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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

faróis

se olhos vêm na direção contrária
de encontro direto ao coração
brilhando milagre abissal
freio de mão:
desvio ao real
que todo encanto padrão
tem pressa de passar
(e mal)

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A PAIXÃO CANSA

eu sei que poderia me incendiar em segundos
essa música baixa que mantenho trancada no forno
mas estou cansado demais de ganhar e perder o mundo em segundos
e procuro cada vez mais a longa paz do morno

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

RETIRO

quando me perco no peito
(esta gangorra doentia e escarpada)
lembro:
atrás da casa antiga passava um riozinho
com um som constante, tranqüilo
tocando a eternidade

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

BIRINIGHT A LA NIETZSCHE

quando a noite é presa
e a música, ruim
o sentido quebra no chão
com estilhaços em mim

a garrafa está vazia
a gente comendo capim
a lua me embriaga numa pia
morremos por nada no jardim

que estou fazendo aqui?

nenhum ponto
nenhuma reta
nenhuma meta

a conta, pelo amor de deus

(Fabio Rocha)

domingo, 7 de novembro de 2010

VERMELHO AINDA

como pode
nesse peito tão pisoteado
brotarem instantaneamente
tantas flores erradas
tão erradas sempre?

(Fabio Rocha)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CONVENHAMOS

de tanto medir
a profundidade dos abismos
sem escada
sobra escarpas:

farpa
onde antes, pele

(um espinho
que traz na ponta
um leão)

(Fabio Rocha)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

DEVE HAVER UMA TERCEIRA OPÇÃO

se não me inclino
em direção ao impossível
minha vontade morre
o frio vence
minha vida cinza

se inclino
vôo por segundos
Ícaro caio
dói meses dois quatro
morro vermelho sangue

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

QUANDO DO OUVIR AQUELE BRILHO INCONTROLÁVEL

quero uma caixa no fundo do mundo
pra prender meu desejo profundo

meu peito sem água
transbordou desde há muito
de tanta mágoa

entre o Buda e o Zorba
este louco não é nenhum dos dois
(norma a definir depois)

e o ciclo desvairado
de encontro e desencontro
cansa

tragam uma balança
pra mensurar a distância
entre o agora e a estrela
(estrelas sempre com ponta de lança)

amarrem meus braços:
quero não querer!

(Fabio Rocha)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

PENSANDO LIVREMENTE

( Inspirado em Edson Marques )

de certo que na primeira semana
tudo é perfume e perfeito
a pele o peito a palavra
e o efeito devastador delicioso
do sexo apaixonado...

de certo passa, Edson
de certo muda, num mês, num ano...

mas o conhecer e ser conhecido
agradar e ser agradado
acalentar e ser acalentado
apoiar e ser apoiado
mais e melhor
não compensa o furor decadente?
o peito mais calmo?
e a amizade confidente?

o que fazer com a vontade de "para sempre"?

(Fabio Rocha)

terça-feira, 29 de junho de 2010

ANTIPOÉTICA NÚMERO 2 (SOMOS MAIS!)

querer
de todas as estrelas
a mais impossível, sempre,
como se fosse a última
como se fosse a única...

e roer as unhas do tédio
arfar afoito o não coito
tentar tentar tentar
tornar-se ira corte ataque
(um inimigo, por favor, um inimigo!)
perante a indefinível mão constante
espremendo o peito por demais pulsante
a mão dali
tão grande
o grande não
afastando os lábios com lábia
enquanto a linda boca sorri
a mão daqui a cravar as garras na terra, os dentes na lama
morrer ardente em paixão duradoura e demente
(pela insatisfação, somente)
descontrole contra todo o medo
da morte, da solidão, do vazio
todo dia uma guerra
todo dia vida ou morte
todo dia imprevisível
babar extremos
gigante trêmulo inventado em branco
gigante anão colorido de dor
gigante chorão, criança
defronte do inferno do c-o-t-i-d-i-a-n-o
sem meta, sem utopia, sem religião, sem motivo algum
além dela (oh, ela, ela... romantismo encolhido sob tão antigo coração
vazio)
e, afora isso, ser imprevisível sal, explosível diamante
um guerreiro, um mutante de peito em chamas
não ser humano, mas dinamite...

parece um maravilha
parece plena vida
parece poesia...

