O primeiro dia do ano foi só festa, não aconteceu muita coisa de especial. André quase não ficou muito tempo, disse que tinha marcado com os amigos (aposto que foi se encontrar com a loira da sorveteria). Diverti muito, principalmente com o Caco.
Sábado, Caco e eu saímos para fazer um passeio. Fomos ao parque, queríamos um encontro mais verde, digamos assim.
Deitamos na grama e ficamos olhando para o infinito, apenas sentindo o vento, o barulho dos pássaros e o calor envolvente do sol.
_Caco?Posso te perguntar uma coisa?-Me sentei, ele fez o mesmo.
_Claro que sim, minha flor.
_Você acredita em amor eterno?-perguntei um pouco sem jeito.
_Por quê?
_Só curiosidade.
Ele ficou calado por alguns segundos.
_Em alguns momentos eu acredito que sim.
_Em quais momentos?
_Quando olho para os meus avós e vejo que depois de todas as marcas e cicatrizes do tempo eles continuam juntos e se amando muito.
Fiquei em silêncio.
_E você?Acredita?
_Em alguns momentos também. -disse.
Ele não me perguntou quais, mas mesmo assim respondi.
_Quando estou perto de você.
Ele me beijou com carinho.
Quando estou perto do Caco penso menos no André e no admirador secreto.
_Posso te fazer outra pergunta?-Perguntei.
_Quantas você quiser Mary.
_Você acredita que é possível alguém viver sem nunca se apaixonar?
_Eu te amo, Mary.
_Não Caco, não estou falando de você. É só uma curiosidade. O que você acha?
_Existem tantas pessoas no mundo... Talvez sim. Algumas nunca se casem, nunca namoram.
_Mas você acredita que alguém possa viver sem nunca amar?Nem que seja em segredo?
Ele olhou para mim de forma estranha.
_Como posso saber Mary?
Respirei fundo.
_Desculpa Caco. São só algumas dúvidas que apareceram na minha cabeça.
Deitamos novamente na grama e uma nova dúvida surgiu na minha cabeça.
_Por que as pessoas preferem odiar se o amor é tão lindo e tão bom?
Caco me beijou no rosto com carinho e respondeu baixinho:
_Porque odiar é muito mais fácil.
Senti um arrepio percorrer o meu corpo, era triste saber que talvez o Caco estivesse mesmo com a razão.
Bjinhos