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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

terça-feira, 12 de junho de 2012

Crítica de imprensa: «Eu Sou Deus»

«Quando alguém se julga acima da lei dos homens

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Giorgio Faleti é um mestre dos mistérios policiais. Italiano, leva-nos para Nova Iorque para seguirmos o rasto de um assassino que julga ser Deus.

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O que é que pode acontecer quando alguém julga que está acima das leis dos homens e que tem o poder para impor os seus desejos? Ou seja, que é Deus. Quando, ainda por cima, se cruza isso com o mundo do policial, o resultado pode ser muito estimulante. E é isso que acontece com "Eu Sou Deus", de Giorgio Faletti, mestre perfeito da arte de trocar as voltas ao leitor. O título, só por isso, confronta-nos com a dimensão do que temos para ler.
Afinal, pode alguém que acredita que é Deus ser culpado de alguma coisa? E pode, não sendo Deus, ser condenado por pecados que acredita que não cometeu? É para esse pântano moral, onde se afundam as melhores intenções, que os leitores são atirados. Giorgio Faletti apresenta-nos um labirinto policial perfeito para nos perdermos.
Nestas páginas mágicas, seguimos a investigação da detective Vivien Light que, após uma pessoa ser encontrada dentro das paredes de um prédio em demolição, entra em acção. Mas rapidamente outro caso, a explosão de um prédio em demolição, entra em acção. Mas rapidamente outro caso, a explosão de um prédio que causa inúmeros mortos, a chama. Nada parece unir os dois casos? Nada? Bem, aqui nada é o que parece. O atentado parece um acto terrorista que ninguém reivindica. Quem será o responsável? Junto de Vivien Light está Russel Wade, jornalista fracassado que fornece a pista inicial para a investigação.
No início julgamos conhecer o assassino. Mas há enigmas que se sucedem durante o livro e, por isso, as nossas certezas vão caindo, como se fossem castelos de cartas. Temos um caso policial pela frente. Mas o livro remete-nos sobretudo para o mundo do pecado e da possível redenção. Quando o misterioso criminoso se vira para o padre McKean e lhe diz: "Não estou à espera da absolvição, porque não preciso dela. E, de qualquer maneira, sei que não ma daria", todas as cartas surgem trocadas. O criminoso não sente estar a pecar. Mas sente que precisa de confessar o que faz. Quando diz: "Eu Sou Deus" ele quer dizer-nos que está na fronteira entre os vivos e os mortos. Mas o criminoso é uma personagem que só mais tarde conheceremos realmente.
Ele é também um símbolo na luta tenaz entre a luz e as trevas. A luz é representada pela detective Vivien Light. Como detective, ela quer ser a claridade que ilumina o mundo sombrio do terrorista assassin que ataca Nova Iorque. Mas também se quer iluminar interiormente. A sua busca por iluminar a escuridão é também uma forma de percebermos por que é que num mundo em que a culpa é sempre do outro às vezes não sabemos como reagir quando não sabemos quem culpar. "Eu Sou Deus" é também um livro sobre as feridas nunca cicatrizadas da guerra. São do Vietname, como poderiam ser do Iraque ou do Afeganistão. Ou dos Balcãs. "As guerras acabam. O ódio dura para sempre", diz-se a certo momento neste livro. Sendo um policial, este é também um livro sobre os danos colaterais da guerra. Giorgio Faletti quer falar-nos da estupidez das guerras. Que vai deixando pessoas marcadas a ferro em brasa e que transforma heróis em inimigos do seu próprio país. O Vietname é ainda hoje um símbolo para diferentes gerações. Por isso está aqui. É esse monstro sem rosto que carrega todas as culpas da sociedade que encontramos aqui na forma de um terrorista. Temos pistas sobre ele. E, por isso, no meio da escuridão tem de surgir Vivien Light, para incidir a luz sobre todas as coisas que nem outra personagem central no livro, um jornalista fracassado de nome Russel Wade, consegue explicar.»
Fernando Sobral, Jornal de Negócios

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Crítica: «Persépolis»

