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quinta-feira, 20 de março de 2014

Música: pouca gente realmente gosta.

Há alguns meses, conversava com alguns amigos sobre o show do Metallica, e um deles foi crucificado (com razão) ao dizer que Metallica era chato. Para a minha surpresa, após o bombardeio, ele admitiu que não gosta e não entende de música. Foi a primeira pessoa que eu conheço a admitir “não gostar de música”.  Comecei a refletir sobre isso, e, convenhamos, isso não é assim tão raro. Esse meu amigo apenas admitiu o que a grande maioria, talvez 90 % das pessoas, consideram chato, ou até mesmo, vergonhoso de admitir.

Para ilustrar o quero dizer, faço um paralelo com pessoas que gostam de vinhos. Gostar de “beber vinho” é diferente de estudar, conhecer e apreciar vinhos, e tudo o que envolve a sua cultura. Você pode até conhecer uma ou outra marca de vinho, pode até preferir um “Cabernet Sauvignon” a um “Merlot”, mas você definitivamente não sabe diferenciar, e nem se importa, com a safra, as características do local onde o vinho foi fabricado, a história da marca, etc.

Com a música acontece exatamente a mesma coisa. Quem realmente gosta e aprecia música, tem alguns prazeres diferentes de quem geralmente só “escuta por escutar”. O apreciador de música sabe diferenciar estilos, conhece a história de seus artistas favoritos, sabe onde, como, quando e porque aquilo foi feito. Gosta de ouvir a música alta, gosta de itens e histórias raras sobre a banda, e principalmente, tem sensações diferentes, como se aquilo que está a ouvir corresse em suas veias, como estivesse no lugar do sangue.

Para um apreciador de vinhos, é quase um orgasmo conhecer a fábrica e beber um vinho raro sobre o qual ele tanto leu e sempre quis experimentar, sentir o cheiro, pegar a garrafa em mãos, ler o rótulo, apreciar a experiência. Para um bom amante da música, pegar em mãos um disco de vinil raro, ler a história do encarte, entender a arte da capa, e escutar aquilo em seu puro estado, é uma sensação diferenciada. O ciclo da experiência completa com a música só termina ao ver o artista ao vivo, e chega ao ápice quando aquela música que você não esperava que ele tocaria, é executada na sua presença, no momento em que você se esquece das milhares de pessoas estão ao seu redor, fecha os olhos, canta, pula e se emociona.

Existem também aquelas pessoas que são “fãs”, mas não necessariamente de música. Conheci uma garota que possuía tudo que o dinheiro poderia comprar da banda mexicana RBD. Ela chorou ao ver a banda ao vivo pela primeira vez. Hoje em dia ela não apenas se envergonha do seu passado como também se tornou fã tiete de uma banda de pagode. Ela não é uma apreciadora de música, ela é uma apreciadora de... não sei, do fanatismo histérico e tudo que envolve essa doença. Essas pessoas são facilmente identificáveis, vocês podem encontra-las hoje acampadas num estado deplorável, aguardando o show do “One Direction”, no estádio do Morumbi.

Fica bem claro então que, pouca gente realmente gosta de música. A grande maioria das pessoas tem a música como “segundo plano” de sua experiência. Isso explica o sucesso dos “lepos lepos”, “ai se eu te pego”, e outros fenômenos e modismos quase que inexplicáveis. Para quem não é apreciador de música, é mais fácil entender e aceitar essas músicas chicletes, em ambientes onde a música não é o objetivo principal. O engraçado é que essas pessoas curtem muito esse tipo de música enquanto ela está na moda, e depois de um tempo ela sente vergonha de dizer que um dia gostou disso. Vide: Hanson, Backstreet Boys, Parangolé, DJ Casino, Fiuk, Armandinho, Felipe Dylon, Netinho (os dois), Mallu Magalhães, Maria Gadú, Tribalistas.

Por isso, quando você pergunta a alguém se ela gosta de música, e ela responde que “gosta um pouco de tudo”, ela definitivamente não gosta de música. Nada te impede de gostar de mais de um estilo, mas tenha certeza de que, quem responde sem pensar que gosta de algum estilo como: Jazz, Rock Clássico, Hard Rock, Música Clássica, Blues, Heavy Metal, Soul, Country, House, Trance, Drum´n Bass, Rockabilly - definitivamente tem mais chances de ser uma pessoa que realmente gosta de música do que alguém que “adora tomar o vinho em alguma ocasião especial”, mas no fundo não sabe 1/10 do sentimento de quem realmente sabe apreciar um vinho.

E O MUNDO, O QUE ACHA DISSO !?



PS 1: (Não considerei MPB, porque apesar de algumas pessoas realmente gostarem disso, hoje em dia é muito fácil se dizer “fã de Chico e da Tropicália” com uma roupa de Tio Barnabé e uma barba suja para se dizer esquerdista cult. )

PS 2: (Muito cuidado com as bandas coringa. Bandas coringa são aquelas geralmente utilizadas pelas pessoas sugadoras da moda para se mostrarem ecléticas e conhecedoras de outros estilos. As duas bandas coringas mais icônicas são “U2” e “Rolling Stones”. Fazem um rockzinho pau mole, sem muita distorção, um grande trabalho de imagem de seus protagonistas, que deixam a música em segundo plano. O resultado é um show repleto de globais, BBBs, “amigonas da torcida”, atendimentos de agência de publicidade, Amaury Jr., etc.)

Borrifadas anteriores que você também vai gostar:

segunda-feira, 29 de março de 2010

Sobre a Locaweb


Nem todo domingo pra mim é entediante.

Muitos domingos no começo do ano são por mim lembrados pela cerveja gelada e o sofá vermelho, no qual me posiciono confortavelmente pra acompanhar os grandes clássicos do campeonato paulista (pra ser sincero, a única graça que esse campeonato proporciona).

Nesse final de semana, não foi diferente.

Eu e todos os outros corinthianos e sãopaulinos acho que fomos presenteados com um grande jogo. Não tanto pela atuação técnica ou tática dos times, mas muito pelas reviravoltas do placar e do andamento do jogo. Como sãopaulino, fiquei decepcionado com o resultado final, mas reconheço que foi um grande espetáculo.

Mas apesar do jogo, dessa vez, algo foi diferente.

Não se noticiou briga de torcidas (apenas um leve desentendimento de um torcedor corinthiano e Rogério Ceni), mas sim infelizes declarações do Diretor Financeiro da Locaweb, parceira do São Paulo para o clássico e o próximo jogo, contra o Monterey no México.

Vamos lá.

A Locaweb gastou uma boa grana pra entrar nas mangas da camiseta do SPFC, lembrando que o clube tinha a intenção de manter a camisa limpa até o fechamento da sua cota master de patrcínio, valorizando-a. Apesar disso, aceitou a oferta da Locaweb.

O que a empresa queria?

Segundo seu próprio comunicado, "essa ação faz parte da nossa estratégia de divulgação da marca por meio de patrocínios esportivos."

Será que ela queria somente visibilidade? Se sim, ótimo. Conseguiu. Está no twitter, em blogs, na mídia, e então, todos devemos parabenizar o senhor @alexglikas pela iniciativa, proatividade e foco em resultados.

