Quando vi o Twitter ser capa da revista Veja, refleti: “Será que está faltando assunto? Será que está faltando denúncia contra o PT?”. Mas não. A questão é que o Twitter tornou-se realmente um canal de comunicação interessante e “barulhento”, tanto que até um velho como eu, jornalista que aprendeu a produzir notícias em máquinas de escrever, criou uma conta por lá (@duda_rangel).
A nova enquete deste blog tem a ver com o Twitter. Que hashtag melhor definiria a vida de um jornalista? Para quem não sabe, hashtag é uma palavra-chave ou uma expressão que explica e resume uma informação, uma idéia, uma campanha. Ajuda na classificação e na busca das mensagens postadas. As opções de hashtag desta enquete são variadas: #CadeOMeuAumento, #PlantaoDeMerda, #RIPMeuDiploma, #DiaSemReleaseTrash, #SouMasoquistaMesmo e #PrecisoDeUmCafeUrgente. Escolha suas preferidas! Você pode votar em mais de uma alternativa.
A pesquisa que acabou de ser encerrada – O que os jornalistas deveriam fazer nas tribunas dos estádios da Copa do Mundo para escancarar o seu lado torcedor? – teve vitória da alternativa “Mijar num copinho plástico d’água e jogar na cabeça dos jornalistas argentinos”, com 44% dos votos. Na segunda colocação, com 25%, ficou a opção “Levar uma geladeira de isopor cheia de latinhas de cerveja”. Sem dúvida, eram as alternativas favoritas, afinal quem não gosta de uma cervejinha e de sacanear um argentino?
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segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
As matérias mais manjadas de Copa do Mundo
Os cadernos de Esporte dos jornais ou os programas do gênero na TV são uma espécie de Série B ou Segunda Divisão do Jornalismo. Estão bem longe do status do Primeiro Caderno de um jornal, que fala, principalmente, de Política. Mas na Copa do Mundo a coisa muda. O Caderno de Esportes torna-se o mais importante, ganha mais páginas, mais anunciantes.
Repórteres de outras editorias são chamados para uma força-tarefa. Colunistas que não entendem porra nenhuma de futebol aventuram-se a discorrer sobre esquemas táticos. Na TV, os jornalistas esportivos sofrem um choque de elegância e trocam as camisas pólo pela roupa chique. Ficam bonitos, mas não escondem o desconforto com o terno e a gravata.
Preencher tantas páginas dos jornais e tanto espaço na TV apenas com matérias de futebol seria uma grande chatice, então sobram “enfoques diferenciados”. O que falta é criatividade. Confira as matérias mais manjadas de Copa do Mundo, que você com certeza já viu em Mundiais passados e está vendo na edição sul-africana.
Jogadores de búzios, tarólogos, videntes e enganadores em geral apontam quem vai ganhar a Copa. Como cada um indica uma seleção diferente fica difícil saber em quem acreditar.
As torcedoras elegem os jogadores mais gatos do Mundial. Destaque para os que têm as coxas mais grossas e os cabelos mais estilosos. Retranca especial com os atletas italianos.
Os profissionais que não podem assistir aos jogos do Brasil porque estão trabalhando, como policiais, médicos, os caras da empresa de energia elétrica e, claro, vários estagiários.
As insuportáveis matérias sobre os colecionadores de figurinhas dos jogadores da Copa, com o ainda mais insuportável enfoque dos “adultos que viram crianças”.
Gente que não curte futebol. As pessoas que, enquanto está todo mundo enchendo a cara e torcendo pelo Brasil, assistem a um ciclo de filmes poloneses ou visitam um museu vazio.
O comércio de todo tipo de artigo ligado à seleção do Brasil, de bandeirinhas e roupinhas para cachorro a camisinhas falantes que, uma vez vestidas, dizem “pentacampeão”.
Flashes por todo o País de locais públicos com a aglomeração de torcedores durante o jogo do Brasil. Gente de peruca, segurando imagens de santos e, claro, várias gostosas.
