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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

A imagem do dia


Na semana antes do GP dos Países Baixos e do regresso da Formula 1 à atiwa, depois do seu mês de férias, uma noticia - ou noticias apareceram nas redes sociais sobre o uso da palawra "F1" ou "Formula 1". E isto se explica da seguinte forma. Milhares de criadores de conteúdo nas redes sociais - Facebook, Youtube, TikTok, Instagram e outros - receberam mensagens da Liberty Media para que desistam de usar a palavra "F1" nos seus títulos. E isso vai ao ponto de gente que tem isso nas suas contas do Twitter (ou X) ter recebido uma mensagem para que largassem essa palavra!

Claro, os veteranos falaram que no tempo do Bernie Ecclestone era ainda pior. Quem se lembra desses tempos, sabe que o Bernie não queria saber das redes sociais para nada, porque era aquilo que disse certo dia o "anão", que preferia os velhos de 70 anos com Rolexes no pulso. A venda da Formula 1 à Liberty Media colocou um enorme ênfase nas redes sociais, e eles estão em tudo o que é rede. 

E claro, muitos aproveitaram esta liberdade, digamos assim. E agora, vêm a repressão. Parece o Mao em 1959, na China, quando permitiu um assombro de democracia depois do Grande Salto em Frente, para apanhar aqueles que criticaram o seu projeto, colocando-os em "gulags", como as aranhas montam as suas teias para apanhar as moscas.

Claro, sendo eu um veterano nestas coisas, e como sempre foi politica desta casa falar de automobilismo - não só Formula 1, que acho ser redutor e limitativo - há muito tempo que (foi inconsciente, é verdade, mas aconteceu) decidi não colocar nada que metesse só uma modalidade do automobilismo. E o meu conteúdo mostra isso mesmo, todos os dias. 

É esse o meu conselho: não precisam de "F1" para falar de Formula 1. Agora que penso nisso... a Liberty Media irá obrigar as firmas que constroem computadores, notebooks e laptops a retirarem a tecla F1 e passar a meter F0, por exemplo? É só uma dúvida que tenho.  

Mas não é só isso. Esta atitude mostra que, mudando as moscas, o objetivo é o mesmo: ganância. Quanto mais, melhor. Sabiam que, por exemplo, os "streamings" piratas de desportos, colocados em redes como o Reddit estão a regressar em força, depois de um tempo de pausa? O aumento do preço dos diversos streamings - e não só de automobilismo, mas de outros desportos, especialmente o futebol - fazem com que os espectadores, ao verem que o dinheiro é limitado e a oferta, baixa, preferem ir arranjar de forma clandestina, porque não há sensibilidade da parte da Liberty Media em controlar os preços e não afugentar a procura. É como colocarem preços exorbitantes nos bilhetes para os Grandes Prémios, para na semana do Grande Prémio, fazer um desconto de 80 por cento para encher as bancadas. Como aconteceu em Las Vegas e noutros sítios, no ano passado. 

Contudo, esse não é assunto único por estes dias. O segundo assunto tem a ver com patrocinadores. A Liberty Media quer agora... selecionar quem pode patrocinar as equipas. É um separar de águas, e visa os sites de apostas, que se tornaram mal vistos. Eles não os querem por ali, mas em contraste, não tocam nos patrocínios das criptomoedas. Ali, a razão tem a ver com as equipas, que estão algo dependentes deles. A Red Bull, por exemplo, tem um patrocínio de quase 100 milhões da BylBit, uma firma desse setor.

A dependência da Formula 1 de algo que, em muitos aspetos, é pouco mais que zeros e uns, sem a sanção dos bancos centrais, e dependentes de uma decisão arbitrária deles - como aconteceu na China - e de muitos deles não serem diferentes de esquemas em pirâmide - a FTX, do Sam Bankman-Field, que fechou em 2022, era patrocinadora da Mercedes - faz com que isto, sem a sanção dos bancos centrais, haja inúmeras desconfianças, e com o surgimento de algumas falências, e denuncias de esquemas piramidais - Bankman-Field foi condenado a 25 anos de cadeia, e foi só de um processo - poderá ser algo do qual poderão sair chamuscados, se sair para o torto.

E isto, meus amigos, são as coisas deste dia.  

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

A bolha rebentou?


Desde que a Formula 1 passou a aceitar os patrocínios, em 1968, e a Lotus conseguiu a sua "sorte grande", com o apoio da Imperial Tobacco - 100 mil libras era um valor bem grande nesse ano! - a Formula 1 nunca deixou de precisar de dinheiro de outros lados para manter as suas equipas a flutuar perante os custos que sempre acrescentaram e alimentaram a competitividade. 

