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16/07/2019

Torre do Galo e Largo respectivo/pedido de esclarecimentos à DGPC


Exma. Senhora
Directora-Geral do Património Cultural
Arq. Paula Silva


C.C. Ministra da Cultura, PCML, AML, JF Ajuda e media

Considerando a necessidade urgente em se requalificar paisagisticamente o largo da Torre Sineira da Real Capela da Ajuda, vulgo “Torre do Galo”, transformado que está, há tempo demasiado e de forma completamente inglória, em parque de estacionamento automóvel, como se se tratasse de uma zona afecta a alguma grande superfície comercial;

Considerando as notícias que dão conta de uma operação de limpeza da “Torre do Galo” por parte da Junta de Freguesia da Ajuda, em cuja página online, aliás, se refere ser este o “primeiro passa que visa reactivar este monumento emblemático da Ajuda”, “equipamento da responsabilidade do Ministério das Finanças”;

E considerando que as chaves da porta de acesso à “Torre do Galo” sempre estiveram à guarda da Direcção-Geral do Património Cultural;

Serve o presente para solicitarmos a V. Exa., que nos esclareça sobre:

* Qual a tutela exacta da Torre Sineira da Real Capela da Ajuda?

* Quais os termos desta eventual cedência da “Torre do Galo” à Junta de Freguesia, quais os planos exactos previstos para a "reativação" da Torre, se a mesma prevê a recuperação do mecanismo do seu relógio histórico e dos sinos, e se a Direcção-Geral do Património Cultural irá acompanhar/fiscalizar a implementação da mesma?e se a anunciada “reactivação” da mesma prevê a recuperação do mecanismo do seu relógio histórico e dos sinos?

* Quais os eventuais planos da Direcção-Geral do Património Cultural para uma requalificação paisagística do Largo da Torre, por via do ordenamento da circulação automóvel, plantação de árvores, acessos dignos ao Palácio Nacional da Ajuda e, obrigatoriamente, da criação de uma área desafogada em redor da Torre (contextualizando-a, por exemplo, refazendo no pavimento de uma área devidamente ajardinada a planta da antiga igreja - Patriarcal da Ajuda - conforme os desenhos resultantes da escavação arqueológica ali efectuada em 1994-95, sob orientação da arqueóloga Maria Ramalho), que permita a interligação coerente e harmoniosa com o Largo da Ajuda.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Palma, Luís Mascarenhas Gaivão, Júlio Amorim, Filipe Teixeira, Beatriz Empis, Virgílio Marques, Ana Alves de Sousa, Helena Espvall, João Oliveira Leonardo, Rui Pedro Martins, Maria do Rosário Reiche, Pedro de Souza, Pedro Jordão, Fátima Castanheira, António Araújo, Rui Pedro Barbosa, Jozhe Fonseca, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício

20/09/2016

O remate "ao" Palácio da Ajuda


Sobre este remate “ao” Palácio Nacional da Ajuda, apenas algumas notas (valem o que valem) do que acho estar bem e estar mal, para quem as quiser ler (aviso que é grandote):

1. Há que dar os parabéns (sinceros) ao Governo e à CML por demonstrarem afã e coragem (o tema, inexplicavelmente, sempre foi reclamação exclusiva dos tendencialmente monárquicos) em querer solucionar este assunto da ala inacabada da Ajuda, uma verdadeira VERGONHA nacional.

2. Contudo, acho que o que está aqui em causa merece um DEBATE PÚBLICO (por mais tempo que demore, desde que seja conclusivo) com consulta pública, divulgação de todos os projectos de remate (ou estudos prévios, como é o caso mais recente) feitos até hoje, enunciando-se os prós e contras de cada um deles, desde o impacte visual ao custo financeiro e tempo de obra (para se evitar que tudo seja para inaugurar à pressa…), passando por uma questão essencial: é melhor terminar-se a ala poente ou mantê-la inacabada, desde que com arranjo paisagístico adequado?