- Mas não é!

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

ATARAXIA (PÉS-CHÃO)

“[...] Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.” - Ricardo Reis (heterônimo de Fernando Pessoa), in Odes de Ricardo Reis, trecho final de “Não Só”


nos olhos fechados
ver Sócrates descalço sobre a neve

o sol acende lento
ilumina pardais
nas amendoeiras de minha rua

cantam dançam voam saltam
(tudo pela reprodução)
até o rápido gavião
priorizar sobrevivências

os animais
somos nós
mas
somos nous
mas
somos mais

(Fabio Rocha)

OBS: A citação epicurista de Pessoa ali em cima usei também na abertura de minha monografia, sobre Nietzsche e Epicuro, que pode ser lida aqui: http://filosofando-fabio-rocha.blogspot.com/2009/08/epicuro-e-nietzsche-filosofia-para-vida.html. Adoro essas fases de vida onde consigo aproximar teoria e prática. :)

OBS2: Torrents de música com mantras de alta qualidade do Krishna Das (vídeo acima), pra quem quiser entrar na onda e meditar: http://isohunt.com/torrents/?ihq=krishna+das

OBS3: Centro de Yoga no Recreio maravilhoso - http://anandasurya.com.br

quarta-feira, 23 de junho de 2010

TODA_VIA

sim, escrevo melhor apaixonado...
mas, afinal, pensando bem
prefiro escrever mal.

(Fabio Rocha)

terça-feira, 22 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

SANSARA

(Para Paramahansa Yogananda)

focar a cisma
na raiz da fuga

respirar

pausar a mente
a repetir doença

parar

fincar
a força
o pé
a terra

(Fabio Rocha)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PÁS-CHÃO

não há paz na paixão
se há paz
não há mais paixão

(Fabio Rocha)

sábado, 27 de março de 2010

VITAMINA C: VARIANTES

ah, perante esta única realidade
tão única
bitoladamente única
ergo a pedra das palavras abandonadas
à procura de salvação
(tão múltipla...)

começo a entender porque o homem inventou deus.

ah, este relacionamento a se moldar em nós
estacionamento de faltas
estranhamente maravilhosamente
não automático
contra o qual me agarro
seguro
gato escaldado
pelas paredes
pelo chão sagrado
cravo as garras que já foram de outrem
me prendendo
no ser
sem são...

(não tira o pé do chão, galera!)

filmes
e músicas
nhém-nhném-nhém metades da laranja
mui bonitos são
mas o sentido...
o sentido
jamais novamente
poderá vir
de fora
de mim.

freio de mão puxado:
até deus
é mais saudável.

(Fabio Rocha)

domingo, 25 de outubro de 2009

AFETOS

Sofro de excessos.

Nada em mim
é pouco
no rio rouco
do risco solto.

(Por isso
rabisco
versos...)

Amo.
Sofro.
Sinto.
Demais!

Ideais à parte
agora escolho limites
pra me libertar.

Pois se tudo for janela
nessa casa velha
o telhado
fica por demais pesado.

(Fabio Rocha)

domingo, 10 de setembro de 2006

ESCOLHER

À nuvem charmosa e diversa
que zumbe depressa
em torno de versos
prefiro
o um.

O um maior que o todo.

Não
não sou eu
meu eu-lírico.

(Sou mais
ou menos).

Prefiro a sinceridade
do hoje
às promessas de amanhã.

Prefiro a realidade
do sorriso único
à todas as libertarieades.

Prefiro o presente!

Escolho
não só por mim
mas também assim
porque amor.

(Fabio Rocha)

sexta-feira, 25 de agosto de 2006