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21/05/2014

Incêndio em armazém na zona de Santos, em Lisboa


In Público (21/05/2014 actualizado às 13:58)

«Um incêndio deflagrou nesta quarta-feira por volta das 11h num armazém na zona de Santos, perto do Cais do Sodré, em Lisboa, segundo fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros. As chamas foram controladas cerca de duas horas depois e estavam em rescaldo ao início da tarde.

O incêndio deflagrou no número 7 da Rua do Instituto Industrial, uma perpendicular à Avenida 24 de Julho. O antigo armazém estava devoluto e servia para guardar materiais de construção, que terão servido de combustível às chamas.

O fogo alastrou ao edifício contiguo, onde funciona um stand de automóveis, que faz esquina com a Avenida 24 de Julho. Segundo apurou a agência Lusa no local, o telhado do stand ruiu, destruindo os carros que estavam no interior. No entanto, em declarações à RTP, o vereador da Segurança da Câmara de Lisboa, Carlos Castro, "houve uma articulação entre o proprietário do stand e o Regimento de Sapadores Bombeiros, para garantir a maior segurança possível", afirmou.

As chamas propagaram-se à cobertura do prédio em frente, do outro lado da rua, onde funciona uma discoteca. Por precaução, cerca de 150 pessoas foram retiradas dos edifícios situados nas imediações. ...»


Foto: Rita Bacelar Azevedo (Facebook)

12/03/2014

Incêndio em prédio em Lisboa em fase de rescaldo

Trânsito cortado por tempo indeterminado na rua Rodrigo da Fonseca, entre a Braancamp e a Artilharia Um.
Público e Lusa, 12 Março 2014
O incêndio que deflagrou, na madrugada desta quarta-feira, no edifício em obras da rua Rodrigo da Fonseca, em LIsboa, foi dado como controlado às 3h30 tendo entrado, em seguida, em fase de rescaldo, disse à agência Lusa fonte da Protecção Civil. Esta manhã o trânsito está cortado por tempo indeterminado naquela artéria, entre a Braamcamp e a Artilharia.
De acordo com fonte da divisão de trânsito da PSP de Lisboa, naquela rua encontra-se uma grua que operava no prédio de habitação e que foi afectada pelo fogo. “Não se sabe quais os danos na grua, pelo que continuamos no local para controlar o que pode acontecer”, explicou.
O trânsito na rua Braamcamp, entre as ruas Castilho e a Alexandre Herculano, foi reaberto pelas 6h00.
Cerca das 4h30, o director municipal de Protecção Civil e comandante do regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, tenente-coronel Pedro Patrício, fez um balanço do incêndio numa altura em que este já estava em rescaldo há cerca de uma hora.
Pedro Patrício disse que o prédio, de habitação, que se encontrava em obras de reabilitação era composto por um estrutura de madeira que estava a ser trabalhada e que o incêndio terá deflagrado do lado direito do terceiro piso numa "zona técnica" onde existiam quadros eléctricos. Contudo, o responsável não avança, para já, com as causas do acidente.
O mesmo disse que a primeira preocupação dos bombeiros foi garantir a segurança dos edifícios contíguos e dos seus moradores, o que levou à evacuação de um edifício e de um hotel situado em frente ao prédio em chamas, apesar de, pelas 4h10, os moradores terem sido autorizados a regressar.
Já o hotel sofreu apenas alguns danos nas vidraças devido à acumulação de calor que terá provocado também a explosão de uma cabine eléctrica da grua que dava apoio à obra.
No local estiveram 80 bombeiros, elementos da protecção civil municipal e da PSP, apoiados por um total de 60 viaturas.
O trânsito no local e nas imediações do edifício continua cortado ou condicionado para a desmobilização de meios, com Pedro Patrício a acrescentar que alguns bombeiros irão permanecer na zona para vigiar o local.
Os proprietários do imóvel estiveram a acompanhar o evoluir do combate ao fogo.

Na manhã desta quarta-feira, os serviços municipais de protecção civil vão inspeccionar os edifícios vizinhos e o prédio sinistrado para apurar que trabalhos serão precisos e da necessidade ou não de demolição do prédio ardido.