Jogadores brasileiros de outras Copas palpitam e falam merda à vontade. Artistas, políticos e outras personalidades não ficam atrás e também palpitam e falam merda à vontade.
Torcedores supersticiosos ensinam mandingas que ajudarão o Brasil a ganhar a Copa, como aquele Zé Mané que assiste a todos os jogos com a mesma cueca verde-amarela fedorenta.
Repórteres de outras editorias são chamados para uma força-tarefa. Colunistas que não entendem porra nenhuma de futebol aventuram-se a discorrer sobre esquemas táticos. Na TV, os jornalistas esportivos sofrem um choque de elegância e trocam as camisas pólo pela roupa chique. Ficam bonitos, mas não escondem o desconforto com o terno e a gravata.
Preencher tantas páginas dos jornais e tanto espaço na TV apenas com matérias de futebol seria uma grande chatice, então sobram “enfoques diferenciados”. O que falta é criatividade. Confira as matérias mais manjadas de Copa do Mundo, que você com certeza já viu em Mundiais passados e está vendo na edição sul-africana.
Jogadores de búzios, tarólogos, videntes e enganadores em geral apontam quem vai ganhar a Copa. Como cada um indica uma seleção diferente fica difícil saber em quem acreditar.
As torcedoras elegem os jogadores mais gatos do Mundial. Destaque para os que têm as coxas mais grossas e os cabelos mais estilosos. Retranca especial com os atletas italianos.
Os profissionais que não podem assistir aos jogos do Brasil porque estão trabalhando, como policiais, médicos, os caras da empresa de energia elétrica e, claro, vários estagiários.
As insuportáveis matérias sobre os colecionadores de figurinhas dos jogadores da Copa, com o ainda mais insuportável enfoque dos “adultos que viram crianças”.
Gente que não curte futebol. As pessoas que, enquanto está todo mundo enchendo a cara e torcendo pelo Brasil, assistem a um ciclo de filmes poloneses ou visitam um museu vazio.
O comércio de todo tipo de artigo ligado à seleção do Brasil, de bandeirinhas e roupinhas para cachorro a camisinhas falantes que, uma vez vestidas, dizem “pentacampeão”.
Flashes por todo o País de locais públicos com a aglomeração de torcedores durante o jogo do Brasil. Gente de peruca, segurando imagens de santos e, claro, várias gostosas.
Jogadores brasileiros de outras Copas palpitam e falam merda à vontade. Artistas, políticos e outras personalidades não ficam atrás e também palpitam e falam merda à vontade.
Torcedores supersticiosos ensinam mandingas que ajudarão o Brasil a ganhar a Copa, como aquele Zé Mané que assiste a todos os jogos com a mesma cueca verde-amarela fedorenta.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
A Copa do Mundo liberta o jornalista!
Há uns raros que assumem a paixão clubística publicamente, mas os jornalistas esportivos, no geral, preferem não revelar o clube de coração. É claro que todos têm um clube de coração, porque, muito antes de serem jornalistas, todos já eram torcedores. Mas os profissionais quase decentes do esporte não gostam de misturar as coisas. Jornalismo exige isenção e credibilidade. Então por que não fazer um esforço para fingir credibilidade?
A preocupação em ser isento, ou melhor, em parecer isento, tem uma exceção: a Copa do Mundo. Nos Mundiais, os jornalistas mandam a hipocrisia para a casa do caralho e torcem pelo Brasil sem o menor pudor. Aliás, jornalistas de vários países torcem por suas seleções na maior cara dura. As tribunas de imprensa dos estádios da Copa chegam a lembrar, em alguns momentos, a geral do Maracanã. A única diferença é que os jornalistas não carregam imagens da Nossa Senhora da Aparecida nos ombros.