O que eu acho é que, mais do que a visibilidade em si, a porcaria da Locaweb buscava se relacionar com os torcedores sãopaulinos, sendo não só uma marca respeitada como também "amada"pelos torcedores (grande Kevin Roberts!), estratégia essa que foi por água abaixo com os comentários do diretor financeiro da empresa, fazendo com que até o respeito fosse perdido nessa história toda (para quem não viu as declarações, segue o link aqui)

Depois, veio o comunicado do próprio diretor, dizendo que "No calor do clássico, o torcedor tomou conta do profissional." Infelizmente isso não é verdade, senhor Glikas.


Se realmente o lado torcedor tivesse tomado conta do profissional, suas declarações não causariam tantos problemas, já que pouco me importa de qual empresa o senhor é diretor, podendo falar mal de qualquer time rival ao seu, assim como todos os corinthianos, sãopaulinos, etc.


O grande problema foi que o lado torcedor e o lado profissional andaram lado a lado, envolvendo o nome e a marca da Locaweb nos seus comentários ofensivos, o que é inadimissível para o SPFC e para a empresa.


Não sei de fato quais providencias serão tomadas pela empresa e pelo SPFC, mas o fato é que, felizmente, essa parceria se dá apenas por dois jogos, o que pode ser muito benéfico para ambos os lados, pois poderá cair num esquecimento mais rápido por parte dos torcedores, e o desgaste para a empresa e para o clube serão menores, apenas deixando a parceria acabar e esfriar.


Me pergunto como o SPFC reagiria se o contrato fechado fosse anual. Também me pergunto quais providências a Locaweb teria que tomar caso tivesse que encarar os torcedores sãopaulinos jogo a jogo até o final do ano. Ou pior, 3 anos, que é o tempo que o SPFC espera ter no seu próximo contrato.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Rebolation tion...


O carnaval surgiu na Grécia, antes mesmo do nascimento do menino Jesus (que agora, pra tirar o atraso, acompanha tudo na Sapucaí junto com a Madonna), para agradecer aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção.

Foram os próprios gregos e romanos que, mais tarde, começaram a fazer putaria e encher a cara nessas festas carnavalescas (nada mais justo do que agradecer a fertilidade fazendo putaria), o que as tornaram um fardo pra Igreja por muito tempo.

Depois de muito tempo, as festas passaram a ser toleradas pela Igreja e, para meu azar, vieram junto com os colonizadores europeus para as terras tupiniquins.

Desde então, os brasileiros preguiçosos e semi-nus que os portugueses encontraram aqui passam uma semana do ano fazendo putaria e enchendo a cara, como na Grécia antiga, como se essa fosse a última semana de suas vidas.

E agora, o carnaval acabou e o ano começa de fato para o brasileiro, embora já esteja acabando pra Ângela Bismarchi, Nana Gouvêa, e cia (borrifadinha copiada pelo Rafinha Bastos).

Até hoje não encontro sentido nessa forma que encaramos o carnaval, ouvindo músicas que não gostamos e sequer ouvimos ao longo do ano, olhando bundas e peitos, tentando traçar o máximo de mulheres/homens que pudermos e trocando o banho de água e sabão por banhos de cerveja ou qualquer outra bebida alcoolica arremessada pro alto por outro folião breaco.

Tão ruim quanto o carnaval é o resto da semana que o sucede (quinta e sexta-feira pós quarta-feira de cinzas), quando estão todos se recuperando do porre, tirando o atraso do sono, fazendo as contas de quantas pessoas você conseguiu pegar, tentando lembrar o nome daquela mina que te deu o numero de celular e, o pior de tudo, cantando o hit do verão do respectivo ano (no caso de 2010, o tal Rebolation).

Foi nesse cenário que eu acabei mencionando a alguns colegas que nunca tinha ouvido a música Rebolation inteira, só seu refrão “Rebolation tion, Rebolation...”, e então me responderam: “Mas a música é só isso mesmo!”

E agora, cá estou eu, mal conseguindo me segurar para a próxima folia e brindar à fertilidade do solo e produção.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Se você não gosta, porque acha que a maioria é diferente?

A minha borrifada de hoje foi inspirada na escolha de uma banda de pagode para uma festa de formatura. Haviam 4 ou 5 opções na mesma faixa de preço. As bandas eram: Só Pra Contrariar, Rodriguinho (ex-travessos), Art Popular, Negritude Jr., Molejo e Demônios da Garoa. Bom, como a Debi muito bem escreveu no último post, o gosto musical das pessoas é influenciado por seus valores, criação e sensações, por isso não vou entrar nesse mérito. A minha borrifada será nos que tem o poder de organizar eventos e nos formadores de opinião, que insistem em achar que nada do que ele gosta vai agradar a grande maioria, e sim, apenas o que é lixo pode fazer sucesso.

O evento em discussão era a formatura de uma faculdade de elite de São Paulo, e os formandos eram publicitários. Os próprios publicitários aprendem durante a faculdade como é importante estudar o consumidor para oferecer para ele até mesmo a mais do que ele espera, de acordo? Pois bem, na teoria seria assim, e analisando esse público seria óbvio para mim que em uma formatura na cidade de São Paulo, nada seria mais emocionante do que assistir uma banda que faz parte da história, pois a formatura marca uma passagem na vida desses estudantes. A escolha óbvia para mim seria o Demônios da Garoa.

Quando você pensa em um publicitário, leva em consideração que ele pensa diferente do resto e por isso consegue ser tão criativo. Pensa que ele deve conhecer de tudo para poder oferecer soluções variadas, pensa que ele deve conhecer a história, pelo menos da sua cidade. Pensa que ele terá prazer ao ouvir algo com um significado diferente do que uma moça que mora Cambuci gostava de ouvir na Transcontinental não é mesmo?

Na teoria sim, na prática não. A verdade é que aqueles que discutiam qual seria a banda da festa, que também eram publicitários, afirmavam que com certeza o Demônios da Garoa é muito legal.... mas pra festa de formatura não! A maioria gosta de pagodão! Gosta do Negritude Jr. Perdão, mas eu não consigo digerir isso.

Acredito que a maioria dos leitores desse blog nunca comprou um CD do Negritude Jr. e não conhece apenas uma música do Demônios da Garoa, como foi citado. A grande verdade é que, em eventos e festas existe muita bebida, e as pessoas vão para aproveitar a festa, portanto, não importa o que vai tocar lá, elas vão parecer curtir muito aquilo. Por isso que músicas como “Tchau, I have to GO now” parecem um grande sucesso em eventos assim.

O exemplo acima também acontece com diretores de rádio e TV, com chefes de gravadoras, com produtoras de eventos, e etc. Se de repente todas as rádios parassem de tocar Exaltasamba, NX Zero, Latino e Vitor e Léo as pessoas parariam de ouvir rádio ? Eu não acho que são as pessoas que fazem a programação, acredito fortemente que é a mídia que faz uma música ser famosa ou não, dependendo do número de vezes que ela é tocada. A grande maioria das pessoas são aquelas que gostam do que está na moda, e não tem um gosto definido musicalmente, e por isso é comum ver coisas inexplicáveis como a Banda Cine e a Mallu Magalhães se tornarem um grande sucesso.