20/09/2012

CUIDAR do PATRIMÓNIO: PRÉMIOS EUROPA NOSTRA


 Mais um edifício demolido na Av. Barbosa du Bocage (nº 63-67)
... e mais um edifício destruído por incêndio (origem criminosa?) na Av. Elias Garcia (69-75)

Each year, Europa Nostra and the European Union reward the best of cultural heritage achievements. Through our European Union Prize for Cultural Heritage / Europa Nostra Awards, we celebrate excellence and dedication by architects, craftsmen, volunteers, schools, local communities, heritage owners and media. Through the power of their example we stimulate creativity and innovation.


The awards celebrate exemplary restorations and initiatives of the many facets of Europe’s cultural heritage in  4 categories. Every year, up to six monetary awards of €10.000 each are awarded to the top laureates in the various categories.

Criteria for the assessment of entries include excellence in the work executed and preliminary research conducted, as well as respect for artistic, cultural and social value, setting, authenticity and integrity. Special attention will also be paid to sustainability, interpretation and presentation, educational work, funding and management, and social responsibility. Entries can be on a scale ranging from small to large, local to international, and should display a standard of work considered outstanding in a European context.

Submit your project and share your success. Watch call for entries video

Outstanding achievements in the field of heritage conservation and enhancement will be awarded in the following categories:

1. Conservation
2. Research
3. Dedicated Service by Individuals or Organisations
4. Education, Training and Awareness-Raising

Entry Forms are now available on the Europa Nostra website

Closing date for submission of entries: 1 October 2012 (date of sending)

For more information, please contact:

Elena Bianchi
EUROPA NOSTRA
The Voice of Cultural Heritage in Europe
Lange Voorhout 35    
NL - 2514 EC   Den Haag

NOTA: Em Lisboa parece que cada vez mais preferimos DEMOLIR, INCENDIAR, DESTRUIR, ABANDONAR em vez de RESTAURAR, REABILITAR, CONSERVAR, MANTER. O tipo de "desenvolvimento" que vemos em Lisboa, nomeadamente nas Avenidas Novas (fotos), não podia ser mais contrário ao espirito que preside à gestão do património arquitectonico das cidades históricas no resto da Europa. Talvez seja altura de iniciarmos o «Prémio Destruição do Património de Lisboa» uma vez que somos cada vez mais notáveis nesta área de actuação?

27/12/2010

Polícia Judiciária investiga fogos em prédios devolutos


In Diário de Notícias (27/12/2010)
por SÓNIA SIMÕES

«Em menos de 24 horas deflagraram dois incêndios em edifícios em risco de Lisboa. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais diz que o frio faz disparar os fogos urbanos.

A Polícia Judiciária vai investigar os fogos, ocorridos em menos de 24 horas, que deflagraram em dois prédios devolutos de Lisboa colocando em risco os ocupantes dos edifícios vizinhos. Para a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, os proprietários dos prédios sem condições e desabitados deviam ser devidamente identificados e obrigados a pagar a taxa de protecção civil - que as autarquias vão passar a cobrar.

O edifício onde ontem, pelas 11.00, deflagrou um incêndio foi desocupado há um ano. Era ali que funcionava a esquadra da PSP do Rego, mas a falta de condições do edifício conduziu ao seu encerramento. Segundo fonte dos Sapadores Bombeiros, as chamas consumiram a cobertura do edifício na Rua da Beneficência. Por segurança, os prédios mais próximos e habitados foram evacuados e o trânsito cortado.

No dia anterior, os bombeiros tinham sido chamados a um edifício localizado na Travessa dos Pescadores, junto à Avenida D. Carlos I. Em nenhum dos episódios houve feridos a registar.

De acordo com Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, o número de incêndios urbanos aumenta no Inverno. E o risco é maior em prédios com poucas condições ou devolutos. "O grande problema que existe nas cidades são os prédios antigos e a sua habitabilidade", denuncia Fernando Curto ao DN.

Segundo o responsável, "nas zonas históricas" há prédios sem condições ocupados por idosos "que usam aquecedores com resistência, altamente incendiáveis", diz. Outros, completamente devolutos, "albergam sem- -abrigo e toxicodependentes que fazem fogueiras para se aquecerem", diz. Consequência: podem originar focos de incêndio que, não sendo detectados a tempo, "podem atingir graves proporções". Poderá ter sido este o caso nos últimos dois fogos ocorridos na capital e que agora deverão ser investigados.

