Outro dia estava assistindo a Indy.
Me lembrei de algo intrigante.
Vale contar uma história que pouca gente sabe.
Sobre um inglês que influenciou o automobilismo americano de tal maneira que ainda
hoje vemos sua sombra nos autódromos ianques.
John Shillington Prince era um apaixonado pela velocidade.
Jack, como era conhecido, competiu e venceu várias vezes sobre duas rodas.
Os velódromos franceses o deixavam fascinado.
E não saíram de sua cabeça.
Isso mudou sua vida para sempre.
Prince enxergou outras possibilidades para as pistas de madeira além das bicicletas.
Carros e motos.
Ao se aposentar das competições europeias, Prince decidiu ir para os Estados Unidos
em 1889.
Se especializou em planejar e construir esse tipo de pista para os ciclistas acelerarem.
Era um engenheiro.
Com mais prática do que estudo.
Mas sabia o que fazia.
Elaborou o ousado projeto do seu primeiro Motordrome em Los Angeles.
Associado ao conhecimento de Fred Moskovics, um ex-membro da equipe Daimler
Mercedes, e com os petrodólares do empresário americano Frank Garbutt.
O projeto de Playa del Rey ficou pronto em 1910.
E foi o seu divisor de águas.
Ali a coisa explodiu.
O público ficava em êxtase ao ver os carros em alta velocidade dentro daquela arena.
De repente todos queriam ter um circuito daquele.
Depois da Califórnia apareceram Motordromes em Illinois, Iowa, Nebraska,
Nova York, Washington, Pensilvânia, Ohio, Missouri e Carolina do Norte.
Chegou até a Flórida.
Mais de vinte pistas funcionaram ao mesmo tempo nos Estados Unidos.
Uma verdadeira febre tomou conta do país.
Sempre com lotação esgotada.
Certa vez em Chicago foi registrado que 80.000 pessoas estavam nas arquibancadas.
O sucesso era tamanho que em alguns circuitos havia iluminação para realização de
disputas noturnas.
A premiação era excelente.
Atraindo dessa forma os melhores pilotos.
E muitos malucos também.
Alguns chegavam a ganhar 20.000 dólares por ano.
Uma fortuna para a época.
No entanto poderia custar a vida.
As pistas de madeira não tinham segurança nenhuma.
As mortes eram comuns.
Tanto de motoristas como de expectadores.
Nas corridas de moto quando havia um acidente de menor gravidade, no minimo,
o sujeito acabava coberto por farpas.
A manutenção deixava muito a desejar.
Com o tempo apareciam espaços e buracos entre as tábuas.
Durante uma prova em Beverly Hills um dos pilotos chegou aos boxes apavorado.
Disse que algum acidente horrível havia acontecido pois ele viu uma cabeça rolando
na frente do seu carro.
Não era nada disso.
Os moleques da região ficavam embaixo da pista e colocavam a cara nos espaços
entre as placas para poderem ver os carros.
Surreal.
Mas os pedidos para novos autódromos não paravam de chegar.
Eram tantos que Prince chegou a se associar ao engenheiro civil Art Pillsbury
para dar conta de todos.
Rolava muita grana.
A margem de lucro era enorme.
Alguns promotores então resolveram ampliar as fronteiras.
Dessa forma levaram o conceito até a Austrália.
Foram feitas pistas em Sidney e Melbourne na década de 20.
Apesar da inclinação imitar os dos Motordromes americanos elas eram de
concreto e não de madeira.
Apesar do material ser diferente a carnificina foi a mesma do outro lado do mundo.
Para evitar que as motos e carros voassem no público os australianos tiveram a
brilhante ideia de colocar arame farpado em torno da pista.
Imaginou o resultado?
A dificuldade de manutenção e a Grande Depressão de 1929 foram fatores
determinantes para o fim da Era dos Motordromes.
Ao todo foram 20 anos de loucuras.
Com heróis e tragédias de todos os tamanhos.
É uma parte obscura da história do automobilismo.
Porém o seu legado ficou.
A herança pode ser vista na TV durante os finais de semana.
Os ovais atualmente utilizados pela Nascar e Indy devem seu conceito a
visão apresentada por Jack Prince no início do século XX.
Onde o público pode enxergar toda a ação.
Alguns acham até mais do que isso.
Que os graves acidentes, que até hoje ocorrem neste tipo de autódromo
de altíssima velocidade, poderiam ser debitados também na conta do criativo
e pioneiro projetista inglês.