«Mais de uma década depois da publicação original, em francês, chega às livrarias portuguesas uma daquelas obras que só não está no cânone das leituras essenciais porque não se trata de prosa, mas sim de banda desenhada. Na primeira pessoa, Persépolis conta a história de Marjane desde o momento em que a revolução iraniana cede lugar ao regime dos ayatollahs, em 1979-80, até ao momento em que a narradora decide sair do Irão e instalar-se, definitivamente, em França. Não se trata de um percurso linear, ou de um registo filtrado dos vários momentos de mudança do regime iraniano, mas antes de uma sucessão de pequenos episódios que compõem uma autobiografia ficcionada, muito marcada pelas descobertas, pelas dúvidas e pelos dilemas individuais de Marjane, não só em relação ao que se passa no Irão, mas igualmente perante tudo o que muda diariamente, sobretudo no seu processo de crescimento e no modo como se relaciona com os outros. E os outros, nesta história, tanto podem ser os pais que não a deixam participar nas manifestações por ser demasiado pequena, como as professoras que esperam dela uma obediência cega ou as amigas que anseiam por um marido. Os outros são os europeus que não conseguem vê-la sem um filtro de exotismo ou um alerta de terrorismo, mas são igualmente os seus compatriotas quando a crêem demasiado ocidentalizada, sem vontade de um casamento de conveniência ou de seguir a vida reservada às mulheres na Teerão da sharia.

A obra que consagrou Satrapi (e que teve adaptação cinematográfica em 2007) estrutura-se num registo gráfico onde se cruzam os momentos biográficos dos primeiros anos com as inevitáveis intrusões fantasiosas (como as conversas com Deus, em vinhetas que o representam com assumidas parecenças com Marx, ou as imagens das torturas políticas, demasiado duras, mesmo no imaginário de uma criança). Nas pranchas onde os factos históricos são fulcrais para o edifício narrativo, Satrapi recorre a representações esquemáticas da história do Irão que emanam da iconografia artística da Pérsia, assim incorporada no preto-e-branco das pranchas. Mas ao longo de todo o livro, o que define a narrativa é a auto-representação, da infância de todas as descobertas à primeira estadia europeia de Marjane (em Viena, na fase mais decisiva da adolescência), do início da guerra Irão-Iraque à decisão de trocar Teerão por Paris. Mais do que uma graphic novel de pendor histórico, Persépolis é um monumental registo da memória, consciente do passado, mas mais consciente ainda da inevitabilidade de o ficcionar.»
Sara Figueiredo Costa, Cadeirão Voltaire


terça-feira, 26 de julho de 2011

Crítica: «A Evolução de Calpurnia Tate»

«Calpurnia Tate é uma menina de onze anos, nascida no Texas e filha de boas famílias, a quem a tradição e a moral do século XIX predestinam o recato da vida doméstica, sem outros entretenimentos que não a gestão da copa e da cozinha – e a procura de um bom partido para casar. O tédio feito existência, dito de outra maneira. Porque Calpurnia Tate é também uma menina curiosa e inteligente, fascinada pelas descobertas científicas do século de Darwin, cuja natureza instintiva quer mais do que crescer entre barrelas de roupa e tartes de nozes pecã, por muito doces que estas sejam. Um avô naturalista, homem de poucas falas e nenhuma inclinação por crianças, vai ajudá-la a entender o vasto mundo que cabe entre o céu estrelado e um olhar microscópico, o mundo a que Calpurnia Tate escolheu pertencer. Não é líquido que o consiga, mas outra coisa não podemos desejar.

A Evolução de Calpurnia Tate é um belíssimo primeiro livro de Jaqueline Kelly, autora neozelandesa que se estreou a ganhar o Prémio Newbery, em edição da Contraponto. Para todas as idades.»
Carla Maia de Almeida, O Jardim Assombrado

terça-feira, 12 de julho de 2011

Crítica de Leitor: «Pensei Que Tinhas Morrido»

«Nada na vida de Paul Gustavson parece correr como devia. O pai sofreu um AVC. A namorada tem uma relação com outro indivíduo. A situação profissional é instável. E a sua posição perante o mundo é, no mínimo, sombria. Mas entre todas as dificuldades, Paul tem um único refúgio na figura constante de Stella, a sua companheira. E acontece que Stella é uma cadela já de bastante idade e que... fala. Mas só com Paul, claro.