Há uma semana, as maiores câmaras do País, Lisboa e Porto, anunciaram que vão começar a cobrar uma taxa para a protecção civil. Para Fernando Curto, esta taxa não deve ser apenas exigida aos moradores, mas a todos "os proprietários dos prédios devolutos, que devem ser responsabilizados pelo perigo e por isso até devem pagar mais", explica. A proposta já passou para papel, entregue às autarquias em forma de parecer e vai seguir agora para o Ministério da Administração Interna.

No caso de não serem localizados os respectivos proprietários, "deve a câmara emparedar as janelas e as portas do edifício para evitar que seja ocupado", defende Fernando Curto.

De acordo com um estudo feito em 2008 pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, a maior parte dos cerca de 4600 prédios devolutos de Lisboa pertence ao Estado e à Santa Casa da Misericórdia. "Esta é uma situação ainda mais anormal, porque o Estado devia preservar o seu património", critica Fernando Curto.

O responsável refere que devia apostar-se mais em campanhas de sensibilização mal o tempo arrefeça. "Nós actuamos no combate e não há investimento na prevenção", refere. E lança conselhos: usar aquecedores a óleo e não com resistência. Não recorrer a cobertores eléctricos.»

22/04/2010

PJ investiga estranho fogo no Rossio

In Diário de Notícias (22/4/2010)
por DANIEL LAM

«Inspectores estiveram ontem a recolher vestígios. Água dos bombeiros atingiu algumas lojas do piso térreo

Inspectores da Polícia Judiciária (PJ) estiveram ontem a recolher vestígios no prédio devoluto do Rossio, em Lisboa, que na noite anterior sofreu um incêndio na cobertura. O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) ainda desconhece a origem das chamas, esperando que a PJ consiga desvendar o que aconteceu. A água usada para apagar o fogo atingiu algumas lojas do piso térreo, mas nenhuma encerrou.

O incêndio é considerado estranho por algumas pessoas contactadas pelo DN, pois o edifício está desocupado e nem tinha ninguém no interior. "Não se percebe o que terá ateado o fogo", referiram, lembrando que todo aquele quarteirão da pastelaria Suíça vai ser transformado em hotel (ver caixa).

Apesar de ter causado alguma preocupação, levando até o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, a acompanhar a acção dos bombeiros, o incêndio ficou circunscrito a uma pequena área da cobertura, onde deflagrou pouco antes das 23.15 de terça-feira e foi extinto às 00.03.

Oito viaturas e 38 homens do RSBL e meios dos Bombeiros Voluntários da Ajuda combateram as chamas na cobertura do número 116 da Praça D. Pedro IV (Rossio), situada por cima da Casa da Sorte, que - por sorte -, não sofreu qualquer dano, revelou ao DN o responsável por este estabelecimento, Victor Mateus.

Por medida de precaução, os bombeiros permaneceram no local, em fase de rescaldo, até às 06.18 de ontem, para detectar e combater eventuais reacendimentos.

As consequências da acção dos bombeiros ainda estavam ontem de manhã bem patentes na loja desportiva Guilty, na Praça da Figueira. O proprietário André Silva passa o tempo com um minissecador apontado ao quadro de electricidade. Tudo porque a água que serviu para apagar o incêndio atingiu aquela parte da loja. "Não foi muito. Foi só um bocado do chão e o quadro eléctrico. De resto, não deu prejuízos" disse ao DN.

O incêndio não teve consequências mais graves, porque, segundo relataram vários comerciantes, a acção dos bombeiros foi rápida e eficaz e o prédio ainda estava molhado da chuva.

Na Massimo Conti, uma loja com mais de 60 anos, no Rossio, ainda cheirava a fumo. Aqui o prejuízo foi maior. Camisolas, casacos e camisas da nova colecção Primavera-Verão e até móveis e uma bancada de apoio, ficaram danificados pela água.

Fernanda Mendes, gerente desta loja, confessou desconhecer ainda o valor total do prejuízo, mas espera que, "pelo menos, seja paga parte dos estragos".

Fernanda estava de férias, quando lhe ligaram, cerca das 02.00, a alertar sobre o incêndio. Teve que regressar para acompanhar de perto a situação. "Fiquei assustada, obviamente. Pensei que desta vez é que ficava sem loja. É uma vida de trabalho", contou.

