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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Youtube Documentary Vídeo: A busca pela velocidade

Há quase 85 anos, o automobilismo estava obcecado por uma coisa: velocidade. E bater a barreira dos 400 km/hora era algo fascinante, especialmente na Alemanha nazi, onde Mercedes e Auto Union competiam entre si para saber quem era a melhor. E também aproveitavam a rede de auto-estradas, as "Autobahns", para tentar ali os seus feitos.

Como se sabe, isso tudo acabou no dia 28 de janeiro de 1938 quando, num duelo com a Mercedes, nos arredores de Estugarda, Bernd Rosemeyer perdeu o controlo do seu carro e acabou por morrer. E é sobre Rosemeyer, a obsessão pela velocidade e o seu trágico final que coloco aqui este documentário feito pela Deutsche Welle.  

domingo, 28 de janeiro de 2018

A imagem do dia

Bernd Rosemeyer a comemorar a vitória na Vanderbildt Cup de 1937, nos Estados Unidos. Hoje passam 80 anos sobre o seu desaparecimento, quando tentava bater o recorde de velocidade, num troço da Autobahn alemã, a bordo de uma Auto Union construída para o efeito.

Mercedes vs Auto Union. Era o grande duelo dos anos 30 no automobilismo, e eram imbatíveis. E desses pilotos de "Grand Prix", alguns destacavam-se... e nem todos eram alemães. Todos reconhecem em Tazio Nuvolari como um dos melhores pilotos desse tempo, e conseguiu guiar uma Auto Union, a máquina radical idealizada por Ferdinand Porsche.

Bernd Rosemeyer começou a correr no motociclismo, tal como Nuvolari, e isso lhe veio a ser útil quando Ferdinand Porsche precisava de encontrar alguém que conseguisse domar os mais de 500 cavalos que aquele motor tinha, e colocados... "de forma errada". Em 1934, Nuvolari corria pela Alfa Romeo e Rosemeyer tinha muito pouca experiência em guiar carros, o que até foi muito útil, pois assim não tinha o treino para andar com os carro com motor à frente.

A sua primeira grande vitória foi na Checoslováquia, em Brno, e no pódio, o troféu foi entregue por uma convidada de Ferdinand Porsche: a aviadora Elly Beinhorn, também famosa pelos seus feitos na aeronáutica. Ambos apaixonaram-se, e casaram a 13 de julho de 1936, numa cerimónia muito pública. No final desse ano, tornou-se campeão europeu, com vitórias em Nurburgring e em Monza.

A carreira de Rosemeyer no automobilismo, naqueles tempos, tinha de ser politica. Os nazis eram fascinados pelo automobilismo, Adolf Hitler adorava a velocidade - e aproveitou bem a politica das "autobahns" aprovada pelo regime de Weimar - e os seus pilotos tinham de ser membros do partido Nazi e do "Nationalsozialistisches Kraftfahrkorps", o NSKK. Os pilotos odiavam isso - era frequente Rudi Caracciola chocar com a hierarquia nazi - e Rosemeyer foi ordenado ser membro das SS por Heinrich Himmler, especialmente depois de ele se casar com a aviadora Elly Beinhorn. Ele também odiava isso, e fez de tudo para que nunca tivesse de usar a temida farda negra.

No final de janeiro de 1938, Auto Union e Mercedes estavam um troço da Autobahn para bater recordes de velocidade. Dois dias antes, a Mercedes colocou Rudolf Caracciola ao volante e colocou o recorde dos 428 km/hora. Rosemeyer melhorou, colocando-o nos 432 km/hora e estava a tentar melhorar quando foi para a estrada. Tinham sido avisados de que o vento estava a levantar-se, do aeroporto que estava ali perto, e na terceira tentativa, o acidente aconteceu, matando Rosemeyer quase de imediato, aos 28 anos de idade.

O seu funeral foi aproveitado para fins políticos. Os nazis fizeram o seu funeral bombástico, e o que não faltou foram braços estendidos e discursos que salientavam o sacrifício da pessoa no altar nacionalista. A viúva achou tudo isto um insulto tremendo e saiu do funeral a meio. Beinhorn viveu mais 70 anos - morreu em 2007, aos cem anos de idade - e teve tempo para ver a queda do regime nazi, a divisão da Alemanha e posterior reunificação, 40 anos depois, e a ascensão de outro piloto alemão ao altar dos grandes do automobilismo. 

