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Sou da teoria que ninguém se diverte mais quando a balada é cara, pelo contrário, as chances de dar merda são grandes.
Sempre é a mesma coisa. Um pessoal vestido a pão de ló, com bebidas caras na mão e que gostam de ir no “camarote”. Sempre com suas camisas Abercrombie, ficam dançando no chão de mármore e após algum tempo, escorregam e derrubam suas bebidas na cretinice de mármore rica da cidade.
Gosto de ver os playboys em seu habitat, fazendo a dança do acasalamento. É sempre prazeroso ver eles tentando xavecar as minas e mesmo gastando quarenta vezes mais que eu em uma casa noturna, voltam para casa no zero a zero.
Evidentemente que isso acontece porque as garotas que freqüentam este tipo de peleja também estão lá para outros fins além de se divertir. Estão lá para mostrarem o novo vestido da Gucci para suas amigas, também da FAAP, morrerem de inveja. Acho bacana a ética dessas baladas: Todos pagam caro para pagar.
Certa vez saímos para uma dessas baladas AAA de São Paulo. Bebemos pouco, pagamos muito. Um grande amigo meu por ter fechado uma garrafa de whisky 8 anos ficou R$ 450,00 mais pobre. É fora da realidade até dos riquinhos metidos a besta.
Enfim. Após o soneto, temos os esteriótipos da balada:
Mina gata:
Sempre tem. Mas elas não olharão para você. Elas sempre, impreterivelmente, olharão para frente. Nunca olharão para o lado. Não conversarão com você. Mas tudo bem, elas não olharão para ninguém mesmo.
Árabe gordo da camisa pólo:
Carecas, com aquelas camisas pólos da Sergio K que tem uma bandeira do Líbano, fumam narguile e como tem grana fecham muitas garrafas, o que geralmente atraem as mulheres. E se acham fortes, mas são gordos.
Magrelos do cabelo grande:
Usam camisa. Ficam bêbados e vomitam na camisa da Ralph Lauren branca. Não pegam ninguém.
Pessoas não tão ricas assim:
Vão, bebem pouco, não pegam ninguém também e acordam no dia seguinte sem ressaca física, mas com um rombo na conta bancária jurando nunca mais aparecer por lá.
Bem, a vida vai seguindo e as baladas AAA sempre serão freqüentadas por aquela sua amiga da faculdade, aquele playboy do trabalho ou aquele amigo do amigo que você sabe que tem um Audi TT e que vai para Vegas no feriado prolongado. Acho melhor continuar freqüentando os mesmos bares, dar risada com velhos amigos e sair eventualmente para as baladas de reles mortais. Lá você poderá continuar pegando mina, ficando bêbado e voltar para casa apenas com sua ressaca física.
Eu prefiro isso. E sugiro ainda, baladas de classe C/D, lá as pessoas se divertem ainda mais.
Paguem para ver. E bem mais barato.
Paguem para ver. E bem mais barato.
Ps. Gostaria de agradecer sinceramente meu grande amigo Petturs Caramuru, borrifador eventual e grande fã da boa música, a lembrança dele para com minha pessoa em sua nobre participação no programa de rádio "Estádio 97". Além de agradecer, gostaria de parabenizá-lo pelo feito, pois sei que ele estava há tempos tentando falar com os caras.
Petturs, parabéns e obrigado pela lembrança na ocasião, sentimos falta de mais textos seus!