"Só quando cheguei cá de manhã é que vi o que tinha ficado danificado", acrescenta. Agora tem de aguardar que o representante do senhorio lhe dê respostas quanto às responsabilidades pelos danos na loja. O seu estabelecimento, que está resguardado pelo seguro, não teve de encerrar e manteve-se ontem a funcionar.

Os comerciantes com estabelecimentos situados no piso térreo deste prédio, que tem acessos para o Rossio e para a Praça da Figueira, sublinharam estar constantemente preocupados com infiltrações de água. Sempre que chove, ficam com receio que a água atinja as suas lojas.

Num edifício onde não há tecto nem chão, é fácil a água escorrer até aos estabelecimentos comerciais. "Eles agora é que colocaram umas placas para isolar o telhado, que não existe. Assim, a água já não deverá vir cá para baixo" explicou Fernanda Mendes. Na sua opinião, "isto já deveria ter sido feito há dez anos". A comerciante receia que o futuro hotel implique o desaparecimento da sua loja, obrigando-a a sair dali. »


Relacionado: Hotel de luxo com 110 quartos e 20 suites

...

Investiga e investiga muito bem.

21/04/2010

«Incêndio causa alarme na Baixa»


Bombeiros controlaram chamas no quarteirão da Casa da Sorte e da Pastelaria Suíça em 50 minutos.

Ainda causou alarme, mas a rápida acção dos bombeiros evitou males maiores, circunscrevendo em menos de uma hora um incêndio num prédio parcialmente devoluto na Praça Figueira, ontem à noite. O alarme foi dado por volta das 23.15 e pela meia-noite já o incêndio, num andar situado por cima da conhecida Casa da Sorte, na Baixa lisboeta, estava extinto.

"Estava a passar por aqui quando reparei que as águas furtadas estavam a inchar. Liguei imediatamente para o 112 e os bombeiros não demoraram mais de cinco a sete minutos a chegar aqui. Fiquei com a impressão de ter visto alguém a acenar à janela, mas não tenho a certeza", contou ao DN Luís Malacho, um dos primeiros a dar o alarme para os Sapadores de Lisboa. Contudo, o receio de existirem vítimas na sequência do incêndio não se viria a confirmar.

António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, deslocou-se ao local, onde assistiu já à fase de rescaldo do incêndio e elogiou o trabalho dos bombeiros. O autarca disse que será aberto um inquérito. No quarteirão existem várias lojas nos pisos térreos.

Ao sinistro acorreram 12 viaturas com 30 homens dos Sapadores e dos Voluntários de Lisboa. "Em principio os danos foram só na cobertura do edifício, mas de manhã iremos avaliar se a água causou estragos nas lojas em baixo. Acreditamos que não", disse já hoje de madrugada o comandante dos Sapadores Bombeiros, Joaquim Leitão, sem avançar qualquer causa para o fogo.

O quarteirão, onde está instalada a Pastelaria Suíça, tem o projecto para um hotel de cinco estrelas aprovado pela autarquia há um ano. Na altura, António Costa afirmou que a unidade hoteleira iria dar um "grande contributo à reabilitação e revitalização da zona central da cidade". O quarteirão encontra-se "há muito abandonado", sobretudo ao nível dos pisos superiores, referiu.

O incêndio de ontem volta a chamar a atenção para os problemas com os prédios devolutos na Baixa lisboeta.

(in Diário de Notícias)

Foto: a vítima, vista da Praça da Figueira

Lisboa arde, arde, arde, arde...

22 Dezembro de 2009 - incêndio no Hot Clube.
11 de Fevereiro de 2010 - incêndio na Rua Nova do Almada. Morte de uma idosa.
22 de Março de 2010 - incêndio no Palácio Dona Rosa.
20 de Abril de 2010 - incêndio no Rossio. António Costa manda abrir inquérito...

Nota: cronologia retirada do Lisboa S.O.S.