E no meio disto tudo, o mito de Rosemeyer não parou de crescer.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Grand Prix, o álbum de banda desenhada

Se algum dia me perguntassem para escolher cinco blogs do qual espero mais ansiosamente pelos seus comentários, os que vêm logo à cabeça, sem pensar, são estes: o Cadernos, do Daniel; o Bandeira Verde, do Leandro; o F1 Nostalgia, do Rianov; o F1 Corradi, do Humberto e o francês Memoirs des Stands. Claro que todos os outros são dignos da espera, mas o facto destes serem originais ou que nos trazem algo de novo, significam que a espera é algo do qual vale a pena. No caso do blog francês, hoje me apresenta algo que não vejo frequentemente, fora do universo do Michel Vaillant: um álgum de banda desenhada. Neste caso em particular, trata-se do álbum "Grand Prix", desenhado por Marvano, sobre os anos 30.

O álbum, no seu original francês, já tem dois volumes e o terceiro sairá no próximo 29 de junho em terras gaulesas. E neste terceiro volume, fala-se sobre os anos finais, entre 1937 e 39, com os acidentes mortais de Bernd Rosemeyer e Ernest Von Delius, bem como a ascensão e queda de Richard Seaman e a caminhada para o conflito armado que a cada dia que passava naqueles tempos, era cada vez mais inevitável.

Tal como no caso de Michel Vaillant, há uma mistura de ficção com realidade, mas neste caso, o piloto ficcionado, Henry Tolliver, não parece ser uma personagem tão central como Michel Vaillant. Aqui, ele parece ser mais testemunha dos factos que aconteceram naquele tempo, como o famoso desafio Auto Union-Mercedes, de 28 de janeiro de 1938 e que terminou com a morte de Rosemeyer, ou por exemplo, a última corrida antes da II Guerra Mundial, em Belgrado, vencida por Tazio Nuvolari, num Mercedes, corrida ao mesmo tempo que Grã-Bretanha e França declaravam guerra à Alemanha nazi.

Os desenhos são bem feitos. Espero ver algum dias essas obras traduzidas para português.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vimeo Motorsport Classic: "Rekord"



Descobri este video no F1 Corradi, o excelente blog do Humberto Corradi. É uma pequena animação de quase três minutos, feito por Sean Thompson, de seu nome "Rekord". E trata-se dos eventos que rodearam a tentativa de recorde de velocidade feito a 28 de Janeiro de 1938, entre Frankfurt e Darmstadt, de onde acabou por morrer Bernd Rosemeyer, o piloto da Auto Union.

Nesse dia, Rosemeyer competia com o piloto da Mercedes, Rudolf Caracciola, pelo recorde de velocidade em terra, numa das novas "autobahns" feitas pela Alemanha nazi, como demonstração da superioridade das máquinas alemãs. Adolf Hitler era "petrolhead" e sabia que uma das maneiras de demonstrar o poderio alemão era de dominar a cena das corridas de Grand Prix dessa época. Conseguiu. 

Sobre Rosemeyer, Caracciola, e esse dia fatídico de janeiro, já falei ao longo da história deste blogue e noutros lados. E valem muitos filmes, do qual este é um exemplo. 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Bernd Rosemeyer, um homem dos Flechas de Prata

"Adolf Hitler adorava automobilismo. Considerava que eram o palco ideal da superioridade alemã em termos tecnológicos e foi através dele que a Mercedes-Benz e a Auto Union gastaram dinheiro para construir e evoluir máquinas poderosas e dominar as pistas europeias e do Resto do Mundo. Pilotos como Rudolf Caracciola, Hans Von Stuck, Manfred Von Brauchitsch e Hermann Lang eram os melhores do mundo, com pilotos secundários como os italiano Achille Varzi, Tazio Nuvolari e mais tarde o britânico Richard Seaman.

Ambas as marcas tinham dois carros perfeitamente distintos: os Mercedes eram típicos carros de motor á frente, fáceis de controlar por pilotos como Von Brautisitch ou Caracciola, enquanto que os Auto Union, desenhados por Ferdinand Porsche, tinham a particularidade de ter o motor atrás do condutor, colocando todo o seu peso no eixo traseiro, sendo mais difíceis de controlar. Daí que somente pilotos com experiência em motociclismo que estariam habituados a controlar melhor estas bestas com uma potência superior a 600 cavalos. Só havia um alemão que era capaz disso. Chamava-se Bernd Rosemeyer."