Assim como na política ou em uma grande coorporação, mudanças culturais e de hábito devem partir de cima. Faço uma apelo para que aqueles que tem o poder de dar apoio a determinado músico olhe apenas para a sua qualidade musical. Sim a qualidade musical tem percepções diferentes, mas peço que deixem de querer adivinhar o potencial de um músico observando o comportamento do seu filho de 14 anos. O meu apelo é, invista no que é bom, aposte no que é bom, pois a população vai gostar do que é bom. Se tanta gente gosta do que é tão ruim, imagina se fosse oferecido pra eles o que é de qualidade ?

A maior prova disso é que, em São Paulo existe apenas uma rádio que toca AC/DC, e ela está longe de ser a de maior audiência, no entanto, 65 mil pessoas esgotaram os ingressos em 2 dias. Será que então, publicitários, ricos, com acesso à informação, realmente gostam mais do Rodriguinho (ídolo das filhas de domésticas por todo o Brasil) ou se divertiriam mais ouvindo Saudosa Maloca ?

E VOCÊ, assim com o mundo, O QUE ACHA DISSO ?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Malandro é malandro... político é político


Dando continuidade ao post que fiz na semana passada, o brasileiro é realmente um povo muito engraçado.


Como já dizia Sérgio (pai de um cantor desafinado, muito bem borrifado por Paulo no post anterior), a cordialidade do brasileiro é fruto de nossa miscigenação de raças, e com isso temos esse povo alegre, festeiro, receptivo, convidado a ser gerente de hotel em Dubai e malandro. Muito malandro.


Se não me engano o próprio Paulo já borrifou aqui nesse blog sobre o jeitinho brasileiro, mas hoje darei outro enfoque para o tema, o relacionando com problemas de nosso país.


Você se programa para ir a uma balada. Chegando lá, a fila é gigantesca, afinal, balada ruim precisa segurar gente pra fora pra parecer boa. O que você, como bom brasileiro faz? Espera pacientemente sua vez no final da fila? Só se você, por um infortúnio, não conhecer o Julião, aquele segurança esperto que te coloca pra dentro, ou alguém melhor posicionado na fila! O melhor disse: você pode se gabar para seus amigos e namorada de que é influente.


Você vê que um CET está multando seu carro, que está indevidamente parado em um lugar proibido. Mais uma vez questiono: o que você faz? Diz que estava errado mas que aprendeu a lição? Evidentemente que não, pois você é brasileiro e não desiste nunca! Com certeza, você argumentará, dizendo que PAROU EM LOCAL PROIBIDO por APENAS 10 minutinhos, pra trocar um produto na loja ali da esquina.


Claro que poderia citar outros tantos exemplos, como estacionar nas vagas de deficientes, gato na tv a cabo, roubar a internet sem fio do vizinho, etc...


Todo brasileiro curte dar seu jeitinho porque se considera a exceção. Cada um de nós é a última bolacha do pacote, e por isso merecemos tratamento especial, não é mesmo?


Agora eu pergunto: que moral temos pra questionar Sarney, Senadores barraqueiros, deputados que curtem uma viagem e afins?


Nossos políticos nada mais são do que um reflexo do povo. Enquanto formos corruptos e corruptores na base da pirâmide, não temos como exigir (e nem devemos) que nossos representantes sejam um primor em ética e justiça.


Além disso, quem os colocoram lá, fomos nós.


Ainda, rimos ao vermos políticos serem ridicularizados sem saberem responder perguntas que parecem fáceis, mas que aposto qeu 90% da população que os colocaram lá, também não sabem responder, afinal, infelizmente nosso ensino fora do nosso mundinho não é dos melhores.


Acho divertido ver tanta gente apoiando o #forasarney porque segue o Marcelo Tas no Twitter, mas sequer se preocupou em saber qual o motivo real de tanta indignação com o Godfather da política brasileira.


Fico muito feliz quando vejo o poder da democracia ferver na cabeça e no twitter de todos (seja num Follow Friday ou #forasarney), mas antes de qualquer coisa, devemos colocar a mão na própria consciência.


Enfim, olhar para os outros e apontar nosso "dedo sujo", como diria Tasso Jereissatti, é muito fácil, mas no fim, somos todos iguais.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cacildis


O brasileiro é um fanfarrão. Disso todos nós sabemos.
Um povo alegre, descontraído, festivo, e que muitas vezes prefere rir (até de si mesmo) para não chorar.

Um povo sofrido, batalhador e que encara todos os seus desafios com bom humor. 

Um povo com a cara do Mussum.

O brasileiro é macunaímico... com algumas semelhanças com Leonardo Pataca (como já dizia um certo professor), e de tão bem humorado, acha que sua malandragem e seu jeitinho brasileiro são grandes piadas, e, consequentemente, que é bonito ser malandro, como já dizia Gerson.

Enfim, é um povo fanfarrão (como já foi muito bem definido aqui no blog por Paulo Dragocinovic e Diogo Petrescu).

Essa semana diversas vezes me deparei com manifestações da população contra a determinação restringindo a circulação de fretados na cidade de São Paulo. Na maioria das vezes, não passavam de baderneiros.

Acho muito engraçado quando uma emissora de TV vai fazer alguma cobertura desses fatos e o que vemos são aquelas pessoas fazendo rimas imbecis, batendo palminha e na maioria das vezes rindo! Da-lhe o bom humor brasileiro! É muito divertido ir para uma manifestação que até então era séria, afinal é uma luta por direitos que as pessoas (acham que) têm, e encontrar pessoas bem humoradas, malandras, macunaímicas, rindo e se divertindo por estarem aparecendo na televisão.

O brasileiro muitas vezes também é bastante individualista.

Nas manifestações pró-fretados, pipocavam diversas faixas mandando o Kassab pra tudo quanto é lugar.

Aposto que no mínimo 50% dessas pessoas ficaram muito contentes com a Lei Cidade Limpa, ou qualquer outro impacto que tiveram em suas vidas por alguma determinação do Kassab, mas como pimenta nos olhos dos outros é refresco, agora pedem a saída do prefeito paulistano. Por favor, acordem! Pessoas erram e acertam! Não é porque o Kassab pode ter errado agora que é o pior prefeito que já tivemos, assim como não é o melhor. Se forem lutar pelos seus interesses, pelo menos que o façam direito!

Mais um fato curioso foi a forma como foi feito, com milhares de "focos" de protesto, sem muita organização, apenas servindo para que 15 ou 20 baderneiros se reunissem em diversas esquinas quaisquer para liberarem seu lado argentino de reivindicadores. Pra que se juntarem todos pra chamar mais atenção e ter mais força e voz política?

Pelo menos dessa vez as manifestações são por algo real, e não movimentos do PSTU contra "o sistema", afinal a culpa é sempre do sistema...

E viva o Brasil e os brasileiros, que continuam rindo de si mesmos. Mas como já dizia o Roberto, "quem ri de tudo é desespero".