Foto: cobertura ardida do prédio do Rossio/Praça da Figueira

23/03/2010

Incêndio após derrocada será a sentença de morte para o Palácio da Dona Rosa

In Público (23/3/2010)
Por Carlos Filipe

«Bombeiros chegaram a tempo de evitar que o fogo se propagasse aos prédios vizinhos, o que poderia ser uma catástrofe num bairro envelhecido e onde os acessos são quase inexistentes

Ser notícia, no espaço de um mês, e pelos piores motivos, primeiro por uma derrocada e ontem devido a incêndio, é obra. Mas como não há duas sem três, o edifício setecentista apalaçado com o número 139 da Rua dos Remédios, em Alfama, deverá voltar a ser notícia quando for demolido, pois tudo leva a crer que o fogo de ontem lavrou a sua sentença de morte, encaminhando-o para a demolição. Uma vez mais, não houve feridos a lamentar, foi apenas mais um susto.

O mais grave de toda a situação é que, decorridos 30 dias após a derrocada parcial do edifício, que era ocupado por 30 habitantes, este ainda não estava selado, nem os haveres dos que ali moravam - e que entretanto foram realojados a cargo da protecção civil municipal - tinham sido totalmente removidos. Nem tão- pouco foi estabelecido um perímetro de segurança, como determinou, na altura, o vereador com o pelouro, Manuel Brito.

Ficou estabelecido que o proprietário do edifício teria um mês para arranjar uma alternativa de alojamento aos seus inquilinos, o que também ainda não aconteceu. Ontem, já em tempo de rescaldo do sinistro, o mesmo vereador Manuel Brito, questionado pelo PÚBLICO sobre o facto de o edifício não ter sido selado, não quis prestar declarações, remetendo-as para os bombeiros, adiantando, porém, que assim aconteceu "para que as pessoas continuassem a retirar os seus haveres".


Portas arrombadas

O alerta de incêndio foi declarado pouco antes das 18h (o alarme aos bombeiros chegou às 17h56) e o ataque às chamas foi rápido, ainda que posicionar seis viaturas e duas escadas Magirus na estreita Rua dos Remédios tivesse sido complicado. Uma das escadas ficou no fim da fila, quase à entrada da rua e não foi utilizada, porque nem poderia passar, dado que a rua não terá mais que quatro metros de largura. O chefe Diogo, do Regimento de Sapadores Bombeiros, contou com 30 homens, entre os quais se incluíam elementos dos Voluntários de Lisboa. "Não foi fácil, [a rua] é muito estreita e há estacionamento, algum abusivo. Protegemos os edifícios contíguos com cortinas de água. Atacámos com seis agulhetas, foi rápido", disse, deixando no ar o perigo que todos por ali sempre temem: a propagação do fogo às vizinhanças.

Na rua falava-se da "malandragem" que por ali entra e se acoita, e do cheiro a petróleo que andava no bairro quando ocorreu o sinistro. O chefe Diogo admitiu que as casas desocupadas estavam fechadas. Mas não todas. "Algumas estavam arrombadas." As causas do incêndio, que fez rolar fumo negro sobre as casas de Alfama, mas que só devorou parte da cobertura do edifício, precisamente na zona que tinha ruído parcialmente, não foram determinadas.

Fernando Moreira, um dos desalojados, andava ainda a retirar pertences da sua habitação, e estava no café quando foi dado o alarme. Foi lá acima e também lhe cheirava a petróleo. Outra desalojada pela derrocada encontrou uma simples causa para o incêndio: "Sabe o que é, é o desleixo do senhorio." com Ana Rita Faria»

01/03/2010

RUA DA (des)GRAÇA, 23-25

Primeiro esteve devoluto durante anos. Depois foi destruído por um fogo. Agora está abandonado e vandalizado. Nada mais que o típico percurso de milhares de imóveis da capital. E tanto podia ser um imóvel particular como municipal ou até do Estado. É nesta cidade que quer viver?

12/02/2010

Construção pombalina pode ter evitado nova tragédia no Chiado

In Público (12/2/2010)
Por Inês Boaventura


«Antigos muretes corta-fogo terão impedido que as chamas que atingiram um imóvel na Rua Nova do Almada alastrassem a outros edifícios

A existência de muretes (pequenos muros) corta-fogo pombalinos no topo do número 24 da Rua Nova do Almada, em cuja cobertura deflagrou na madrugada passada o incêndio que fez uma vítima mortal e deixou duas pessoas desalojadas, terá sido determinante para evitar a propagação das chamas aos edifícios contíguos. O prédio atingido tinha sido, segundo a vereadora da Habitação da Câmara de Lisboa, alvo de obras recentes e o proprietário já se prontificou para "de imediato" colocar uma protecção no telhado.