Estes são os dois primeiros parágrafos da história que hoje conto no sitio Pódium GP sobre Rosemeyer, cujo aniversário da sua morte se comemora hoje. Para muitos é considerado como o melhor piloto do Grand Prix desses anos 30, onde o regime nazi usou muitos dos seus recursos para financiar ambas as marcas na busca dos recordes. Um desses recordes era o de velocidade em reta, e todos os anos, nos finais de janeiro, para comemorar a ascensão do "Fuherer" ao poder, iam para um troço da "Autobahn" alemã numa competição para ver quem era o melhor. Rosemeyer num Auto Union contra Caracciola num Mercedes. Mas neste dia, em 1938, os ventos cruzados impediram Rosemeyer de bater o seu recorde. Aliás, impediram-no de sair dali vivo.

A historia da vida de Rosemeyer, bem como o seu trágico desfecho, está lá hoje no site Pódium GP. É um bom complemento à apresentação do Ferrari F150, e também uma oportunidade para conhecer um pouco do passado do automobilismo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O centenário de uma lenda

Se estivesse vivo, faria hoje cem anos. Bernd Rosemeyer foi um dos grandes pilotos alemães da era do Grand Prix nos anos 30, contemporâneo de pilotos como Rudolf Caracciola, Manfred Von Brautisitch, Hermann Lang, Tazio Nuvolari e Achille Varzi, entre outros.


Numa era em que, graças aos milhões dados pelo governo Nazi à Mercedes e Auto Union, criando aquilo que se veio a chamar de "Flechas de Prata", o facto de Rosemeyer ter sido dos poucos a controlar os carros com motor traseiro da Auto Union, desenhados por um dos maiores génios da engenharia do século XX chamado Ferdinand Porsche, e retirar delas o seu grande potencial, graças ao facto da sua carreira ter começado nas motos, deu-lhe muita a fama que adquiriu, e o título europeu em 1936.

Rosemeyer era uma celebridade no seu tempo. Casou com a aviadora Elly Beinhorn (falecida em 2007, aos cem anos), naquilo que se tornou no "casamento do ano" na Alemanha, e teve um filho, que se tornou médico. Adorava o numero... 13. Diz-se que foi porque conheceu Elly num dia 13, casou num dia 13 e ganhou o GP da Alemanha de 1936... treze dias depois do seu casamento, numa prova onde o nevoeiro foi o rei. Aliás, um dos seus nomes era esse: "Nebelmeister" (Rei do Nevoeiro)

A 28 de Janeiro de 1938, Mercedes e Auto Union juntaram-se no troço da "Autobahn" entre Frankfurt e Darmstadt, no unico objectivo de alcançar o recorde mundial de velocidade. No lado da Mercedes estava Rudolf Caracciola (cujo cinquantenário da sua morte aconteceu no passado dia 26 de Setembro), e estes duelos eram tão publicitados como as corridas em si. Rosemeyer detestava este tipo de provas, devido aos perigos que acarretava, mas aceitava os desafios. Quando Caracciola marcou 428 km/hora no seu Mercedes, Rosemeyer sorriu e disse: "Agora é a minha vez!" Ele foi para o seu carro, correu, sofreu um golpe de vento, desfez-se e foi projectado para fora do carro. Teve morte quase imediata, aos 28 anos.

A sua morte foi um acontecimento, e o seu funeral foi assistido pelos mais altos dignatários nazis. Nem Rosemeyer, nem Beinhorn tinham muitas simpatias pelo regime de então (Rosemeyer era membro das SS, mas estava lá contrariado...), e ela até recusou as honrarias, abandonando o funeral a meio, deixando ambaraçados os dirigentes nazis.


"Bernd não conhecia o medo", disse depois Rudolf Caracciola, "e isso às vezes não é bom. Nós temiamos pela sua vida cada vez que corria. Tinha a sensação de que ele não viveria por muito tempo, e que tal acidente aconteceria mais cedo ou mais tarde..." Mas a lenda resistiu até aos nossos dias.


Na altura em que se comemorou o 70º aniversário da sua morte, fiz-lhe uma biografia sobre a sua vida e a sua carreira. Se quiserem ler, basta seguirem o link.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O piloto do dia - Bernd Rosemeyer

Há alguns dias atrás, comemoraram-se dois aniversários importantes: os 70 anos da morte de Bernd Rosemeyer e 107º aniversário natalicio de Rudolf Caracciola. Grandes pilotos das "Flechas de Prata" nos anos 30, embora correndo em equipas diferentes, ambos foram grandes pilotos, embora tenham corrido sob o regime totalitário de Adolf Hitler, outro grande fã do automobilismo (foi ele que teve a ideia do Carocha...).