Todo mundo critica o ufanismo do Galvão Bueno, mas tem muito jornalista brasileiro em Copa do Mundo que canta o hino nacional com a mão no peito. Se estivesse num fórum mundial sobre direitos humanos ou igualdade social, ele teria até vergonha de dizer que é brasileiro, mas, na Copa Mundo, tem é orgulho. Veste, inclusive, uma camisa amarela para aumentar a identificação. Jornalista brasileiro nos estádios da Copa xinga o juiz, o técnico retranqueiro, o zagueiro perna-de-pau e os jornalistas do país adversário que, sem a menor ética – “que ridículos” –, também torcem pela seleção de seu país.
A nova enquete do blog, em ritmo de Copa do Mundo, quer saber que comportamento deveriam adotar os jornalistas brasileiros nas tribunas de imprensa dos estádios na África do Sul para escancarar este lado torcedor. Levar uma geladeira de isopor cheia de latinhas de cerveja? Mijar no copinho d’água e jogar na cabeça dos jornalistas argentinos? Criar musiquinhas como “eu sou jornalista brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”? Promover a “ola” com seus notebooks nas mãos? Bons votos!
A pesquisa que acabou de ser encerrada – O que você faria caso seu filho (ou futuro filho) revelasse que, assim como você, também quer estudar jornalismo? – teve a vitória da alternativa “Eu o apoiaria, afinal é uma profissão digna e apaixonante”, com 37% dos votos. Mas como todas as outras três alternativas eram contrárias à transmissão da profissão para a geração seguinte, posso dizer apenas uma coisa: há controvérsias.
A preocupação em ser isento, ou melhor, em parecer isento, tem uma exceção: a Copa do Mundo. Nos Mundiais, os jornalistas mandam a hipocrisia para a casa do caralho e torcem pelo Brasil sem o menor pudor. Aliás, jornalistas de vários países torcem por suas seleções na maior cara dura. As tribunas de imprensa dos estádios da Copa chegam a lembrar, em alguns momentos, a geral do Maracanã. A única diferença é que os jornalistas não carregam imagens da Nossa Senhora da Aparecida nos ombros.
Todo mundo critica o ufanismo do Galvão Bueno, mas tem muito jornalista brasileiro em Copa do Mundo que canta o hino nacional com a mão no peito. Se estivesse num fórum mundial sobre direitos humanos ou igualdade social, ele teria até vergonha de dizer que é brasileiro, mas, na Copa Mundo, tem é orgulho. Veste, inclusive, uma camisa amarela para aumentar a identificação. Jornalista brasileiro nos estádios da Copa xinga o juiz, o técnico retranqueiro, o zagueiro perna-de-pau e os jornalistas do país adversário que, sem a menor ética – “que ridículos” –, também torcem pela seleção de seu país.
A nova enquete do blog, em ritmo de Copa do Mundo, quer saber que comportamento deveriam adotar os jornalistas brasileiros nas tribunas de imprensa dos estádios na África do Sul para escancarar este lado torcedor. Levar uma geladeira de isopor cheia de latinhas de cerveja? Mijar no copinho d’água e jogar na cabeça dos jornalistas argentinos? Criar musiquinhas como “eu sou jornalista brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”? Promover a “ola” com seus notebooks nas mãos? Bons votos!
A pesquisa que acabou de ser encerrada – O que você faria caso seu filho (ou futuro filho) revelasse que, assim como você, também quer estudar jornalismo? – teve a vitória da alternativa “Eu o apoiaria, afinal é uma profissão digna e apaixonante”, com 37% dos votos. Mas como todas as outras três alternativas eram contrárias à transmissão da profissão para a geração seguinte, posso dizer apenas uma coisa: há controvérsias.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010
O teeeempo passa...
O moleque vivia na roça. O pai não tinha dinheiro para comprar sequer uma TV em preto-e-branco. Mas não foi essa relação íntima com a pobreza que o fez escolher, anos mais tarde, a profissão de jornalista. Foi o rádio velho e cheio de ruídos do pai. Ouviam juntos, nas tardes de domingo, o jogo do time de coração narrado pelo Fiori Giglioti. Toda vez que o locutor dizia “abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, a imaginação do menino viajava até o estádio.