O alerta foi dado às 5h10 por uma moradora de um edifício vizinho. O incêndio foi combatido por cerca de 50 homens e dado como extinto quase duas horas depois. Durante o combate às chamas e nas horas seguintes, os responsáveis do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa foram garantindo que não havia qualquer registo de feridos e que tinham sido realizadas diversas buscas, mas a meio da manhã o vereador da Protecção Civil acabou por confirmar a existência de uma vítima mortal do sexo feminino.

A vítima, octogenária, vivia sozinha no quinto e último andar de um prédio sem elevador e, de acordo com a vereadora da Habitação, "era uma pessoa muito dependente". "Essa é uma situação de grande risco seja em que sítio for. Sabemos que existem na cidade muitas pessoas com faculdades reduzidas que vivem sozinhas", lamentou Helena Roseta, salientando que as causas do sinistro vão ser investigadas pela Polícia Judiciária.

A vereadora considerou, em declarações ao PÚBLICO, que houve dois factores determinantes para evitar a propagação das chamas aos edifícios contíguos: o facto de estes se encontrarem habitados, o que permitiu que um dos seus moradores se apercebesse do incêndio e alertasse os bombeiros, e a existência de muretes corta-fogo de construção pombalina no topo do número 24 da Rua Nova do Almada.

Segundo Helena Roseta, o prédio tinha sido requalificado recentemente, tanto no interior como no exterior, e "estava em boas condições". Ao fim da manhã, representantes da Câmara de Lisboa participaram numa reunião com os inquilinos, na qual o proprietário comunicou que se encontra neste momento a fazer um levantamento das obras necessárias, preparando-se para avançar desde já com a substituição da cobertura, que aluiu.

Terá sido aliás o abatimento da cobertura que justificou a dificuldade dos bombeiros em localizar a moradora vitimada pelas chamas, apesar de as vizinhas do andar de baixo terem alertado para a sua presença na habitação no momento em que foram evacuadas. O vereador da Protecção Civil, Manuel Brito, explicou que a idosa acabou por ser encontrada carbonizada sob os escombros, já durante a fase de rescaldo, e "deve ter falecido nos primeiros minutos do incêndio".

Só os dois últimos andares do prédio sinistrado, todo ele propriedade do mesmo senhorio, se encontravam habitados, estando os restantes ocupados com serviços e comércio. As duas irmãs gémeas de 80 anos que moravam há mais de 70 anos no quarto andar vão ficar provisoriamente em casa de familiares. Apesar de este piso não ter sido afectado pelas chamas, ficou muito danificado com a água do combate ao incêndio, não tendo sido necessário recorrer aos alojamentos de emergência da Protecção Civil. Durante a madrugada, os dois edifícios contíguos ao número 24, nos quais vivem sete famílias, foram evacuados por precaução.»

25/12/2009

«Por uma cidade que se respeite»

Uma cidade que se respeite não permite que um proprietário tenha o seu prédio degradado, a cair, abandonado, com falta de pintura, destelhado, entaipado, em risco de incêndio ou derrocada. Não permite. Ponto.

Uma câmara municipal digna desse nome multa, castiga, reprime o desleixo e negligência de quem for dono de um prédio nessas condições. Se não tiver instrumentos legais robustos para o fazer, exige-os ao Governo da República. Se não o conseguir, tem que se fazer porta-voz da indignação dos munícipes.

O Governo do país tem a obrigação de impedir que os centros das nossas cidades estejam sujos, ocos e cariados. Tem o dever de tornar muitíssimo dispendioso este mau hábito de quem não cuida da sua propriedade urbana. Tem o interesse - num país antigo, peculiar e turístico como o nosso - de garantir que os nossos centros históricos estejam impecáveis.

Não existe o direito de ter um prédio a cair. Tal como não existe o direito de guiar um carro sem travões ou poluente. Não interessa se o compraram ou herdaram. O carro tem de passar na inspecção periódica. O mesmo deveria valer para o prédio: tem de estar em boas condições, ou o proprietário terá de pagar pelo dano e risco que provoca a outrem.

