válidos para si próprios e para a sociedade. Se, durante as aulas, o estudante mostrar que não tem vontade ou capacidade, deve ser-lhe imposto que vá fazer outra coisa ou pagar a um colégio especializado em ensinar os menos capazes.
Na sequência, os empregadores deveriam fazer uma avaliação das capacidades dos candidatos aos postos de trabalho e só admitir os melhores, com mais mérito para o desempenho das tarefas que lhes vão ser atribuídas. Esse seria o prémio aos bons estudantes e um estímulo para os estudantes gostarem de estudar responsavelmente.
É claro que ficariam muitos marginais, mas ao contrário de agora, esses não argumentavam que até têm diploma e não lhes dão emprego. A Justiça deveria ser rigorosa no combate à criminalidade ou acções anti-sociais. As prisões não deviam ser hotéis, mas locais de castigo com finalidade e possibilidade de recuperação social para reintegração na sociedade.
Mas, pelo contrário, a filosofia existente é de apoio à mandriice, à reivindicação de direitos e ao desprezo de deveres. E, neste caso, os professores são muitas vezes as maiores vítimas do sistema.
NOTA:
Tendo mostrado este vídeo e texto a uma professora conhecida, recebi comentário demolidor por a senhora se fixar apenas no pagamento e por pensar que era defendida a privatização do ensino. Enviou-me o vídeo seguinte que mostra jovens portugueses da escola Profissional de Música de Braga que integram a Orquestra sub-21 em Guimarães 2012, e que, ao contrário do comentário da senhora, me merece a NOTA que se lhe segue.
A música, em coro ou em orquestra, constitui o resultado do tipo de ensino que se sugere na nota anterior. A aprendizagem da música assenta na motivação de cada aluno, na sua vontade de aprender. O aluno aprende e pratica o trabalho de equipa (orquestra) em que cada um actua com a máxima perfeição de que é capaz, respeitando o trabalho de cada um dos seus colegas. Assume esse dever, porque sabe que a falha de uma nota prejudica o resultado final da participação de todos, da obra colectiva. O professor ou maestro é respeitado e as suas indicações e correcções são ouvidas com vontade de serem fixadas e tidas em conta em qualquer momento.
Não importa que a orquestra do vídeo seja formada por alunos de escolas de música pública ou privada. Os métodos não podem ser diferentes, na sua essência, porque o resultado pretendido é o mesmo. O que pode ser discutido e deve ser bem analisado é o sistema que crie melhor motivação nos alunos para se dedicarem inteiramente à aquisição de conhecimento com respeito pelos professores e colegas e pelas regras a seguir. Mais do que em direitos, os alunos devem ser consciencializados para os seus deveres e aprender a viver em sociedade civilizada.
(…) Questionado se o Governo português tem seguido essas políticas de consolidação orçamental e crescimento e económico e criação de emprego, Cavaco Silva afirmou: “O mais importante é que a União Europeia como um todo adopte políticas que conduzam ao crescimento económico na Europa e que, dessa forma, Portugal possa beneficiar do aumento das exportações e de uma maior atracção do turismo e, ao mesmo tempo, que sejam influenciadas as diferentes entidades que dialogam com o Governo português, neste caso a chamada troika, porque a troika está no G8, e que eles tragam para Portugal esse espírito que recomenda a conciliação do crescimento económico com a consolidação orçamental.”
Cavaco Silva afirmou ainda estar “convencido” de que o Governo português está tão interessado quanto ele “e a generalidade dos portugueses” em ter “meios e oportunidades para reforçar a política de crescimento económico e criação de emprego”.(…)
Parece um acto de «sacudir a água do capote», uma tentativa de transferir responsabilidades e culpas para a troika. Ora, de acordo com os princípios da democracia que nos rege, o povo delegou no PR e, por eleições legislativas, no PM e na AR a máxima autoridade para gerir os interesses nacionais. Não votou na troika nem em nada exterior à soberania nacional que uma velha Constituição dizia residir «em a Nação». Os eleitores, nas urnas, delegaram poderes nos seus representantes nacionais e estes poderão delegar alguns em outras instituições, mas sempre aprendi e pratiquei, na vida activa de muitos anos, que a autoridade pode delegar-se mas a responsabilidade não se delega.
Será que os referidos mandatários dos eleitores abdicaram em instituições estrangeiras?
Qual é o poder do governo na conciliação das medidas de austeridade com as necessidades de crescimento económico e de consolidação orçamental? Neste, como nos outros sectores, a responsabilidade é dos órgãos de soberania e não da troika.
A quem deve o Governo dar contas prioritariamente, aos eleitores ou aos credores?
Os cidadãos devem mais respeito e consideração ao Governo ou à troika?