O tabaco foi, durante mais de 20 anos, o sangue que fez alimentar essas equipas. A Marlboro, através de gente como John Hogan, financiou equipas e pilotos, como a McLaren, Ferrari, Alfa Romeo e outras mais pequenas. Ela e a John Player Special, faziam parte da Imperial Tobacco, com esta última a apoiar a Lotus até 1986, quando trocou com a R.J. Reynolds, que tinha a marca Camel, que depois apoiou Tyrrell e Williams até 1993. E também a Rothmans, que depois de uma passagem fugaz pela March, apoiou a Williams de 1994 e 1997.

E nem se fala de outras marcas: a Embassy, para a Hill, ou o apoio crónico da Gitanes, a marca francesa que colou os seus adesivos na Ligier até à entrada da Lei Evian, em 1993, que proibiu a publicidade ao tabaco em eventos desportivos. No virar do século, as tabaqueiras "renderam-se" e foram embora, agora regressando com publicidades subliminares, como "Mission Winnow" que está na Ferrari, por exemplo.


Mas depois do tabaco, outras marcas, de outras áreas, apareceram, tentando preencher o vazio. Bancos, operadoras telefónicas, marcas de bebidas, financiadoras, todas tentaram a sua sorte, mas nunca ficaram por muito tempo. Agora, nestes tempos, surgiram as criptomoedas, fenómeno que apareceu no final da primeira década do século XXI, depois da crise de 2008, com o surgimento do Bitcoin, e depois de outras criptomoedas, como a Etherium e outras, que surgiram como cogumelos, mas dos quais tudo que é finança dita "séria" considera um "esquema Ponzi", mas mais elaborado.

Um pequeno parêntesis histórico: Ponzi era o nome de um charlatão italo-americano de Boston que, 80 anos antes de Bernie Madoff, enganou imensa gente com o seu esquema piramidal que caiu com estrondo em 1925, e do qual foi preso por muito tempo. 

Mas, charlatanice ou não, milhares de pessoas com capacidade para apostar nas cripromoedas enriqueceram com elas, e por causa do síndroma FOMO (Fear of Missing Out, em português, Medo de ficar de Fora), elas tiveram uma subida dramática. E bem ricas, as firmas criadas com essa febre das criptomoedas apostaram forte e feio na Formula 1. Falei sobre elas e os acordos bem gordos, no passado mês de fevereiro. Ainda por cima, em dois dias seguidos, pois no segundo, referi os 150 milhões que a Red Bull recebeu este ano, com o contrato que fez com a Bybit e a Tezos. 


E para terem uma ideia, o GP de Miami e a própria Formula 1 tem a crypto.com como patrocinadora. E apostaram pesado, cerca de 50 milhões de dólares... por ano. 

Então, porque falo agora das criptomoedas, menos de um ano depois? É porque a bolha pode ter rebentado.

Desde há umas semanas que os órgãos noticiosos financeiros falam da queda do preço das criptomoedas, ao ponto da crypto.com estar a rever os seus acordos de patrocínio. Para terem uma ideia, tinham feito um acordo com a Champions League no valor de... 495 milhões de euros para as cinco temporadas de validade desse contrato. Agora, esse acordo foi revisto, e eles receberão menos dinheiro nos anos seguintes, simplesmente porque não tem capacidade de receber nos valores que tinham atualmente. 

E esta terça-feira, a Binance comprou a FTX com desconto, por causa de uma "crise de liquidez", depois desta ter tido um saque - retirada de dinheiro - na ordem dos seis mil milhões de dólares - ou euros, que neste momento estão paralelos em termos de cotação. 

E o que tem a ver com a Formula 1? A FTX é uma parceira da Mercedes desde 2019, e teve de rever o seu acordo às pressas, incorporando a nova parceira. E se calhar, com contrato revisto. E se a um foi isso, imaginemos os outros, dependentes de uma "commodity" que é... virtual. E do qual a velha finança não tem confiança alguma.  Existirão cenas dos próximos capítulos, é certo e sabido.


Claro, a Formula 1 sobrevive a tudo isto. Agora com o teto orçamental implementado e as finanças escrutinadas fortemente, para evitar abusos - lembremos da Red Bull, que ultrapassou em pouco mais de cinco por cento e como consequência, foi penalizado com menos tempo no túnel de vento em 2023 - as equipas terão de procurar mais longe para terem os seus orçamentos mais equilibrados. E se calhar, quando o mercado estiver mais estabilizado, eles poderão regressar em força. 

Mas até lá, se calhar, os tempos de prosperidade podem ter acabado.    