Cacildis!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Casa, comida e roupa lavada


Hoje borrifarei em pessoas que têm todo o meu respeito, mas que nem por isso não nos proporcionam momentos no dia a dia que merecem ser borrifados: as empregadas domésticas.


Trabalhadoras na maioria das vezes exemplares, as empregadas domésticas deveriam ser tratadas com mais respeito por algumas pessoas que não dão devido valor a seu trabalho até o momento em que os copos sujos se empilham na pia ou ao chegar para sua preguiçosa pestana vespertina e encontrar a cama desarrumada.


Apesar disso, que atire a primeira vassoura quem nunca se estressou com alguma situação em casa graças a sua empregada.


É impressionante como a minha empregada me conhece. Sabe exatamente o que eu quero no momento certo! Deve ser por isso que toda vez que quero mijar, lá está ela limpando o banheiro. É batata... quando quero usar o banheiro, lá está ela... seja as 9h00 da manhã ou as 15h00 da tarde.


Além disso, ela faz questão de acompanhar o calendário do Campeonato Brasileiro pra me ajudar. Sabendo que sou sãopaulino e pra fazer um agrado, ela sempre tenta deixar minha camiseta do time limpa nos dias de jogos. O problema é que ela faz isso no dia de cada jogo, e, claro, a camiseta nunca está seca quando preciso.

Aliás, quem nunca quis usar uma roupa que não estava no armário? Sim... aquela que você tinha guardado para usar naquela balada de sexta-feira foi lavada justamente na sexta-feira.

Outro fato curioso é o gosto musical delas.

Será que não existe nenhuma empregada que curta um Rock n Roll? Mesmo que seja um punk rock...

É sempre aquela música da Nativa Fm, sertanejo brega, pagodão mela cueca e uma idolatria ao Wando. Pelo menos, até hoje ainda não tive uma que fosse evangélica.

Enfim, é engraçado como abrimos as portas de nossas casas para essas pessoas que se dedicam tanto a fazer o nosso dia-a-dia um pouco melhor e menos complicado, mas ao mesmo tempo passamos por algumas situação no mínimo cômicas, nas quais é melhor rir pra não chorar.




terça-feira, 14 de julho de 2009

Eu poderia estar roubando, poderia estar matando, mas estou cantando


Caros leitores,

Hoje, darei aqui algumas receitas para ganharmos dinheiro de forma rápida e sem muito trabalho nem talento.

Não. Não sou membro de uma companhia chinesa que procura parceiros comerciais no Brasil nem farei outra oferta que você encontra no seu scrapbook ou e-mail.

Ensinarei como ganhar dinheiro com música.

Primeiro de tudo, que fique claro que você não precisa ter uma voz maravilhosa, muito menos afinada, pois se Britney Spears (vide vídeo abaixo), Kelly Key, Felipe Dylon, Dado Dolabella, etc, conseguiram, você também consegue. A tecnologia está aí pra isso e qualquer voz pode ser afinada no computador.



O importante é você entender o que os ouvintes querem ver (nem sempre ouvir) e manter a pose!

Passarei hoje por 3 estilos musicais, podendo estender na próxima borrifada a outros estilos igualmente propensos ao sucesso mas um pouco fora da mídia hoje.

Comecemos.

Sabe aquela música lentinha, numa batida irritante e monótona, tipo Jack Johnson, que você ouviria pra dormir? É o famoso Reggae.

Surgido nos anos 70 misturando elementos de Ska, o Reggae foi popularizado e até hoje é bem lembrando pelo seu principal ícone, o maconheiro-mor Bob Marley.

Para se ter uma banda de reggae é preciso cumprir os requisitos:

1- Uma guitarra ligada num pedal de wah-wah e saber mexer a mão para cima e para baixo (não é preciso muito ritmo);

2- Alguém na banda necessariamente deve ter dreads nojentos no cabelo;

3- Usar elementos nas cores amarela, verde e vermelho, por mais feio que isso fique;

4- Usar expressões como “vibe”, “good vibrations”, “Jah bless you”, entre outras que envolvam essas energias cósmicas;

5- Por último, mas não menos importante, quero deixar claro que é possível fazer sucesso sem nada disso, apenas com um pouco de sorte, como fez Armandinho.

Caso você tenha um irmão ou primo precisando de grana, a melhor pedida é montar uma dupla sertaneja.

Não se preocupe, pois hoje em dia pra fazer sucesso nesse estilo não precisa mais usar mullets nem calças "aperta saco", a não ser que você seja um cantor sertanEMO.

Vamos às dicas sertanejas:

1- Arrume um parceiro. Pode ser irmão, primo, amigo, etc, e se a voz dele for pior que a sua, desligue o microfone e diga que ele faz "segunda voz";

2- É recomendável que, mesmo sem saber tocar, um dos dois porte um violão, pra dar um ar mais profissional pra dupla. Note que todas as duplas fazem isso, mesmo que na banda gigante que toque com eles tenham outros 3 violões;

3- O visual é mais moderno. Roupa xadrez ou algo que remeta às origens da música sertaneja nem sempre são bem aceitas;

4- Ganha pontos se você for bonito ou então gordinho, com o qual as pessoas geralmente simpatizam mais fácil;
5- Muito importante: jamais cante as músicas sertanejas clássicas! Você deve esquecer Tonico e Tinoco, Chico Mineiro, Tristeza do Jeca, etc... O que rola é você compor uma música mela cueca que fale um pouco de natureza, misturando com bebida e uma pitada de músicas românticas da Pitty. Músicas com piadinhas idiotas e trocadilhos bestas também são aceitas.

Agora, se você for mais ligado em internet, em ler blogs idiotas como esse e ficar usando twitter e myspace, ainda há a opção de ser um músico idiota de internet.

Para isso, tenha em mente o seguinte:

1- Você deve ter uma conta em cada mídia social;

2- Geralmente, você será melhor aceito se for jovem, afinal, grande parte das pessoas que ouvirão sua música na internet também são, ou pelo menos vão admirar o fato de você ser um "prodígio"antenado com as novas tendências;
Ps: Caso você não seja jovem, faça papel de retardado que as pessoas podem se sensibilizar e te achar "fofinho".
3- Revire os discos do seu pai e diga que são suas influências. Quanto mais antigo melhor (faz as pessoas te acharem mais prodígio ainda), e mesmo que você não conheça lhufas do artista em questão, finja que o conhece;
Ps: Caso seu pai não tenha discos, fica a dica: pode dizer que você usa um pouco de Robert Johnson na pegada blues, a harmonia dos discos de Miles Davis e o gingado do homem de preto Johnny Cash. Não esqueça de valorizar o produto nacional... cite um ou outro disco de Mutantes e Novos Baianos.

4- Compre um óculos aro grosso e caso você seja menino, arrume uma namorada magrela, estranha, de cabelo colorido e que curta filmes iranianos; caso você seja menina, namore um cara barbudo que acha que manja muito de bossa nova;

5- Seu perfil nas mídias sociais deve ter tons pastéis ou escala de cinza. Tire fotos de partes de objetos ou do seu corpo. Pintar os olhos e usar nariz de palhaço é bem legal também;

6- Nunca. Eu disse NUNCA escreva algo ou diga algo que faça sentido às pessoas normais. Misture palavras, inverta frases ou fale coisas sem sentido para simplesmente parecer cult. Em caso de entrevistas, esse ponto deve ficar muito evidente.