Importa dizer, antes de mais, que este livro não é a clássica história de como a entrada de um animal de estimação especial muda a vida de um humano. Não. Esta não é a história de Stella e de como ela alterou a vida do seu dono. Esta é a história de Paul e do seu percurso de vida, um percurso de altos, baixos e muito baixos que inclui Stella no seu caminho. Claro que a presença de Stella é, em vários momentos, algo de essencial, porque as conversas que esta tem com o seu humano funcionam, muitas vezes, como a voz da sua consciência, e também pelo momento de grande intensidade emotiva e ponto de viragem que esta protagoniza. Ainda assim, é em Paul que a história se centra e Stella é apenas um - ainda que um dos melhores - elementos que a constituem.
Algo de particularmente marcante é a forma como o autor reflecte as emoções do protagonista. O tom geral é, inevitavelmente, sombrio, já que o caminho de Paul é difícil e marcado pela tristeza. Ainda assim, há algo na forma como as dificuldades e as reacções (ou falta de) são apresentadas, com as medidas certas de humor, emoção e reflexão, que cria um nível de empatia e, ao mesmo tempo, transmite algo de familiaridade. Afinal, numa ou noutra fase, todos passamos por momentos mais difíceis.
Ainda de referir o lado introspectivo da narrativa. Escrito na terceira pessoa, é ainda assim algo de bastante pessoal. É fácil reconhecer aquela impressão de sermos algo diferente do que os outros vêem, quer porque não ousamos mostrar o que somos, quer porque nós próprios não vemos aquilo em que nos transformamos. E é, em grande parte, esta reflexão que dá força à narrativa. Da relação familiar de Paul, das dificuldades amorosas, da incapacidade de reagir perante a perda... há sempre algo de próximo, algo de conhecido que poderia ter acontecido a qualquer um.
Envolvente, com momentos de grande ternura, mas também com algumas situações divertidas, uma história onde os afectos e as relações (em todas as suas múltiplas formas) servem de base ao traçado de um percurso que, ainda que com uma dose saudável de exagero, poderia ser próximo ao de qualquer um. Muito bom.»
As Leituras do Corvo

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crítica de Leitor: «Eu Mato»

«Quem diria que um comediante escreve um bom policial... Pois, se Giorgio Faletti desperta sorrisos e gargalhadas a muitos, a outros consegue arrancar arrepios, indignação e tensão!

Eu Mato conta a história de um serial killer bastante sórdido, que liga para um programa de rádio a anunciar o homicídio, deixando uma música como pista para a identificação da potencial vítima.
Nas primeiras páginas do livro, são apresentadas as personagens, com quem imediatamente sentimos empatia, o menino com problemas mentais que acompanha religiosamente os programas e as músicas da rádio, Pierrot e Jean-Loup Verdier, o apresentador desse mesmo programa. Também o agente do FBI Frank Ottobre,que estava em Monte Carlo, debatendo-se com os seus próprios fantasmas e, aliado ao amigo, o delegado de polícia Nicolas Hulot, decide que dará um fim à matança. Mas não só estas personagens aguçam a curiosidade do leitor, o que terá a esconder a misteriosa Helena Parker?
No que concerne a descrições de personagens, tenho a referir que até as vítimas são tidas em conta. Assim, todas elas têm uma personalidade, uma maneira de estar na vida que, normalmente, não são aspectos tão enfatizados numa personagem de literatura policial.
E não são só descrições de personagens, o autor prima pelas referências de pormenores a locais e a situações. A descrição no romance policial é sempre algo ambíguo: se, por um lado, o leitor quer imediatamente passar à acção, descurando os pormenores descritivos, por outro esta componente facilita um visionamento da acção na nossa mente, tal como um filme!
No que diz respeito ao serial killer, este é uma mistura entre o famigerado Ed Gein e Hannibal Lecter. Um dos aspectos mais relevantes do livro é a sua análise do perfil psicológico e o encaixe deste com a tipologia dos crimes, muito sangue e rostos mutilados. Denotei que o autor utiliza uma linguagem diferente nas falas desta personagem quando faz os telefonemas para a rádio, comparativament e aos demais personagens, facto que ajuda o leitor a sentir-se mais irrequieto, tenso e desconfiado. Achei que os telefonemas, ainda que breves, tinham um cariz perturbador e conseguiram deixar-me inquieta. Quanto às músicas escolhidas para cada vítima, devo dizer que o autor fez uma ligação bastante inteligente e que não era assim tão imediata.

