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quinta-feira, 24 de maio de 2018

A imagem do dia

Arrepia, não é? Mas o mais incrível é que viveu mais algum tempo depois disto. Eu falei no inicio do dia sobre o que foi esta corrida de 1973, uma das mais polémicas da história das 500 Milhas - em paralelo com as edições de 1976, 82, 92 e 95, creio eu.

Nunca houve - nem antes, nem depois - uma corrida que durasse três dias, de ameaças de cancelamento por parte de... oficiais de saúde locais porque as condições se tinham tornado insalubres. De acidentes nos metros iniciais, de chuva intensa e persistente, que durou alguns dias, e claro, os acidentes. De Salt Walther, que praticamente acabou a sua carreira e a sua vida (acabaria por morrer quase 40 anos depois, em 2012, mas isso merece outra história) e claro, Swede Savage.

Savage, como vêm nesta imagem, luta pela vida. Sobreviveu, com queimaduras graves em 20 por cento do corpo, mas uma infeção no sangue acabou por o matar 33 dias depois, a 2 de julho, quando tinha 26 anos de idade. Potencial para vencer a corrida, tinha, pois era segundo e iria ficar com a liderança, pois à frente dele, Al Unser Sr. iria parar para reabastecer quando algo - ou quebra no eixo ou uma mancha de óleo - causou o seu despiste e colisão com o guard-rail.

Passados 45 anos, as imagens do acidente ainda arrepiam. E quando pensas o que foi aquele ano em termos automobilísticos, custa a crer como é que foi e como podiam ver, fim de semana sim, fim de semana não, um piloto a morrer desfigurado ou queimado em acidentes absolutamente horríveis.

Youtube Motorsport Classic: Indianápolis 500, 1973



Vai fazer agora 45 anos sobre uma das corridas mais atribuladas da história das 500 Milhas de Indianápolis. Uma prova que durou três dias, matou dois pilotos e um mecânico, e marcou para sempre na história do automobilismo. 

Primeiro, a chuva no dia da corrida, segunda-feira, 28 de maio, fez adiar a prova por quatro horas, das onze da manhã para as três da tarde, e na largada, uma carambola de onze carros, começada por Salt Walther, causou a confusão na grelha. Pilotos e espectadores ficaram feridos - Walther foi o pior de todos - e a prova foi adiada para o dia seguinte, dar tempo para que se pudesse fazer as reparações e continuar a corrida.

Mas na terça-feira, a chuva fez das suas, com precipitação para o resto do dia, e novo adiamento para quarta-feira, 30 de maio. Aí, o céu estava limpo e a prova arrancou, continuando até que Swede Savage - um protegido de Dan Gurney, mas naquele ano corria com Vince Granatelli - sofreu outro acidente horrível na volta 59, quando seguia no segundo posto, atrás de Al Unser Sr. O acidente causou a destruição do seu carro e ferimentos graves no piloto californiano, que por incrivel que pareça, sobreviveu ao acidente, que desintegrou o seu carro, e o posterior incêndio, graças ao fato que usava na altura. 

E na confusão do salvamento, um veículo de socorro atropelou mortalmente o mecânico Armando Teran, que cuidava do carro de Graham McRae. As reparações duraram hora e meia, antes de recomeçar.

Quando a prova chegou à volta 129, mais de metade da corrida, a chuva fez das suas, interrompendo-a quatro voltas depois, desta vez de vez, uma prova que os jornalistas já chamavam de "72 Horas de Indianápolis". Gordon Johncock foi declarado vencedor, e o ambiente estava de tal forma abatido que o jantar da vitória tinha sido cancelado e a equipa comemorou comendo hamburgeres num restaurante local. 

Savage acabaria por morrer mês e meio depois, a 2 de julho. E não foi dos ferimentos, mas sim de uma hepatite, que lhe causou uma septicémia fatal. 

Aqui meto não um, mas dois videos, dos acidentes, Em cima, o acidente da partida, e depois, o acidente de Savage, que tinha acabado de reabastecer e perdeu o controle do seu Eagle na curva 4, com a confusão a seguir. Tudo comentado pela voz do lendário Jim McKay, da ABC, e dos comentários de outra lenda, Chris Economaki... e de Jackie Stewart, que esteve nos dois primeiros dias, antes de partir para correr no GP do Mónaco, no final da outra semana. 

domingo, 17 de abril de 2016

A imagem do dia

Pendurado o capacete de vez, a partir dali, Dan Gurney continuaria no automobilismo como dono de equipa, nos Estados Unidos, apadrinhando uma jovem esperança do automobilismo americano chamado "Swede" Savage. Batizado como David Earl Savage Jr, tinha nascido a 26 de agosto de 1946 em San Bernardino, na California, tinha dado nas vistas aos 20 anos, quando participou numa sessão de testes em Riverside, onde Gurney lá estava. Um ano depois, era empregado na AAR, e iria fazer corridas um pouco por todo o lado: Trans-Am, NASCAR ou a IndyCar.

Em 1973, Savage era um jovem promissor, e nas 500 Milhas, tinha sido o quarto na grelha, depois de ter estado no topo da tabela de tempos, apesar dos ventos cruzados que passavam na pista naquele dia. Na corrida, Savage liderou por sete voltas e andava entre os da frente quando foi às boxes para reabastecer. Um dos pneus, o traseiro-direito, não estava devidamente aquecido, e Bobby Unser, que estava atrás dele, resolveu largar o pé do acelerador, pois ao vê-lo andar de prego a fundo tão cedo na corrida, naquelas condições, suspeitava que ele ia a caminho do desastre. 

E isso aconteceu na volta 58, na curva 4, antes da reta da meta. O carro explodiu no impacto com o muro de proteção, talvez por causa de uma quebra na asa traseira, enquanto que outros afirmam que escorregou no óleo largado pelo carro de Johnny Rutheford. As imagens de Savage, ainda no seu assento, totalmente queimado, espantaram a todos, numa das edições mais controversas de sempre das 500 Milhas. Para piorar as coisas, um dos mecânicos da sua equipa, Armando Teran, foi atropelado mortalmente por uma ambulância quando se dirigia para o local do acidente.

Savage, incrivelmente, sobreviveu, mas acabou por morrer 33 dias mais tarde, a 2 de julho, vitima de um edema pulmonar e problemas nos seus rins. Uns falam que ele teria contraído hepatite B devido a um pacote de plasma contaminado, outros falam que as doses de oxigénio que davam a Savage não seriam capazes de o salvar.