Estaremos perante uma grave contradição entre a teoria e a propaganda por um lado, e a realidade prática por outro lado?
Como se define hoje, em termos práticos e bem claros, a soberania nacional?
O ministro Mota Soares deseja que Portugal seja um exemplo de «valorização da coesão social». Este desejo de valorização significará um esforço para conseguir melhorar a coesão social, o que é digno dos maiores encómio. Dado o estado de injustiça social dominante na nossa sociedade, não será difícil conseguir melhorias visíveis, mas o desejável será que Portugal se venha a situar entre os países onde haja maior coesão social.
Convém, no entanto, não cair na tentação de declarações públicas «politicamente correctas» ao fazer a avaliação dos resultados de tal esforço de valorização, pois é conveniente não confundir coesão social com brandos costumes, indiferença, tolerância, «deixa andar», «tanto faz», «seja o que Deus quiser». Não deve abusar-se da submissão do povo iletrado e pouco informado.
Os portugueses que desejam vislumbrar os caminhos que estão a ser preparados para avançar para o tão falado «crescimento» de Portugal devem ficar surpreendidos com a notíciaPescas e caça são novas apostas do ensino profissionalvinda a público no Jornal de Notícias.
Tratar-se-á de uma«Brilhante» ideia ???!!!
Será com estas profissões que se espera criar «crescimento»?
Será isto que irá aumentar as exportações e colocar Portugal ao nível dos mais desenvolvidos parceiros europeus e do mundo???
Para onde queremos ir?
Que objectivos pretendemos atingir com esta estratégia?
Porque não preferiram o futebol e o golf ????
Em que local remoto residirá a eventual pouca lógica que os governantes possuem???
Mas, felizmente, fora dos gabinetes ministeriais, alguns portugueses mostram mais sensatez, maior sentido das realidades e tomam decisões mais adequadas ao crescimento concreto, evidenciando inteligência prática. É o caso da notícia do mesmo jornal Transportes para turistas são negócio dourado no Porto, muito coerente com as perspectivas, há muito enunciadas, de que o Turismo poderá ser uma via prioritária para o crescimento.
Como será o Portugal de amanhã? Para onde querem levar o nosso País?
Parece que estamos a viver em ambiente de grave irracionalidade.
A notícia Barreiro: passe anual dos transportes para idosos passa de dois euros para 20 a 24 euros deixa-nos preocupados acerca do «estudo sério» em que possa ter sido baseada a decisão de criar o cartão de dois euros anuais. É possível que não tenha qualquer justificação válida a não ser o capricho «generoso» do autarca para ganhar votos ou para mostrar solidariedade em qualquer manifestação de apoio aos idosos. Dois euros não devem sufientes para cobrir as despesas inerentes à criação e à renovação do cartão. E como não haverá critério defensável para justificar a criação e a manutenção de tal situação, surge agora a ideia de passar o cartão de 2 para 20 ou 24 euros, um aumento de dez vezes mais, o que é chocante para muitos daqueles que vão ter de suportar o pagamento.
Terá agora havido estudo assente em análise cuidada ou será o novo valor também resultado de um capricho? Não passará de mais uma decisão «porque sim»? Haverá sensatez, racionalidade, lógica, neste aumento?
Nada se pode estranhar dado que a nível governamental também aparecem decisões carentes de racionalidade.
Num momento em que o Ministério da Educação prepara mais reformas, especialistas avisam que as decisões políticas por tradição não são avaliadas nem suportadas por estudos.
Na educação, as reformas têm de ser lentas e precisam de tempo para amadurecer. Parece quase um lugar-comum, mas não é isso que acontece em Portugal, avisa a especialista em ciências da educação Helena Peralta. Bastará recuar no tempo para concluir que nas últimas seis décadas o país atravessou três reformas curriculares e ainda duas reorganizações dos currículos do ensino básico e secundário. Muitas mudanças com consequências que ninguém conhece, já que “os efeitos nunca foram avaliados”, conta a investigadora do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. (…)
Para ler até ao fim faça clic aqui.
NOTA:
Seria desejável que o critério conducente a esta decisão, como a todas, não fosse o indicado no título da notícia mas, sim, resultante de um estudo segundo o método indicado em Pensar antes de decidir.
Com efeito, o «eventualmente» justifica-se pois tem havido abundantes provas de que os governantes nem sempre percebem «o caminho que está ser trilhado pelo Governo», parando, recuando, mudando de rota e, como aconteceu há dias com o ministro das Finanças, confessando a sua surpresa com o preocupante aumento do desemprego que ele não tinha previsto. Onde andaria ele para ficar surpreendido?