Um prédio decadente faz reverberar o desleixo. Baixa o valor da sua rua ou do seu bairro, incluindo o daqueles prédios cujos proprietários, mais conscienciosos, trataram de cuidar e manter em boas condições. Um prédio a cair representa um risco de segurança para quem ali passa, para o solitário inquilino que às vezes lá resta, para os vizinhos.

A propriedade de um prédio não é coisa que venha sem obrigações. Esse é um equívoco que engendra outros equívocos de todas as partes envolvidas, sem excepção: a ideia de que os exemplos de prédios integralmente ocupados com rendas baixas (cada vez menos) podem servir de desculpa para situações de incúria em prédios praticamente vazios; a ideia de que o Estado pode ser o primeiro proprietário negligente; a ideia de que às autoridades públicas cabe, sempre, pagar toda a factura do rearranjo dos prédios. O Rossio de Lisboa foi recuperado com dinheiros públicos há uma década. Hoje tem prédios com telhados cobertos de folha de alumínio. Lamento, mas isto não é cidade que se respeite.

O presente de Natal para toda a gente que gosta da cidade, da cultura e de música aí está: ardeu o prédio onde ficava o Hot Clube de Lisboa, um dos mais antigos clubes de jazz da Europa. Perguntava um leitor do PÚBLICO ao saber da notícia: será que vale a pena fazer TGV e novos aeroportos para mostrar uma cidade vazia? Sob o impacto do momento, o exagero é desculpável, porque toca na ferida. As pessoas não vão apanhar o TGV para Madrid para ficar a olhar para a estação ferroviária. Vão para ver o Museu do Prado.

Aquilo que Portugal e Lisboa esquecem - com o novo-riquismo desculpável de quem se encontra em algumas rotas da moda - é isto: ninguém volta ao hotel de charme para olhar de novo para o mesmo prédio esburacado em frente.

Andámos anos a discutir um ridículo projecto para o Parque Mayer e deixámos o Hot Clube ao abandono. O salão do Conservatório está em ruína. O Pavilhão Carlos Lopes também. Não temos um lugar no centro da cidade para receber exposições internacionais que atraiam centenas de milhares de visitantes. Achamos natural que o candidato evidente para essa função - a Praça do Comércio - sirva para a burocracia do Estado. Ou então, que se faça lá um hotel de charme. Temos, não o nego, muito charme no abandono.

Rui Tavares

in «Público, 23-12-2009

FOTO: Calçada de São Vicente 48

22/12/2009

Fogo destruiu cobertura de prédio devoluto

In Jornal de Notícias (22/12/2009)


«Um incêndio destruiu a cobertura de um prédio devoluto na Praça da Alegria, durante a madrugada.

O incêndio teve início pelas 03:22h e foi dado como extinto às 05:27h, disse à Agência Lusa fonte dos Sapadores de Bombeiros de Lisboa.

No combate às chamas estiveram 40 homens, com o apoio de 11 viaturas, pormenorizou a fonte, adiantando que as equipas dos Sapadores ainda se encontravam no local cerca das 07:30h, em acções de rescaldo.

A fonte dos Sapadores adiantou que a origem do incêndio é desconhecida e que o prédio estava desabitado à excepção do rés-do-chão, onde funciona um restaurante. »

...

É impressionante o número de fogos "espontâneos". Cada vez há mais. Trata-se do melhor meio para ver aprovados projectos de alterações, ampliações e construções novas nos centros históricos das nossas cidades. Sempre impunemente, portanto.

24/07/2008

Prédio na Avenida da Liberdade só pode ser habitado após obras

In Sol Online (24/7/2008)

«O prédio contíguo ao imóvel na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que ardeu no início de Julho só poderá ser novamente habitado depois de terminadas as obras no telhado e instalação eléctrica, anunciou quarta-feira a autarquia da cidade (...)»

Perante estas declarações da CML, dignas de M. de La Palisse, ficamos todos na mesma quanto a respostas sobre:

1. Foi incêndio 'espontâneo' (como o da Casa do Governador do Forte do Bom Sucesso, ou o dos edifícios defronte à Maternidade Alfredo da Costa?) ou fogo posto? Por quem e a mando de quem?

2. O projecto de hotel para aquele edifício, que está ao abandono há tanto tempo, antes de incêndio, era para aprovar? Sim ou não?

3. Aquele prédio (um dos raríssimos ainda íntegros e que tinha belos interiores e ainda mais bonita cobertura) era para preservar no projecto de hotel?