Inicia-se então uma verdadeira caça ao homem, cujos homicídios são bastante gráficos, encontrando-se descritos ao pormenor, havendo pelo meio algumas peripécias surpreendentes.
Gostei do desfecho, conhecer a identidade do serial killer e o seu background, a sua infância e o desenvolvimento como indivíduo na sociedade.
Fico a aguardar atentamente o segundo livro do autor, intitulado "Eu sou Deus". Recomendo vivamente, é uma excelente leitura!»
Vera Brandão, Segredo dos Livros

terça-feira, 17 de maio de 2011

Conspiração 365 - Críticas

Com o volume de «Maio» acabadinho de sair, aqui fica a crítica ao volume «Abril».

Crítica de Leitor: «Rubi - O Amor Atravessa Todos os Tempos»


«Rubi - O Amor Atravessa Todos os Tempos é um livro virado para o público juvenil mas que pode ser lido por um público mais adulto. A sua escrita, simples, fluída e fácil de seguir é maravilhosa para o público alvo do livro e torna-se um livro agradável para passar umas divertidas horas para o público mais velho. As personagens, divertidas e por vezes irónicas fazem-nos rir e as relações familiares retratadas no livro fazem-nos lembrar das nossas relações familiares.

Um bom livro para relaxar e que nos desperta a curiosidade para o próximo volume, que não irei perder!»
Blogue Bloco de Devaneios

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Crítica de Leitor: «Contos dos Subúrbios»

É assim que gosto de me sentir quando descubro uma pérola. Por isso, não percam um dos que desde já não tenho problemas em classificar como um dos livros do ano: Contos dos Subúrbios, de Shaun Tan.


«Este livro – Contos dos Subúrbios (edição Contraponto) – sofre de dois problemas sérios: primeiro, lê-se num instante (todo de seguida, se for caso disso), depois, os invejosos, aqueles que gostariam de ter um dom e não têm, podem começar a pensar: "Como é que este tipo (Shaun Tan, já agora) tem o dom da escrita e, ao mesmo tempo, o do desenho?"
Agora mais a sério: Contos dos Subúrbios é um livro deslumbrante, que conjuga a beleza das ilustrações com a beleza dos textos. Para os mais “distraídos”, esclareça-se desde já que “contos” e “ilustrações” não significa livro juvenil. Sim, os adultos também gostam de livros ilustrados e será preciso ser adulto, ou pelo menos ter alguma “bagagem”, para absorver na plenitude tudo aquilo que Shaun Tan nos conta. Desde histórias com uma mensagem subliminar a outras que contam a história pela história, há de tudo nestes contos, que, como o título indica, nos remetem para um imaginário de subúrbios – pode ser tão belo como o campo, não sejam preconceituosos. Desde aventuras que relembram a infância, a seres estranhos de outros mundos (e do nosso), passando por histórias contadas através de recortes e colagens, há de tudo neste livro feito de muita imaginação e que, melhor do que isso, põe a nossa imaginação a funcionar. Repare bem: nestas páginas há um búfalo enorme que aponta sabe-se lá para onde, um universitário estrangeiro pouco maior do que um amendoim, um escafandrista a vaguear por um rua, uma bola que vai crescendo conforme absorve poemas nunca lidos e depois se desfaz em pedaços de papel que são lidos ao acaso (ideia fantástica!), paus de fósforo (uma espécie de arbustos esguios com pernas mais parecidos connosco do que possamos imaginar) e fala-se de casamentos, de pais e filhos, de irmãos, de lugares mágicos que só esperam que os descubramos, de mísseis intercontinentais espalhados por jardins… Fala-se de vida, das relações, de animais, de aproveitar melhor o que se tem, de saber viver, há uma certa nostalgia pelo passado, etc. Ou seja, faz sonhar: o que mais pode pedir-se a um livro?
Além disso, Contos dos Subúrbios é também o livro perfeito para aqueles que gostam apenas de encher as estantes sem se importarem com os conteúdos: é um álbum belíssimo graficamente, de extremo bom gosto, que fica bem em qualquer lado.
Estão a achar que exagero na minha apreciação ao livro? Se calhar… Mas é o que sinto neste momento que escrevo e sinceramente parece-me difícil mudar de opinião com o passar do tempo. É assim que gosto de me sentir quando descubro uma pérola. Por isso, não percam um dos que desde já não tenho problemas em classificar como um dos livros do ano: Contos dos Subúrbios, de Shaun Tan.»
Rui Azeredo, Porta-Livros, Abril 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

«Contos dos Subúrbios» - Primeiras críticas

«“Quando eu era criança havia um grande búfalo a viver no talhão vago ao fundo da nossa rua.”