Frasquilho, como alguns governantes, mostra que parece não perceber os sentimentos dos portugueses. Estes precisam que os governantes percebam o caminho que estão a querer seguir e o expliquem em termos simples e claros aos cidadãos a fim de estes poderem fazer uma ideia daquilo que lhes está a ser preparado para amanhã. Assim, parece que estamos muito distantes do momento em que a maioria dos portugueses percebam «o caminho que está ser trilhado pelo Governo».
Na sequência deste tema que considero de grande importância no momento actual, trago aqui a entrevista de António Pontes, responsável por um grupo de empresas de Sete Lagoas, Minas Gerais, Brasil. É notável o seu conceito prático sobre a função social da empresa e a
simplicidade e humildade como se refere à forma consciente e de grande sentido de responsabilidade em relação aos seus colaboradores e à sociedade em que está inserido desde muito novo. Vale a pena assistir com atenção ao vídeo até ao fim.
A economia precisa de Homens assim.
Afínal eles poderão nem todos pertencer a lojas, como há poucas semanas se dizia mas, sim, a capelinhas de fanáticos que acreditam, garantem, asseguram, mas apesar de serem tão apegados à frieza dos números não conseguem convencer com contas de «a mais b». E sem argumentos seguros não conseguem atrair fieis para as suas crenças.
Agora, o PSD acredita numa inversão do desemprego no segundo semestre, mas nem todos os portugueses se esqueceram dos malabarismos com as crenças sucessivamente alteradas sobre a previsão da data do retorno dos subsídios de férias e de Natal.
Os portugueses que não pensam apenas em futebol não estão interessados que os deputados do partido do Governo confessem a sua fé e as suas crenças religiosas e preferem que, se puderem e tanto quanto possam, lhes expliquem as medidas que pretendem tomar para resolver os problemas nacionais.
Tais explicações seriam úteis para cada um poder imaginar o futuro, destinar alguns investimentos ou fazer poupanças e decidir como as guardar. À falta de segurança quanto ao futuro, pode acontecer como na Grécia em que de repente foram levantados dos bancos mais de 700 milhões de euros. Cá já há quem esteja a guardar dinheiro debaixo do colchão, mesmo com o perigo de, se não estiver bem colocado, poder criar problemas de escoliose e outros.
Mas numa coisa devemos partilhar na crença do PSD, pois o desemprego já está de tal forma que não pode continuar a aumentar sem risco de grave convulsão social. Daí em os deputados e seus colegas de partido se deverem concentrar não em crenças mas em medidas que estimulem os agentes económicos a criar empregos e desenvolvimento.
Este caso é um bom exemplo daquilo que deve ser uma empresa. Infelizmente, poucas mostram ter consciência das suas múltiplas responsabilidades: remuneração do capital investido, salários a administradores e trabalhadores, pagamento a fornecedores, oferta aos clientes de produtos em boa qualidade e preço, relações de boa vizinhança com a população local em acções de mecenato.
Os trabalhadores devem ser a cada momento considerados como agentes activos da empresa com interesses nos bons resultados, pelo que devem ser apoiados e incentivados de forma semelhante ao que é praticado em relação à administração, em proporção adequada.
Como vamos sair deste buraco? Como é que isto vai acabar? Até quando iremos suportar estes sacrifícios? Perguntas como estas ouvem-se a cada passo. Mas não aparecem respostas credíveis.
Na impossibilidade de vislumbrar saída, dado nem sequer haver objectivo definido, sem o que não pode ser encontrada solução estratégica, todas as hipóteses são válidas para esquemas de raciocínio de investigação destinados a encontrar o caminho a seguir. Daí que os alertas aqui repetidamente deixados no sentido de agir rápida e sensatamente para evitar soluções de violência que causem mais inconvenientes do que vantagens.
Transcrição de parte do artigo de opinião publicado por A. Marinho e Pinto no JN com o título Uma barata tonta (2):
(…) No Wikicionário a expressão «barata tonta» significa «pessoa confusa, pessoa desorientada» e na lista de expressões idiomáticas da língua portuguesa da Wikipédia significa «perdido, desorientado, sem saber o que fazer». Essa expressão já foi aplicada, sem alarido, a uma ministra da Educação de José Sócrates e à presidente do Brasil Dilma Rousseff. Vejamos então por que a aplico à ministra da Justiça.
Toda a sua atuação tem sido a de uma pessoa perdida e desorientada que se guia pela instabilidade dos seus estados de alma e pelas manchetes dos tabloides de Lisboa. Estes falam em corrupção? Logo ela anuncia que vai acabar com a «impunidade absoluta» da corrupção (como se isso dependesse de um ministro). Acusam o seu arqui-inimigo Isaltino de Morais de tentar atrasar um processo? Logo ela vem dizer que vai acabar com os expedientes dilatórios. Em vez de pôr os tribunais a decidir mais depressa e de punir quem abusa do direito, ela quer punir todos indiscriminadamente, cortando direitos mesmo a quem os exerceu corretamente, pois isso rende muito numa opinião pública em processo acelerado de fanatização.