Mas hoje, é dia para falar de Bernd Rosemeyer, e amanhã falarei de Rudi Caracciola.



Nascido a 14 de Outubro de 1909 em Lingen, na região da Baixa Saxónia (teria agora 98 anos), Rosemeyer era filho de um mecânico, dono da garagem da cidade. Após os estudos, ele e o irmão, Job, foram ajudar o pai na oficina. O seu amor pela velocidade fê-lo experimentar, desde cedo, carros e motos. Em 1930, com 21 anos, e depois de dar nas vistas em corridas locais, foi contratado pela Zundapp para ser o seu piloto no campeonato Speedway (corridas em circuito, de terra). Logo na sua primeira corrida, ele venceu, e nas 11 provas seguintes, o seu nome constava na lista de vencedores...


No ano de 1931, passou a ocrrer em asfalto, primeiro pela BMW, e dois anos mais tarde, pela NSU, tendo dominado as pistas alemãs. Em 1934, depois de ganhar mais um campeonato, A Auto Union, uma das quatro marcas que compunha o grupo, tal como a NSU (as outras duas eram a Wnderer e a Horch), convida Rosemeyer para uma bateria de testes no seu novo e radical carro de corridas, desenhado por Ferdinand Porsche: um carro com motor na traseira.


Os responsáveis da Auto Union achavam que tendo experiência nas motos, poderia facilmente domar um carro de motor traseiro, já que este tendia a fugir de traseira. Os testes foram em Nurburgring, circuito do agrado de Rosemeyer, que em apenas meia dúzia de voltas ,marcou tempos semelhantes a Hans Stuck, bem mais experimentado. No final do dia, A Auto Union contrata-o como "piloto junior", ou seja, como suplente.




Em 1935, começa nas boxes, a parender a dominar o carro, mas estreia-se em Berlim, no AVUS Circuit, onde se mostra, antes de abandonar com um pneu furado. Contudo, na corrida seguinte, em Nurburgring, luta animadamente pela vitória com o Mercedes de Caracciola, que perde por apenas 1,9 segundos devido a ter engatado demasiado cedo uma marca do seu Auto Union. Contudo, vai ser a partir dali que a sua popularidade vai aumentar. No final do ano, ganha a sua primeira corrida, no circuito checo de Brno.


Nessa corrida, conhece o amor da sua vida: a aviadora Elly Beihorn (1907-2007). Cedo namoram, e o regime nazi propagandeia bem este romance, entre um piloto de automóveis e uma das maiores aviadoras de então. Por causa dela, Rosemeyer foi um dos primeiros pilotos a ter um avião privado, tendo tirado o "brevet" necessário para tal. Ao mesmo tempo, Heinrich Himmler, o temido chefe das SS, aproveita a popularidade de Rosemeyer e "convence-o" a juntar-se à força, o que fez contrariado, já que ele nunca gostou muito nem do regime, nem de Hitler...


A 13 de Julho de 1936, casa-se com Elly Beinhorn, numa cerimónia altamente publicitada na Alemanha. Ao contrário de muitos, o numero 13 era o de sorte para o piloto alemão, já que tinha conhecido Elly num dia 13. Treze dias mais tarde, irá ganhar o Grande Prémio da Alemanha, uma das vitórias mais memoráveis, pois foi corrido debaixo de nevoeiro, o que deixava uma visiblidade de apenas 30 metros para os pilotos. Por causa disso, deram-lhe o apelido de "Nebelmeister" (o mestre do nevoeiro). Esta foi uma das cinco vitórias que Rosemeyer alcançaria nesse ano. As outras quatro foram os GP's da Suiça, da Checoslováquia, a Coppa Accerbo, em Itália e o GP de Itália, em Monza. Resultado: Campeão Europeu de Pilotos, pela Auto Union, pois nessa altura não havia Mundial de Formula 1.


O ano de 1937 foi mau para Rosemeyer: num espaço de poucos meses morre-lhe a mãe e o irmão, mas em compensação, o seu filho, Bernd Jr., nascerá nesse ano. Em termos competitivos, não foi assim tão bom de inicio, mas ganhará o GP da Alemanha (a 13 de Junho...) e a Taça Vanderbildt, em Nova Iorque. Depois, na Coppa Accerbo, ganha a prova... em apenas três rodas, pois na última volta, toca o seu carro na berma e o pneu fura e sai dos eixos. O seu equilibrio, adquirido nas motos, faz com que ele leve o carro até à meta.