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Noticias: Red Bull faz acordo de patrocínio de 150 milhões de dólares com forma de criptomoedas


A Red Bull pode ter dinheiro do seu próprio bolso para pagar à sua equipa, mas acordos com outros que tragam dinheiro são bem-vindos. Com um acordo com a Oracle anunciado no dia da sua apresentação, a valer cem milhões de euros para as próximas quatro temporadas, agora foi hoje conhecido novo acordo da equipa energética com a Bybit, uma firma de criptomoedas baseada em Singapura, no valor de 150 milhões de dólares. O acordo terá a duração de três temporadas. Estes 250 milhões de acordos que a marca conseguiu servirão para financiar a Red Bull Powertrains, formada para cuidar e desenvolver os motores Honda, cuja marca abandonou a Formula 1 no final do ano passado.

Sobre o acordo, Christian Horner afirmou: “Eles partilham a paixão da equipa em estar na vanguarda da inovação tecnológica, estabelecer o ritmo competitivo e romper o status quo. Aliado a isso está o compromisso da Bybit em animar a experiência dos fãs na F1 por meio da inovação digital. Esta também é uma missão fundamental para a equipe e a assistência de Bybit nos ajudará a construir uma conexão mais profunda, mais imersiva e única com a equipe para fãs de todo o mundo”.

Como é sabido, a Bybit é a mais recente de uma quantidade crescente de empresas do campo de criptomoedas a usar a Formula 1 como plataforma de marketing, com várias equipas já tendo acordos entre eles, como já tinha referido ontem. A Crypto.com, por exemplo, tornou-se num dos patrocinadores principais da Formula 1, vai ser o patrocinador principal da edição inaugural do GP de Miami, em maio, bem como um dos principais patrocinadores da Aston Martin.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A imagem do dia


Há mais de 50 anos que a Formula 1 aceita patrocinadores para além das gasolineiras e fornecedoras de pneus. Mas se nos primeiros tempos, os principais financiadores eram marcas de tabaco. Philip Morris (Marlboro), R.J. Reynolds (Camel), Imperial Tobacco (Gold Leaf e John Player Special), Benson & Hedges, Embassy, Gitanes e diversos outros, dominavam as carenagens das equipas desde os anos 70 até ao inicio deste século, quando foram obrigados a irem embora por causa das leis ati-tabágicas que foram implementadas um pouco por todo o mundo.

Contudo, hoje em dia, parece que estão a aparecer um conjunto de patrocinadores que parecem a andar em paralelo com as tabaqueiras. São as firas de criptomoedas, que apareceram nos últimos 12 anos, desde a crise mundial de 2008, e o surgimento da Bitcoin. FTX, Crypto.com, socios.com, Binance, entre outros, patrocinam, em maior ou menor grau, equipas de Formula 1. A Tezos patrocina Red Bull e McLaren, e a crypto.com até é um dos patrocinadores principais da Formula 1.

E sendo as criptomoedas ainda serem algo duvidoso em termos de credibilidade - um BTC poderá custar mais de 45 mil dólares - os outros servem para fazer trocas por moedas mais reais como o dólar e o euro, entre outros. Logo, quem se mete nisto é para ganhar dinheiro... dependendo do bom dia de determinada moeda. E com milhões a investirem por causa do famoso FOMO (Fear of Missing Out), o que se deve saber é que toda esta gente... não existia há mais de uma década. É a industria de crescimento mais veloz no mundo, sem sinal de bolhas a rebentar nos próximos tempos.

É o sinal dos tempos. Graças a bancos de dados, que mineram "virtualmente" um pouco por todo o mundo, consumindo crescentes quantidades de energia, pois há milhões que pretendem enriquecer através desta forma. E com esta gente a ganhar milhares de milhões de dinheiro real, e com as equipas a baterem a porta, pedindo um pedaço desses lucros para se manterem competitivo. Ainda não chegamos ao ponto do que havia nos anos 70 e 80, quando gente como John Hogan, o homem da Marlboro, sustentava carreiras desde James Hunt a Mika Hakkinen, desde os seus tempos iniciais até chegarem à categoria máxima do automobilismo.

Poderá chegar o dia em que haja alguém que calce os sapatos de Hogan e vá buscar talentos, como faz hoje a Red Bull, e os sustente até chegar à Formula 1 e se consolidarem. Mas até lá, até que este parte da economia valha o que valha - provavelmente, com a entrada das versões eletrónicas das moedas reais, e que mudarão a maneira como faremos os pagamentos. E se calhar, dará algum sentido a este tipo de moedas, para além de ser bens especulativos.