O mundo dos adultos é uma seca! Um mundo do qual temos imensa dificuldade em nos conseguirmos desligar. E o que tem este mundo de tão peculiar para nos causar tanta dificuldade em sair dele? Será assim tão difícil voltar a sonhar como fazíamos quando éramos crianças?

“Mas numa noite quente de verão aconteceu uma coisa diferente, uma coisa muito mais interessante: apareceu um grande animal marinho no relvado.”

Terá o autor conhecimento de uma porta semelhante à que Alice encontrou? Terá em sua posse uma poção mágica que lhe permite passar pela porta (ou portas) e entrar num “país das maravilhas”?

“É aqui que nascem as memórias acarinhadas de biscoitos de gengibre em forma de corvo acabados de sair do forno…”

Shaun Tan é responsável por inúmeras obras, sobretudo de ilustração, com as quais recebeu diversos prémios. The Arrival por exemplo, foi em 2008 galardoado naquele que é porventura o melhor festival de banda desenhada do mundo, Angoulême. Recebeu também o prémio de Melhor Álbum. E mais recentemente, arrecadou o Óscar para melhor curta de animação com a curta-metragem que dirigiu com Andrew Ruhemann, The Lost Thing.

“Eu e a vossa avó olhámos um para o outro como se tivéssemos acabado de chegar de outro planeta.”

Detentor de um prodigioso talento, Shaun Tan brinca com as palavras e as imagens qual criança quando partilha as suas aventuras. Foi com um enorme prazer que o nosso olhar percorreu as páginas carregadas de tanta magia e ternura, ao longo das 16 histórias que compõem os Contos dos Subúrbios. 16 contos apenas, que mostram o quão grande consegue ser a imaginação do autor.
Quanto à presente edição, é simplesmente notável, desde a tradução ao design. Estão todos de parabéns!
Afinal, talvez não seja assim tão difícil voltar ser criança.»
Rui Baptista, Bela Lugosi Is Dead, Março 2011

terça-feira, 29 de março de 2011

Crítica de Leitor: «Eu Mato»

«Eu Mato é um romance que agarra desde a primeira página. Cheio de pormenores detalhados e ricos, revela uma intriga inteligente e bem construída que leva o leitor a saborear cada pormenor que é desvendado e a desejar ter acesso a mais informação.
As personagens estão muito bem construídas, uma vez que apresentam características bastante complexas e reais, não se limitando a um estereótipo mas sendo mais do que isso. O grande ponto forte é, sem qualquer dúvida, o assassino. “Um homem frio, astuto, com preparação e impiedoso (…) de uma inteligência superior à média”, uma personagem que surpreende a cada nova revelação.
A ligação dos acontecimentos está muito bem conseguida, e torna-se bastante interessante o facto de existirem capítulos dedicados à figura do assassino, onde é possível entrar na mente daquele que representa o mal e o caos na obra. O autor ainda dá a conhecer as vítimas antes de estas serem mortas, de forma a criar uma certa ligação entre o leitor e a personagem que vai fazer com que a sua morte tenha um maior significado.
Eu Mato foi um livro que muito me agradou e surpreendeu. Uma história complexa, com muitas intrigas que vai agradar a quem gosta de um bom mistério.»
Bela Lugosi Is Dead

quarta-feira, 23 de março de 2011

Crítica de Leitor: «Feitiços»

«Este livro é diferente do anterior. Enquanto que o anterior se centra não só na descoberta da verdadeira natureza de Laurel, mas também no triângulo romântico entre ela, David e Tamani, este livro centra-se no mundo de Avalon, na natureza de Laurel, na apresentação das outras fadas e elfos e das suas habilidades, etc. Ou seja, este livro centra-se especialmente no mundo criado por Aprilynne Pike, dando-nos diversas informações úteis e muito interessantes sobre as várias classes sociais em Avalon, sobre a formação de Avalon e até há informações muito engraçadas relativas a, por exemplo, Eva e Shakespeare.