A sua última vitória vai ser em Donnington Park, no GP da Inglaterra, perante 50 mil chocados ingleses, que nunca tinham visto ao vivo tamanha superioridade das "Flechas de Prata" alemãs, sobre os pequenos ERA de competição.


Em 1938, a Auto Union e a Mercedes decidiram competir em outra prova: o recorde mundial de velocidade em terra. A melhor marca pertencia desde o ano anterior a Rosemeyer, quando colocou o recorde na marca dos 400 km/hora. Isto tinha acontecido no troço de auto-estrada entre Frankfurt e Darmstadt. A 28 de Janeiro de 1938, Mercedes e Auto Union estavam de volta ao mesmo troço de auto-estrada, no sentido de conseguir um novo recorde de velocidade. Rosemeyer, agora com um filho recém-nascido a seu cargo, não gostava deste tipo de provas, afirmando que eram "mais desgastantes que uma prova inteira".


A Mercedes levara Rudi Caracciola para ver se ficava com o recorde do mundo. Ele cumpriu, alcançando a espantosa velocidade média de 428 Km/hora. A Auto Union, a observar tudo, decidiu reagir. Rosemeyer cumprimentou Caracciola a congratulá-lo pelo seu feito, e disse: "Agora é a minha vez!". Pelas 10 da manhã, partiu na tentativa de retomar o recorde às mãos da Auto Union.


Só que nessa manhã, os serviços metereológicos do Aeroporto de Frankfurt tinham avisado da possibilidade de ventos cruzados na zona. Caracciola tinha se queixado disso mesmo, mas Rosemeyer decidiu partir na mesma. Na corrida de ida, o alemão da Auto Union tinha superado o recorde da Mercedes, mas quando se preparava para regressar, pediu para que as suas rodas fossem cobertas, pois julgava que assim ganharia velocidade de ponta. Isso só contribuiu para o desastre...

Mo percurso de volta, ao quilómetro 9,2 do troço da auto-estrada, um vento cruzado foi demais para conseguir manter o carro direito. Guinou para a esquerda e o carro capotou várias vezes antes de parar. Rosemeyer foi projectado para fora do carro e acabou por morrer dos ferimentos. Tinha 28 anos.


"Bernd não conhecia o medo", disse depois Rudolf Caracciola, "e isso às vezes não é bom. Nós temiamos pela sua vida cada vez que corria. Tinha a sensação de que ele não viveria por muito tempo, e que tal acidente aconteceria mais cedo ou mais tarde..."


Bernd Rosemeyer teve um funeral de estado, dado por Adolf Hitler e pelos membros do Partido Nazi. Contudo, para a viúva Elly, tal demonstração foi demais, e abandonou-a a meio. A Auto Union teve que arranjar um substituto para Rosemeyer, e foi buscar Hans Stuck e... Tazio Nuvolari.


Fontes:


Bandeira da Vitória - Ed. Autosport, Lisboa, 1996


http://en.wikipedia.org/wiki/Bernd_Rosemeyer
http://jcspeedway.blogspot.com/2008/02/o-primeiro-astro-alemo.html
http://www.ddavid.com/formula1/rose_bio.htm

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A minha imagem do dia

Há exactamente 70 anos atrás, Mercedes e Auto Union tentavam bater o recorde mundial de velocidade no troço da auto-estrada entre Frankfurt e Darmstadt. A equipa de Estugarda tinha trazido Rudolf Caracciola para tentar o recorde, algo que conseguiu, com 432 km/hora. A Auto Union tinha trazido um excelente piloto, então com 28 anos: Bernd Rosemeyer.


Vencedor de 10 corridas no Campeonato Europeu (a antecessora da Formula 1), e campeão em 1936, Rosenmeyer queria melhorar o recorde de Caracciola. A equipa, comandada por Dr. Ferdinand Porsche, sabia que naquele troço de auto-estrada havia o perigo de ventos cruzados nessa manhã. Contudo, Rosenmeyer ignorou o perigo e fez a sua tentativa. Contudo, a meio do caminho, quando circulava a cerca de 400 km/hora, um vento lateral atirou-o para a esquerda e fez capotar o carro, matando-o instantaneamente.


Esta placa marca o local onde Rosemeyer foi encontrado. Adolf Hitler, o ditador nazi, concedeu-lhe um bombastico funeral de estado, mas foi tão partidarizado que a sua viúva, Elly Beinhorn (1907-2007), e uma das maiores aviadoras do seu tempo, decidiu abandona-lo a meio.