Por enquanto é isso... Na semana que vem mais dicas pra fazer sucesso em outras praias.

Espero que dê certo!

terça-feira, 7 de julho de 2009

A geração frú-frú

Bom dia meus amigos. Semana passada foi aniversário do meu irmão... ele fez 14 anos e fez uma festa para comemorar. Eu tive então contato com a mulecada dentro de uma van por alguns minutos e por algumas horas na festa, obviamente, isso é o que me inspirou a borrifada de hoje.

Se você tem um(a) irmão(ã) ou namorada(o) entre 13 e 18 anos vai entender bem do que estou falando. Eu não sou e nem quero ser daqueles velhos conservadores, que acha que antigamente tudo era melhor e que hoje em dia nada presta. Mas essa geração que está vindo aí me dá pena, e me dá nojo. É impressão minha, ou os muleques são extremamente afeminados, e não é difícil você ao ver um grupo não saber distinguir qual é homem e qual é mulher ? Porque ambos passam lápis preto.

Algumas curiosidades que você pode notar:

- Os homens querem ser metidos a rebeldes e colocam piercings. Mas apenas na orelha, não tem coragem o suficiente pra colocar em outro lugar. E por ser uma geração que nasceu com a internet, utilizam de forma diferente de nós. Pode ver, essas pequenas pessoas tem sempre frases sem sentido e piadinhas internas em seu orkut e msn, e não é raro você ver fotos de screen shots de conversas de MSN sem sentido algum! Eu acho que é alguma demência mental, não consigo entender.

- Todas as mulheres são fãs de bandas frú-frú como Mcfly, Fresno e outras com rapazes claramente homossexuais. Tudo bem, na minha geração também tinha Backstreet Boys.... mas a diferença é que eu não via homens que curtiam aquilo ou se vestiam iguais!!! E o pior é que essas bandas são sinônimos de rock pra muitos deles!!! Vai dizer que você não ve uma banda “diferente” dessas todo dia na MTV ?

- Cabelos grandes. Todos os muleques tem cabelo grande, mas não styles como o dos argentinos ou da geração roqueira dos anos 80, mas sim com franjas ridículas que a gente vê esses modelos homossexuais branquelos que não pesam mais de 20 quilos usando, porque o estilista bicha mandou o maquiador viado fazer. Chapinha também é comum.

- Sempre tem no grupo, um amigo desse seu conhecido que é metido a skatista. O muleque mete um boné de aba reta e fala cheio de gíria, apesar de morar nos Jardins ou em um condomínio fechado da Zona Oeste. Você nunca vai ver ele falando de outra coisa que não seja as manobras que ele fez ou viu alguem fazer, tipo noolie, kickflip, etc. etc. Ah , esses muleques geralmente pegam as minas de 12 anos, e falam de sexo para os amigos sem nunca ter feito isso.

- Mini lesbian/puta. É comum você ver essas garotas se vestindo como verdadeiras putas, na festa do meu irmão tinha uma que estava que nem aquela estranha da novela das 8, que usa um chapéu ridículo. E não é nada estranho você ver mulheres se beijando. O homossexualismo é algo mais frequente do que você imagina nessa geração. Fora os casais que namoram a menos de 1 mês e já tem anel de compromisso.

- É impressionante como o Disney Channel teve muito mais influência sobre esse povo do que teve sobre nós. É só você ver que toda hora aparece do nada um mega grupo que vai fazer shows pra milhares de pessoas no Brasil, e você nunca ouviu falar. Tipo Jonas Brothers, Miley Cyrus, High School Musical...

- Tem um português sofrível!

As pessoas que nasceram depois de 91, 92 tem três fatores muito importantes que para mim, são um divisor de águas no que diz respeito à sua formação, e estão colocados no seu devido grau de importância:

1 – Não viram Ayrton Senna da Silva vivo.
2 – Já nasceram com a internet como parte do seu cotidiano.
3 – Pais ausentes ou então mais retardados que os filhos.

Alguém discorda?? Que outro ícone-herói-exemplo essa geração viu? Quem essa mulecada viu nesse país como alguém que acordava cedo, batalhava, se dedicava, tinha disciplina e vencia ? Ao contrário, nem os próprios pais são assim. Os pais de hoje são aqueles que provavelmente herdaram o que tem da geração de antes deles, e agora estão gastando e eu quero ver o que essa geração tem a fazer !

Ah, quero deixar bem claro que meu irmão eu tento deixar de fora dessa palhaçada! A única coisa que eu não consegui foi impedir o piercing na orelha... com um dadinho colorido!

terça-feira, 26 de maio de 2009

Dá vontade de chorar que nem a Maísa !

Não é possível, eu não consigo acreditar nisso. O Ministério Público quer cobrar um milhão do Silvio Santos porque aquela menina chorou no palco em rede nacional! Cara, e o pior, essa notícia sai em tudo quanto é lugar! A realidade é, o vídeo se tornou um dos mais vistos no youtube porque foi engraçado a valer o Silvio zuando aquela mina chatíssima... aí surgiram os aproveitadores! Sim, meus conterrâneos, aqueles que esperam a sua chance de ouro no poder público pra ter sua frase publicada na Veja ou aparecer dando entrevista pro Datena !

Você acha que os pais do Ministério educam como os seus filhos? São eles aqueles pais que deixam a garota se esguelando no supermercado quando ela quer comprar o Cheetos ou eles nunca repreenderam ou gritaram com seus filhos ? Segundo a MP, é muito grave a garota ter se machucado na câmera, e teve a sua moral afetada devido ao medo que sofreu do outro menino vestido de monstro! MEU DEUS! TEMOS ENTÃO QUE BANIR QUALQUER FESTA A FANTASIA! Carnaval, Halloween, Buffets infantis muito coloridos, palhaços... está tudo proibido!!! Assim como o cigarro, a bebida... Estamos numa democracia , e por isso votamos e achamos melhor proibir tudo isso!

E o Silvio Santos ? Que homem maldoso ele é não? Só fez coisas ruins para as pessoas!!! Nunca ajudou ninguém, agora vai ter que ser punido com um milhão e ter sua imagem denegrida, porque brincou de assustar uma menina de 6 anos! Aliás, o Ministério Público tem mesmo é que voltar todas as suas atenções para esse caso gravíssimo!!!!

Aliás, a Xuxa e a Globo quase mataram um monte de crianças torradas no programa dela, e a Globo não teve que indenizar ninguém! Que estranho né ? Inclusive a Xuxa virou a rainha dos baixinhos!!!



A Eliana fazia programas infantis, tem sua imagem altamente ligada com crianças, mas pode cantar vai tomar no cu!!! Aliás, que coisa chata esse vídeo não? Deviam processá-ala por ser tão besta, e por ter virado toque de celular de um monte de gente mais besta ainda.