Vale contar uma história que pouca gente sabe.
Sobre um inglês que influenciou o automobilismo americano de tal maneira que ainda
hoje vemos sua sombra nos autódromos ianques.
John Shillington Prince era um apaixonado pela velocidade.
Jack, como era conhecido, competiu e venceu várias vezes sobre duas rodas.
Os velódromos franceses o deixavam fascinado.
E não saíram de sua cabeça.
Isso mudou sua vida para sempre.
Prince enxergou outras possibilidades para as pistas de madeira além das bicicletas.
Carros e motos.
Ao se aposentar das competições europeias, Prince decidiu ir para os Estados Unidos
em 1889.
Se especializou em planejar e construir esse tipo de pista para os ciclistas acelerarem.
Era um engenheiro.
Com mais prática do que estudo.
Mas sabia o que fazia.
Elaborou o ousado projeto do seu primeiro Motordrome em Los Angeles.
Associado ao conhecimento de Fred Moskovics, um ex-membro da equipe Daimler
Mercedes, e com os petrodólares do empresário americano Frank Garbutt.
O projeto de Playa del Rey ficou pronto em 1910.
E foi o seu divisor de águas.
Ali a coisa explodiu.
O público ficava em êxtase ao ver os carros em alta velocidade dentro daquela arena.
De repente todos queriam ter um circuito daquele.
Depois da Califórnia apareceram Motordromes em Illinois, Iowa, Nebraska,
Nova York, Washington, Pensilvânia, Ohio, Missouri e Carolina do Norte.
Chegou até a Flórida.
Mais de vinte pistas funcionaram ao mesmo tempo nos Estados Unidos.
Uma verdadeira febre tomou conta do país.
Sempre com lotação esgotada.
Certa vez em Chicago foi registrado que 80.000 pessoas estavam nas arquibancadas.
O sucesso era tamanho que em alguns circuitos havia iluminação para realização de
disputas noturnas.
A premiação era excelente.
Atraindo dessa forma os melhores pilotos.
E muitos malucos também.
Alguns chegavam a ganhar 20.000 dólares por ano.
Uma fortuna para a época.
No entanto poderia custar a vida.
As pistas de madeira não tinham segurança nenhuma.
As mortes eram comuns.
Tanto de motoristas como de expectadores.
Nas corridas de moto quando havia um acidente de menor gravidade, no minimo,
o sujeito acabava coberto por farpas.
A manutenção deixava muito a desejar.
Com o tempo apareciam espaços e buracos entre as tábuas.
Durante uma prova em Beverly Hills um dos pilotos chegou aos boxes apavorado.
Disse que algum acidente horrível havia acontecido pois ele viu uma cabeça rolando
na frente do seu carro.
Não era nada disso.
Os moleques da região ficavam embaixo da pista e colocavam a cara nos espaços
entre as placas para poderem ver os carros.
Surreal.
Mas os pedidos para novos autódromos não paravam de chegar.
Eram tantos que Prince chegou a se associar ao engenheiro civil Art Pillsbury
para dar conta de todos.
Rolava muita grana.
A margem de lucro era enorme.
Alguns promotores então resolveram ampliar as fronteiras.
Dessa forma levaram o conceito até a Austrália.
Foram feitas pistas em Sidney e Melbourne na década de 20.
Apesar da inclinação imitar os dos Motordromes americanos elas eram de
concreto e não de madeira.
Apesar do material ser diferente a carnificina foi a mesma do outro lado do mundo.
Para evitar que as motos e carros voassem no público os australianos tiveram a
brilhante ideia de colocar arame farpado em torno da pista.
Imaginou o resultado?
A dificuldade de manutenção e a Grande Depressão de 1929 foram fatores
determinantes para o fim da Era dos Motordromes.
Ao todo foram 20 anos de loucuras.
Com heróis e tragédias de todos os tamanhos.
É uma parte obscura da história do automobilismo.
Porém o seu legado ficou.
A herança pode ser vista na TV durante os finais de semana.
Os ovais atualmente utilizados pela Nascar e Indy devem seu conceito a
visão apresentada por Jack Prince no início do século XX.
Onde o público pode enxergar toda a ação.
Alguns acham até mais do que isso.
Que os graves acidentes, que até hoje ocorrem neste tipo de autódromo
de altíssima velocidade, poderiam ser debitados também na conta do criativo
e pioneiro projetista inglês.