Um amigo da escola disse a ele que jogo de futebol de verdade era uma pasmaceira só, que não tinha toda aquela emoção que se ouvia no rádio. A bola estava bem longe da grande área, mas a sensação, no rádio, é que o gol estava prestes a sair.
- E como ele sabe disso?, retrucou o pai. Seu amigo nunca foi a um estádio. Nem ele, nem o mentiroso do pai dele.
O menino seguiu encantado pelo futebol no rádio e narrava tudo a seu redor. “Crepúsculo da janta, torcida brasileira. Lá vem a mamãe pela direita com a sobremesa, passou por um, driblou o papai e chegou até a mesa”.
- Pai, manda esse moleque calar a boca que eu não agüento mais, dizia o irmão mais velho.
De tanto ouvir o Fiori no rádio, ele decidiu que também seria locutor esportivo. Aos 15 anos, começou a trabalhar na emissora da cidade, na nobre função de entregador de correspondências. Mas era perseverante. No ano seguinte, já servia o cafezinho. Aos 22, foi trabalhar na rádio da cidade vizinha, maior e mais importante, que cobria todos os jogos do time local. Já era jornalista formado.
Um dia, o locutor titular da rádio ficou sem voz. Passou a noite xingando o cachorro do vizinho que não parava de latir. E ele teve a grande chance de fazer sua estréia. Seguiu para o estádio agitado. No caminho, se lembrou do Fiori e das tardes de domingo de sua infância ao lado do pai. O velho, com certeza, estaria ouvindo sua voz, onde quer que ele estivesse naquele momento.
O juiz apitou e ele colocou toda a emoção do mundo na sua narração. O dia mais feliz de sua vida. Mas não foi nada fácil o trabalho. O jogo foi uma pasmaceira só.
Leia também: “Outdoor ambulante”
Um amigo da escola disse a ele que jogo de futebol de verdade era uma pasmaceira só, que não tinha toda aquela emoção que se ouvia no rádio. A bola estava bem longe da grande área, mas a sensação, no rádio, é que o gol estava prestes a sair.
- E como ele sabe disso?, retrucou o pai. Seu amigo nunca foi a um estádio. Nem ele, nem o mentiroso do pai dele.
O menino seguiu encantado pelo futebol no rádio e narrava tudo a seu redor. “Crepúsculo da janta, torcida brasileira. Lá vem a mamãe pela direita com a sobremesa, passou por um, driblou o papai e chegou até a mesa”.
- Pai, manda esse moleque calar a boca que eu não agüento mais, dizia o irmão mais velho.
De tanto ouvir o Fiori no rádio, ele decidiu que também seria locutor esportivo. Aos 15 anos, começou a trabalhar na emissora da cidade, na nobre função de entregador de correspondências. Mas era perseverante. No ano seguinte, já servia o cafezinho. Aos 22, foi trabalhar na rádio da cidade vizinha, maior e mais importante, que cobria todos os jogos do time local. Já era jornalista formado.
Um dia, o locutor titular da rádio ficou sem voz. Passou a noite xingando o cachorro do vizinho que não parava de latir. E ele teve a grande chance de fazer sua estréia. Seguiu para o estádio agitado. No caminho, se lembrou do Fiori e das tardes de domingo de sua infância ao lado do pai. O velho, com certeza, estaria ouvindo sua voz, onde quer que ele estivesse naquele momento.
O juiz apitou e ele colocou toda a emoção do mundo na sua narração. O dia mais feliz de sua vida. Mas não foi nada fácil o trabalho. O jogo foi uma pasmaceira só.