Nesse país é tudo errado mesmo... e nessas horas eu me lembro de um motorista de Taxi do RJ, que ao passar em frente à mansão do Roberto Marinho disse : “Aí mora o cara que manda no Brasil.” Eu achei um pouco de mito poular, mas pensem bem... quem tem mais poder no Brasil ? Muitos dizem que a Globo tentou de todos os modos fazer com que Lula perdesse a última eleição e que isso foi uma prova de que ela não manda. Mas encarem os fatos, só é comentado pelo povo aquilo que aparece na Globo. Pode ser que o povo não concorde, e tome atitudes contrárias ao que foi sugerido pela emissora, mas com certeza só será discutido pela grande massa, se o tema for levantado pela Globo. Se não dá na Globo, não é relevante. Leiam sobre a teoria de Agenda Setting, do Prof. Clóvis de Barros.

Vou dar um exemplo. Nesse fim de semana tivemos 2 grandes eventos no automobilismo mundial. O Grande Prêmio de Mônaco de F1, e as 500 milhas de Indianápolis, da Fórmula Indy. As duas tem importância histórica semelhante, sendo que as 500 milhas acontecem a mais tempo. No GP de monaco, deu o óbvio, Rubinho mais uma vez levou um pau violento do seu companheiro de equipe, e mesmo tendo um carro ótimo, perdeu longe para Button. Nas 500 milhas de Indianápolis, o evento foi transmitido pela TV Bandeirantes. Com lotação máxima das arquibancadas e uma organização impecável de evento, que movimentou bilhões de dólares, os brasileiros foram protagonistas de uma corrida em que todos fazem o possível para exaltar os norte-americanos. Além dos nossos pilotos que tinham grande desempenho até se envolverem em acidentes, o grande protagonista foi Helio Castroneves, que tem uma história digna de filme.

Hélio foi do céu ao inferno pro céu de novo. Era um campeão, rico, e famoso por ter ganho a dança dos famosos (fato ignorado pela globo, simplesmente por ele ser um piloto da Indy e ela ser transmitida pela Band. Logo, pode-se copiar o programa mas nem mencionar o sucesso do brasileiro lá.), mas de repente foi acusado pelo governo dos EUA de sonegar impostos, afastado da categoria e poderia cumprir 6 anos de prisão, não teria outro jeito.

Bom, como lá nada é tão demorado quanto aqui, foi feito o julgamento e Helinho foi absolvido, e com isso pôde voltar à sua equipe e disputar a prova mais tradicional. Helinho venceu, e pela terceira vez! Helio Castroneves é hoje sem dúvidas, um monstro do automobilismo, o mais importante piloto brasileiro no mundo. Nem Emerson Fittipaldi conseguiu vencer provas tradicionais tantas vezes. Apenas Ayrton Senna continua imbatível com suas 6 vitórias em Mônaco. Mas você acha que alguém comentou disso no trabalho segunda feira?

Não ! Segunda feira foi dia de comentar o futebol brasileiro, foi dia de falar mal do Rubinho, foi dia de falar que é um absurdo uma criancinha ser maltratada pelo Silvio, e foi dia de falar sobre a entrevista do ilustre Jesus Luz no Fantástico!!!

A volta por cima de um brasileiro que mostrou o seu nome limpo e fez sucesso nos EUA não foi discutida pela Rede Globo... logo, não é importante!

Aliás, se o Silvio tem que pagar 1 milhão porque a Maísa meteu o chifre na câmera, quanto é que o Marcelo Camelo vai ter que pagar por tirar a virgindade da menor de idade Mallu Magalhães ? Ou de expor ela ao ridículo forçando-a a tocar uma de suas terríveis músicas na frente de milhares de pessoas! Além disso Marcelo Camelo fala de forma promíscua e insinuante sobre a suposta relação com a menor no vídeo abaixo:



E O MUNDO, O QUE ACHA DISSO ?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fazer charme de intelectual

Ninguém quer ser burro é claro. Mas que tal fazer charme de intelectual? Perceba que o certo seria: ser intelectual e fazer charme. Mas por aí, o que temos é os que fazem charme de intelectual.

Obvio que caímos naquele bom e velho clichê, de que as pessoas acham que ser intelectual é gostar de coisas que não populares, afinal a massa é burra.

E esse é o fator que diferencia tudo. Intelectual é uma pessoa culta, detentora de um grande conhecimento. Agora esses bobos de óculos quadrado retro por aí não são inteligentes, mas possuem GOSTOS diferentes.

Um Jovem que Ostenta Charme de Intelectual, ou JOCI,:concedeu uma entrevista e comentou os temas.

Ele entra na sala com sua boina. Barba por fazer, é claro, afinal ele acha efêmero se arrumar. Vestido com uma camisa por cima de uma camiseta, ele retira do bolso um maço de cigarros. Senta , e com suas calças xadrez cruza as pernas.


Borrifador: bom eu falo um tema e você fala sobre.

JOCI: Ok, devo tentar discorrer da maneira mais objetiva possível. Pretendo não ter uma reação impar ao assunto e aplicar respostas subjetivas não pertinentes ao seu material de pesquisa.

Música: ah não ouço nada que toque nas rádios. Porque gosto de músicas instrumentais, mas assim mais pop, costumo ouvir Mallu Magalhães que tem uma pegada parecida com Johnny Cash, Los Hermanos. Gosto de mpb também, acho Chico Buarque genial.

Filmes: detesto cinemark. Essas redes grandes de cinema que ficam passando filme comercial (de repente é um absurdo querer fazer filme e lucrar com isso). Prefiro ir a um cinema alternativo ver um filme húngaro.


Borrifador: Qual o último filme que você viu?

JOCI: O filme do milionário lá. Mas eu fui ver porque minha amiga que insistiu para irmos, já que havia ganhado o Oscar. (é sempre assim, eles nunca querem ver, alguém que arrasta e obriga eles, como em Laranja Mecânica)

Livro: Gosto muito de passar as tardes na livraria. Tomar um bom expresso e ficar lendo. Costumo ler Dostoiévski.


Borrifador: humm, e o que você acha do existencialismo dele, principalmente em o Jogador?

JOCI: Ah, esse eu não li. (eles nunca leram a obra que você cita, e se você fizer uma pergunta mais difícil aí complica tudo)


Borrifador: você faria academia?

JOCI: Não, detesto esse pessoal que fica todo musculoso parecendo uns trogloditas.

(JOCIs sempre criticam qualquer pessoa que não seja do grupo dele. Ai aquela patricinha, aqueles surfistinhas de marola...)


Borrifador: Mas você não acha importante uma pratica esportiva para a saúde?

JOCI: considero sim importante, mas não tenho tido tempo ultimamente.

Roupas: Não gosto muito de roupas de marca. Acho absurdo os preços, prefiro comprar tudo em brechó.


Borrifador: Você realmente se veste como um catalogo da Hering, mas e esse tênis roxo da Puma? Presente?

JOCI: Sim, como você adivinhou? Uma amiga que me deu. Ela colocou numa caixa, que quando me deu mais parecia que ela entregava a caixa de Pandora.