Duarte Lima não pode ser extraditado para o Brasil? Ignorando a Constituição ela vai à TV dizer que sim. Os crimes do «estripador de Lisboa» já prescreveram? Ela afirma que vai aumentar os prazos de prescrição (embora depois se focalize mais no processo de Isaltino). Há julgamentos por furtos de valores insignificantes enquanto os grandes roubos ficam impunes? Logo ela anuncia que vai onerar os custos da Justiça para as vítimas desses pequenos delitos, assim desviando a atenção dos golpes de milhões dados sobretudo por antigos dirigentes do PSD que não foram a julgamento e sobre os quais ela nunca disse uma palavra. É convidada para ir à cerimónia de abertura do Congresso dos Advogados? Vai, agride moralmente quem a convidou e, numa insólita falta de respeito por todos, foge atabalhoadamente da cerimónia mal acabou o seu discurso com medo da resposta daquele que tão «corajosamente» acabara de atacar.
Muitos solicitadores de execução, incluindo o antigo presidente da respetiva Câmara, ficam com o dinheiro dos cidadãos e das empresas? Ela anuncia publicamente que há fraudes no sistema de apoio judiciário da OA, enxovalha publicamente os advogados e - pasme-se! - alia-se aos solicitadores no órgão de fiscalização das execuções. O Tribunal Constitucional tem um processo importante para o Governo? Ela pressiona-o publicamente para decidir no sentido que mais lhe convém. O bastonário critica-a? Ela retira à Ordem 1.400.000 euros anuais provenientes das custas judiciais pagas pelos clientes dos advogados. Fala-se que há uma justiça para ricos e outra para pobres? Logo acorre a dizer que é preciso acabar com essa diferença, como se não fosse, ela própria, a discreta advogada de alguns dos ricaços de Portugal.
A MJ é uma barata tonta também porque cria deliberadamente na opinião pública a ideia de que o mal da Justiça se deve apenas às leis e não também aos magistrados. Ela não tem uma palavra para o facto de estes se terem apropriado da justiça, violarem todos os prazos para praticar os seus atos processuais, demorarem, por vezes, anos a proferir as suas sentenças ou a decidirem recursos. Atente-se: em 1960 cada juiz concluía por ano 1069 processos, em 2000 esse número tinha baixado para 522 e em 2010 já só ia em 387 processos. E o que é que ela faz para corrigir isso?
E já não falamos da vergonha de tentar criminalizar o chamado enriquecimento ilícito em total violação da Constituição; de as prisões voltarem a estar a abarrotar; de as declarações dos arguidos no inquérito (mesmo perante os acusadores) valerem como prova em julgamento; de o juiz de instrução poder aplicar medidas de coação mais pesadas do que as pretendias pelo próprio MP; dos julgamentos sumários para crimes gravíssimos; da prisão obrigatória para crimes pouco graves; etc..
Uma ministra que assim age é ou não uma barata tonta?
Para melhorar a humanidade, cada um tem que fazer um pequeno esforço para se melhorar a si próprio. Para limpar a cidade começamos por limpar a testada do nosso prédio.
Por vezes as pessoas desanimam por não ver resultados imediatos. Mas as boas acções acabam sempre por ter efeitos positivos mais tarde.
Recordo-me de uma professora que ia de autocarro de casa para a escola numa aldeia um pouco distante e sentava-se junto a uma janela do lado da berma da estrada. De vez em quando lançava qualquer coisa pela janela. Um dia um rapaz que ia ao lado perguntou se era comida para os pássaros. Ela respondeu, são sementes de fruta que como lá em cara ou de flores, podem ser comidas pelos pássaros ou germinar nos terrenos áridos ao lado da estrada. Na primavera seguinte o mesmo rapaz disse: realmente agora a estrada passa no meio de verdura e de flores. A senhora acabou com a aridez desértica deste terreno.
É preciso aproveitar todas as oportunidades, em benefício do planeta e da humanidade.
O Primeiro-Ministro diz queo país «está cansado das crises artificiais». Mas como seria a crise actual se não se tratasse apenas de uma «crise artificial»? O défice, a dívida, os juros da dívida, o desemprego, a austeridade, pelos vistos nada disto é real e doloroso, mas apenas uma fantasia, uma artificialidade.
Será mesmo assim? Como explicar? Será que os mandatários dos eleitores respeitam os sentimentos destes, os seus problemas de subsistência e as suas diversas dificuldades?
