Segunda-feira.
Levantei da cama e me espreguicei contente.
Um novo dia!
Lembrei feliz da noite anterior... Agora eu não estava mais sozinha, tinha Edu que me amava e que me ajudaria a cicatrizar as feridas que ainda doíam.
_Ah!Finalmente levantou da cama!-Gláucia disse saindo do banheiro.
Ignorei.Para ela até o meu silêncio era muito.
_Mary, Mary... Você é tão tolinha! Mas confesso que sentimos sua falta. Sem você o colégio fica sem graça e não temos quem atormentar.Estou feliz que você esteja voltando!
_Gláucia me polpe das suas idiotices.-disse tentando manter a calma.
Ela riu alto:
_Já tenho mil e uma ideias. Ainda não desisti de acabar com você! Você me desafiou e agora vai ter tudo o que merece.
Continuei calada, não estava nem um pouco a fim de brigar com ela.
_Mas Mary.. Conta pra mim, por que ficou tanto tempo trancada no quarto?Estava de castigo é?
Eu olhei pra ela e forcei um sorriso, mas não respondi nada.
_Não se preocupe Mary, eu já me encarreguei de contar pra todo mundo porque você estava sem ir na aula.
Caminhei para o banheiro em silêncio e me tranquei la até que Gláucia saisse do quarto.A partir de agora seria assim, eu a ignoraria por completo.
Estava com medo. Medo de que ela descobrisse que eu não estava mais sozinha e que agora tinha Edu... Eu tinha medo de que ela me tirasse Eduardo, não estava pronta para perder alguém tão especial pra mim.
Quando sai do quarto Gláucia já tinha ido para o colégio.
Isso era ótimo!
Eduardo me esperava na porta da escola com um sorriso maravilhoso nos lábios.Assim que ele me viu veio em minha direção e me abraçou:
_E então?Como passou a noite?
_Muito melhor.-disse com um sorriso alegre.
Eduardo riu e as meninas se afastaram.
_Vamos sair hoje?-Ele pediu passando a mão no meu cabelo.
_Tenho que estudar ... Esqueceu que tenho um vestibular para passar?
Ele riu.
_Então nos vemos na biblioteca a noite... para estudar, viu?-Ele disse com um sorriso malicioso.
Concordei sorrindo e fui estudar.
Terminou a aula e fui direto para o cursinho.
Gláucia estava la, mas me ignorava... O que pra mim era perfeitamente maravilhoso, melhor impossível.
A tarde pareceu mais enorme do que o normal, mas enquanto estava ali ouvindo os professores eu conseguia ficar sem pensar em André.
Quando terminou a aula o céu já estava se tornando escuro, mais alguns minutos e a noite cairia por completo.Caminhei para casa tentando pensar apenas em Eduardo, mas não conseguia... André insistia em incomodar meus pensamentos e toda vez que eu pensava nele a dor que vinha ao meu coração parecia querer me sufocar.
Estava chegando em casa tentando conter as lágrimas que vinham aos meus olhos ao lembrar de André, quando notei uma coisa diferente.
Meu coração começou a bater forte.
Encostada no portão, com os braços cruzados estava uma pessoa que eu não pretendia ver tão no cedo.
Continua