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"The Dark Side of the Moom"


(Igreja de St. Paul, Copenhaguem, 12:30h. Foto de Adriana Cechetti)

Eu sempre tive horror a frio e nunca me imaginei vivendo num país onde a temperatura chegasse a negativo.
Mas, como "todo cambia", como diz minha minha amiga Mercedez Sosa, eu também mudei de idéia. E muito.

Na verdade, a coisa mais difícil da vida fora dos trópicos não é o frio, mas o escuro. A falta de luz.

O frio você contorna facinho com os super-hiper-mega-plus casacos, botas e acessórios que eles têm aqui que, aliás, são lindos. Fica um pouco mais difícil com o vento e a chuva, e por isso a gente se acostuma logo, logo a sair de casa apenas depois de ter olhado a previsão para o dia e saber exatamente se vai pegar 5 km de vento ou 30. Se chove molhado ou se chove gelinho. Isso faz toda a diferença.

Mas, ainda assim, isso não segura ninguém dentro de casa. Quer dizer, o frio não impede que as pessoas continuem suas vidas quase de forma normal. O que pega mesmo, o que deixa a gente assim sem energia são as noites longas do inverno.

Desde o fim do outono, mais ou menos em novembro, que os dias estão muito, mas muuito escuros e justamente os piores são esses em que estamos, os mais próximos do Natal. Depois, começa o inverso novamente e as noites vão se tornando mais curtas até a Primavera.

Até lá a gente tá curtindo uns dias quase sem luz. Curtindo do jeito que dá.

Oito da manhã com sensação de três da madruga.
Duas e meia da tarde com sensação de início de noite.
E não quer dizer que temos sol neste intervalo. Não. Céu nublado, cinza e muita neblina.
Sol é um luxo que os escandinavos e alguns europeus só terão daqui há alguns meses, "incrusive" Somnia Deslumbrete e Família.

Por essas razões eu entendo, cada vez mais, porque o início da Primavera é marcado por uma loucura por virar lagartixa.
Todo mundo esticado no canal, nos jardins, tomando sol na pele.
Todo mundo feliz da vida, radiante.
Até a gente se sentiu assim em abril deste ano e nem tínhamos pego o inverno de fato.

Por enquanto a vontade de tomar chocolate quente, ver filme e ficar quietinho em casa é muito grande, embora seja louco notar que ontem, por exemplo, tava todo mundo na rua, festejando o dia - que também é feriado - do início das "rea", promoções. Todo mundo, "incrusive", novamente, Somnia Deslumbrete e família.

A suecada toda na rua, comprando, comendo, trocando os casacos e o guarda-roupa, dando risada com os 50% de desconto em quase tudo. Tomando chocolate quente com creme da barraquinha italiana da praça de Malmö.

O lado bom (claro! sempre tem um lado bom de tudo, vocês já estão carecas de saber disso!) é que aqui a gente vive mesmo as quatro estações do ano. A vida é totalmente diferente a cada nova estação.

Cheia de vida e colorida na Primavera.
Calorosa e alegre no Verão.
Romântica e intimista no Outono.
Silenciosa, preguiçosa e quentinha (que contradição!) no Inverno.

E aproveitando que a tia Dri ligou das compras agora, vou lá aproveitar os 4 graus super quentes do termômetro e tomar o meu chocolate quente preferido, curtir nosso invernão e esperar o reveillon na Espanha e as férias no meu querido Brasil varonil chegarem.



(Tia Dri e eu no chocolate italiano, feito por uma sueca, agora pouco)

Comentários

Ed. disse…
somniiiaaaaaaaa to aqui
voltei

que saudades. como é bom vir aqui, tinha me esquecido como é bom ler vc.
esse texto é tão... tão... acolhedor ou será que estou careterrimo?? rsrsrsrsrsrsrs

bjo bjo bjo

bjo na tia dri
Somnia Carvalho disse…
Edlindo!

se você tá carente, eu te acolho aqui no colinho!

bjs

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