A percentagem indicada neste título de notícia - Salários dos portugueses caem mais de 12% entre 2011 e 2013 – peca por demasiado optimismo, poís não conta com o corte de 14,29% devido à perda dos subsídios de férias e de Natal. Esta percentagem é facilmente calculada, tirando dois salários aos 14 a que, por lei, há direito, o que, só por si, significa que o total do salário anual é reduzido de 14,29%. A isso poderão ser acrescidos os 6% referidos no texto da notícia, o que somará mais de 20% ou seja mais de UM QUINTO.
Os portugueses, apesar de piegas, somos um povo bafejado pela sorte, com governantes dedicados ao nosso bem-estar e prosperidade. O anterior Governo criou para nós as «novas oportunidades» a fim de não cairmos no desemprego prolongado e podermos encontrar soluções na mobilidade entre várias profissões.
Agora, o actual Governo, movido pelas melhores intenções e partindo do facto, para ele incontestável, de que o desemprego não tem que ser «negativo» e «pode ser uma oportunidade», fomentou estas novíssimas oportunidades reduzindo o já fraco poder de compra da maioria dos portugueses, por forma a fomentar a recessão que criará o desemprego. O seu êxito é reconhecido na União Europeia e Bruxelas prevê mais 92 mil desempregados do que previa há 6 meses. Trata-se de um êxito notório da política do actual Governo a que devemos mostrar o nosso reconhecimento !!!
Os portugueses estão a atravessar uma crise que se tem agravado por o governo, à procura de solução, ter continuamente apertado a corda na garganta das pessoas mais carenciadas e afastadas dos círculos queridos dos governantes com medidas de austeridade sucessivamente agravadas.
O título seguinte - Seguro diz que PS já se sentiu mais vinculado ao memorando da troika - faz-nos pensar que a troika não é órgão de soberania. O Governo proveniente de eleições democráticas é que é órgão de soberania e responsável por tomar as decisões mais convenientes ao bem-estar de todos os portugueses. E, como tal, não deve sentir-se obrigado a submeter-se cegamente a imposições de estranhos, embora, deva receber racionalmente, e com espírito crítico, as sugestões e os conselhos que achar benéficos para Portugal. Nenhum contrato é para funcionar eternamente e deve ser avaliado, a par-e-passo, quanto à sua validade com base nos resultados conseguidos em relação aos efeitos pretendidos. Uma solução considerada óptima há um ano pode, hoje, estar ultrapassada e necessitar de ser revista e alterada mais ou menos profundamente.
A responsabilidade de governar traduz-se na necessidade de contínuas decisões para manter a linha estratégica que conduz ao objectivo previsto. Compara-se à condução de um automóvel em que o volante está continuamente a ser accionado para se mantar na estrada nas melhores condições de segurança e tendo sempre em vista o destino da viagem.
Enfim, as sugestões ou os conselhos da troika não tiram ao governo a responsabilidade dos resultados das medidas que implementa.
Já o artigo A manipulação de um Estado de Direito, aqui publicado dava sinais de perigos preocupantes. Tais perigos foram também objecto de receios, pela lógica da evolução real, no post Sociedade exige ordem, disciplina, respeito, o que impõe cuidados do Poder e dos cidadãos para evitar a fuga de situações equilibradas para extremos intoleráveis que terminam normalmente com actos dramáticos com perda de vidas e de património.
Há quem suspeite que actualmente a ditadura, mais do que do poder interno poderá vir do poder continental ou mesmo mundial pela mão dos que controlam as agências de «rating», as altas instituições de controlo financeiro e os circuitos do mercado fiduciário. É imperioso estar atento à eventual aparição de desvios mórbidos e corrigir em estado precoce os que forem detectados.
Leia o artigo. Mas não seja maldoso. Repare que usa os verbos no presente do indicativo e não no passado nem no futuro !!! Mas convém confirmar se ele se esforça por sustentar estas declaradas virtudes.
Nos tempos que correm, há muitos acidentes nas estradas, no trabalho em casa e até mos processos de governação que conduzem a crises graves mas, apesar dos sofrimentos de que se tem conhecimento, cada um não toma precauções nem melhora a sua actuação porque está convencido de que as desgraças apenas acontecem aos outros. Há que olhar atentamente para o que ocorre fora de nossa casa e reflectir nos cuidados a ter para evitar azares.
Agora chega a notíciaAtaque à sede do Governo na Líbia causa um morto e quatro feridos que nos mostra que nem tudo o que luz é oiro. A mudança é vantajosa quando se destina a aplicar uma solução devidamente estudada e ponderada para atingir um objectivo bem definido. De outra forma, «mudar por mudar é vã tentativa de disfarçar o vazio íntimo».
