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A mostrar mensagens de fevereiro 14, 2010

NÃO SE PERDOA

Aos trinta e sete anos do teu corpo Às vinte e quatro horas da tua carne E ao desejo que, à vezes, é tão pouco E ao amor que, mesmo assim, ainda arde. Ao ciúme da tua boca, quando calas Ao silêncio dos teus olhos, quando choras E aos teus braços nus, quando me abraças E ao teu ventre, que é tão breve quando parto. E às tuas esperanças vãs, que eu alimento E ao ópio do teu sonho onde me tardo E a ti onde, afinal não aconteço.. Poema de Fernando Tavares Rodrigues O meu comentário??? E à suavidade com que me despeço de tudo... As palavras que devia ter dito... Ás ilusões e sonhos que tive e nunca realizei... Confissões que ainda guardo no coração... Porque te amei.... Não pensei que te amei... amei-te verdadeiramente... Só que me perdi no tempo e isso não se perdoa... Existo, sim, mas não em ti....

NA TUA NOITE

desperta-me de noite o teu desejo na vaga dos teus dedos com que vergas o sono em que me deito é rede a tua língua em sua teia é vício as palavras com que falas a trégua a entrega o disfarce e lembras os meus ombros docemente na dobra do lençol que desfazes desperta-me da noite com o teu corpo tiras-me do sono onde resvalo e eu pouco a pouco vou repelindo a noite e tu dentro de mim vai descobrindo vales "desperta" de Maria Teresa Horta O meu comentário??? Acorda-me... Não digas nada à Lua; não a deixes ver como me beijas... Nem a deixes desenhar-se na minha pele... Desenha-me tu... No teu corpo, no teu desejo... Nos teus beijos e nas tuas palavras.... Sou o teu segredo... Vivo contigo na tua noite... Já a tornei minha e escondo-a também da Lua ciumenta...

DIVINO

Presto distraída atenção ao meu corpo. O que me pede, eu faço. Às vezes, não entendo logo as suas ordens, mas cedo sempre. Me achego a ele e indago: "O que queres ? Ah, é isso? Então, concedo. Sempre que eu resisti um de nós saiu-se mal. Nas 24 horas do dia, ele pede, e quando cala, fala num discurso de sonhos que me abala. Ele sabe. Eu sei que ele sabe, e sabe antes de mim, e nele eu sei dobrado, sou um-e-dois como os dois cortes de um sabre. "Corpo Exige" de Affonso Romano de Sant'Anna O meu comentário??? O que vai mal em mim... As lágrimas presas, a dor no coração... O corpo manifesta-se, alerta-nos... Fugimos dele, evitamos olhar para ele... Até a alma conspira com ele.... Grita em nós nos sonhos que achamos ser pesadelos.... Mas o verdadeiro pesadelo começa; é tarde... O corpo cansa-se; a alma insurge-me contra nós.. Abandonam-nos; deixam-nos sem sonhos... Num nublina densa.... Onde podemos ficar para sempre; ou quando regressamos, ouvir a voz do corpo é r