(essa é outra característica dos JOCIs, eles adoram fazer piadas com referências, sempre pessímas. Acham a coisa mais engraçada do mundo e preferem que você não dê risada. Porque se você não deu risada é porque você não entendeu. As piadas também são para poucos. Agora se você der risada, veja o que acontece)


Borrifador: Hahahaha.

JOCI: Você ta rindo. Ah você entendeu a piada?

Borrifador: Sim.

JOCI: Ah, sim, é que você entendeu né caixa de Pandora...


Borrifador: Sim, sim....

(JOCIs querem mostrar que sabem as coisas e vivem criando desculpas para falar.)


Borrifador: Você me disse que escreve também né?

JOCI: Sim. Veja sempre carrego esse meu caderninho que vou escrevendo meus poemas e pensamentos.

(JOCIs adoram escrever difícil. Caçam palavras do dicionário para usarem ou , pior, escrevem um jogo de palavras como: a Ama tinha uma ama que amava a ama do seu ser. Quando não escrevem , pintam ou qualquer coisa, afinal JOCI é um Artista!)


Borrifador: Obrigado pela entrevista.

JOCI: OK, diga-me eu consigo acessar pelo meu iPhone o blog de vocês?

segue um video que achei no you tube




terça-feira, 5 de maio de 2009

Da lama ao caos


Postando hoje um pouco mais cedo que o habitual.

Minha borrifada dessa semana será sobre a Virada Cultural.

Não vou repetir o que já foi dito pelo Pedro Tadashi no post dele da semana passada e também não vou falar dos porcos urinando de cima do Viaduto do Chá.

Vou focar meu texto na parte musical que presenciei.

Vamos começar pelo início.

Eu e Paulo Dragocinovic resolvemos ir ao show de abertura da Virada Cultural, no palco da Avenida São João, com Jon Lord, ex-tecladista da banda de rock Deep Purple. Para quem não conhece, não, ele não é um cãozinho dos teclados da terra da rainha.

Nos encontramos no metrô Marechal Deodoro e fomos sentido à Praça da República. Eis a primeira surpresa.

Foi genial a idéia do metrô de fechar uma das principais estações de acesso aos principais palcos da Virada Cultural justamente no dia do evento. Mais genial ainda foi o motorista do metrô (Metrô tem motorista?) só informar que aquilo estava acontecendo quando o trem já retornava para sua estação de origem. Fomos ligeiros e descemos uma estação antes, onde conseguimos pegar um ônibus na faixa para o Anhangabaú.

Mas eu não queria ir até o Anhangabaú! Queria descer na metade do caminho!! Bom... o ônibus já era de graça, melhor não reclamar. Assim como as outras 15 mil pessoas que estavam colocadas como gado dentro do ônibus fizeram: ficaram em silêncio aproveitando a viagem e o transito infernal do centro de São Paulo em plena Virada Cultural.

Chegando ao show, o habitual atraso brasileiro.

Achei o palco relativamente baixo. Na verdade, isso foi um eufemismo para a expressão: Não enxerguei porra nenhuma! Mas ok, sei que a juventude hoje em dia está cada vez mais alta.

Não bastasse o palco baixo (era evidente que estava mais baixo, principalmente se compararmos aos outros palcos do evento), as pessoas com mais de 1,95 metros, as mãos levantadas com celulares para registrar o momento e o empurra-empurra, ainda tínhamos que agüentar os famosos vendedores de cerveja de isopor.

Sério... eles se ploriferavam mais do que motoboys em acidentes de carro. Em um dado momento do show, consegui contabilizar incríveis 6 vendedores em um raio de 2 metros. E onde eles estavam posicionados? Bem à minha frente, claro, tampando qualquer possibilidade de eu assistir ao show com suas mercadorias colocadas sobre seus ombros. Fora quando eles educadamente queriam passar do seu lado, te empurrando com um braço e te dando isoporzada na cabeça com o outro.

Fora isso, foi um belo show. Lord, que sempre teve suas raízes na música erudita, tocou o Concerto para Grupo e Orquestra de 1969, mostrando um mix de música clássica com pegadas de Jazz, Blues e Rock.

Na verdade, seria mais belo ainda se pudéssemos prestar atenção na música. Era vendedor de cerveja passando de um lado, outro tapando a visão na frente, pessoas andando em fila atrás do vendedor de cerveja que passou do seu lado e abriu caminho, pisões no pé, pessoas conversando... O show era um coadjuvante naquele ambiente. Ainda mais um concerto. Fico triste de ver que as pessoas não estavam preparadas para esse tipo de show. Pelo menos não nesse ambiente.

Na segunda parte do show, quando Jon tocou músicas mais conhecidas do Deep Purple, como Pictures of Home e Child in Time, a galera cantou e pulou como esperavam desde o início da noite.

Outro fato me irritou muito, não só nesse show, como em outros que eu assisti.

Se tem uma coisa mais chata que o fã de Nirvana é o pseudo-fã de Raul Seixas.

A organização do evento destinou um palco exclusivamente para eles, que não se contentaram e foram gritar “Toca Raul!” pelos outros palcos.

Pior que eles em sua grande maioria não são fãs e querem ser os engraçadões da sua turma de amigos, então acham genial a idéia de gritar “Toca Raul!” no final de cada música que QUALQUER banda toque. Talvez, quando essa expressão surgiu, ela era engraçada e divertida, mas precisam avisar aos engraçadões que eles estão meio atrasados, e, pra mim, isso é um grande desrespeito a qualquer artista que esteja se apresentando e aos ouvidos da platéia, que não é obrigada a ouvir isso em todo show. Se quisessem gritar, fossem ao palco do Raul Seixas, mas como não são fãs, ficam pentelhando em palcos alheios.

No mais, parabéns a todos pela realização de mais uma Virada Cultural, iniciativa que acho plausível e admiro muito. Acho que ainda precisa de uns retoques, mas está evoluindo, e mesmo com orçamento menos esse ano, foi um grande evento. 
E pelo menos não teve show da Mallu Magalhães.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Não leia esse blog


Hoje minha borrifação será sobre a internet e seus reflexos na música, porém com uma abordagem um pouco diferente da que tive em outros textos.

Outro dia, me envolvi numa amigável e construtiva discussão com um amigo sobre o poder da internet e sua influência em nossas formas de consumo e produção de informações, entre elas, produtos musicais.

Essa mudança já é evidente, como percebemos, por exemplo, em mais uma notícia sobre a queda da venda de CDs, e com isso a internet passa a ser uma ferramenta de compartilhamento, consequentemente, de democratização.

A partir do momento em que todos somos provedores de conteúdos na rede passamos a ter uma responsabilidade muito maior. Todos somos também formadores de opinião, em maior ou menor grau, e isso acontece justamente porque o povo brasileiro é muito pouco questionador.
Aceitamos as informações e conteúdos passivamente. Sempre foi assim, creio eu que muito por culpa do modelo de ensino, que desde sempre estimulou essa passividade, afinal é muito mais fácil ficar na sua do que questionar e bater de frente com os professores na sala de aula.