Estes casos, tal como muitos outros, mostram que a multidão se compraz em destruir, mas não tem projectos para edificar algo de melhor na vazio criado. E as leis da física mostram que o vácuo é autofágico, não pode sustentar-se e aceita ser ocupado por qualquer coisa que apareça. E nestes casos sociais, a necessidade de ordem, de respeito, de disciplina pode gerar uma autoridade que imponha um sistema demasiado duro, a ditadura, que depois, devido às imperfeições humanas, se transforme num regime vitalício cerceador da iniciativa individual e inibidor do crescimento e da felicidade das pessoas.
A lição que deveria ser retirada destes casos devia resultar em estilos de governação que tivessem sempre em vista o aumento de melhorar as condições de vida das pessoas e de desenvolver a mais perfeita justiça social, em respeito pelos outros. Cada um deve ser estimulado a desenvolver a noção do dever sagrado de respeitar os direitos dos outros que são o limite para os seus próprios direitos.
Dessa forma, se evitariam as reacções armadas, extremamente violentas que apenas destroem mas nada edificam de valioso em substituição das demolições praticadas.
O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro explicou no programa «Opinião Pública» da SIC Notícias como, em Portugal, as leis são feitas exactamente para não ser possível apanhar as pessoas em situação de corrupção e não se conseguir provar em tribunal...
«Temos normas que tornam totalmente impossível apanhar um corrupto em Portugal.
Os casos que estão em tribunal, não vão dar em nada, porque, mesmo que eles fossem filmados no acto de corrupção, seria difícil provar em tribunal com as normas que temos, quanto mais com advogados competentes (do lado dos corruptos).
Por outro lado, temos o Ministério Público que está organizado, (sem culpa disso), para não conseguir investigar a corrupção. Também a polícia judiciária não tem meios para investigar a corrupção.
Se juntarmos a isto, tribunais pouco treinados e normas que não funcionam, então isto é o paraíso dos corruptos.
Aliás, todos nós conhecemos casos, ao longo do país todo, de fortunas inexplicáveis que apareceram de repente, após o exercício de cargos políticos ou em ligação com o Poder.
Agora, anunciam-se um conjunto enorme de medidas em vez de normas claras e transparentes sobre o que é a corrupção o que não é difícil de fazer, bastando para tal copiar o que existe, por exemplo, nos cinco países menos corruptos do mundo, onde há normas que são muito transparentes. Seriam normas que, ao contrário do que cá está previsto, não se aplicariam a toda a população portuguesa, apenas se aplicariam a detentores de cargos políticos, por isso muito mais focadas naqueles que têm o risco de praticar a corrupção e permitiriam, dessa forma, um enfoque muito mais fácil da polícia judiciária, do ministério público, dos tribunais e dos outros órgãos de fiscalização.
Todos nós sabemos que muita gente sai dos cargos públicos, políticos, e depois vai para a frente de grandes empresas e alguns deles criam grandes fortunas, quer dizer, tudo coisas que são inexplicáveis e inaceitáveis em sociedades civilizadas, excepto neste país, onde se pode bater sempre no contribuinte mas tratamos maravilhosamente bem os corruptos…
Espera-se que isto não seja mais uma vez o que tem sido feito, que sempre que eles alteram as normas de corrupção, tornam-nas mais incompreensíveis e mais impossíveis de aplicar pelos tribunais e pela investigação…
Nós não temos um combate à corrupção. Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente. Temos normas que permitem aos corruptos saírem de um julgamento todos praticamente ilibados...
Há casos terríveis: as parcerias público-privadas e o BPN são de certeza casos de polícia, são dois casos paradigmáticos em Portugal.»
Circula por e-mail de endereços múltiplos o seguinte e-mail:
Novo impasse na eleição pela A.R. de juízes para o Tribunal Constitucional ?
Segundo a imprensa de hoje, depois de ter sido resolvido o problema shakespeariano “ser ou não ser juiz” permanecendo contudo a dúvida cartesiana “se um juiz deixa de ser juiz quando se encontra de licença sem vencimento”, correm rumores nos meios afectos aos partidos que se aproxima novo impasse na eleição de juízes para o Tribunal Constitucional depois de alguns deputados, não pondo em causa o seu curriculum, competência e isenção, terem no entanto manifestado as suas reservas à candidata desembargadora Fátima Mata Mouros por entenderem que o seu nome associado ao elevado cargo da República para o qual é proposta pode ferir a sensibilidade das pessoas e entidades mais ligadas ao mundo muçulmano e afectar as nossas relações com os países árabes.