Leia também: “Outdoor ambulante”
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Clássico é clássico. E vice-versa
Se você é jornalista esportivo e um dia não puder, por falta de tempo ou de saco, entrevistar um jogador de futebol, não se preocupe. O blog preparou uma lista de frases feitas (e naturalmente idiotas) que sempre são ditas por jogadores. Use-as sem medo de errar! Em tempo: o título do post é uma homenagem ao ex-centroavante Jardel, grande pensador!
Quando o jogador perde um jogo
“O time inteiro se esforçou, todo mundo correu muito, mas, infelizmente, não deu para conseguir o resultado positivo hoje. O importante agora é levantar a cabeça, ver naonde (sic) a gente errou e seguir trabalhando duro nesta semana.”
Quando o jogador ganha um jogo
“O time inteiro se esforçou, todo mundo correu muito e, felizmente, conseguimos o resultado positivo, que são os três pontos. O grupo todo tá de parabéns! O importante agora é seguir trabalhando duro nesta semana.”
Quando o jogador é contratado por um novo clube
“A gente tá vindo para um grande clube naonde (sic) todo jogador sonha em jogar e a gente tá preparado para ajudar os companheiros a ganhar os títulos. A minha principal característica? Tenho muita raça e prometo dar o máximo de si (sic) e muitas alegrias para essa torcida maravilhosa.”
Quando o jogador se concentra para um clássico
“O time tá bem preparado, focado no jogo de domingo e vai buscar o resultado positivo, que são os três pontos. São dois grandes times, dois excelentes treinadores, respeitamos o adversário e é aquela velha história: em clássico, não tem favorito.”
Quando o jogador perde no início da temporada
“O time sentiu muito este início de temporada. A equipe tá sem ritmo de jogo, porque quase não jogamos ainda. E o preparo físico tá bem abaixo do ideal.”
Quando o jogador perde no fim da temporada
“O time sentiu muito este fim de temporada. O time tá num ritmo de jogo muito forte, cansado, jogamos muitas partidas este ano.”
Quando o jogador é expulso
“Eu não fiz absolutamente nada. Vocês viram. O adversário que colocou a cara no meu cotovelo. Mas eu conheço esse juiz, ele é mal-intencionado. E o pior é que a gente não pode xingar esse filho-da-puta, porque acaba sendo prejudicado no tribunal.”
Quando o jogador ganha um título
“Acho que esse título é para calar a boca de muita gente que não acreditava na nossa equipe. Falaram muita merda o ano inteiro, que o time tava desunido, sem vontade de jogar. Tá aí a nossa resposta. O grupo todo tá de parabéns, o professor, que sempre motivou a gente, também. Agora é seguir trabalhando, quer dizer, agora é descansar um pouco.”
Quando o jogador perde um jogo
“O time inteiro se esforçou, todo mundo correu muito, mas, infelizmente, não deu para conseguir o resultado positivo hoje. O importante agora é levantar a cabeça, ver naonde (sic) a gente errou e seguir trabalhando duro nesta semana.”
Quando o jogador ganha um jogo
“O time inteiro se esforçou, todo mundo correu muito e, felizmente, conseguimos o resultado positivo, que são os três pontos. O grupo todo tá de parabéns! O importante agora é seguir trabalhando duro nesta semana.”
Quando o jogador é contratado por um novo clube
“A gente tá vindo para um grande clube naonde (sic) todo jogador sonha em jogar e a gente tá preparado para ajudar os companheiros a ganhar os títulos. A minha principal característica? Tenho muita raça e prometo dar o máximo de si (sic) e muitas alegrias para essa torcida maravilhosa.”
Quando o jogador se concentra para um clássico
“O time tá bem preparado, focado no jogo de domingo e vai buscar o resultado positivo, que são os três pontos. São dois grandes times, dois excelentes treinadores, respeitamos o adversário e é aquela velha história: em clássico, não tem favorito.”
Quando o jogador perde no início da temporada
“O time sentiu muito este início de temporada. A equipe tá sem ritmo de jogo, porque quase não jogamos ainda. E o preparo físico tá bem abaixo do ideal.”