Ouvimos, assimilamos e tomamos como verdade absoluta. Não somos estimulados a pesquisar para formarmos nossa opinião sobre o assunto e então ter embasamento para discutirmos, seja com professores como com colegas de trabalho, amigos, parentes, etc.

Aí está o grande problema da internet. 

Imagine você que qualquer pessoa alfabetizada e com acesso a internet pode criar um blog e começar a criticar coisas ao acaso. 

Ou melhor. 

Imagine que agora qualquer um com um microfone e um violão grave sua música e poste ela no youtube.

São nesses momentos que precisamos de um olhar crítico. Quando dizem que a Wikipedia está deixando todo mundo mais burro, eu concordo. Nosso filtro é frágil, ainda mais nesse ambiente totalmente vulnerável e inconfiável que é a internet.

Além disso, outro foco da minha borrifação é justamente com o poder democratizador da web.
Pelo amor... no Brasil, segundo dados do Ibope, somos pouco mais de 62 milhões de inernautas, o que representa aproximadamente 33% da população brasileira. E os outros 67%?

Enquanto a inclusão digital não for completa a internet não vai democratizar e sim aumentar o abismo, o que pode até ser bom, pois essas pessoas terão ainda menos olhar crítico sobre os conteúdos da rede. Como já disse meu colega Diogo Petrescu em um post, viva a inclusão digital, mas só se tivermos junto um programa educacional. 

Enquanto todos idolatram aquela tia escocesa, Susan Boyle, só porque seu vídeo no youtube teve sei la quantos views em sei la quanto tempo, me pergunto quantos talentos tão bons ou até melhores que ela estão escondidos em casas de pau-a-pique no interior do Brasil.

Pelo menos, reconheço que Susan Boyle é de certa forma talentosa, mas imagina se aparece outra Mallu Magalhães no showbizz britânico...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Em alto e bom som


Caros leitores,

Começo a borrifação de hoje informando que a partir desta semana, toda quarta-feira, meus textos serão exclusivamente dedicados à música, depois de tanto tentar não falar sobre esse assunto.

Não escreverei apenas sobre estilos musicais, ou se a banda X é melhor que banda Y, mas tentarei sempre levantar alguns questionamentos sobre a música e como ela está inserida na nossa sociedade. Claro que em certos momentos deixarei evidente a minha opinião e meus gostos musicais, mas espero que contra-argumentem nos comentários.

A primeira borrifação dessa série será sobre a Loudness War.

O que é isso?

A Loudness War, observada recentemente (mais precisamente nos últimos 15 anos), nada mais é do que um aumento gritante no volume das músicas de um disco durante sua gravação e masterização. Isso acontece para que o material seja capaz de prender a atenção de quem o escuta, afinal, hoje em dia o consumo de música mudou.

Recentemente, li uma matéria na Folha Online que achei no mínimo curiosa. Fãs da banda Metallica afirmavam que a versão do mais novo trabalho da banda (Death Magnetic) para o jogo Guitar Hero era melhor que a do CD. Ao assistir um vídeo, cujo link estava na matéria da Folha, é nítida a diferença de sonoridade da mesma música no CD e no jogo.

Ao analisar o trabalho de outra banda de rock, o Iron Maiden, essas mudanças são também muito perceptíveis ao longo de sua carreira. Os primeiros trabalhos do conjunto inglês são completamente diferentes dos mais recentes, que têm essa interferência da Loudness War, o que faz com que muitas vezes os fãs achem que as músicas soam muito melhores nos shows do que em gravações.

As formas de consumo da música mudaram bastante, junto com nossa sociedade. Estamos na era da superficialidade. Com tantas coisas acontecendo e o acesso praticamente ilimitado à informação, nos tornamos indivíduos com mais generalistas, porém, que pouco se aprofundam em determinada discussão, o que é uma característica da Snack Culture.

Com isso, passamos a fazer 80 coisas ao mesmo tempo, ou você nunca assistiu TV, navegando na internet, mandando uma mensagem SMS para um amigo no celular e ouvindo suas músicas no computador?

Então, produtores musicais tiveram essa grande idéia de fazer a música se sobressair no meio de tantas outras atividades aumentando seu volume!

Aí está meu questionamento... onde vamos parar? Até que ponto vamos continuar aumentando o volume das músicas para literalmente "ganhar no grito"?

Acho que o futuro da música é justamente esse produto de menor complexidade, mais enxutoe direto ao ponto, demandado pelos novos ouvintes. Ainda, se a Loudness War continuar, a valorização do concerto ao vivo será ainda mais acentuada, já além de estarmos nessa era da experiência, e vivenciá-la num show é muito importante, as músicas ao vivo soarão cada vez mais naturais.

E mais... Como a música clássica, por exemplo, vai se adaptar? Um estilo musical que preza pela excelência artística e total equilíbrio entre instrumentos pode simplesmente usar essa distorção? Como uma obra erudita de 40 minutos pode prender a atenção de um ouvinte, ainda mais o jovem, por tanto tempo?

Vamos perder nossa essência em troca dessa superficialidade, e deixar isso refletir em uma das mais importantes manifestações culturais, que é a música?



quarta-feira, 8 de abril de 2009

You wanted the best, You got the best!


Primeiramente, quero agradecer ao Diogo Petrescu pelo post na semana passada.

Não postei ontem a noite por um motivo. Fui ao show do Kiss em São Paulo, e esse evento pautará minha borrifação de hoje.

Eu tinha prometido a mim mesmo não escrever um post de música ou esporte essa semana, pra dar uma variada, mas não resisti.

Foi um ótimo show. Com certeza quem não pôde presenciar a turnê 3D de Pycho Circus e o espetáculo do Kiss em 1999 em sua última passagem por terras brasileiras, ficou contente principalmente com o que viu, e também com o que ouviu. 

Não entrarei nos méritos musicais da banda, mas sim na questão do show em si. 

É impressionante como o Kiss não possui apenas fãs, mas sim seguidores. Um exército de seguidores, na verdade, conhecidos como Kiss Army.

Desde minha chegada ao terminal rodoviário do Tietê, onde jantei, já conseguia ver uma incrível quantidade de pessoas maquiadas, que não apenas admiram a música do Kiss, mas fazem questão de serem identificados como os personagens criados por Paul, Gene, Ace e Peter.

Li um post do blog Brainstorm 9, muito bom por sinal, que trazia apenas a abordagem mercadológica da banda. o Kiss é um fenômeno de marketing. Eu e Paulo Dragocinovic sempre ficávamos impressionados com a quantidade de notícias do Whiplash relacionadas a lançamentos de produtos da banda, de um simples botton a máquinas de fliperama.

Essa imagem forte do Kiss é sustentada com suas apresentações que usam muito dos efeitos visuais e transformam o show em uma experiência completa e memorável.

Já se foi o tempo em que gostávamos de receber a música passivamente. Cada vez mais todos buscam não apenas um show musical, mas uma experiência memorável e agradável, com essa interatividade que o Kiss propõe e garante nos shows e fora dele com seus produtos licenciados. Estamos nessa era da experiência. 

Nessas horas eu entendo porque tanta gente reclamou do show do Jack Johnson (Jack Sono).