10/07/2008

NO CORAÇÃO DA CIDADE: visita guiada ao Chiado 20 anos depois do incêndio


Visita guiada no dia 18 de Julho. Organização da Ordem dos Arquitectos. Para mais informações: www.oasrs.org

Plano da Avenida da Liberdade vai a debate público em Setembro


in Público, 10.07.2008, Luís Filipe Sebastião

Proposta do PCP louva trabalho de socorro em prédio que ardeu e defende avaliação do património devoluto da cidade

«O auto de vistoria ao edifício que ardeu no domingo em Lisboa concluiu que as fachadas "não revelam risco de colapso" e o proprietário já assumiu perante a autarquia que vai avançar com a consolidação das paredes exteriores que sobraram do sinistro, confirmou ontem o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. O autarca anunciou que o Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE) será colocado em consulta pública em Setembro.
De acordo com Manuel Salgado, após a reunião privada de câmara, o proprietário do número 23 da Av. da Liberdade, cujo interior foi totalmente devorado pelas chamas, que afectou ainda alguns pisos e a cobertura do prédio vizinho, comunicou à autarquia que "assume o compromisso de dar início à consolidação das fachadas", tendo para o efeito já contratado uma empresa para a avaliação e outra para a empreitada de escoramento. O fundo imobiliário Libertas I informou a autarquia de que possui um seguro de responsabilidade civil, que será accionado para responder às responsabilidades que lhe venham a ser imputadas.

O vereador adiantou que das cinco famílias desalojadas do número 21, no total de 15 pessoas, algumas foram acolhidas por familiares e outras realojados pela Protecção Civil Municipal. Manuel Salgado acrescentou que ainda "não é possível saber a data" em que poderão voltar às suas habitações. A vereadora Helena Roseta revelou que, na sessão camarária à porta fechada, Salgado anunciou que o PUALZE será colocado "em debate público em Setembro". A eleita dos Cidadãos por Lisboa decidiu adiar a sua proposta de uma "audição" dos moradores, comerciantes e autarcas sobre a requalificação da Rua de São José, uma lateral da Avenida da Liberdade, para a mesma altura de discussão do PUALZE.

O vereador José Sá Fernandes mostrou-se satisfeito com a discussão do PUALZE, mas admitiu ter "dúvidas em relação a alguns aspectos", nomeadamente na revisão das cérceas, para que permitam "a respiração da Avenida da Liberdade".

Uma proposta do PCP sobre o incêndio na avenida foi aprovada com um voto contra do movimento Lisboa com Carmona. O documento salienta que "sem prejuízo das responsabilidades que, em primeira instância, cabem aos proprietários dos edifícios pela sua gestão e conservação, há responsabilidades municipais na gestão urbanística da cidade". O executivo decidiu assim, por maioria, saudar a actuação dos bombeiros, serviços de segurança e Protecção Civil, mas também "continuar a prestar apoio aos moradores dos edifícios vizinhos, afectados pelo sinistro", e que os serviços de Urbanismo prossigam "a avaliação do parque edificado degradado e devoluto da cidade" e das condições para garantir a sua recuperação. A vereadora Margarida Saavedra justificou a abstenção do PSD porque "os pressupostos [da proposta] tendem a passar para o particular um ónus que tem de ser partilhado", designadamente pelo município.

A vereadora Rita Magrinho (PCP) frisou que, na revisão orçamental aprovada ontem, está previsto um reforço das despesas com pessoal de 10,2 milhões de euros. As verbas a mais, a submeter à apreciação da assembleia municipal, para trabalho extraordinário e avenças de funcionários ascendem a 7,2 milhões de euros. O vereador das Finanças, Cardoso da Silva (PS), informou na reunião que a autarquia regularizou as dívidas com 2036 credores. Na agenda de trabalhos constava uma proposta de rectificação da dívida para com a EDP no total de 6,2 milhões de euros, que o presidente, António Costa, esclareceu referirem-se a facturas de 1999 a 2006 que a empresa confirmou que se encontram pagas. O executivo aprovou os princípios da elaboração do orçamento participativo do município.»

FOTO: Avenida da Liberdade, 21 e 23, as coberturas vistas do Miradouro de São Pedro de Alcântara.