Quando o jogador perde no fim da temporada
“O time sentiu muito este fim de temporada. O time tá num ritmo de jogo muito forte, cansado, jogamos muitas partidas este ano.”
Quando o jogador é expulso
“Eu não fiz absolutamente nada. Vocês viram. O adversário que colocou a cara no meu cotovelo. Mas eu conheço esse juiz, ele é mal-intencionado. E o pior é que a gente não pode xingar esse filho-da-puta, porque acaba sendo prejudicado no tribunal.”
Quando o jogador ganha um título
“Acho que esse título é para calar a boca de muita gente que não acreditava na nossa equipe. Falaram muita merda o ano inteiro, que o time tava desunido, sem vontade de jogar. Tá aí a nossa resposta. O grupo todo tá de parabéns, o professor, que sempre motivou a gente, também. Agora é seguir trabalhando, quer dizer, agora é descansar um pouco.”
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quarta-feira, 30 de setembro de 2009
O fanático jornalista esportivo
Pedro Augusto, antigo colega da imprensa esportiva, é um daqueles sujeitos que só sabem falar de um assunto: futebol. O dia inteiro, em qualquer lugar. Na infância, acompanhava jogos pelo rádio - era fã dos grandes locutores - e ia sempre ao estádio com o pai. Adorava jogar futebol de botão e conseguiu completar o álbum da Ping Pong da Copa de 82. Até hoje, gaba-se de ter sido o único garoto da escola a ter a figurinha do craque polonês Boniek.
Na adolescência, os colegas diziam que, quando ia ao banheiro, preferia carregar uma revista Placar a uma Playboy. Sempre sonhou ser um jornalista de Esportes. Tornou-se um estudioso da área. Foi o primeiro cara que conheci que assistia aos jogos do Campeonato Holandês. Está por dentro de todas as regras, analisa esquemas táticos, organiza estatísticas de competições pelo Brasil, do Sul até o Acre. E o pior: adora ficar demonstrando todo o seu conhecimento. "Vocês sabiam que quem marcou o primeiro gol do Brasil em Copas do Mundo foi o Preguinho, em 1930?" Chato pra caralho!
O futebol para o Pedro Augusto não é apenas o seu trabalho. É a sua vida. Num plantão de domingo, após fazer a matéria de uma partida no estádio e voltar para a redação para ver os gols da rodada com os amigos, chegou em casa e foi assistir ao VT de Vasco x Fluminense, um zero a zero de dar medo. Não sei como a mulher do Pedro o agüenta. Aliás, não sei como ele consegue conciliar tanto fanatismo pelo futebol com seu casamento. Eu, por muito menos, fui trocado por um office-boy.
Na adolescência, os colegas diziam que, quando ia ao banheiro, preferia carregar uma revista Placar a uma Playboy. Sempre sonhou ser um jornalista de Esportes. Tornou-se um estudioso da área. Foi o primeiro cara que conheci que assistia aos jogos do Campeonato Holandês. Está por dentro de todas as regras, analisa esquemas táticos, organiza estatísticas de competições pelo Brasil, do Sul até o Acre. E o pior: adora ficar demonstrando todo o seu conhecimento. "Vocês sabiam que quem marcou o primeiro gol do Brasil em Copas do Mundo foi o Preguinho, em 1930?" Chato pra caralho!
O futebol para o Pedro Augusto não é apenas o seu trabalho. É a sua vida. Num plantão de domingo, após fazer a matéria de uma partida no estádio e voltar para a redação para ver os gols da rodada com os amigos, chegou em casa e foi assistir ao VT de Vasco x Fluminense, um zero a zero de dar medo. Não sei como a mulher do Pedro o agüenta. Aliás, não sei como ele consegue conciliar tanto fanatismo pelo futebol com seu casamento. Eu, por muito menos, fui trocado por um office-boy.
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