>Foi-lhe apenso o seguinte texto:
Este comentário seco recebido por e-mail demonstra bem que somos um povo de «faz-de-conta», preocupado com as aparências e desprezando o essencial. Recordo um caso ocorrido em Agosto de 1952, nas inspecções médicas para entrada na Escola do Exército, hoje Academia Militar. O capitão Chaves de Carvalho tinha por tarefa verificar se os candidatos tinham os dois testículos em condições normais e, enquanto apalpava o escroto de um candidato, vindo da inocente província, perguntou «Você é macaísta?». O rapaz surpreendido com a pergunta, disse «O quê?» e o capitão explicou «você é de Macau?». A resposta foi negativa.
Ora o essencial não era o feitio dos olhos dos candidatos.
Aqui nesta mensagem de e-mail, também se nota que os deputados dão mais importância ao nome de família da candidata ao TC do que ao problema fundamental que é o de analisar se é justificada a existência do TRIBUNAL CONSTITUCIONAL. Será que lhe são entregues tarefas acima da capacidade dos tribunais normais que são ÓGÂO DE SOBERANISA?. Haverá algo que ele tenha que decidir que o não possa ser pelos tribunais normais?
Não será este e outros pormenores da Constituição uma «pesada herança» de ela ter sido elaborada por uma Assembleia Constituinte formada pelo PREC e que actuou inteiramente condicionada, inclusivamente em sequestro com cerco a São Bento? E que ainda não houve testículos para a alterar e adaptar a um estilo mais moderno e consentâneo com o Portugal de hoje !!!
Parece que o mal de Portugal é ter políticos que se candidataram às eleições e que não merecem confiança por não serem capazes de distinguir o essencial dos pormenores cosméticos e, por isso, não concentrarem toda a sua energia para realização do que mais interessa aos portugueses, dos interesses nacionais, e perdem tempo com jogos florais.
Perante a má qualidade dos candidatos a eleições, abençoados sejam aqueles eleitores que votam em branco, mostrando que não têm confiança em qualquer deles.
E, entretanto, o Portugal do Infante D. Henrique, continua adiado à espera de um salvador.
Pensem nisto.
AJS
NOTA: Este assunto, como muitos outros, merece profunda meditação, desde os políticos em funções de responsabilidade até ao mais simples eleitor que tenha capacidade de raciocinar livremente. Os nossos «sábios» devem evitar vangloriar-se do seu saber livresco que os coloca muito longe das realidades que devem resolver e, por isso, impede que sejam eficientes e errem escandalosamente em coisas muito simples e banais. Os grande problemas resolvem-se começando por os reduzir à expressão mais simples, porque as melhores soluções encontram-se, frequentemente, na maior simplicidade.
A Comunicação Social informa que a ASAE investigou o caso da promoção do Pingo Doce para verificar algo de ilícito que prejudicasse as empresas suas concorrentes.
Sem dúvida que a ASAE deve actuar dentro dos limites das atribuições que a lei lhe confere mas, provavelmente, a lei não esteja adequada às realidades que afectam os consumidores finais. Pelo que se depreende, ela procura defender os «tubarões» da distribuição e pune quem der bónus aos clientes consumidores mas não quem sacar a estes o máximo.
É vulgar ter-se conhecimento de produtos agrícolas que o consumidor paga por 100 e que o seu produtor se queixa de os ter vendido apenas por cerca de 10 ou 20. Pode não significar que haja alguém que os compre ao produtor por um preço e os vá vender por cinco ou mais vezes mais. Mas, na maior parte dos casos, existe uma cadeia de demasiados intermediários que, sem aumentar mais-valia ao produto, lhe aumentam o preço.
Já ouvi dizer que, em muitos casos, essa cadeia de elos de intermediários nem se dá ao trabalho de transportar, armazenar e voltar a transportar para o elo seguinte, pois é frequente o mesmo camião carregado no produtor vai descarregar na grande superfície ou nos vendedores finais, passando por sucessivas facturações. É apenas uma escrituração que permite o enriquecimento conivente, em prejuízo de quem produz e de quem consome.
E se não fosse a tal escrituração conivente entre elementos da cadeia, por vezes mais ou menos fictícios, um hipermercado podia legalmente fazer descontos muito superiores aos praticados na badalada promoção, atendendo à diferença entre o preço de venda e o da compra ao produtor.
E, por vezes, acima destes lucros parciais dos elos da cadeia de abastecimento, o vendedor final chega aumentar os preços de 70% ou 80% como a imprensa refere. E essa amplitude de lucros verifica-se com o valor dos descontos em época de saldos. Mas a ASAE não está orientada para punir esses saques ao bolso do consumidor mas para atacar a empresa que faz descontos e dá bónus, porque a lei está orientada para proteger os poderosos à custa dos sacrifícios de quem, economicamente, é apenas consumidor de produtos de primeira necessidade.