Relativamente à forma de escrever da autora, não há muita alteração em relação ao primeiro livro. O livro continua a ser fluído, com uma escrita muito simples, mas que nos consegue envolver facilmente e fazer-nos imaginar tudo o que estamos a ler, desde o grande mundo que a escritora imaginou às suas personagens.
Posso dizer, sem reservas, que este segundo volume da saga Wings é, tal como o primeiro, um bom livro de fantasia, que irá agradar de certeza absoluta a quem gostou do livro anterior! Aliás, até é capaz de agradar mais do que o anterior.»
Segredo dos Livros

segunda-feira, 21 de março de 2011

Primeiras críticas: «Feitiços»

As primeiras críticas ao segundo volume da série Wings já começam a aparecer online: aqui e aqui.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Crítica de Leitor: «Frankenstein - O Filho Pródigo»

«A primeira característica a impressionar nesta leitura é, inevitavelmente, a sua força compulsiva. Capítulos pequenos, acção quase constante, toda uma série de situações inexplicáveis que mantêm viva a curiosidade e uma escrita fluída, sem grandes elementos descritivos, mas com um ritmo cativante e os elementos certos para manter o suspense, este é um livro que, desde as primeiras páginas, se revela extremamente difícil de largar. E para isto contribui também o cruzamento de elementos tão díspares como a experimentação científica (a um nível impressionante), o mistério a desvendar e a necessária captura do assassino (com todos os elementos associados à análise comportamental e de cenas do crime) e os inevitáveis momentos perturbadores e arrepiantes, ligados essencialmente à forma como as múltiplas mortes se sucedem.


E, num livro onde, com a sua conjugação das medidas certas de horror, humor, acção e emoção, o objectivo principal parece de ser o de entretenimento, não deixa de ser curioso e cativante o lado mais dedicado aos meandros da natureza humana. Sendo uma parte fundamental da história o contraste entre a humanidade e a Nova Raça, não deixa de ser intrigante ver o contraste entre as emoções humanas que despontam em seres supostamente incapazes de emoção, a insensibilidade que tomou posse de uma figura supostamente humana, e a forma como, entre interesses racionais e emocionais, quase tudo pode ser posto em causa.

Intenso, intrigante, com uma boa história, personagens cativantes e uma abordagem surpreendentemente interessante a temas mais complexos do que seria de esperar, um livro para devorar com a força da compulsão. E a melhor parte... é que este é apenas o início.»
Blogue As Leituras do Corvo

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Imprensa: «Eu Mato»

«Página sobre página, Faletti manipula perfis psicológicos em tramas surpreendentes – e cola o leitor à linha numa quase obsessão. (E mesmo quando se revela a identidade do criminoso, a intensidade não baixa, o suspense mantém-se implacável até ao fim.) Constrói, primoroso, todos os seus personagens, não apenas o que mata e os que morrem, mas também os que dão à história o deslumbramento que ela tem, por exemplo o rapaz com problemas mentais que sabe todas as músicas da rádio ou o pai da filha assassinada em cego desejo de vingança... (E enleante é igualmente o modo como Faletti descreve quotidianos, pensamentos, sentimentos, paixões, traições, abalos – a fórmula 1, a vela, a polícia, a rádio, o glamour...)

Para a Contraponto, que o editou em Portugal, Eu Mato é obra sobre "a loucura, a perversidade e o mal, mas também o amor, a amizade, a confiança". É, é tudo isso, de facto. Numa viagem pela mente que se distorce ou não: aterradora, mirabolante, psicótica, imprevisível...»
A Bola, 22 de Fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Crítica de Leitor: «A Senhora Presidente»

«Estamos em 2005. Os Democratas conseguem, pela primeira vez na história, eleger uma mulher para Presidente dos Estados Unidos da América. Três meses depois da tomada de posse, esta faz a sua primeira visita oficial ao estrangeiro, mais precisamente à Noruega, país de origem da sua família. Apesar de toda a protecção da sua guarda pessoal, do FBI e da polícia norueguesa, o impossível acontece: a Presidente desaparece misteriosamente da sua suite num hotel de Oslo, logo na primeira noite da sua estadia. A primeira reacção é culpar a Al Qaeda. Ou teria sido obra dos iranianos?


Não vou dizer mais sobre a trama do livro, para não retirar o interesse aos leitores. Só direi que me diverti muito a ler este livro, apesar de não ser um amante de livros policiais. É um thriller muito bem construído, que se lê de um fôlego, sem conseguir parar.»
Sebastião Barata, O Segredo dos Livros