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Terreiro ou Largo Cândido dos Reis, como foi depois baptizado, era um local central da cidade e, por isso, com imensa vida, onde não só habitavam várias famílias mas também se localizava algum comércio, o Grémio da Lavoura (no prédio onde hoje se situa a Biblioteca) e os serviços das Finanças, que ocupava o prédio que abaixo se vê e se encontra em ruína e creio ser pertença do Estado.
De há uns anos para cá, o Terreiro começou a despovoar-se e apenas ficaram por lá a residir algumas pessoas de idade que estoicamente suportam o barulho nocturno ocasionado pelos utentes dos bares, que lá se foram implantando e ocupando a via pública com esplanadas; para além do desassossego da noite, ganharam ainda, os residentes, a sujidade e outros vandalismos que esses bárbaros noctívagos deixam como marca das suas visitas aos bares do Terreiro, que, por isso, é também conhecido pelo Bairro Alto de Leiria...
Não bastava isto, eis que a Câmara entende ocupar metade do Terreiro com pilaretes (que se calhar estavam em saldo, sei lá!), impedindo e proibindo, deste modo, o estacionamento aos poucos teimosos que ainda lá vivem ou sobrevivem... Eu estou até convencida que este é um dos processos que a Câmara arranjou de afastar dali os resistentes e, provavelmente, a desertificação do local terá muito a ver, se não tudo a ver, com o abandono e consequente ruína dos prédios. É que, nos dias que correm, o automóvel já não é um luxo, mas um bem necessário, muitas vezes um instrumento de trabalho; e, não tendo garagem, a maior parte do edificado antigo, onde deverão os residentes estacionar os veículos?!...
Por este e outros motivos que todos bem conhecemos, assistimos triste e impotentemente à morte lenta deste espaço emblemático da cidade, onde prédios
históricos estão cada ano mais degradados, provavelmente por desinteresse ou incapacidade dos proprietários de proceder à recuperação,
a não ser que algum poderoso queira adquirir e recuperar outros prédios, para outros fins que não o habitacional, como aconteceu no caso que se ilustra