Os cidadãos normais deviam apoiar e rezar para as outras grandes superfícies imitarem o Pingo Doce. Mas infelizmente as mensagens que aparecem em e-mails vêm de quem age em defesa das grandes empresas e não dos consumidores. Porém, é urgente que estes se consciencializem e aprendam a resistir à tentação de comprar só para aproveitar os bónus, pois devem aprender a gerir eficazmente o seu dinheiro, principalmente quando é pouco, destinando-o prioritariamente a artigos que lhes são efectivamente necessárias.
Não são visíveis intenções de regularizar e moralizar estes circuitos de distribuição, o que poderia passar por estimular a criação de cooperativas de produtores regionais, geridas por produtores eleitos pelos seus pares.
Devem ser criadas condições de legislação para a ASAE actuar em benefício de quem trabalha na produção e de quem consome. Isso não se resolve com a invenção «inteligente» da ministra da Agricultura com a designação de Taxa Alimentar.
Transcrição de texto recebido por e-mail reenviado, sem identificação do autor do texto. Seguida de NOTA.
Enviaram-me um pequeno filme do Ricardo Pereira a gozar com o Pingo Doce, o mesmo é dizer, com o Soares dos Santos. O meu comentário foi este:
O Ricardo Pereira viu como viu ...
Eu vi assim.
Quando na TV notei as bichas assustei-me. A malta começou a passar-se, pensei. Depois, fui observando o desenvolvimento e alterei o meu pensamento para:
Magnifico estratega este Soares dos Santos. Duma penada, em meio dia:
1º - Atirou com os sindicatos para o caixote do lixo
2º - Conseguiu um financiamento imediato, sem intermediação bancária
3º - Obteve uma intensa promoção TV, do Pingo Doce, a custo zero
Claro está que a matula de esquerda não gramou que lhes roubassem a festa. Mas em tempo de guerra não se "limpam armas". 20 valores ao Soares dos Santos.
Não é por acaso que as acções da Jerónimo Martins, que cotavam a 3 euros no início da crise, hoje rondam os 15. Só 5x mais !!! É obra !!! Os seus accionistas não foram defraudados
NOTA: Em contrapartida, os consumistas morderam estupidamente o isco, Muitos deles, comprando variedade e quantidade de produtos de que não têm verdadeira necessidade, muitos dos quais acabando por ir para o lixo. O fenómeno é o mesmo em relação à organização das prateleiras das grandes superfícies que atraem a cobiça dos incautos que, muitas vezes, pretendendo comprar um artigo de primeira necessidade, acabam por levar para casa o carro cheio de coisas sem verdadeira utilidade, tendo sido engodados pela aparência, pela publicidade e pela colocação à altura dos seus olhos.
Soares dos Santos dá um bom exemplo de gestão inteligente, mas os consumidores precisam de aprender a gerir criteriosamente o seu dinheiro.
Estas árvores, crescendo rigorosamente na vertical, têm em vista um objectivo a atingir que, como é de boa norma, está acima do possível, para que não haja esmorecimento ou falta de estímulo e motivação. Para isso, têm uma estratégia que seguem, na verticalidade, sem hesitações, sem desvios do rumo estrategicamente definido. Assim, não têm surpresas nem hesitações nem precisam de fazer recuos e avanços intempestivos.
Como não há desvios, não sofrem percas de tempo, de recursos ou de energia.
Que bela lição é dada por estas árvores a muitos gestores conhecidos que, por incompetência, sacrificam os interesses colectivos daqueles que deviam por eles ser defendidos, protegidos e ajudados na obtenção de melhores condições de vida.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou ser importante que as medidas de austeridade aplicadas em Portugal não prejudiquem a área da Educação.
O general Ramalho Eanes falava no final da cerimónia em que recebeu o doutoramento Honoris Causa da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, por ocasião do 26.º aniversário da instituição do distrito em que nasceu, Castelo Branco.
O antigo Presidente reconheceu que, «em tempos de crise, as dificuldades estendem-se a todas as atividades públicas, nomeadamente à Educação».
No entanto, frisou ser «necessário que as medidas de austeridade não prejudiquem a coerência estratégica de desenvolvimento da Educação, para que o país tenha futuro».
O alerta é baseado na História Europeia, que, como sublinhou, mostra que a qualificação do capital humano «é indispensável para a produção de riqueza, mas também para a concretização da equidade» social.
Com um sistema educativo competente, Ramalho Eanes acredita que Portugal pode passar da atual situação de crise para outra em que seja «muito mais competitivo».
«Isso passa sobretudo pela qualificação da juventude», defendeu, considerando que «não há governo nenhum que não tenha que ter esta preocupação», embora sem fazer qualquer referência direta ao atual Executivo.