3. Depois, um projecto desta natureza deve ser objecto de um CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL (CCB, lembram-se?). Estamos no século XXI e não propriamente no tempo das adjudicações por despacho. E este remate não é a um simples prédio de esquina nem ao estaminé de junta de freguesia mas a um palácio nacional, por acaso talvez o mais importante do país.

4. A forma encontrada para o FINANCIAMENTO do projecto parece-me boa e muito bem achada, e justa, se por via directa das receitas das taxas criadas recentemente. Nada a opor, portanto, e tudo a aplaudir, ainda que me pareça que o custo final será muitíssimo superior ao agora estimado, como tudo o que é feito neste país. Mas custa-me que seja a CML a ter o grosso do esforço financeiro, quando o palácio é NACIONAL, mas já estamos habituados, vide o Arco da Rua Augusta, outro dos símbolos maiores do Poder Central (e não há que ter medo das palavras) está entregue à CML desde 2012 e com bons resultados (não é disso que se trata), enfim, sinal dos tempos.

5. Muito menos há algo a opor ao programa encontrado para exploração da ala poente: as JÓIAS, as pratas e os tesouros escondidos ou mal expostos na Ajuda merecem estar expostos e bem expostos ainda que o ideal fosse usar toda a ala Norte para o efeito, fazendo sair dali os serviços vários que ali estão. Ainda que nunca tenha percebido como é que havendo ali a Galeria D. Luís I, claramente subvalorizada bastas vezes sem saberem o que lhe hão-de fazer, não seja transformada em exposição permanente dessas mesmas jóias.

6. Sobre o estudo prévio agora apresentado, e independentemente da bondade e da originalidade da sua autoria (o seu autor é dos próprios quadros, dirigentes, da DGPC), acho aquela SOLUÇÃO ESTÉTICA no mínimo decepcionante, e no máximo horrorosa. Não havia outra forma de dar um tratamento moderno, asséptico, limpo à fachada (eu sei que detestam o pastiche…) mantendo a pedra (lioz?) sem ser transformando-a naquela grelha de barbebue? Num “estore” monumental? E déjà vu ainda por cima – vide a ceaucescuniana CGD, a sede paquidérmica da EDP ou até à mirrada fachada do museu antoniano à Sé.

7. Por fim, só se fala no remate e nos milhões para o remate. Mas um projecto que vise, e bem, terminar com a vergonha da Ajuda, acabando ou mantendo a ruína existente, não é projecto a valer se se esquecer das DEMAIS VERGONHAS FÍSICAS da Ajuda: o estado calamitoso do belo torreão Sul, o torreão Norte à espera não sei bem do quê, os Serenins cheios de computadores e com água a entrar pela cobertura, a Torre do Galo com rachas monumentais e com sinos presos por milagre, e a praça miserável em que está, e, por fim, o Jardim das Damas, exemplo maior da não cooperação entre a Ajuda e a CML, pois continua por abrir ao público e com problemas técnicos por resolver...

27/11/2015

Calçada da Ajuda com árvores novas


No decorrer dos trabalhos de requalificação da Calçada da Ajuda, houve uma alteração profunda nas árvores aí existentes, que eram de diferentes espécies, algumas já de avançada idade. Todas foram substituídas por Jacarandás, tendo sido utilizada na sua plantação uma técnica moderna que irá garantir a sua manutenção (ver imagem à direita).

Foram plantados 181 exemplares de Jacarandá em toda a Calçada.

No troço jusante da Calçada, existiam 48 exemplares das espécies: Choupos, Sophoras e Ailanthus. Destas foram abatidas 25 árvores e transplantadas 22, principalmente Sophoras para o alto da Ajuda.

No troço intermédio da Calçada da Ajuda, junto ao regimento de lanceiros 2, existiam 26 Braquiquitons que foram todos transplantados também para o Alto da Ajuda.

Verificou-se. assim, um cuidado das entidades envolvidas no processo no sentido de minimizar e até valorizar os efeitos da obra em apreço no arvoredo da cidade de Lisboa.


Pinto Soares