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sábado, 20 de outubro de 2012

Voluntária honra Portugal

Transcrição de notícia de um caso exemplar que prestigia Portugal:

Portuguesa é melhor voluntária do ano na Europa
PÚBLICO. 19.10.2012 - 10:46

Isabel Fernandes, 24 anos, recebe hoje o prémio europeu na categoria de “Melhor Voluntário”. “Não necessito de prémios, porque esses os tenho sempre no terreno, nos sorrisos e abraços que recebo ao final do dia - disse ao PÚBLICO agora de manhã.

"Estou aqui no aeroporto a pensar que sou rosto de todos os que trabalhamos para este e outros projectos de voluntariado e que isso é um orgulho”, diz Isabel Fernandes ao PÚBLICO momentos antes de embarcar para Florença, onde hoje à noite irá receber o prémio de “Melhor Voluntário” atribuído pela Active Citizens of Europe.

Isabel Fernandes, natural de Famalicão, esteve um ano em Moçambique a coordenar o projecto Tutor à Distância, o principal projecto da organização não governamental portuguesa ataca. “A ataca abriu-me as portas em 2011, quando me seleccionou para o projecto e parti rumo à minha casa”. É assim que Isabel Fernandes se refere a África e ao programa que a levou ao trabalho comunitário de ajuda a 900 pessoas na província de Gaza, no sul de Moçambique.

Com dois coordenadores no terreno – “damos sempre emprego a pessoas das comunidades locais” – e oito que chegaram de Portugal, Isabel Fernandes coordenou um projecto que pretende "combater a pobreza extrema de crianças entre os dois e os 18 anos". “Se todos dessem um pouco, às vezes um euro por dia, quase o valor de um café, já faria toda a diferença”, diz Isabel Fernandes.

“E sou a prova de que todas as doações chegam aquelas crianças e de que vemos os resultados. Por exemplo, quem não tinha sequer uma casa a que se pudesses chamar casa, agora pode ter uma latrina melhorada, algo a que damos imensa importância por todas as razões de higiene e segurança sanitária. E as crianças podem ter uniforme, que é um passaporte para irem à escola”, acrescenta.

Já em 2009 Isabel Fernandes tinha estado em Moçambique, ao abrigo de um outro programa de voluntariado da organização não governamental Associação e Integração para o Desenvolvimento Global (www.aidglobal.org). “Morre lentamente, quem não troca o certo pelo incerto, em busca de um sonho”. Isabel Fernandes socorre-se das palavras do poeta chileno Pablo Neruda para resumir o seu espírito de missão.

Licenciada em Psicologia, no desemprego, sabe que África será novamente o seu próximo destino e para isso trabalha a associação que criou juntamente com outros voluntários, Kutsemba (www.kutsemba.pt) e que conta com 25 pessoas que em Portugal prestam apoio a várias comunidades moçambicanas com material escolar, jogos didácticos, roupa. “Somos uma associação ainda muito pequenina e nem temos ninguém no terreno.

Trabalhamos daqui de Portugal, ainda há pouco enviámos um contentor para Moçambique com material variado. Mas esta nova realidade de crise em que vivemos afecta todos e sente-se isso até porque as próprias empresas não podem apoiar como gostariam.”

O painel de júris foi constituído por elementos da Comissão Europeia e Organizações da Sociedade Civil e por voluntários, que reconheceram o mérito do excelente desempenho da Isabel na promoção da coesão, justiça e solidariedade.

A cerimónia da entrega do prémio de “Melhor Voluntário” (cujo painel de júris foi constituído por elementos da Comissão Europeia e Organizações Não Governamentais) realizar-se-á hoje, pelas 20h30, no Palácio Medici, em Florença.

Imagem do Público

domingo, 27 de maio de 2012

Como reagiram ao desemprego

Sem dúvida que «a necessidade aguça o engenho», isto é, numa situação desconfortável, como o desemprego, é preciso procurar soluções, aproveitar oportunidades. Eis um caso exemplar que merece ser divulgado e seguido.

«Isabel Moreira e Tânia Dias decidiram montar, durante três meses, um projecto de voluntariado em que oferecem à comunidade os seus serviços, como a medição de tensão arterial, diabetes, acompanhamento a consultas, apoio na medicação ou na execução de pensos, por exemplo. Findo o prazo, esperam um contrato.
Os sonhos de trabalhar num hospital ou centro de saúde, foram-se desvanecendo à medida que os dias em casa se iam transformando em desespero. Isabel Moreira, de 39 anos, natural da Mêda, na Guarda, trocou uma carreira como gerente hoteleira pelo sonho de tratar dos outros. Um dia, desafiou a colega de curso Tânia Dias, de 22 anos, de Seia, também no distrito da Guarda, e com o mesmo sonho, a embrenharem-se no Planalto Mirandês e darem a conhecer o Laços, um projecto de apoio à comunidade em regime de voluntariado, para já, com a esperança de lançar a semente que no Verão lhes possa trazer o ordenado.»


Leia mais na notícia

Há duas enfermeiras que trabalham a troco de casa, comida e roupa lavada

Imagem do PÚBLICO

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Jovens generosamente voluntários

Da notícia "Jovens tremendamente abertos ao voluntariado" ressalta o trecho «"É muito gratificante verificar que há jovens que se privam das suas férias para vir para aqui fazer bem a quem precisa. E que se entusiasmam de verdade. E que voltam no ano seguinte." Manuel Antunes faz questão de destruir o que diz ser um mito. "Criou-se a ideia de que os jovens são egoístas e vivem alheados da realidade. Não é verdade. Quando há alguém que os motiva, são tremendamente abertos e disponíveis."»

«No Verão, há centenas de pessoas que ocupam as férias a cuidar dos outros. Mas também há ilusões: o voluntariado será menos romântico do que possa imaginar-se.»

«O padre Manuel Antunes, responsável por dois campos de férias para deficientes no santuário de Fátima, corrobora. "Não basta ter boa vontade, é preciso ter vocação e muita generosidade." Dá o exemplo do projecto que lidera há seis anos: "Trabalhamos com pessoas com limitações físicas e mentais profundas. Ficam connosco durante uma semana para que a família possa descansar um bocadinho. É um trabalho muito duro, violento mesmo. Passa por dar-lhes banho, fazer camas, acompanhá-los, alimentá-los... "»

Apesar de não ser fácil tratar de idosos e de doentes variados, apesar de ser um compromisso difícil dar aulas com regularidade e honesta preparação numa «universidade» para a terceira idade, há muitas pessoas que se prestam com entusiasmo a ser úteis aos semelhantes.

É um bom sinal que haja muitos jovens a dedicarem parte ou a totalidade das férias a bem-fazer aos outros. É uma promessa de que estamos a entrar numa nova era, de solidariedade, oposta à do egoísmo, do consumismo, da ostentação, da adoração do dinheiro. A construção dessa nova era cabe aos jovens de hoje e virão a ser eles os beneficiados pelos resultados dessa tarefa.Por isso, convém dedicarem-se a ela com todas as suas capacidades, para recuperarem os valores éticos que as duas ou três gerações anteriores desprezaram.

Tenhamos esperança nos jovens. Veja-se a lista de links constante do post «Aluno português brilhou em competição no Japão»

Imagem da Net.